Em princípio qualquer telescópio serve para o digiscoping. Este método está a ser aplicado até com telescópios astronómicos. A qualidade do resultado final depende muito do conjunto óptico do telescópio. Os melhores resultados têm sido obtidos com o Leica - Televid 77 e o Swarovski AT80-HD. As características de maior importância são o diâmetro do objectiva, o poder de resolução e a eliminação das aberrações cromáticas. A maior parte dos especialistas recomenda o uso de uma ocular fixa de 20x ou 30x. Eu utilizo uma zoom 20/60x mas a maior parte das fotos são tiradas entre as 20 e as 30x.
Aqui o leque de escolha é muito menor. Práticamente todos usam Nikon Coolpix 990, 995 e 4500 pelos seguintes motivos:
- diâmetro do objectiva de apenas 28mm
- focagem e zoom internos sem movimento do elemento frontal que fica encostado ao telescópio.
- corpo rotativo em relação à objectiva o que permite colocar o visor LCD na melhor posição
Se utilizar máquinas com uma objectiva de maior diâmetro vai ter imagens com vinheta. Com o ajuda de um programa de tratamento de imagem pode posteriormente reenquadra-las e eliminar esse defeito.
Se a objectiva se mover para focar ou no zoom vai ter problemas em mantê-la no lugar, encostada ao telescópio, no momento do disparo.
A focagem é feita com o recurso ao visor LCD colocado na parte posterior da máquina. Quando a luz solar incide directamente no LCD, torna-se práticamente impossível ver alguma coisa devido ao reflexo. Para resolver este problema, já existem no mercado soluções que além de taparem a luz solar, aumentam 2 vezes a imagem no LCD facilitando, assim, a focagem.
Quando comecei o digiscoping uma das minhas maiores dificuldades era apontar o conjunto telescópio/máquina à ave a fotografar. Perdia muito tempo a encontar o alvo no visor e muitas vezes a ave não esperava. Por isso construí um aparelho de pontaria, com uma alça e um ponto de mira, que monto no telescópio e resolvem o problema.
