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GALEGUIDADE

SOMOS OS GALEGOS, os homens e mulheres do Extremo Occidente Ibérico e Europeu, os filhos da verde terra recortada por rías, que assistem cada tarde á ardente entrega do Pai Sol nos braços da Mae Mar, além do Finisterre.

Nao nos considera-mos nin melhores nin piores que ninguém, porem, amamos á nossa terra como o que máis. Somos um povo humilde, flexível, discreto por fora, alegre por dentro, tenaz e emprendedor, com extensa fama de trabalhar bem e de producir calidade. Os nossos homens estao orgulhosos de que as nossas mulheres valen tanto como eles, nin mais nin menos, pois já tiveron ocasiao de demostra-lo cumplidamente. Temos muitas grandes mulheres -sólidas como granito e doçes como o mel- na nossa memoria coletiva, a oficial e a de cada familia.
...Porque nascimos num país tao belo e tao sagrado, tao atractivo, tao super-povoado desde a Prehistoria e tao maltratado pela Historia, que, com demasiada frecuência, o último recurso dos mais bravos foi sair á aventura, a buscar-se a vida en nacións lonxanas, siguindo o caminhar del Sol, en tanto que a muller tirava adiante da familia... E a onde chegába-mos -e em toda parte atópase un galego-, trabalhába-mos duramente, construíndo patria e familia na nova patria, e integrándo-nos perfeitamente en ela...mais jamáis deixamos de amar apaixoadamente a nossa MAE GALIZA.

Ademáis de ser galegos, compartilha-mos idioma com nossos irmáns portugueses, brasileiros, e os de toda parte do mundo onde Portugal atreveu-se a chegar... viemos do mesmo rexo tronco de carballo que os astures, e temos muitísimo em común, nas raíces, com os povos célticos dos outros Finisterres atlánticos: Bretanha, Gales, Escocia, Irlanda... ainda que tambén somos saudosos da sabeduría e do sentimento estético de liberdade individual do avó grego.

A nossa cultura moderna está totalmente impregnada de férrea civilizacao romá e de belicoso cristianismo medieval, suavizados por séculos de lutas e conquistas sociais do bon pobo-chao europeu, com o que nos mantivemos comunicados através do Caminho de Santiago, do intercambio marítimo, e pela influência a distância ou pelo retorno dos emigrantes... Favorecidos pela ilustracao e pelos ideais democâticos emanados da evoluçao geral da Europa e do Occidente, fuímo-nos liberando do feudalismo opresor e oscurantista dos nossos caciques, seglares ou laicos. Ninguém acredita mais neles, ainda que "haber, hailos".

...E, por case mil anos de compartilhar historia juntos, sentímo-nos profundamente espanhóis. E temos a sorte de encontrar-mos em família com os muitos millóns de persoas que, en ducias de nacións do mundo, falam castelao; e emprega-mos o castelao como lingua universal com a mesma naturalidade com a que usa-mos o galego entre nós, retornando ao castelao inmediatamente, se consideramos que alguma pessoa presente pudera sentir-se extranha... Parecería-nos unha imperdonável falta de delicadeça, pela nossa parte, que alguém se sintise extraño entre nós... sobre tudo tratándo-se de outros hispanos ou lusos. Na América do Sul chama-se "galegos" a os espanhois, sejam de onde sejam (e, no Brasil, chaman-se assim também as pessoas de cabelo louro). Ahí onde existe unha Casa da Galiza, essa é a Casa da Espanha.

Nao somos separatistas, porque temos viajado, e o viajeiro tórna-se aberto, unificador. Nao menosprezamos a ninguém, porque temos unha dívida de eterna gratitude con muitísimas xentes de boa vontade que nos acolheron nos seus países. Somos ciudádans do mundo. E nos parece ben que vaian uníndo-se as nacións do planeta, e cremos que já está na hora de que todos coloque-mos tudo o nosso empenho para que essa uniao seja o mais armoniosa possível, preservando todas as diferênças positivas, as que enriquecem a variedade humana; e jogando ó lixeiro da historia todas as diferencias negativas... aquelas que nos facem recear uns dos outros ou até enfrentar-mos violentamente, con justiça ou sem ela.

POR ESSA UNIAO ARMONIOSA imos trabalhar desde este magazine virtual...começando pela própria uniao dos galegos espalhados pelo mundo, e aproveitando as facilidades tecnológicas da nova era na que acabamos de entrar...a era das ondas... ondiñas vem e vao, rianxeira... BOA ONDA, IRMÁS E IRMÁNS DA GALEGUIDADE CAMINHANTE...que a Boa Onda nos una e nos abrace.

ADEMAIS DE SER UM PAÍS EXPORTADOR DE CAMINHANTES, tocóunos o destino de ser un país receptor de Caminhantes ...Finisterre exerce sobre xentes de todo o mundo o mesmo atrativo fascinante que puxóu aos nossos antepasados a percorrer todo o continente europeu, até estabelecer-se junto ao cabo remoto ante o que o Disco Solar deita-se no cálice íntimo da Señora do Mar... esse é o símbolo do processo de morte iniciática do homem vello, para que o novo poda amanhecer, que refléja-se, cristianizando as súas etapas com sete cruceiros, no escudo da Galiza. Tocóu-nos um destino viajeiro, como o do Sol pela Vía Láctea, e un padroeiro que é o de todos os que se procuram a sim mesmos no Caminho. ASSIM POIS, DEDICAMOS O NOSSO TRABALHO TANTO A OS CAMINHANTES QUE ACUDEN A GALIZA... COMO A OS QUE CONTINUAM OS SEUS CAMINHOS DE SANTIAGO LONGE DE ELA, MOVIMENTADDOS POR UM VISCERAL E INEXPLICÁVEL IMPULSO. FELIZ VIAGEM E FELICES ENCONTROS...

O Padroeiro dos caminhantes, da Espanha e da Galiza, o Senhor Santiago,
non só representa o espírito iniciador aos conhecimentos que O Viajar da, papel que, antes da cristianizaçao, representaram o céltico Lug, o grego Hermes ou o romano Mercurio...senao que tambén é o modelo puro da máis noble hospitalidade, corazón continental que acolhe, sem descriminar, a todos quantos têm coragem bastante para sair na procura de sí mesmos
ao Sendeiro do nao habitual...