- Ei, Harry! – gritou Hermione animadamente – Se você continuar assim Rita Skeeter nunca mais vai deixar você em paz, vai ser sua sombra ambulante!
Harry olhou indignado para ela, ele estava treinando quadribol, o Sol estava se pondo dando um tom laranja no céu. Hermione sentada nas arquibancadas assistia ao treino para a Grande Final, para variar contra a Sonserina.
O ano já estava no fim, inesperadamente Harry ainda não tivera que arriscar sua vida e a de seus amigos para salvar o mundo. Rony, Hermione e ele próprio achavam isso muito bom, seria menos marketing e propaganda para Rita Skeeter, embora ela já vivesse vigiando Harry querendo descobrir detalhes da vida pessoal dele, alguns com os quais nem ele mesmo se importava, como qual a marca de roupa preferida ou qual seria a viajem ideal para ele.
Porém o que era mais irritante eram as coisas que a jornalista inventava, Rita Skeeter é realmente péssima quando tira suas próprias conclusões, no entanto até que os milhares de fãs-clubes de Harry Potter espalhados pelo mundo adoravam as informações, mesmo que fossem falsas, havia pessoas que sabiam até qual era a cor da escova de dente dele.
Muitas pessoas tentaram negociar para estampar a imagem de Harry em produtos, só que ele negou terminantemente, já bastava ter várias fotos impressas nas revistas e ter que responder a um milhão de perguntas dos repórteres e das corujas que chegavam. Definitivamente Harry não gosta da fama!
Aquele ano havia mudado muito as pessoas, a começar por Gina que fez um teste para sair como modelo da revista
Beleza Mágica, é claro que praticamente obrigada pela Sra. Weasley porque Gina era extremamente tímida. Contrariando todas as expectativas ela foi a vencedora, passou o verão inteiro participando de desfiles e campanhas de cosméticos, ficou tão famosa quanto Harry.
Já o time de Quadribol da Grifinória ganhou Fred como capitão e Rony como novo goleiro.
-
Hermione! – exclamou Rony – Cuidado com o balaço!
A bola bateu na arquibancada a poucos centímetros da cabeça dela e voltou.
- Obrigada Rony, por ter demorado tanto para me avisar mais um pouco e esse negócio arrancaria a minha cabeça.
- Admita que essa seria uma hipótese engraçada.
***   ***

Os três estavam se dirigindo para a Sala Comunal da Grifinória após o jantar:
- Draco Malfoy vai querer morrer quando o jogo acabar – dizia Rony com uma nota de raiva – Sem dúvida a Sonserina não terá nenhuma chance contra nós.
- O que você quer com um bando de inúteis sem cérebro? – disse Hermione sarcástica – O máximo que eles podem fazer é pedir pro pai do Malfoy comprar novas vassouras.
- Só existe uma palavra para descrever o time da Sonserina – falou Harry – VEXAME!
- Mas voltando a realidade, quem vai ser o juiz da partida é o Snape – Rony estava indignado – E ninguém precisa ser adivinha para prever que o Malfoy terá favorecimento nesse jogo, ele e o Snape não dariam tão certo se fossem irmãos.
- Eles são tão parecidos... – argumentou Harry – A cada ano ficam mais insuportáveis.
- Bom, o Malfoy fica com o favorecimento e vocês com o talento – falou Hermione decidida.
- Sinceramente, nem em um milhão de anos eu pensaria em ser amigo daquele tipo de gente – afirmou Rony com mágoa ressentida.
- Acho que eles fazem a mesma idéia de você... – disse Harry.
- Chega, vamos parar de falar de Draco Malfoy e suas qualidades repugnantes – ela olhou para o corredor – Sua namorada vem aí, Rony.
- Oi! – hesitou o Weasley com um sorriso sem emoção.
- Porque você não foi jantar comigo? – perguntou Padma numa voz melosa – Eu fiquei te procurando por toda Hogwarts... vamos andar juntos?
- Não vai dar – disse Rony numa voz que não demonstrava arrependimento – hoje eu tive treino de Quadribol estou completamente cansado, indo direto para a cama.
- Por favor,... – insistiu, mas quando percebeu que não adiantaria nada resolveu mudar de estratégia – Está bem, mas amanhã você promete que toma café comigo?
- Prometo – disse depois de analisar a expressão dela.
Padma sorriu, deu um beijo meticuloso em Rony e saiu feliz pelos corredores. Quando ela já estava a uma boa distância Hermione olhou significantemente para Rony:
- Você não se arrepende de estar namorando ela?
- O quê te faz nisso?
- O fato de que ela é simplesmente insuportável somado ao jeito que você olha pra ela, já é suficiente?
- Isto te interessa? – replicou Rony perturbado.
- Desculpe, eu não queria te ofender – disse Hermione muito zangada – Só que não fui eu que comecei a namorar a primeira garota que se joga em cima de mim!
- Qual o problema? Você se esqueceu que ela foi meu par no Baile de Inverno?
- Não – respondeu secamente – e também não esqueci que você deixou ela sozinha a festa inteira.
- Você não tem moral para criticar os meus relacionamentos! – falou Rony com a voz esganiçada – Eu admito que você se divertiu muito com o Vitor Krum no Baile, e deve ter vivido uma linda história de amor enquanto ele esteve aqui em Hogwarts...mas definitivamente ele não é o namorado ideal pra você!
Na mesma hora que Hermione abriu a boca para responder, Harry resolveu interromper. Com tantos anos de convivência ele já sabia que os dois ficariam até amanhã ali discutindo enquanto pudessem.
- Eu estou adorando ouvir a paranóia de vocês – Harry virou e encarou os dois – Mas alguém se lembra da senha?
-
Chifre de unicórnio – responderam em coro.

