A SELEÇÃO DO SÉCULO

 

 

Escalemos a nossa Seleção do Século, reunindo, em cada posição, os melhores jogadores que o mundo já conheceu. Vamos nos abstrair do tempo e, como num passe de mágica, torná-los todos contemporâneos. Nosso time entraria em campo com:

Yashin

Carlos Alberto – Figueroa – Bobby Moore – Nilton Santos

Maradona – Beckenbauer – Rivelino

Garrincha – Pelé – Puskas


                       

Na meta, Yashin é uma unanimidade. Até hoje é considerado o maior goleiro que o mundo já conheceu. Como sempre soube sair bem do gol, funcionaria quase como um primeiro líbero atrás dos zagueiros. Nas laterais, Carlos Alberto e Nilton Santos, alguma dúvida? Os centrais seriam Figueroa e Bobby Moore, por diversas razões: ambos tinham excelente visão de jogo, marcavam duro, se deslocavam facilmente na cobertura da defesa e sabiam sair jogando. O meio de campo teria Franz Beckenbauer como um líbero adiantado à frente da zaga e dois excelentes jogadores de criação, Maradona e Rivelino. Defensivamente, Maradona daria o primeiro combate pela direita, Beckenbauer flutuaria livremente diante da zaga, enquanto Rivelino também ajudaria pela esquerda. No ataque, esbanjando talento, Garrincha, Pelé e Puskas. Pelé voltaria para buscar jogo, como um autêntico centro-avante clássico, avançando com a bola dominada. Lá na frente, Garrincha e Puskas esperando pela chegada de Pelé para as triangulações, contando ainda com o apoio ofensivo de Maradona pela direita, Rivelino pela esquerda e, às vezes, surgindo Beckenbauer, de surpresa.

 

Os principais reservas seriam: Sepp Maier para o gol, Paul Breitner para as laterais, Domingos da Guia para as zagas centrais, Baresi para a posição de líbero (Beckenbauer) e quarto-zagueiro, Cruyff  na criação (Maradona ou Rivelino) e, para o trio de ataque, Di Stéfano e Kocsis.

 

O único jogador deste time que não aparece em nossa lista dos maiores jogadores do século é Carlos Alberto Torres. Do mesmo modo, não incluimos tantos outros, como o meio-campista Boszik da Hungria, Neeskens e Van Basten da Holanda, George Best do Reino Unido, Djalma Santos, Didi e Julinho do Brasil, Fillol e Passarela da Argentina, Rummenigge e Matthëus da Alemanha, etc. Com a inclusão de Carlos Alberto, pretendemos homenagear todos os que ficaram fora de nossa lista, não pelo fato de não terem sido grandes craques, mas porque com tantos fora-de-série, a relação seria quase infindável.

 

O esquema tático de nossa Seleção do Século seria, como ponto de partida, uma espécie de 4-3-1-2 (ver ilustração). Ocorre-nos, porém, uma pergunta: com um time desses seria necessário qualquer esquema? Melhor seria deixá-los à vontade em campo, eles certamente saberiam o que fazer. Lembram-se do Brasil na Copa de 58, na Suécia? Os próprios jogadores reunidos reformularam a equipe, que assim pôde partir para a grande conquista. Que dirá, então, de um timaço como este?

 

 

 

           

            André Luiz Medeiros

            Dezembro de 1999

 

 

 

André Luiz Medeiros

E-Mails para a coluna: alspm@unisys.com.br


   

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Os maiores jogadores do século

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