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— 38º
Capítulo
—
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aborto
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uando chegaram a Hogwarts o jantar já estava sendo servido. Harry levou
todos para o salão principal.
– Uau! — Duda estava encantado com a quantidade de comida que tinha na
mesa.
– Esperem aqui enquanto eu e Sirius vamos falar com a professora
Minerva... — Falou Harry já indo em direção à mesa principal, Minerva
levantou-se para falar com ele.
– Sirius? Mas como... aquele velho que foi lá em casa outro dia não
disse que ele morreu? — Disse Petúnia com cara de assustada. Mas seu
pensamento foi interrompido, pois Duda estava andando, quase que junto a
Harry, hipnotizado com a comida...
-PLACK-
Bateu em um dos bancos o que chamou a atenção de todos e provocou muitas
gargalhadas dos alunos... Rapidamente Duda voltou para trás dos pais.
– Bem, acho que agora já não é necessário escondê-los. — Disse Minerva
chegando junto a eles. — Pelo visto ocorreu tudo bem com vocês, não é? —
Minerva passara o olho por todo o corpo de Harry atrás de um único
arranhão.
– Muito, muito bem!
– Que bom que não temos que discutir sobre isso então, estou quase morto
de fome. — Disse Sirius...
– Silêncio, por favor. — Disse Minerva que acabara de voltar à Mesa
principal. O murmurinho cessou. — Como vocês já devem ter reconhecido,
esses são os membros da família Dursley que foram seqüestrados por
você-sabem-quem. Posto isso, quero que tomem conhecimento de que eles
passarão a noite aqui com a gente como visitantes para que amanhã
possamos arrumar uma segurança maior para eles com a ajuda do
ministério. — Minerva deu a entender que seu discurso havia terminado, e
todos voltaram a comer em meio à conversas sobre o que ela acabara de
falar. direcionou-se a Harry.
Harry levou todos para a mesa da Grifinória, junto com Sirius. Os
Dursleys estavam apreensivos, pois todos agora olhavam para eles.
Harry sentou ao lado de Rony, Hermione e Gina com sua "família" do outro
lado .
– Ah, Harry, que susto que você deu na gente, já estávamos todos
chorando. — Disse Gina o abraçando-o.
– É... teve uma hora que eu pensei que não te veria... veria vocês de
novo. — Disse Harry dando um beijo de leve em Gina...
Tio Válter estava sentado à mesa com os dedos cruzados, reto o quanto
sua coluna podia suportar sua pança imensa. Estava com os olhos
apertados, analisando cada centímetro.
– Petúnia, veja só onde fomos parar? — Murmurou ele cerrando os dentes.
– Vamos apenas passar a noite aqui, querido...
– Não me diga que gostou de voltar a este lugar, Petúnia! Isso seria
demais para mim! — Disse ele perplexo.
– C-claro que não, Válter, não diga besteiras... — Disse arregalando os
olhos.
Duda tinha uma coxinha de galinha em cada mão, molho de tomate
escorrendo pelo queixo, enquanto tentava tomar suco de abóbora segurando
o copo com os pulsos.
– Hei, quer uma ajudinha aí? — Disse Parvati fazendo o copo de Duda
levitar. Duda ficou boquiaberto.
– O-obrigado... — Agora o copo derramava suco em sua boca. Todos riam ao
redor da mesa.
– Não vai comer nada, tio?
– Não fale comigo até eu pôr as mãos em você, mocinho!
– Sem problemas. — Disse Harry enquanto se deliciava com uma tortinha de
frutas.
– A senhora é mesmo trouxa? Eu não sabia que trouxas podiam entrar em
Hogwarts... — Disse Colin.
Petúnia ficou sem graça.
– É claro que ela é uma trouxa... digo... claro que não é bruxa, seu
moleque! — Rosnou tio Válter.
– Mamãe, quero que a senhora faça suco de abóbora para mim todos os
dias, a partir de agora! — Disse Duda com a roupa molhada do suco.
Tia Petúnia, hesitante, arriscou-se a provar do risoto de frango, que
julgou estar no ponto certo. Comeu um prato enorme sem perceber.
O jantar prosseguiu sem maiores problemas, até todos irem aos seus
dormitórios. Os Dursley foram convocados pela Profª. Mcgonagall. Filch
acompanhou-os.