**   **

Quando  acordaram na manhã seguinte, sabiam que a primeira aula seria Trato das Criaturas Mágicas, o que fez eles ficarem um pouco desanimados porque Hagrid prometera que iriam começar a estudar uma espécie nova que ele considerava fantástica, que traduzindo para Harry seria o mesmo que terrivelmente perigosa.
Eles se reuniram na frente da cabana de Hagrid, junto com alguns alunos que já esperavam ali, entre eles Draco Malfoy, que acompanhou com olhos desdenhosos chegada de Harry e os outros.
- Weasley, acho que você tomou Sol demais neste verão, sua cara ficou toda manchada – zombou ele.
- Muito engraçado – retrucou Rony com rispidez – Mas eu acho que você deveria ser menos distraído, caiu um pote inteiro de água oxigenada na sua cabeça e você ainda não teve tempo de reparar como está ridículo!
No mesmo instante a porta do casebre de Hagrid se escancarou provocando um grande estrondo. E lá apareceu o professor, com o mesmo ar amigável de sempre, um sorriso nervoso. Rúbeo estava completamente sujo, com o cabelo mais bagunçado do que o de Harry e parecia bem cansado:
- Bom dia! – arfou sem graça – Eu tive a impressão de que a nossa aula seria mais tarde hoje, então aproveitei para cuidar da horta. É, só que acho que me enganei. Esperem mais um pouco, eu já estou saindo...
E fechou a porta novamente.
- É impossível acreditar que esse pateta tem algo para nos ensinar – falou Draco em voz alta para que todos os alunos da Sonserina ouvissem –
Agora ele perdeu até a noção do tempo!
Harry sentiu tanta raiva de Draco que poderia lançar o
Avada Kedrava nele sem nenhum arrependimento. Mas Rony trocou olhares com Harry e Hermione avisando que era melhor ignora-lo se não quisessem uma nova detenção.
No segundo seguinte Hagrid apareceu novamente:
- Bom, a nossa aula será no cercado, eu trouxe um animal muito bonito para vocês estudarem – disse satisfeito e mandou os alunos seguirem-no em fila.
- Toda vez que ele fala isso eu morro de medo – comentou Hermione.
Quanto mais eles se aproximavam era possível distinguir o tal animal, Harry não teve dúvidas quando viu. Era um Cavalo Alado, ele sempre teve curiosidade de conhecer um, pois a maioria das histórias envolviam este ser, e Harry achava ele muito parecido com o unicórnio.
- Agora podem ficar em volta do cercado – mandou Hagrid, mas quando percebeu que ninguém se aproximava acrescentou – Ou vocês vão ficar aí parados e perder a maior oportunidade da vida de vocês!
Funcionou. Os alunos se aproximaram com certa cautela.
- E que fique bem claro, Sr. Malfoy – avisou Hagrid secamente – nada de ofensas, eu não quero ter problemas com o senhor.
Rony abafou risadinhas.
- Eu tive permissão para trazer somente duas raças de Cavalo Alado, as outras o Conselho considerou perigosas, se bem que na minha opinião vocês se divertiriam muito mais.
- Professor! – chamou Dino Thomas – Nós também vamos ter que montar neles?
- Por enquanto não. Há quatro diferentes raças, a Abraxana que é enorme e forte, a Etoniana popular na Grã-Bretanha, essas duas estão aqui. Mas alguém poderia me dizer quais raças faltam?
Sem novidade alguma, Hermione ergueu a mão ansiosa.
- São a Graniana e a Testrália – respondeu.
- Exatamente, dez pontos para a Grifinória – aprovou orgulhoso – Uma característica importante da Testrália é que sua pele é usada para fazer Capas da Invisibilidade.
- E essa pele não é usada para outros tipos de casacos? – perguntou Lilá Brown muito interessada.
- Não.
- Sabia que essa garota às vezes
me dá nos nervos! – exclamou Hermione indignada – Ela pensa que a coisa mais importante do mundo é moda e maquiagem!

