A Cia Forte, experimenta nesta montagem linguagens diversas, fundindo vídeo, teatro e música.

A adaptação  dramatúrgica, busca as cenas ocultas,  as intenções  sugeridas como forma de tornar atual e instigante  a obra.  Sai  da  ilha  e  busca o mundo,  buscando  descobrir  a essência da verdadeira humanidade em nós.

A ação se passa na fictícia ilha Rossum (nome criado  a partir da palavra tcheca rozum, que significa "razão"), situada em  algum  lugar  do oceano e que abriga a central  da  fábrica Robôs  Universais Rossum (R.U.R.). A empresa oferece  andróides como mão-de-obra barata. Os autômatos apresentam a faculdade de tomar decisões e assim, declaram guerra à   humanidade,considerando o modo  de  vida  do  homem   prejudicial `a sobrevivência do planeta.

Segundo  Capek, "seu único interesse seria os homens,  e não  os  robôs...", este é também o pensamento da Cia Forte  de Teatro.

A Cia  busca  avançar na pesquisa da  natureza  humana, refletindo  a  partir  de  uma obra consagrada  da  dramaturgia universal: "R.U.R.”.

Com a  criação  dos robôs, a terra é dividida  em  duas classes:  aqueles  que  têm  o  controle  e  aqueles  que   são controlados.  Os robôs dão forma a esta última  classe,  que  é projetada  para  servir àqueles que cultivam o  ócio.  Qualquer semelhança com nossa sociedade não é mera coincidência...

Uma das  maiores  fantasias do homem  é  construir  uma máquina capaz de agir e pensar como ele. Este desejo exprime  a vontade de possuir um "escravo metálico" que satisfaça todos os seus desejos.

Em “R.U.R.",  Karel  Capek ecoa  as  idéias  exploradas primeiramente por Mary Shelley em "Frankenstein"  (1818).  Como ela,  Capek  está  pedindo  também  que  o  homem  reflita as conseqüências da ciência. Não é simplesmente se  o  homem  pode conseguir algo com a tecnologia, mas até que ponto deve.

Capek  faz  desta  história, uma metáfora  sensível  das lutas  de  classes. O final otimista é a vitória  do  amor,  da humanidade que há dentro de nó.

A peça tem adaptação de Carlos Delgado, direção musical de  Sérgio  Geléia,  concepção plástica de  Márcio  Gato  e  no elenco: Carlos Delgado, Gláucia Enes e Daniel Furtado. A trilha sonora ao vivo é executada pela Banda Os Selvagens Civilizados. O espetáculo cumprirá temporada no segundo semestre  de 2009 em Belo Horizonte.