Aparelho de Fundear

Descrição

 Conjunto constituído de:

 Âncoras;

 Amarras e seus acessórios (manilhas. escovéns. gateiras. mordentes. boças. etc.);

 Máquinas de suspender;

Âncoras

 Ferros

 Aguentar o navio no fundeadouro, evitando que seja arrastado por forças externas

 Ligado por manilha à amarra

Amarra

 Corrente especial constituída por elos com malhete

 Liga o ferro ao navio

 Quartéis da amarra - seções desmontáveis da amarra (1 Quartel comum possui 15 braças = 27,5 M)

Amarra (acessórios)

 Manilhas - Ligam a amarra ao ferro pelo anete (Manilhão) e os quartéis entre si

 Elos patentes - Desmontáveis, fazem o papel das Manilhas nas amarras modernas (Kenter e "C")

 Tornel - Permite à amarra girar em relação ao ferro

 Escovém - Serve de passagem para a amarra e de alojamento para o ferro

 Gateira - Aberturas feitas no convés, por onde as amarras passam para o paiol

 Mordente - Aparelho fixado ao convés entre o cabrestante e o escovém que tem por fim aguentar ou suster de pronto a amarra

 Quartel do Tornel (5 braças) - Quartel curto ligado ao ferro numa extremidade e ao tornel na outra

 Quartel longo (40 braças) - Em amarras cujos quartéis são ligados por manilhas

 Quartéis comuns (Navios de Guerra) - São numerados seguidamente a partir do quartel do tornel

Amarra (Dimensões)

 Seu comprimento é dado como múltiplo do comprimento padrão dos quartéis, sem incluir o quartel do tornel

 Varia de 6 (90 braças/165m) a 12(180 braças/330m) quartéis, conforme o navio

Amarra (pintura e marcas dos quartéis)

 1º Q. - Manilha /Elo patente - Encarnado

 2º Q. - Branco

 3º Q. - Azul

 4º Q. - Encarnado ... sucessivamente

 Penúltimo quartel - Todos os elos amarelos

 Último quartel - Todos os elos encarnados

Máquina de suspender

 Formada por uma máquina a vapor, um motor elétrico ou um sistema hidrelétrico, acionado um cabrestante ou um molinete, onde existe uma coroa de Barbotin (gola tendo em tomo diversas cavidades iguais que prendem a amarra, elo por elo, permitindo alá-la).

 No convés, entre o escovém e o cabrestante há uma ou mais boças da amarra, cujo fim é aguentar a amarra tirando o esforço sobre o freio do cabrestante quando o ferro estiver alojado no escovém ou quando o navio estiver fundeado, portanto pela amarra

 Mordentes para o mesmo fim

Tipos de âncoras e acessórios

 Almirantado

 Patentes ou âncoras sem cepo

 Danforth

 Especiais e Poitas

 

Partes de uma Âncora

 Haste - Barra robusta de ferro, cuja extremidade mais grossa se une aos braços, tendo na outra extremidade um furo para receber o pino que prende o anete

 Braços - Dois ramos que partem da extremidade inferior da haste

 Cruz - Lugar de união da haste com os braços

 Patas - superfícies em forma triangular que há nas extremidades dos braços

 Unhas - Vértices exteriores das patas

 Orelhas - Os dois outros vértices da pata

 Noz - Parte engrossada da haste, onde é enfiado o cepo

 Anete - Arganéu. ou manilha cujo cavirão passa pelo furo existente na parte superior da haste; onde é talagada a amarra

 Cepo - Barra de ferro que é enfiada na parte superior da haste perpendicularmente aos braços; possui um cotovelo para que possa ser prolongado com a haste quando a âncora não estiver em uso

 Palma - Aresta saliente na base inferior dos braços, nas âncoras tipo patente

 Ângulo de Presa - Nas tipo almirantado, é o ângulo entre a superfície de uma pata com a aresta que une a unha ao anete (+- 150 graus); nas tipo patente, é o ângulo máximo formado pela haste e o piano das patas (+- 45 graus)

Almirantado

 Substituídas a bordo pelas tipo patente devido ás dificuldades de manobra e arrumação

 Apresenta maior poder de unhar

 

Patente

 Mais conhecidos: Martin, Smith, Hall, Dunn e Baldt

 Não tem cepo

 Se uma das patas unha, a outra também ficará unhada

 A grande vantagem é a facilidade com que é manobrada a bordo

 Menor poder de unhar é compensada dando-se um pouco mais de filame à amarra.

 

Danforth

 Braços de forma semelhantes ao patente porém mais compridos e afilados e possui em cepo, colocado em cruz

 Têm a vantagem que o cepo dá ás tipo almirantado, ou seja, maior poder de unhar à proporção que a amarra exerce esforço

 Desvantagem de ser mais difícil de arrancar do fundo que as demais

 

Especiais e Poitas

 Ancorotes - Âncoras pequenas, tipo almirantado ou patente, empregadas nas embarcações miúdas e nos navios como ferro auxiliar para manobras de amarração

 Fateixa - Ancorote sem cepo, haste cilíndrica, tendo na extremidade superior um arganéu que é o anete e na outra quatro braços curvos que tem patas e unhas; servem para fundear embarcações miúdas

 Busca-Vida - E uma fateixa com 4 a 5 braços sem patas. terminando braços em ponta aguda; serve para rocegar os objetos que se perdem no fundo do mar como amarras ferros, etc.

 Gata - Âncora tipo almirantado mas com um só braço e cepo pequeno; serve para amarrações fixas

 Cogumelo - Para amarrações fixas

 Poitas - Pesos de várias formas, de ferro fundido ou de concreto armado; para amarrações fixas

 

Requisitos das Âncoras

 Poder de unhar rapidamente e aguentar firme

 Facilidade em soltar-se ao ser içada a amarra

 Dificuldade para entocar ou encepar

 Facilidade de manobra e arrumação a bordo

Bóia de Arinque

 Bóia cônica de pequeno tamanho, empregada para marcar o local em que foi fundeado o ferro

 Um cabo fino, o arinque, é amarrado ao arganéu da bóia e ao ferro

 Importante quando se perde o ferro, mostrando sua localização

 Bóia de BE pintada de verde e a de BB de encarnado

 Tamanho padrão da bóia: 35cm de diâmeiro e 65cm entre os vértices

 Comprimento do arinque: Não deve ser menor do que o fundo que se fundeia e não deve ser muito maior que ele; aconselha-se um comprimento igual a 1 1/3 do fundo da água para permitir as variações de maré e de corrente, ou para permitir um pequeno embaraço do cabo, ou para quando o ferro mergulha muito na lama.

 

Manobra

 Antes de fundear, deve-se ajustar o comprimento do arinque relativamente ao fundo que se deve fundear, para isto o Enc. Nav. fornece ao Oficial que está guarnecendo a proa, ou ao mestre, a profundidade local;

 Ao largar o ferro, lança-se a bóia e o arinque na água, o mais longe possível do costado;

 Em ocasião de extrema emergência devido ao mau tempo, e desde que não seja mais fácil ou mais rápido recolher toda a amarra e o ferro, pode o COMTE. ter de deixá-los no fundo, destaligando a amarra no paiol ou abrindo um dos elos patentes; nesta manobra é imprescindível a bóia de arinque

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