**  **

No final da tarde, Harry e Rony andaram pelos corredores de Hogwarts.
- Aonde você vai? – perguntou Rony intrigado.
- Vou para o Salão Principal – Harry estava determinado, porém não conseguia esconder que também estava nervoso – Quero falar com Cho, vou convidar ela para uma festa de aniversário que vai ter na Lufa-lufa!
- Pelo menos sua situação esta melhor do que a minha... – a boca de Rony se contorceu numa careta – A primeira vez que eu gostei da Fleur passei por ridículo tentando convida-la para ir ao Baile comigo. E agora ela namora o cara mais nojento de toda a escória do universo, Draco Malfoy!
- Não seja pessimista, - Harry quis anima-lo – Fleur não está propriamente namorando o Malfoy. E quer saber, aquela francesa só gosta de meninos ricos e populares.
- Isto quer dizer que eu estou fora!
- Não, isto quer dizer que Fleur Delacor é superficial demais pra você!
Eles pararam de conversar, os dois sabiam como era a sensação de alguém estar te observando silenciosamente. O que estava acontecendo agora, uma aluna de mais ou menos treze anos estava parada na frente deles com uma maquina fotográfica:
- Olá, Harry – cumprimentou hesitante – Você pode tirar uma foto comigo? Sou uma grande fã sua...
- E deixa-me adivinhar – disse Rony – eu tiro a foto...
Ela deu um sorriso sem graça e entregou a máquina para Rony que bateu uma foto de Harry e a garota acenando.
- Obrigada! – e saiu como se tivesse feito uma coisa inacreditável.
-
Harry Potter, a cada dia o fenômeno me surpreende mais – disse Rony impressionado.
- Pare com isso, Rony! – Harry suspirou – Você sabe muito bem que pode ter muitas meninas que gostam de mim, mas justo de quem eu gosto finge que nem me vê.
- Você tem razão, por isso vou deixar os dois sozinhos. A Padma já me viu... – e foi falar com a irmã de Parvati que caminhava na direção dele muito excitada.
- Cho, posso te fazer companhia? – perguntou apontando para uma cadeira ao lado dela.
- É claro – disse suavemente – A propósito, obrigada pelo presente que você mandou ontem, é realmente lindo.
- Você está triste? – indagou preocupado ao reparar na expressão dela.
- Eu já havia me esquecido como você é tão gentil e carinhoso...
- Cho – ele disse seriamente – quando você precisar de qualquer coisa pode contar comigo.
- Eu sei – ela sorriu – você é o meu anjo da guarda...
Harry não respondeu, apenas ficou admirando-a. Ele queria muito mais do que ser o protetor dela, Harry desejava ser o grande amor de Cho.
No entanto por mais que tentasse conquista-la, mais ela construía uma parede invisível entre os dois que sempre os afastava.
- Talvez você consiga ficar alegre com o meu convite – disse num tom de duvida.
- O que é?
- Vai ter uma festa de aniversário na Lufa-lufa e eu pensei...
Cho Chang abaixou a cabeça desanimada.
- O que foi? – perguntou Harry confuso.
- É a milésima vez que você me convida para sair, e infelizmente é a milésima vez que eu tenho que te dizer não – sua voz soou arrependida – Eu sinto muito, Harry. Mas eu não estou com ânimo...
- Tem certeza? – insistiu – Às vezes eu acho que só te incomodo, mas a minha verdadeira intenção é te levar pra lugares divertidos... acho que eu sou muito chato mesmo, né?
- É claro que não – afirmou – Eu adoro suas corujas, seus presentes e principalmente a sua companhia. Entenda, o problema nunca foi você, sou eu...
- Eu realmente não entendo – falou Harry chateado – Mas também não vou desistir de conseguir te entender e fazer com que você também me entenda.
Eles sorriram.