Petúnia virou a cara ao ver Filch.
– Petúnia? Mas é a senhora mesmo? — Disse Argo Filch, iluminando a face
com um sorriso.
Petúnia fez-se de surda.
– Você conhece esse homem, Petúnia? — Perguntou tio Válter em um tom
repreensivo.
– Claro que não, Válter! Mas onde já se viu... — Filch entortou a cara.
– Harry... mas de quem foi a idéia de trazê-los para cá? — Perguntou
Hermione.
– Não havia outro lugar para irem.. qualquer lugar seria perigoso...
– E agora, para onde a Minerva os mandará? Em Hogwarts é que eles não
podem ficar! — Opinou Gina.
– Eu bem que gostaria ver o seu primo assistir a uma aula de Trato de
Criaturas Mágicas com o Hagrid. — Disse Rony sarcástico.
– É, aquela planta carnívora ficaria feliz, teria fartura por meses. —
Disse Harry, e todos riram.
– Onde está o Sirius? — Perguntou Hermione.
– Está com a diretora. — Disse uma aluna da Grifinória. — Eu o vi saindo
com a professora Mcgonagall da sala de jantar.
Duda veio vindo se juntar ao grupo. Estava acompanhado por Simas.
– Pediram que eu o trouxesse para a sala comunal. — Disse Simas
balançando a cabeça.
Harry prendeu um riso, Duda estava demasiado assustado.
– Será que o Dudinha tem medo de fantasmas? — Caçoou Harry.
– F-f-fantasmas não e-e-existem... — Gaguejou ficando amarelo.
– E o que você acha que eu sou, garoto? — Disse Nick-quase-sem-cabeça
saindo da parede.
Duda ficou pálido, desmaiando em seguida.
Depois de algum tempo, Harry achara estranho o sumiço de Sirius e quis
saber o que ele tanto teria a falar com Minerva. Por isso, foi até a
sala da diretora.
“Talvez ele ainda esteja por lá”, Pensava Harry saindo do salão
Comunal e deixando os colegas conversando e atormentando Duda.
Atravessou corredores desertos, era quase noite, todos já deveriam estar
indo para as suas camas. Ao aproximar-se da sala de Minerva, ouviu a voz
dela conversando:
– Tem certeza de que não deseja ficar até que tudo se resolva, Petúnia?
— Disse ela. Harry escondeu-se para ouvir. Ele sorria, estava prestes a
ouvir Petúnia ser insolente com Mcgonagall e depois receber uma dura da
professora.
– Acho melhor não, Minerva... o Válter não permitiria.
Harry apurou os ouvidos. Olhou por uma fresta e percebeu que na sala
havia apenas a professora e sua tia.
– Não dê ouvidos a ele... ele é o pior trouxa que já vi em toda a minha
vida!
– Eu não pertenço à droga deste mundo, Minerva e não fale assim do meu
marido! — Respondeu e Harry sorriu, tinha chegado a hora. Podia até
imaginar a cara enfezada da professora Mcgonagall.
– Não seja rancorosa, Petúnia... veja só o Filch, ele é como você, mas
não é só por isso que ele sente raiva dos bruxos de verdade.
Harry estagnou na porta. Seus olhos estavam arregalados e sua boca
completamente aberta.
– Minha tia é um aborto... — Murmurou chocado.
– Seja como for, então... Rufo irá arrumar um bom lugar para você e sua
família ficar. Eu mesma me oferecerei para ser a fiel do segredo.
– Obrigada, Minerva...
– Você está aí, Harry! — Disse Sirius que aparecia atrás da gárgula. —
Estava à sua procura, não agüento ficar mais um segundo com o seu tio!
– Não adianta você tentar me enrolar, rapaz! Não vou deixar mais um
minuto sequer minha esposa trancada com aquela feiticeira! — Valter
vinha seguindo Sirius.
– E o que você vai fazer, gordão? — Disse Sirius forçando uma risada.
Tio Válter cerrou o punho.
– Sirius, venha comigo, preciso lhe contar uma coisa...
Sirius desviou o olhar de tio Válter e acompanhou Harry:
– Se você se aproximar dessa porta, Válter, irá virar um sapo, bem gordo
e feio, escreva o que eu digo! — Disse Sirius e Válter olhou para a
porta levantando uma das sobrancelhas.
