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Capítulo Bônus —
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epílogo
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ma manhã calma e ensolarada ficava presa ao lado exterior do ministério,
onde mais um dia de trabalho seguia a rotina dos aurores e serviçais que
se aliviavam dos muitos tratos pendentes a serem resolvidos.
Era mais um daqueles dias em que a acústica débil do Ministério parecia
ser ainda pior.
Não que aquilo fosse um problema, afinal Ramon fazia parte do corpo de
funcionários há muito. Estava mais apressado do que o habitual, o que
fez um bruxo por detrás do balcão da secretaria interceptá-lo:
– Por que a pressa, Ramon? Desde que posso me lembrar, esta é a primeira
vez que chega tão cedo!
– Assuntos confidenciais. Nada que lhe interesse. — Disse sem parar de
andar. Sua voz estava bastante grave.
– Ramon! — Chamou o bruxo novamente.
Ele virou-se.
– Esqueceu seu crachá! — disse olhando-o com um ar de curiosidade.
– Claro, claro.
As pinturas de ambientes naturais nas paredes deixavam à atmosfera
barulhenta e estressante um tom mais ameno.
Ao longo de seu caminho até o ascensor, fora cumprimentado várias vezes.
Estava nervoso, tinha de admitir.
Contudo, ao chegar ao elevador, praguejou ao ter que deixar um bando de
pequenos aviões de papel passar na sua frente.
Caminhou com passos largos o corredor úmido e estreito que o levaria à
sala de Manutenção de Objetos Mágicos. Na anti-sala estava um auror
estagiário, cuidando da entrada da sala principal.
– Bom dia, Sézamos. Está tudo pronto?
– Sim, o Ministro já assinou a extradição. Vai remover agora?
– O quanto mais rápido melhor.
– Está se sentindo bem?
– E por que não estaria? — Sua face estava inexpressiva.
O estagiário olhou-o desconfiado, analisando seu olhar penetrante e
cortante. Um ar frio que habitualmente não lhe pertencia.
– Abra a porta, Sézamos, quero verificar se está tudo em ordem.
– Você conhece o feitiço — disse fitando-o firmemente nos olhos.
– Este deveria ser o seu trabalho. — Cortou-o.
Sézamos suspirou desconfiado. Levantou-se e tirou a varinha do bolso:
– Deletrius... — O rapaz encheu a boca para dizer tal feitiço. —
Alohomora.
A porta, em um solavanco, escancarou-se, mostrando uma sala comprida e
fria.
Ramon caminhou em direção a porta já aberta, e Sézamos fez o mesmo.
– O que pensa que está fazendo? — Perguntou Ramon impedindo que Sézamos
adentrasse a sala.
– O meu trabalho.
– Não hoje — E fechou a porta em sua cara, deixando Sézamos intrigado do
outro lado.
– Enfim...
A testa de Ramon começou a suar, escorrendo por todo o rosto.
– Sabia que não ia ser difícil... — Sussurrou para si mesmo.
O rapaz rodeou todo o manto vertical, parando em uma ondulação ao longo
do objeto, o ambiente não era um dos melhores.
A única iluminação vinha de um candelabro velho ao canto da sala, não
havia sinais de júbilo naquele local, um clima nostálgico pairava.
Suas mãos subiram lentamente tocando o tecido macio e sedoso, uma carga
de lembrança e dúvidas caíram sobre sua cabeça fazendo-o retirar a mão
rapidamente do manto.
– Você precisa fazer isso, você prometeu. — Seu interior dava-lhe
conselhos.
Novamente Ramon hasteou a mão à superfície do manto e o arrastou com
velocidade.
Um brilho intenso surgiu de um dos lados do magnífico espelho, suas
bordas estremeciam numa curvatura rústica.
Ele rodeou o objeto até ficar de frente com sua figura perfeitamente
refletida.
Sem acreditar no próprio nervoso que crescia inevitavelmente em seu
corpo, lançou um olhar desconfiado à sua própria imagem. Arregalou o
olhou depois de um susto suntuoso.
– Lord... — Ramon teve sua face empalidecida. Na imagem refletida no
espelho de Ojesed, uma figura ofídica postava-se atrás de Ramon.
– Aqui estamos novamente... — disse Voldemort sorrindo maliciosamente
para Ramon.
– Desculpe a demora, Lord... eu estive...
– Fugindo de Azkaban, devo imaginar. Bom trabalho. Mas nada disso
importa mais.
O bruxo secretário, no saguão de entrada, estava carimbando alguns
protocolos quando uma visão o surpreendeu.
– Bom dia, Grul, como estamos hoje?
– Como... como pode isso?
– Como pode o quê, Grul?
– Eu acabei de ver o senhor descendo pelo elevador agora a pouco...
– Dormiu bem hoje? Eu acabei de chegar. O bom e velho Ramon atrasado de
sempre — e deu-lhe um tapinha amigável nas costas, seguindo em direção
ao elevador.
Grul tinha os olhos estagnados.
– Se Dumbledore estivesse vivo, eu o agradeceria pela idéia valiosa —
disse vilmente referindo-se à pedra filosofal que foi guardada dentro do
espelho.
– Já está tudo pronto, Lord.
– Eu sabia que você não iria falhar, Severo. Ultrapassar o número mágico
sempre foi minha sina...
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