      **   **
- Meu Deus! – exclamou Harry mal-humorado jogando um travesseiro em cima de Rony – Por que às vezes vocês não resolvem fazer uma boa ação e ir junto com o colégio inteiro para Hogsmeade, e me deixar dormir!
- Não é culpa minha –reclamou Hermione irritada.
- Qual é o motivo da discussão de hoje? – zombou Harry sentando.
- O Rony é perito em me tirar do sério!
- Muito simples para vocês dois – replicou Rony – Sou sempre eu o culpado de tudo, mas acho que dessa vez a Srta. Granger passou dos limites com o apanhador búlgaro.
Harry não conseguiu conter um sorriso, aquela cena estava ficando cada vez mais engraçada, apesar dele já saber
do quê eles estavam falando.
Só podia ser do Vítor Krum, de uns tempos pra cá as corujas dele se tornaram mais regulares e, isto incomodava muito Rony.
No começo Harry ficava com medo que os dois explodissem a Sala Comunal da Grifinória com uns feitiços que eles ameaçavam se lançar. Só que com o tempo ele aprendeu a achar divertido os ataques de ciúmes dos dois, os argumentos indo ficando sempre menos nexos.
- O que tem demais o MEU namorado mandar cartas para mim? – perguntou num tom de voz que sugeria que Rony só podia estar louco.
- Será que ele fez lavagem cerebral em você? – gritou zangado – Eu sei como são esses jogadores internacionais de quadribol, pensam que podem controlar a vida de todo mundo e é o que ele começou a fazer com você!
- Me poupe dos seus comentários – desdenhou Hermione – Pra sua informação eu não sou o tipo de pessoa que se deixa domesticar.
- Perdoe a minha ignorância, mas eu tenho uma objeção – criticou Rony aborrecido – Por acaso você se lembra que ele não sabe nem ao menos falar o seu nome.
- Você acreditaria se eu dissesse que acho bonitinho o jeito que ele fala meu nome? – disse Hermione.
- Não – respondeu secamente.
- Então não tente discutir comigo – concluiu.
- E você acreditaria se eu dissesse que irei casar com Padma semana que vem? – disse Rony no mesmo tom.
- Não – respondeu com a voz esganiçada – Mais essa idéia é completamente ridícula!
- Se comparada à idéia de você estar namorando Vitor Krum, me parece totalmente normal.
- Vem cá, Rony! – disse Hermione – Por que você está tão frustrado assim?
- Eu? Frustrado? – repetiu escandalizado – Acho que realmente seu cérebro não está funcionando direito.
- Chega, eu combinei de encontrar a Cho e a Gina esta manhã, então não posso ficar brigando com você – disse Hermione num tom de superioridade.
- Milagre! Vai abandonar a guerra? – satirizou Harry.
Ela bateu a porta com força.
- A Mione é muito egoísta – berrou Rony – Nem pra ajudar o Harry a conquistar a Cho, só pensa em si mesma – ele imitou a voz dela –
Não posso interferir porque esse assunto não é meu.
Ela abriu a porta de novo e disse como se fosse óbvio:
- Quer uma dica, Harry? Deixa a garota respirar um pouco, não precisa ficar atrás dela toda hora – e saiu apressada.
Harry lançou um olhar brabo a Rony.
  
