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JORGE SANTOS • BRAGA • PORTUGAL |
Aquilino Ribeiro | |||||||||||||||||||
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Aquilino Gomes Ribeiro nasceu a 13 de Setembro de 1885, em Carregal de Tabosa, no concelho de Sernancelhe, Beira Alta, e faleceu em Lisboa a 27 de Maio de 1963. Orientado pela família para a carreira eclesiástica, estudou em Lamego e Viseu, antes de ingressar no seminário de Beja, onde esteve de 1902 a 1904. Por ausência de vocação, abandonou os estudos teológicos e dois anos depois já está em Lisboa, onde se dedica ao jornalismo e se envolve em actividades políticas de natureza revolucionária, tendentes a derrubar a monarquia. Na sequência de uma explosão acidental no seu quarto, na qual morreram dois carbonários, foi preso. No entanto, conseguiu evadir-se e exilou-se em Paris, só regressando a Portugal no início da grande guerra, em 1914. Em 1906 começou a publicar em fascículos A Filha do Jardineiro, escrita em colaboração com José Augusto Ferreira da Silva, que, no entanto, ficou incompleta. Entre 1910 e 1914 frequentou em Paris a Sorbonne. De regresso a Portugal leccionou durante algum tempo no Liceu Camões (1915-18) e trabalhou na Biblioteca Nacional entre 1919 e 1927. Nessa fase ajudou a fundar a revista Seara Nova, tendo integrado a sua primeira direcção. Entretanto envolveu-se em actividades conspiratórias contra o regime autoritário surgido do golpe militar de 1926. Detido na sequência de um levantamento abortado, conseguiu evadir-se, tendo-se exilado novamente em França, donde só regressou em 1932, após uma amnistia. Em 1935 foi eleito sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, tendo passado a sócio efectivo em 1958. A publicação do romance Quando os lobos uivam deu origem, em 1959, a um processo judicial de natureza censória contra o autor. Ao longo da sua vida exerceu uma intensa actividade literária, abrangendo, além da ficção, biografias, crónicas, ensaios históricos e literários, textos polémicos, a par com a tradução de textos marcantes da literatura mundial. A primeira fase da sua obra romanesca, que se prolonga até 1932, traz a marca da sua origem rural. Encontramos aí, como temas dominantes, a resistência dos espoliados à repressão moral dos seus instintos vitais; a exaltação do amor carnal e a integração do homem no conjunto das forças naturais. A partir de 1932, as personagens e ambientes urbanos predominam na sua obra romanesca, que, frequentemente, exprime uma visão pessimista da existência humana. O seu estilo caracteriza-se por uma exuberância vocabular que só tem paralelo em Camilo e os seus textos estão recheados de arcaísmos, regionalismos e termos da gíria popular. Algumas das suas obras exploram temas lendários e hagiográficos. Tudo isso contribui para a criação de um ambiente pesado, com o seu quê de barroco, à revelia da literatura urbana do século XX. Como escritor, Aquilino não pode ser enquadrado em nenhuma das escolas e tendências da sua época. Tem na literatura portuguesa um lugar à parte. Em certos aspectos, e de forma mais evidente na sua linguagem, é um continuador de Camilo. |
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