– Eu... acho... eu vou esperar aqui fora. — Disse ele assustado.
Quando teve certeza de que ninguém podia ouvi-los, Harry começou:
– Sirius... descobri uma coisa terrível... a minha tia...
– O que tem ela, Harry?
– Ela é um aborto...
Sirius gargalhou.
– Isto não é brincadeira! — Alertou Harry indignado.
– Quem lhe contou isso? — Perguntou Sirius consertando-se.
– Eu ouvi a professora Mcgonagall falar!
Eles pararam de andar. Sirius ficou pensativo por uns instantes.
– Deve haver algum equívoco, Harry... sua tia não é um aborto, não
poderia ser.
– Sirius, agora tudo se encaixa... ela não repudiava minha mãe, mas
tinha inveja! Você já deveria saber disso, era amigo de minha mãe, ela
deve ter lhe falado... viveu naqueles tempos... deveria saber!
– Olha, Harry, esta não é uma história divertida ou interessante que eu
já deveria ter lhe contado em um de nossos encontros... mas, vou lhe
dizer agora somente para parar de pensar besteiras.
– Como assim?
– Sua tia nunca poderia ser um aborto, já que ela não vem de uma família
bruxa...
– Mas eu ouvi a professora falar que ela era igual ao Filch e ele é um
aborto ou vai negar?
– Claro que não... Filch é sim um aborto. Tiago e eu tirávamos bons
proveitos disso na época em que descobrimos... houve uma vez que...
– Sirius, eu não quero saber disso agora!
– Ok, ok... Mas você deve saber também que o Filch tenta aprender magia
de todas as formas... e foi nesse sentido que a Minerva deve ter
comparado os dois.
– Tia Petúnia também tenta aprender magia?
– Não, Harry, mas já tentou, se esforçou, quase morreu por isso. Depois
que descobriram que sua mãe era uma bruxa, começaram a tratá-la quase
que como uma rainha e sua tia passou a ser uma pessoa sem importância na
família. Petúnia decidiu, então, aprender magia e passou a conversar
bastante com a sua mãe em todos os verões, após ela voltar de Hogwarts.
Lia todos os seus livros, aprendia tudo o que era possível. Lílian
contou-nos que certa vez a flagrou tentando usar sua varinha. Petúnia
nunca teve talento algum para fazer magia. E quando sua família
descobriu sobre suas tentativas, riram de sua cara. Foi então que se deu
conta dos fatos e passou a odiar todas as coisas que se relacionavam ao
mundo mágico.
– Eu... eu não sabia...
– E então ela se casou com o trouxa mais conservador do mundo, aquele
grandalhão idiota. O Válter deve saber do passado dela, por isso tem
tanto medo quando se toca no assunto sobre magia... tem medo que a
mulher tenha alguma queda...
– Isso era a última coisa na qual eu poderia pensar! Tia Petúnia
tentando ser bruxa...
– O mais difícil de acreditar, é que certa vez Petúnia chegou aqui, em
Hogwarts... Ela havia se escondido no trem e...
– Impossível! Como ela conseguiria passar pela plataforma 9 e meio?
– Ninguém nunca descobriu, Harry... depois do ocorrido, tentaram fazê-la
passar novamente, mas ela ganhou um galo na testa por isso...
– Eu sinto um pouco de pena dela...
– Mas nunca é tarde para se descobrir algum tipo de magia dentro de si,
não é mesmo, Harry?
Na hora de dormir, Duda pediu incontrolavelmente para se juntar aos pais
num quarto que Minerva prepara para eles.
Os três passaram a noite acordados, temendo qualquer ruído.
Na manhã seguinte, bem cedo, um funcionário do Ministério da Magia veio
buscar os Dursley, para levá-los a um local seguro. Minerva abandonou
Hogwarts por algumas horas, enquanto prestava o serviço de tornar-se a
fiel do segredo.
Já no almoço estavam todos felizes comemorando pela volta de Harry e
Sirius:
– Você não sabe o sufoco que a gente passou. Estava todo mundo
chorando... — Disse Rony. Em seguida fez uma cena dramática, afinando a
voz: — Ai, ai... o escolhido morreu e agora quem irá nos defender?
– Ah, Rony, você fala isso agora, mas você também chorou...