     ***   ***

- Você tem certeza que eu vou gostar dela? – perguntou Gina receosa.
- É claro – garantiu Hermione – Eu conheci a Cho durante uma excursão nas férias, somos amigas até hoje, você vai ver ela é bem legal...
Não havia quase ninguém em Hogwarts, porque todos foram passar o dia em Hogsmeade, Cho estava observando o lago provavelmente com os pensamentos longe, porque nem reparou quando as duas chegaram.
- Olá, Cho! – cumprimentou Hermione.
Ela se virou e sorriu:
- Olá!
- Você já deve ter ouvido falar em Gina Weasley, a modelo internacional? – disse.
Cho olhou surpresa e cumprimentou Gina que deu um olhar simpático.
- Nossa! É óbvio que eu te conheço, você é tudo de bom! Sabe que o sonho de toda menina é ser modelo, linda e famosa assim como você! – disse Cho animada.
- Obrigada – falou sem graça – Mas você não fica muito atrás, eu conheço várias meninas que queriam estar no seu lugar, afinal Harry Potter é apaixonado por você! –
Eu sou uma delas, pensou.
Hermione, Gina e Cho ficaram várias horas sentadas conversando...
- Deve ser muito fácil pra você arranjar um namorado. – falou Cho a Gina, num tom de voz que não tinha dúvidas.
- Não tão fácil assim – admitiu com um pouco de desanimo na voz – Nunca dá pra saber o que eles estão sentindo realmente, alguns tiram sarro de mim, e outros me tratam como se eu fosse uma alienígena, um ser de outro mundo...
- Eu sei como é isso – reclamou Hermione – Depois que eu comecei a namorar o Vitor, muitas meninas que me ignoravam passaram a me tratar como a melhor amiga delas. Isso incluí Lilá Brown e Parvati Patil.
- Por falar em alienígena, eu acho que o casal que se parece mais extraterrestre aqui em Hogwarts é Fleur Delacor e Draco Malfoy – Cho não conseguiu conter um sorriso – Aqueles dois parecem filhos de veelas... formam o casal perfeito...
- Eu não tenho nada contra a Fleur – disse Hermione sinceramente – No entanto também não tenho nada a favor a ela, só acho que o Draco merece tudo de ruim mesmo, e a Fleur já é o bastante...
- E você o que acha, Gina? – perguntou Cho.
- Eu acho que todos os meninos deviam se explodir – falou com raiva.
- Por que você está tão indignada assim? – disse Hermione intrigada.
- Não me diga que você tem dificuldades com os garotos, porque eu não vou acreditar. – disse Cho incrédula.
- Gina, você é fantástica! Quantas línguas você sabe falar mesmo? – Hermione tentou anima-la.
- Eu sei falar francês, italiano, espanhol, japonês... e agora estou aprendendo a falar sereiano.
- Uau! – exclamou Cho – Às vezes eu acho que você não existe... Gina, você deve ser muito disputada, tem tantas qualidades...
E era verdade. Gina se tornou uma das meninas mais bonitas de Hogwarts.
- Se você chama de disputada ter um monte de meninos atrás de você eu sou, sim – ela continuou num tom sério – Mas eu só beijei um menino em toda a minha vida.
- Dessa eu não sabia... – falou Hermione perplexa.
- Quem? – Cho estava curiosa.
- Simmas Finnighan, mas foi bem ridículo – ela estava muito envergonhada – Ele foi me ajudar com o material na Sala Comunal e aí, aconteceu.
- E você gostou? – os olhos de Hermione estavam arregalados.
- Foi bem legal... mas eu preferia que tivesse sido com outra pessoa! – ela quis mudar rápido de assunto – Eu só não entendo porque você não dá uma chance pro Harry – ela se referiu a Cho.
- Faria muito bem pra minha reputação e coisa e tal... só que quando eu namorei o Cedrico, eu era loucamente apaixonada por ele e esses sentimentos não acabam de uma hora pra outra. Talvez, eu penso, que nunca mais eu conseguirei gostar de outra pessoa, e isto me impede de ficar com o Harry.
Aí Cho deixou bem claro que as chances de Harry ficar com ela, eram praticamente impossíveis. Hermione olhou para o relógio:
- Perdemos a hora! Eu to morrendo de fome...

**   **

Era de madrugada e muitas pessoas se reuniram em volta da lareira na Sala Comunal da Grifinória, estava tudo escuro para não chamar a atenção da Profª McGonagall. Eles ouviam a história que Dino Thomas contava em tom sombrio:
- Há muito tempo um grupo de centauros na Grécia se reuniram, eles estavam cansados de servir aos homens, se eram muito mais poderosos. Aqueles seres pareciam psicopatas, dia e noite pensando em um plano para derrotar os bruxos. – ele deu uma pausa sombria e lançou um olhar sinistro a todos – Até que um dia quando a Lua estava na sua melhor fase para provocar mortes sangrentas, eles atacaram.
Algumas pessoas deixaram escapar gritinhos de admiração, e outras de medo. Porém a maioria ficou em silêncio ouvindo atentamente.
- Os bruxos foram surpreendidos por eles, e muitos morreram. Até que um grupo de pequenos sobreviventes se juntou numa aldeia distante. Aí eles formaram o
Exército da Coragem, e partiram na primeira semana de Maio, quando a Lua Minguante estava no céu.
- E você quer que eu acredite que tudo isso aconteceu? – perguntou Fred num tom suspeitoso.
- Fica quieto! – mandou Alícia – Agora que a história está interessante!
- Os valentes bruxos – continuou Dino – estavam em muita desvantagem, mas como o próprio nome do exército já indicava que o quê não podia faltar era a coragem de lutar. Depois de batalhas que deixaram muitos guerreiros feridos, finalmente os centauros foram derrotados. E devemos a esses grandes heróis nossa existência, porque se eles não tivessem lutado muitos outros centauros de outras partes do mundo também se revoltariam, e aí não haveria esperança para nenhum bruxo. – o olhar de Dino era assustador – Só que a história não acaba por aí, esse ano a primeira semana de Maio cai justamente na Lua Minguante e, diz a lenda que em algum lugar do mundo quatro portais se abrirão, levando os viajantes a quatro diferentes dimensões de tempo e espaço, algumas das quais nunca conseguirão voltar... Mas tem uma parte melhor, que diz que os espíritos dos guerreiros interferem na alma das pessoas dando maior coragem pra que todos façam aquilo que antes tinham medo e insegurança de fazer, e assim termina a Lenda do Exército da Coragem.
- Uau! Vou fazer muitas loucuras esta semana! – exclamou uma quartanista.
- Eu não posso ouvir estas histórias – disse Lilá Brown a Parvati – Olhe, fiquei toda arrepiada!
- Agora não entro em nenhuma porta que eu não saiba qual é a saída. – disse Neville.
Rony, Harry e Hermione se entreolharam.
- E, aí? O que vocês acharam? – perguntou Harry.
- Eu preferi a história da Sexta-feira 13, foi bem mais assustadora – lembrou Rony.
- Eu odeio histórias de terror – disse Hermione num tom peculiar – É sempre a mesma coisa, uma garotinha peituda, inocente e indefesa sendo esfaqueada. Depois ela corre escada acima, enquanto devia ir direto para a porta da frente.
Eles ficaram conversando mais um pouco sobre as histórias de Dino Thomas, talvez as férias não tivessem feito muito bem pra ele. Pois agora toda madrugada de sexta para sábado, muitas pessoas se reuniam para escutar as histórias sinistras que ele contava.
Hermione foi para o dormitório das meninas, enquanto Harry e Rony estavam deitados em suas camas conversando:
- Você acredita nas histórias que ele conta? – indagou Rony curioso.
- Não, mas é uma boa desculpa pra esta semana fazer algumas coisas que a gente pensa que nunca será capaz de fazer. – disse Harry seriamente.
- Por exemplo, o quê?
- Sei lá, eu não estava me referindo a mim. Eu estava falando de você – ele olhou fundo nos olhos de Rony – Você não acha que já está na hora de você acabar o namoro com a Padma?
- Não vejo vantagem nenhuma nisso – ele deu de ombros – Harry, tudo bem você não estar namorando a Cho, mas todo mundo sabe que se você quisesse podia ter umas cinco namoradas. Agora eu,
quem vai querer namorar comigo?
- ... – Harry tentou interromper.
- Eu sou realista – disse seriamente – Não quero ser o único garoto a ficar encalhado, por isso acho mais seguro namorar a Padma.
- Porque você simplesmente não ouve o que eu tenho a dizer? – replicou Harry um pouco irritado – Sinceramente, eu acho que você pode arranjar uma namorada bem melhor do que ela...
Rony encarou Harry, por um momento ele cogitou aquela hipótese.
- Ta bom – afirmou – Eu prometo que vou pensar...

