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— 44º
Capítulo
—
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o último segredo
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arry, Rony e Hermione correram em direção ao quarto de Sirius após o
sinal positivo de Ramon.
Ele estava num dos quartos, deitado em uma cama com lençóis brancos —
manchados de sangue. Seu peito marcado por cicatrizes estava exposto.
Vários vasos de poções estavam espalhadas pela mesa de cabeceira. Um
líquido verde musgo foi o que mais prendeu a atenção de Harry, este
brilhava e tinha o cheiro bastante agradável.
– Cradido... serve para feridas profundas... — disse Sirius ao fitar a
expressão dos garotos.
– O que houve com você? — Perguntou Harry aproximando-se da cama.
– Agora eu estou ótimo, Harry, é o que importa.
– Quem lhe atacou dessa forma? — Perguntou Hermione.
– Não pude ver, estava de costas.
– Se o Snape não estivesse enfeitiçado, poderia jurar que foi ele.... —
Disse Rony.
– Não, não... todos que estavam na batalha viram como funciona um
sectusempra, e não é difícil de aprendê-lo — arrematou Sirius. —
E... Rony, eu sinto muito... por...
Rony balançou a cabeça positivamente e segurou ainda mais forte a mão de
Hermione sem dizer uma única palavra.
– Sirius... já devem ter lhe contado, mas Fawkes me ajudou na batalha...
no momento em que você saiu — Harry olhou nos olhos de Sirius, esperando
por uma confirmação.
Ele sorriu largamente:
– Quando o vi naquele casulo, a primeira coisa que pensei foi em
Fawkes...
– E como você o achou? — Perguntou Hermione admirada com a pergunta que
Harry não havia discutido com ela.
– Quando estava sob a maldição do véu eu vi o lamento da Fênix. Ela
passou muito tempo no túmulo dos pais de Dumbledore. Após isso passou a
morar na Floresta Negra e nos arredores de Hogwarts, sem ninguém notar.
– E você aparatou até a Floresta Negra? — Perguntou Rony estremecendo-se
ao lembrar das aranhas.
Sirius pareceu refletir, mas Harry interveio:
– Você não conseguiu esses ferimentos na batalha, mas sim na Floresta
Negra, não é verdade?
Sirius sorriu novamente:
– Estaria morto se Fawkes não tivesse derramado algumas lágrimas em mim
antes de ir até você, Harry... Culpa dos filhos de Aragogue... — Ele
olhou para Rony, que fez uma careta.
– Fawkes sempre esteve nos ajudando... — Harry lembrou-se do segundo ano
e seu embate com o Basilisco e a primeira Horcruxe.
– E como estão todos? Os Weasley, Minerva, Bicuço...? — Perguntou
mudando o assunto.
– Estão todos bem, as coisas irão melhorar agora — respondeu Harry.
– Só não entendo o porquê do Hagrid insistir em manter a Resfine junto
com o Bicuço. Eles não param de brigar...
– Os dois se amam, Hermione... não se lembra de você e o Rony? — Disse
Sirius, e Harry riu, deixando os dois envergonhados.
– Meninos, deixem-no, agora ele precisa descansar — Ramon entrava no
quarto com um bule de porcelana com detalhes em chinês em suas alças. —
Hora do chá, Sirius...
– Isso de novo... — Sirius respondeu lançando um olhar repugnante ao
bule.
Todos riram.
– Até mais, Sirius — disseram.
– Até... — respondeu sem tirar os olhos do chá.
Harry, Hermione e Rony passaram pelas cabeças de elfos penduradas nas
paredes.
– Acho que já está na hora, Rony. — Disse Hermione apreensiva, sem olhar
para os garotos, enquanto caminhavam.
– Va-vamos...
– Hora de quê? — Harry parou de andar.
PLAC
– Dobby!
– Meu Senhor, trouxe suas malas, me pediu para arrumá-las e aí estão...
— Harry olhou para Dobby e depois para Hermione, que estava espantada.
– Harry, você não poderia ao menos...
– Eu... olha, Mione, eu não... eu pedi. — A última palavra de Harry
saiu bem sublinhada.
Hermione olhou para Dobby feliz pelo favor e calou-se.
– Meu senhor... eu já estou indo para casa dos seus tios... algum outro
pedido?
– Não, Dobby, só não faça besteira por lá e obedeça tia Petúnia... ãhn...
só em casos sérios pode recusar... — Completou Harry vendo o rosto
insano de Rony.
