Poema que deu inicio ao I.P.U - Instituto de Poesia Universal


O Sono do poeta



Não acordem o poeta. Com os vossos profanos dissabores
Que o sono é profundo. Deliciado de sonhos peculiares 
Deixem-no na paz de um!... Cessem gritos e tambores
Descanso que merece. Antes de soterrar os seus pilares

Que uma laje ele constrói. Na indolência do seu intervalo
Letra a letra. Ele levanta o poema de entre os lençóis. Deitado
Tema que voa no tempo. Em dorso de alígero cavalo
Cubram-no com os vossos mantos. E poetizem a seu lado  

Deixem-no na sua quietude. Gozar a beleza insólita do instante
Eterna interinidade. Que o desmaio não inquieta na procura da norma
Dorme poeta!... Que o teu sono seja para nossa etiqueta. Resultante
Da incerteza da nossa arte. Que nos campos sem estrados. Informa

Quando acordares! Lenços bulidos em mãos ruínas. Saudarão o teu regresso  
Olhos fugidos no cansaço da leitura. Ainda terão um lúzio meigo para ti
Dorme poeta!... Mas tem cuidado com o teu sono!... Faz dele retrocesso
A assembleia espera o teu acordo. Eu, teu grito de revolta!... Acordei! E já te li

Agora tamborilemos. E acordemos as mentes enterradas na indigência         
Façamos dos nossos versos estradas de alcance. Alcatifadas de poemas
Corramos no leito da via. Como elos de aço na procura da clemência
Exigindo aos incultos. Que ab-roguem a bandeira do critério! - Anátemas

ferool

Quem é o poeta que dorme?!... E se fosses tu...
O que é... I.P.U ?
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O Poeta II