– Mione esses detalhes a gente não conta... — Todos na mesa estavam
rindo da discussão de Rony e Hermione.
– Nossa, essa macarronada está maravilhosa...
– Oh Gina, não come muito, se não vai ser mais um dia perdido na ala
hospitalar para você e para o Harry... não é Harry?
Ele não respondeu.
– Você está legal, Harry?
– Harry... o que ta acontecendo? — Perguntou Gina com a boca cheia de
macarrão.
Essas foram as últimas coisas que Harry ouviu. Ele tinha desmaiado, mas
logo acordou, porém não estava mas em Hogwarts, estava novamente na casa
dos Riddles. Sua cicatriz estava doendo muito, as coisas estavam
embaçadas, ele logo viu Voldemort num canto com quatro comensais
rodeando-o.
– Vocês estragaram tudo, seu bando de inúteis! Como deixaram ele
escapar, foi só eu sair por algum tempo... — Voldemort estava muito
nervoso. — E você snape!? EU FALEI QUE ERA PARA FICAR AQUI!
– Mas... meu Lord... nós não tivemos como fazer nada... eles foram muito
rápidos. — Disse o comensal que antes vigiava a porta do quarto.
– Não digam tolice! Vocês vão ter que pagar...
– Não tem nada que eu possa... — Snape tentou começar, mas Voldemort
lançou um feitiço em cada um deles.
Harry não suportou mais a dor em sua testa e desmaiou novamente.
– Ele esta acordando...
– Harry, você está bem? — Harry abrira o olho e vira Sirius ao seu lado
e logo atrás dele todos estavam reunidos, Gina, Rony, Hermione, Hagrid,
Lupin, Tonks e Minerva: ele estava na ala hospitalar.
– Sim, estou... estou bem. — Disse Harry forçando um sorriso para
convencê-los.
– O que aconteceu? — Perguntaram Rony, Hermione e Gina em coro.
– Nada muito grave, mas parece que Voldemort ficou com muita raiva do
resgate, mas do que o normal... deixou sua mente aberta, até o Snape que
é o queridinho dele foi castigado.
– Bem feito... — Disse Sirius de um jeito que parecia mais um rosnado do
que uma palavra.
– É, parece que o que ele tinha preparado para você era uma coisa muito
boa, digo, para ele. — Disse Lupin pensativo.
– Bem, de qualquer forma ele não conseguiu. — Disse Minerva sorrindo ao
ver o garoto intacto.
– É.. agora quem deve estar armando alguma coisa deve ser o Snape, ele
não vai se perdoar de ter me deixado escapar de novo.
– Então temos que ficar de olho nele. — Alertou Hermione.
Todos concordaram, sem saber como isso seria possível. Muita conversa
foi o que houve no resto daquela noite, até que apareceu a Madame
Promfery afastando todos de perto de Harry para ver se o seu paciente já
poderia receber alta.
– Bom, acho que você já pode ir, mas cuidado para não sair desmaiando
por aí a toda hora. Sabe, eu fico louca de preocupação!
Todos saíram rindo da Ala Hospitalar, Gina apoiando Harry nos braços,
cuidadosa.
– Não precisa não, Gina.
– Deixe-me ajudar!
Quando chegaram em frente ao quadro da mulher gorda, Hermione
sussurrara:
– Barretes vermelhos.
E o quadro da mulher gorda girou, deixando passagem para todos entrarem.
Gina e Hermione subiram as escadas para o dormitório feminino, não sem
antes, dar um beijo de boa noite em seus respectivos namorados.
Harry e Rony subiram para seus dormitórios e Sirius dirigiu-se ao seu
quarto na masmorra...
– Noite. — Falou Rony bocejando.
– Até amanhã. — Respondeu Harry.
Mas na verdade, Harry não teve uma boa noite. Ele passou a noite toda
pensando em sua tia.
Um aborto?, pensava.
Petúnia era a última pessoa no mundo (depois do tio Válter) que Harry
pensara ter algum envolvimento com o mundo mágico.
“É por isso que ela me aceitou a contragosto... Tinha inveja da minha
mãe. Minha mãe era uma bruxa e ela...”
Deixava passar a noite pensando nisso e em sua visão de Voldemort.
“O que será que o Snape está preparando para mim?”