**   **

O clima em Hogwarts começava a esquentar se preparando para o verão, o céu estava totalmente azul, as corujas entravam e saiam com suas respectivas mensagens e já dava para perceber o calor chegando. O lago estava muito bonito, a água havia se tornado cristalina. As flores enfeitavam o jardim, alegrando o final da primavera. Mas uma notícia ruim iria estragar a manhã de Harry.
Ele estava no Salão Principal tomando o café da manhã junto com Hermione e Rony, quando Draco Malfoy chegou com Crabbe e Goyle, um de cada lado como se fossem seguranças particulares. Os olhos acinzentados de Draco ainda tinham aquela expressão de desdém, e talvez fosse isso que irritasse mais Harry, ar de infinita superioridade.
Rony chegava a ficar vermelho de tanta raiva, quando o via. Hermione fechava o punho, na verdade ela estava pronta para acertar outra bofetada na cara dele se fosse preciso, principalmente se Draco se atrevesse a insultar seus amigos.
- Potter, eu não sabia que você era uma pessoa sensível! – falou sarcasticamente – Mas não precisa responder, você deve estar muito deprimido para isso.
- O que você quer, Malfoy? – disse Harry secamente – Eu não estou entendendo.
- Vejo que serei eu novamente a lhe dar as notícias, daqui a pouco vou começar a cobrar – seus olhos faiscaram de malícia – Matéria especial de Rita Skeeter para todos os fãs de Harry Potter.
Crabbe e Goyle se sacudiram meio desajeitados, Hermione supôs que eles estavam tentando rir. A situação estava se tornando tensa, Rony por pouco não estava se levantando para brigar com Draco.
- Um monte de besteiras, no entanto engraçadas... – ele disse olhando para o pedaço de jornal – Blá, blá, blá... resumindo Harry Potter sofre uma fase de depressão, porque seu grande amor, uma menina graciosa embora particularmente nojentinha faz o nosso grande herói conhecer as dores do amor.
- O quê? – exclamou incrédulo.
- Coluna Especial, Potter – Draco deu um sorriso – Parece que estão se metendo na sua vida particular!
- Calma, Harry – disse Mione lançando um olhar de desprezo a Draco – Não dê atenção ao que ele diz, o que ele quer é tirar você do sério.
Se era essa a intenção de Draco, ele havia conseguido! Harry estava fora de si, e eram raras as pessoas que conseguiam deixa-lo nesse estado. Ele engoliu o último gole do suco de cenoura, que estava tomando e bateu o copo com força na mesa. Depois com a mesma expressão de fúria empurrou a cadeira, praticamente derrubando toda a mesa da Grifinória.
Rony acompanhou assustado Harry marchar em direção à porta:
- Nem preciso dizer que às vezes o Harry é assustadoramente determinado – disse.