Dobby balançou a cabeça e sumiu no ar deixando os dois malões incluindo
a gaiola de Edwiges sobre o carpete musgo do corredor.
– Te ajudo, Harry! — Disse Rony tomando a mala preta da mão do colega e
levando para um quarto ao lado de onde Sirius resmungava.
– Eu não esqueci. — Disse Harry com expressão inquisitiva.
Rony refletiu um pouco:
– Quando, Mione?
– Daqui a alguns minutos na sala de visitas... — Hermione lia um papel
que havia tirado do bolso.
– Querem fazer o favor de explicar?
– Vamos descer, Harry.
Ele acompanhou-os intrigado. Ao chegarem na sala, não havia
absolutamente ninguém, a não ser a senhora Black no quadro, que ainda
assim estava coberta por um manto.
– E então? — Perguntou Harry inquisitivo.
Antes que pudessem responder, ouviram um grito abafado vindo de dentro
do quadro da senhora Black. Hermione e Rony correram para descobri-lo.
– Saia daqui, intruso! — Gritava ela. — Quem é você!? Saia
imediatamente!
Quando o manto caiu, Harry estagnou.
– Prometo que não ficarei por muito tempo, Sra. Black — avisou
Dumbledore.
– Professor! — Exclamou Rony.
– Olá, Ronald. Como está a senhorita Granger?
Hermione sorriu timidamente.
– Harry?
– Be-bem... o se-senhor não estava em Hogwarts, professor?
– Sim, sim... Estava tendo notícias sobre Aberforth.
– Professor... ah, desculpe... mas o senhor não sabia do seu irmão? —
Perguntou Hermione franzindo a testa.
Dumbledore confirmou que sim.
– Mas, senhor, por que...
– Me perdoe Granger, mas agora não acho que seja um bom momento para
falarmos da relação entre meu irmão e eu... — Dumbledore sorriu
amenizador.
Harry lembrou-se do segredo que o professor tinha há muito com seus
amigos, o que o deixava seriamente indignado.
– Professor Dumbledore, sobre o que eu não podia saber... — Começou
Harry.
– E quem disse que você não podia saber, Harry? Tudo há o momento certo.
Harry fitou-o indagativo.
– E esse momento sempre chega. Acho que não há mais motivos para
esconder...
Rony e Hermione entreolharam-se.
– Você é um rapaz de coragem e muito altruísta, como todos já puderam
comprovar... — Dumbledore alinhou seu olhar junto ao de Harry. — Quando
Alvo Dumbledore morreu, nesse quadro ficou uma impressão extremamente
poderosa de sua mente e idéias. O que falei naquele dia aos seus amigos,
Harry, foi exatamente o que já aconteceu. Alguém precisaria morrer para
que Voldemort fosse destruído.
– Mas... se o senhor sabia por que não tentou impedir que acontecesse?
– Sou apenas uma impressão de Alvo Dumbledore, Harry... Não poderia
saber quem morreria, então...
– Como assim? — Harry interrompeu.
– Não sei se sentimentos é a palavra certa para definir o que um quadro
possui, mas temia que essa pessoa fosse você, Harry...
– Se assim fosse, por que não contou a mim!?
– Por que você seria capaz de se matar para destruir Voldemort.
Harry ficou sem palavras. Era verdade.
– Mas... seria melhor que a Gina...
– Você sabe que as coisas aconteceram do jeito que tinham de ser —
interveio Hermione. — Dumbledore pediu para que não saíssemos de perto
de você, mas você sempre foi bastante teimoso...
– E cabeça dura! — Completou Rony.
Harry ficou calado. Estava confuso. Tinha absoluta certeza de que se
soubesse disso antes poderia arranjar uma forma de terminar sem que
ninguém precisasse morrer.
– Deixa para lá, agora é tarde demais — disse pesaroso.
– Lembre-se de Quirrel e apenas entenda que o amor que Gina depositou em
forma de proteção em você foi o suficiente para desintegrar Voldemort
após a maldição ter sido repelida.
– Não deveriam ter escondido isso de mim... — Harry falou, mas por
dentro havia finalmente entendido.
– O importante é que Voldemort sumiu de nossas vidas... — pigarreou — de
suas vidas. — Dumbledore sorriu sarcasticamente para si mesmo.
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