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Setembro de 1999


 

Recentes Alegações sobre o Sudário baseadas em dados anteriores duvidosos cientificamente 

 

AMHERST, N.Y. - Novas alegações que os grãos de pólen no Sudário de Turim o conecta com a Jerusalém anterior ao século VII, foram feitas em 2 de agosto por pesquisadores no Congresso Internacional de Botânica em Saint Louis. Na realidade, entretanto, as alegações estão baseadas em dados anteriores duvidosos cientificamente. Eis uma breve revisão de algumas alegações que foram divulgadas sem crítica alguma pelo Associated Press e outras agências de notícias.      

POLENS. Foi noticiado que os polens da mortalha provam sua procedência da Palestina, porém a fonte para os polens foi um criminologista free-lance, Max Frei, que uma vez anunciou como genuíno,  o "Diário de Hitler" falsificado. As amostras com fita adesiva retiradas da Mortalha por Max Frei foram controversas desde o princípio, uma vez que amostras similares retiradas pelo Projeto de Pesquisa do Sudário de Turim, em 1978, tiveram comparativamente poucos polens. Como se demonstrou, quando as fitas de Frei foram  examinadas após a sua morte em 1983, elas também continham poucos polens - exceto por uma em particular que carrega uma forte suspeita no início (ou fim), mais que na porção que tinha sido usada para colher a amostra da mortalha. (Ver a revista Skeptical Inquirer, julho de 1994 pág. 379-385.)

IMAGENS FLORAIS. Acompanhando a evidência não científica dos polens houve alegações que imagens quase transparentes de plantas foram "provisoriamente" identificadas na mortalha. Estas seguem "descobertas" anteriores de "moedas Romanas" sobre os olhos e até mesmo palavras em grego e em latim, tais como "Jesus" e "Nazaré", que alguns pesquisadores viram, a exemplo de Rorschach, na manchas sarapintadas da mortalha. As imagens florais foram relatadas por um psiquiatra que fez uma análise da imagem e outras alegações desacreditadas a respeito da imagem do sudário.

SANGUE. O Associated Press divulgou alegações de que a mortalha exibe manchas de sangue do tipo AB. Talvez esta informação errônea tenha sua origem em outras mortalhas falsas de Jesus, uma vez que as manchas do Sudário de Turim não apenas são uma de maneira bastante suspeita vermelhas (ao contrário de sangue genuíno que escurece com o tempo) mas falharam em uma bateria de testes realizados por especialistas forenses de renome internacional. O "sangue" foi definitivamente provado como sendo composto de tintas vermelho ocre e vermelhão tempera. 

TECIDO DE OVIEDO. Uma reportagem totalmente crédula e sem crítica alguma sugeriu que o Sudário de Turim ganhou credibilidade por estar ligado a outro tecido famoso, o Sudário de Oviedo, que alguns acreditam ter sido o "pano" que cobriu o rosto de Jesus. Infelizmente como outras "relíquias" de Jesus - umas 40 mortalhas, frascos de seu sangue e lágrimas, e outras relíquias dos monges medievais - o tecido de Oviedo é de procedência questionável. Não há nenhum registro histórico anterior ao século VIII e, em contraste com a mortalha, falta uma imagem facial. A suposta igualdade das manchas de sangue entre os tecidos de Turim e Oviedo é porém outro exercício de pensamento ávido. Assim como o alegado achado dos polens, uma vez mais a evidência vêm de fitas questionáveis de Max Frei.

DATAÇÃO. A afirmação de que os achados de sangue e pólen provam que o Sudário de Turim é anterior ao século VIII é -  baseada na evidência - absurda. O tecido da mortalha foi datado pelo rádio-carbono como originário por volta de 1260-1390 por três laboratórios diferentes. A data é consistente com a notícia dada por um bispo do século XIV ao papa Clemente VII,  que um bispo anterior tinha descoberto  a falsificação e que tinha confessado.

CONCLUSÂO. Como no passado, alegações de que o sudário de Turim pode ser autêntico são simplesmente baseadas na "ciência acobertadora"  - uma abordagem que se inicia com a resposta desejada. Em contraste, a ciência genuína demonstrou enfaticamente que a imagem da mortalha é o trabalho de um artista medieval e que o tecido nunca envolveu um corpo - muito menos o de Jesus.


Artigo preparado por Joe Nickell, Pesquisador Sênior e Membro do Comitê de Investigação Científica das Alegações do Paranormal (Committee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal) - CSICOP, e autor de Inquest on the Shroud of Turin.

Para entrevistar Nickell, contate 716-636-1425 X310.
Para a cobertura do estudo pelo AP
.
Para a cobertura do New York Times.

Veja também: Corpo de Evidências Mostra que o Sudário de Turim É uma Farsa 


Artigo originalmente publicado em setembro de 1999.
Tradução: Gilson C. Santos

   

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Gilson Cirino dos Santos.
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N.T.:No original "shroud science"; "shroud" foi usado neste texto com o sentido de mortalha, mas no inglês esta palavra também tem o sentido de acobertar, abrigar, proteger, etc. O autor fez um trocadilho com a palavra querendo dizer com "shroud science" uma "ciência" que acoberta, escolhe  fatos de acordo com os seus propósitos. Voltar para o texto