CENTRAL DE QUADRINHOS BRASILEIROS - OPINIÃO 1
ITABIRA. Criação de Emilson Ribeiro e Emir Ribeiro. É um índio Paraibano, chefe da tribo dos Tabajaras, que vive aventuras bem reais e calcadas na história colonial, no século XVIII. Para isso, Emilson, pai de Emir e Professor de História, vai fundo na pesquisa, buscando sempre as referências do passado, sem recorrer aos clichês tão comuns das HQs estrangeiras. Desenho de Emir Ribeiro. |
Liberdade criativa (Por Emir Ribeiro)
Nos meus mais de 32 anos militando nos quadrinhos, já pude sentir na
pele, ver e aprender muita coisa. Como consequência, tive de tomar medidas para
não sofrer tanto - ou sofrer menos - os efeitos nevastos da famosa lavagem
cerebral imposta a todos nós, de todas as formas possíveis: explícita,
subliminar ou indireta (via os conhecidos "inocentes úteis"). Meu discurso é
antigo, mas infelizmente muita gente ainda acha que é exagero. E atribuo essa
descrença à falta de uma análise mais apurada dos fatos. Se pararmos um pouco
para pensar, descobriremos bem mais, e em consequência, seremos forçados a tomar
um atitude... do contrário, o quadrinho e o artista Brasileiro jamais passará
disso que foi há 30 anos e continua sendo até hoje: um mendigo diante das
poderosas corporações forasteiras que aqui se instalaram e tiram proveito da
população.
Para começar, cabem as perguntas: 1) Porque os artistas, ao realizarem suas criações, costumam optar por centrar o palco da ação nos EUA e usar nomes ingleses nos seus personagens ? Você conhece algum personagem "Brasileiro" com nomes como "Le souris-homme" (Francês), "Uomo-Topo" (Italiano), Hombre-Ratón (Espanhol)? Você já viu algum evento da moda com este título "Stadt-Mode-Woche"(Alemão) ? Mas existem aos montes os tais "Cidade Fashion Week", e muitos Mouse-men, Super-Sheets e outros, não é ? Porque a língua inglesa é sempre a preferida ? A resposta para todas estas perguntas é: Porque todos somos vítimas de uma verdadeira lavagem cerebral durante décadas e décadas, perpetrada pela indústria dos EUA, visando nos empurrar goela abaixo sua língua, costumes, mitologia e valores culturais. O funcionamento é simples: as mensagens que querem passar para nosso cérebro são tão repetidas, insistentes, e em todos os canais possíveis de divulgação, que acabam se fixando no nosso subconsciente. Ficamos, pois, "programados" de uma maneira que sempre tendemos a repetir aquilo que nos é imposto de forma velada.
Só como exemplo, certo dia, uma amiga observou que estava - sem querer - começando a cantarolar uma determinada música. Ela fez a seguinte observação: "- Eu detesto esta música! Porque a estou cantando ?" Simples: porque foi programada subconscientemente, através da repetição em todos os locais por onde passava, e estava apenas repetindo por automação - mesmo contra a sua vontade - o que lhe foi implantado. É o tipo de artifício que qualquer iniciante na área psicológica conhece muito bem. É um dos métodos usados pela mercadologia. A mesma mercadologia que nos ensina a sermos mansinhos feito cordeiros, e jamais reagirmos a essa invasão camuflada.
Observe como funciona essa outra estratégia, a qual é mais comum nos filmes... O mocinho é o estadunidense, bonzinho, bom pai, bom marido e bom de tudo. O vilão geralmente é LATINO ou árabe, e o sujeito é mau, sem escrúpulo algum, e sem o menor respeito com a vida humana. O vilão passa o filme todo matando gente e humilhando o mocinho, a ponto da platéia vir a desejar sua morte. Acontece que o herói não tem intenções de matar o vilão, mas sim de prendê-lo, pois tem de agir dentro da Lei, e nunca usar os métodos do bandido, do contrário estará se igualando ao mau sujeito. E o mocinho não pode ser baixo como o bandido. Mas apesar disso, no final, o mocinho acaba estrepando o vilão e a platéia explode em delírio, aplaudindo. Agora, é só tirar as conclusões, após ver o filme. O que se pode deduzir disso tudo ? Vou dizer apenas uma: o expectador fixará quase tudo no subconsciente, e tenderá a agir como lhe foi induzido. Ou seja, se por acaso, no futuro, uma certa pessoa ou corporação lhe fizer mal, por exemplo - escondendo suas revistas das bancas, para que não seja vendida, e você amargue um baita prejuízo - a vítima tem de ficar quietinha e mansinha, apenas se maldizendo da sorte, pois se reagir estará se igualando aos maus sujeitos. Por isso, as pessoas vêem o crime sendo cometido contra o artista brasileiro e não reagem para não passarem por vilões. Não... como disse Cristo, "Se lhe dão uma bofetada em um dos lados do rosto, não reaja, mas sim ofereça-lhe o outro lado do rosto para que seja batido também." Por conta disso, as pessoas acabam se revoltando contra o artista nacional que reage à toda essa patifaria. Taxam-no de "xenófobo", "preconceituoso", "anti-americano", "censor" e outros adjetivos. Nenhuma surpresa. Foram programados para isso. Estão apenas cumprindo sua doutrinação e sendo meros títeres. Portanto, esses pobres coitados não merecem nem a nossa raiva... São estes um dos grupos dos "inocentes úteis."
A comentada "liberdade criativa" não existe para quem não resiste a essa doutrinação contínua. A verdadeira liberdade estará em quem se recusa a seguir os ditames da programação, e toma suas próprias decisões, optando por soluções que não são encontradas nas tais propagandas.
Outra faceta da doutrinação é o uso de multiplicadores da propaganda - outro grupo dos "inocentes úteis". E nessa parte, a mercadologia usa sua fragilidade - aquela mania de se acompanhar a massa - tal como uma manada que segue seus líderes. Onde o grupo da frente vai, a boiada o segue automaticamente. Com a massa humana acontece fato similar, quando não se raciocina. Se alguns dos bois pensassem, poderiam se perguntar : "- Será que o caminho que o grupo-líder decidiu tomar é mesmo o melhor para nós ?" Mas, gado não pensa. Nós pensamos. Temos de ter opinião própria, e não sermos dirigidos por propaganda estrangeira. É preciso dar um fim a essa mania de "se muitos estão fazendo, eu vou fazer também, apenas para imitar os outros, ou porque a mídia está mandando". Seja original. Seja você. Resista à programação. Crie, decida e use algo realmente seu, sem qualquer influência mercadológica. REAJA !! LEIA MAIS >>>>>
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