Harry tinha certeza que uma simples poção não seria. E sorrindo com sua
própria besteira, ele tirou seus óculos, colocou em cima da mesa de
cabeceira e vendo Rony aos roncos, seguiu o seu exemplo.
O café estava delicioso na manhã seguinte.
Harry avistara Sirius conversando com McGonagall.
“Caras sérias... Coisas da Ordem, provavelmente.”
Enquanto estava distraído em seus pensamentos, uma mão quente e macia
tocou seu rosto e, dando-lhe um beijo na bochecha, sentou ao seu lado.
– Acabei de encontrar o Sirius, ele pediu para te avisar que vai fazer
um trabalho especial para McGonagall, e que estará de volta em breve —
informou Gina.
Harry percebeu que Mcgonagall havia voltado para seu lugar e Sirius
sumido de vista.
– Ele não disse mais nada?
– Não, por quê?
– Não é nada. Tenho que ir. — Falou Harry levantando-se rapidamente sem
perceber que passara por Rony e Hermione.
Procurou pelo padrinho em todas as partes que pôde no castelo. Sem
resultados, decidiu descer para sentir a brisa do jardim.
– Harry! Onde estava? Você passou por nós e nem nos cumprimentou. —
Perguntou Hermione se aproximando, preocupada.
– O que está acontecendo, cara? — Perguntou Rony.
– O Sirius... Acabou de sair a pedido de McGonagall, o que acham que
deve ser?
– McGonagall? — Perguntou Rony meio pensativo. — Coisas da...
– Ordem. Eu sei.
– Quando ele voltar conversamos com ele — disse Hermione.
Harry confirmou com a cabeça, enquanto andavam ao redor do lago. Depois
de algum tempo em silêncio, Rony falou:
– Ah... Harry... Alguma pista das Horcruxes?
– Não... Estava pensando... para matar Nagine será muito difícil, já que
está sempre ao lado de Voldemort... — Rony estremeceu. Harry lançou-lhe
um olhar de esguelha.
– Desculpe, força do hábito... — Disse sem jeito.
Edwiges interrompeu a conversa antes de Harry continuar, pousando no
ombro de Harry com uma carta no bico.
Harry reconheceu aquela letra, que ele não via há muito tempo. Leu em
voz alta:
"Harry,
Eu vi a sua cara no café e creio que Gina já tenha lhe dado o meu
recado. Peço que não se preocupe comigo.
Quando eu voltar, lhe contarei tudo, tenho medo de Edwiges ser
interceptada.
Não saia do castelo.
Um Abraço,
Sirius.”
– Deve ter sido algo bastante urgente... — disse Harry.
– Já que não podemos ajudá-lo, vamos fazer o que ele disse, não sair do
castelo e esperá-lo... — sugeriu Hermione.
– Muito estranho... — Falou Rony intrigado.
– Por que não vamos falar com a McGonagall? — disse preocupada.
– Encontro vocês daqui a meia hora no salão comunal. — Disse Harry indo
ver a professora, deixando os garotos sem palavras.
Chegando no corredor do sétimo andar, Harry notou a presença da diretora
revisando um quadro.
– Professora...
– Ah, Harry... que bom que está aqui. Vamos até minha sala, por favor...
— convidou ela.
Os dois caminharam em passos longos e com “sequilhos de menta” a gárgula
pulou dando origem a entrada da sala de diretores.
– Sente-se... — Minerva apontou para a cadeira à sua frente. — Então, o
que tem de importante para me comunicar? Outra saída?
– Não, professora. — Harry movimentou-se sem jeito na cadeira, fazendo
ela ranger. — É sobre o...
– Sirius? — Perguntou McGonagall erguendo a cabeça.
– Sim... Ele me contou que saiu para uma missão a seu mando... e que...
– Para mim? Estranho... eu só conversei com Sirius hoje pela manhã e foi
um assunto sem importância. — Completou a Diretora levantando ainda mais
as rugas em sua testa.
– Foi o que ele disse...
Ao fitar a expressão da professora, Harry acrescentou:
– A senhora não acha que ele... foi atrás do Snape, ou acha? — Perguntou
Harry. Minerva não respondeu. — A senhora sabe... se vingar dele por
causa de...
Minerva lembrou-se mais uma vez do ano anterior, e suspirou.