***    ***
Harry foi em direção a sala que no ano passado serviu para os campeões do Torneio Tribruxo se reunirem após a seleção, Rita Skeeter havia transformado aquilo em seu próprio escritório.
- Você pode me explicar o que significa aquela matéria sobre minha vida amorosa? – gritou num tom de voz selvagem.
- Bom dia, querido – ela disse da maneira mais cínica que alguém poderia ser – Por que você está tão irritado?
- Eu não suporto mais você – esbravejou Harry – Chega, sua jornalista medíocre, carrasca da sociedade, será que eu não posso viver minha vida em paz?!?
- Você não entende – argumentou dramática – A única coisa que eu estou fazendo é o meu trabalho, é muita pressão em cima de mim. Os fãs querendo saber detalhes sobre você, enfim o mundo inteiro me cobrando!
- Diga-se de passagem, que é uma profissão ideal pra você, típico para uma fofoqueira!
Harry nem ao menos olhou nos olhos dela, e saiu extremamente irritado.

     ***    ***

Gina estava saindo da aula de Transfigurações naquela manhã, a noite ela pensou muito no que Dino Thomas dissera.
“Essa é a hora de fazer o que nunca tivemos coragem...”.
Ela olhou para o passado e se lembrou de como ela agia diante de Harry Potter, realmente era muito patético. Mas o quê Gina podia fazer se ficava nervosa e seu corpo tremia?
No entanto agora era diferente, ela tinha 14 anos já estava bem crescida, era uma adolescente. Gina não queria ficar para sempre sonhando com um Harry imaginário, e beijar Simmas quando isso fosse possível.
Mesmo que seu coração desse solavancos, ela havia decidido conversar com Harry ainda hoje.
Por isto a pilha de livros que ela carregava se tornou dez vezes mais pesada, e sua coordenação motora estava tão atrapalhada, que distraidamente ela deixou todos os livros caírem, enquanto um monte de alunos passava.
Obrigada por pisarem em cima de mim, como se eu fosse um lixo, pensou.
Ela juntou todos os livros rapidamente e foi para a Sala Comunal.


Hermione, Rony e Harry estavam preparando um trabalho para a aula do Prof º Binns.
Porém eles não estavam se entendendo muito bem...
- Cadê o seu livro? – perguntou Hermione seriamente a Rony.
- Fala sério! – resmungou ele – Eu só leio aquilo quando estou com insônia!
- Ah, que ótimo – falou com a voz esganiçada – E como vamos fazer a redação?
Rony lançou um olhar decisivo a ela.
- Confie em mim. – disse e depois se virou para Harry.
- Daqui a pouco eu vou falar com a Padma – sua voz tinha uma nota de hesitação – Decidi terminar tudo com ela.
Na mesma hora Gina desceu as escadas do seu dormitório, respirou fundo e foi na direção dos três.
- Oi Gina – falou Hermione.
- Oi Hermione! Oi Rony! – respondeu enquanto pegava apressada na mão de Harry e o puxava – Eu preciso falar com você, agora! Vem...
Hermione e Rony ficaram olhando com expressões estranhas.
- Tudo bem que eu já iria falar com a Padma – gritou para Gina – Mas você não precisava acabar com a nossa conversa!
- Ei, espere! – chamou Hermione enquanto Rony ia embora. Ela suspirou indignada – Já vi que vai sobrar tudo pra mim!

***   ***
Gina arrastava Harry para algum lugar cada vez mais longe. Seu corpo tremia por dentro, apesar dela não demonstrar isso nem um pouco. Quando ela imaginou que iria ter coragem para pegar na mão de Harry?
Ele estava confuso:
- Gina, pra onde você está me levando? – disse atordoado.
Ela não respondeu, mas Harry até que estava gostando dessa atitude. Nem parecia a Gina de antes, era mais decidida, isso fazia o gênero dele.
- Você percebeu que estamos saindo do castelo? – Harry começou a se desesperar.
- O famoso Harry Potter com medo de mim? – perguntou sarcasticamente.
- Não é isso, quero dizer, você é uma garota bonita e coisa e tal... minha reputação...
Gina parou instantaneamente, se virou e olhou no fundo dos olhos verdes de Harry.
Ela tinha ouvido bonita?
- O que foi? – falou cada vez mais perdido.
- Nada, deixa pra lá – falou Gina e continuou a andar.
Eles chegaram numa parte dos jardins de Hogwarts totalmente isolada.

