Sexo e TV
12345678 Não podemos negar hoje, o poder que a mídia tem. Em
nosso país, não há mais uma casa que não possua uma
televisão. Ela está em todo lugar, desde as mansões até as
favelas. "Mas isso é uma coisa boa", poderia pensar
você leitor. Seria, se o conteúdo mostrado por esta TV ajudasse
a conscientizar e enriquecer a cultura de nossa população. Mas,
infelizmente, o que se vê é justamente o contrário. Como
grande parte de seu público alvo é constituído de pessoas que
não terminaram o 1° grau sequer, a televisão se aproveita para
conseguir audiência em cima da ignorância de nosso povo. Ao
invés de cumprir seu papel social, que seria mais louvável, a
TV passa a ser um agente manipulador, com o único propósito de
conseguir mais audiência.
12345678 Se você ligar a TV aos domingos por exemplo, é melhor
tirar seu filho da sala. A indústria do sexo está cada vez mais
forte hoje em dia, e a mídia não fica de fora. Com programas de
baixo nível, ela consegue atingir uma grande parte de nossa
população e revoltar uma pequena parte de estudantes e
intelectuais que ainda conservam um mínimo de decência. Mas
não podemos culpar a população, pois todos nós sabemos dos
problemas que a educação enfrenta em nosso país. O que é mais
gritante é que, ao invés de lutar para ajudar a mudar esse
quadro, os grandes empresários que estão por trás dessa mídia
usam tudo isto para enriquecer. A falta de escrúpulos dessas
pessoas não tem limites. Eles conseguem prender o público com
determinado programa, e quando vêem que o programa está
decaindo, inventam outro ainda mais apelativo, tudo para manter a
audiência.
12345678 Analisemos as personalidades que passaram pela TV nos
últimos tempos. Primeiro estouraram os grupos de axé-pagode.
Com suas letras picantes e danças sensuais, ela logo conquistou
a mídia , sendo ouvida por jovens, adolescentes e até mesmo
crianças, que eram incentivadas por suas mães a dançarem só
de shortinho nos programas de auditório, disputando concursos
mirins. A justiça protestou e os donos de programas se fizeram
de vítimas, dizendo que não há mal algum para uma criança de
5 ou 6 anos dançar aquelas músicas, em cujas letras podia-se
distinguir coisas do tipo "vai ralando na boquinha da
garrafa". As musas foram surgindo, como a pioneira Carla
Perez, que já pousou nua pelo menos umas 3 vezes, a fim de
manter sua conta bancária; A tiazinha conseguiu arrancar
suspiros de muitos marmanjos, usando uma máscara de zorro e
chicotinho e a feiticeira, totalmente produzida em laboratório,
aspirando silicone por todos os lados, faz a festa da galera no
programa O-positivo. Mas o que faz o sucesso da garotada mesmo é
a nova onda funk, com letras mais apelativas e dança beirando ao
sexo explícito. São comuns hoje em dia trechos como o do funk
Jonathan II: "De segunda a sexta, esporro na escola. Sábado
e domingo, eu solto pipa e jogo bola. Mas eu já estou crescendo
com muita emoção. E eu já vou pegar um filé com
popozão" Como se não bastasse a total falta de cultura da
letra, ainda colocam um garoto de 7 anos para cantar. A mãe é a
maior incentivadora do garoto e acha um absurdo a proibição da
justiça à Jonathan de se apresentar cantando seu funk:
"Esses termos são comuns para a idade de meu filho".
Bom, ao menos que eu me lembre, quando tinha 7 anos eu estava
brincando de carrinho e aprendendo a jogar bola, e ainda
acreditava na cegonha. Será que nós evoluímos ao ponto de, na
sociedade de hoje, uma criança de 7 anos já saber, por exemplo,
o significado da palavra esporro? Ou será que isto tudo é um
erro da mídia, que mostra este mundo do sexo às crianças
precocemente. Acho que a resposta é óbvia.
12345678 A justiça proíbe, os intelectuais protestam, mas não
há muito o que fazer. Só uma coisa pode salvar esse nosso
país: a educação. Mas, pelo menos ao que parece, esta
solução está longe de se concretizar, já que o governo faz
cada vez mais descaso dela. O pior é que este processo de
banalização do sexo parece ser irreversível, e só tende a
piorar com o passar do tempo. Piorar não sei como, se até a
igreja ele já atingiu, como foi denunciado recentemente os casos
de abuso sexual das freiras por parte dos padres. Enquanto a
parcela da população que consome o sexo-barato mostrado pela
mídia não esboçar uma reação contrária à todo este
processo, a mídia vai continuar vendendo o sexo como se fosse
uma coisa banal. Como esta reação está longe de acontecer, só
nos resta esperar a nova onda a ser lançada pela mídia. Eu só
não consigo imaginar o que pode ser pior do que o funk, e,
sinceramente, tenho medo de descobrir...
Lord
Karnak
lord@karnak.zzn.com
Leia mais sobre este assunto em:
- Submissão sofisticada e com coreografia