– Eu já lhe disse que a morte é apenas uma aventura, professora
McGonagall — Dumbledore falou do seu quadro. — A propósito, sim, Harry
os ressentimentos de Sirius voltaram ainda mais intensos. Acho melhor
tomar providências.
Ao ouvir aquilo Harry percebeu que era a última palavra. Ele devia ir
imediatamente atrás de Sirius.
Despediu-se rapidamente de Minerva e foi ao encontro de Rony e Hermione
no salão comunal.
Contou-lhes o que estava acontecendo. Num piscar de olhos, já estavam
prontos e partindo através dos campos molhados e cintilantes dos
arredores do castelo. Após os portões, desaparataram.
A casa dos Ridlle estava anormalmente quieta.
– Acho que ele não está aqui... — Murmurou Rony medroso.
– Não vamos saber até entrar. — Sussurrava Hermione.
– Que tal voltarmos e pedirmos ajuda!? — sugeriu Rony nervoso. — Com
certeza o Sirius não está tomando um chazinho com você-sabe-quem...
– Rony você que quis vir, então não reclame! —
Respondeu a garota num tom seco.
– Fiquem quietos. — censurou Harry.
– Olhe! — Hermione apontou para um vulto preto que acabara de aparatar.
— É o Macnair e o...
– Snape. — Completou Harry em tom desafiador.
Enquanto os dois se encaminhavam para dentro da casa, as folhagens ao
extremo oposto dos garotos começaram a se mexer.
– Quem está aí..? — perguntou Macnair cauteloso.
Olhos vermelhos se destacaram dentre as folhagens, e Harry pôde perceber
que o padrinho tencionava fazer a maior besteira de sua vida.
Sirius, em sua forma canina, pulou para cima de Snape, mas este foi mais
rápido. Em pleno ar, Sirius foi arrebatado com um feitiço estuporante.
Sirius ficou imóvel no chão.
– Ora, ora, ora... Vejam o que temos aqui... — disse Snape irônico,
enquanto se aproximava do cão inerte. — Alguém que achou divertido
morrer e quer tentar outra vez.
– Mas que idiota, o que o Sirius tem na cabeça? — Disse Rony.
– Ele vai matá-lo, precisamos ir até lá!
– Não, Harry — Hermione segurou-o pelo braço. — Precisamos esperar uma
oportunidade, senão todos nós morreremos. Há mais comensais lá dentro.
– é uma pena que eu não
tenha tempo para ouvir o que há depois da morte, cachorro pulguento... —
Snape apontou a varinha.
– Hermione, tem de ser agora — Harry fitou a amiga.
Ela hesitou, mas no fim concordou, junto com Rony.
Por um segundo Harry lembrou-se da pior cena de sua vida: Snape com uma
varinha na mão, e a mesma cara de desprezo preste a assassinar alguém
desarmado e indefeso.
Mas havia uma diferença. Harry não estava amarrado.
– Avada... — Começou Snape, mas foi interrompido:
– EXPELLIARMUS!
Harry conseguira desarmá-lo, no mesmo instante que Macnair hasteara sua
varinha.
Era a oportunidade que Sirius esperava. Parou de fingir-se desacordado e
saltou para o braço do comensal, estraçalhando-o vorazmente.
Macnair urrou de dor, enquanto Harry corria para impedir que Snape
recuperasse a varinha.
– POTTER! — Ralhou Snape.
– Estoporius! — gritou Hermione e Macnair caiu no chão, entorpecido.
Rony pegou a varinha de Snape enquanto Sirius voltava ao normal. Os
quatros acuaram-no, rodeando-o.
– Vão se arrepender... todos vocês... — a voz de Snape estava embargada
pelo ódio. — E você, Harry? O que diria se soubesse de toda a verdade?
– Mas que...
Antes do primeiro movimento, Snape havia desaparatado num piscar de
olhos, em meio a risos debochosos.
Harry ainda tentou impedir, mas era tarde demais.
– Seu covarde! — Gritou Sirius.
As luzes da casa começaram a se acender, enquanto os sons de vários
passos avançavam para o jardim.
– é a nossa vez. Vamos! —
Gritou Hermione.
Os passos e vozes estavam mais perto. Sirius, Rony, Hermione e Harry
entreolharam-se, desaparatarando logo em seguida para frente de
Hogwarts.
McGonagall passou o resto da manhã dando sermões em Sirius.
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