     ***   ***

Rony achou Padma no corredor conversando com uma garota.
- Eu preciso falar com você – disse e a puxou.
- Calma – ela falou entre sorrisos – Eu não sabia que você estava com tanta saudade...
Quando eles já estavam a uma boa distância, Rony encarou Padma seriamente e respirou fundo:
- Presta atenção, agora o assunto é sério! – avisou.
- Nossa! Pra que tanto mistério? Por acaso vão explodir a escola hoje? – falou sem emoção.
- Muito engraçado – disse secamente – Padma, eu não gosto mais de você.
- Como?
- É isso que você ouviu, chega do namoro... – ele falava sem parar – Basta, a gente não vai dar certo. E eu não quero escutar suas desculpas e seus lamentos. Entendeu?
- Ah, é assim – ela estava indignada – Você chega de uma hora pra outra, da um nó na minha cabeça e sai fora!!
- Que bom que você entendeu. – e deixou a garota sozinha no corredor.
- Muito bem, Sr. Ronald Weasley, pra mim está ótimo – gritou como uma louca – Eu também não precisava de um estúpido do meu lado...
Rony sorriu, o pesadelo havia acabado, quando ele começou a namorar Padma ele já não via a hora de terminar! Agora ele estava livre...  essa sensação era muito boa.

    ***   ***

- Desde da primeira vez que eu te vi, lá na Estação King’s Cross, perguntando como fazia para chegar na Plataforma eu nunca te esqueci – estava difícil encara-lo nos olhos – Eu sei que posso estar parecendo nostálgica demais...
- Não – disse Harry com um sorriso – Mas a sua expressão sugere que você está se perguntando:
Meu Deus, o quê eu estou fazendo aqui?
- Eu realmente estou pensando isso – admitiu. Ela estava muito tímida –  Mas tem alguma coisa que me faz estar falando tudo isto e parecendo ridícula. Eu acho que é você!
- De qualquer maneira você já me raptou e eu estou aqui morrendo de vontade de saber o que você tem a dizer.
- Tudo bem, é estranho, mas eu sempre soube o que você estava pensando quando olhava pra mim – ela se lembrou dos anos anteriores –
Gina, é uma criança. Admira tanto a mim? Eu que sou tratado como lixo nas férias! – ela disse como se fosse ele.
- O que eu podia pensar? – replicou sinceramente – Você é a irmã do meu melhor amigo, é aquela que devemos proteger, é a caçula que sempre precisa de ajuda...
- Eu só queria ser sua amiga, não a caçula inocente – ela desviou o olhar – Isso me irritava, porque nem ao menos ser sua amiga você deixava.
- Eu sinto muito... – disse Harry chateado.
- Eu também não quero que tudo isso acabe do jeito que está agora... – ela disse e depois Gina analisou a situação, por um momento ela percebeu que o quê ela estava fazendo era loucura, uma bobagem da cabeça dela.
Eu tenho que ir embora, pensou – Esquece, eu nunca vou te contar...
- Espera! – Harry a segurou pelo braço – Nem se eu te pedisse...
Ela olhou para ele de novo, como era bom olhar nos olhos de Harry!
Ela fechou os olhos imaginando de que forma contaria pra ele.
- É a ultima que eu vou te pedir isto, entendeu? Nunca mais... – ela sentiu um frio na barriga – Harry, por todos esses anos eu te amei muito, e tive medo de te contar, por isso saía correndo quando você chegava e às vezes nem conseguia falar direito. Tudo que eu quero saber, é como é ter você perto de mim, me beijando e fazendo tudo aquilo que eu sempre sonhei – ela corou – Agora fale alguma coisa, por favor. Esta me matando, apenas me olhando...
- Desculpe, mas eu não sei o que dizer – ele também corou. Gina estava mexendo com os sentimentos de Harry – Uau! Eu não faço idéia de como você fez isso, mas estou sentindo algo estranho que eu nunca senti antes.
- Ah, é? – perguntou interessada – E quando isso acontece?
- Geralmente quando eu olho pra você – ele sorriu – Mas ainda estou muito confuso, não consigo esquecer a Cho, entende? Não quero te dar falsas esperanças...
- Eu não quero mais nada com você, Harry Potter. Eu sei que eu não vou conseguir nada – sua voz tinha uma nota triste – Só que eu acho que nunca vou conseguir me libertar desse sentimento, enquanto você não me beijar. Que tal um beijo de despedida, como se fosse o final do meu amor?
- Um beijo de despedida? – repetiu. Harry não podia negar que Gina era linda, e que o estava tocando da maneira certa.
O que faria demais um beijo de despedida? Ele pensou.
- Vamos, o seu tempo está acabando... – avisou Gina. Ela fechou os olhos e expirou fortemente, Gina estava muito nervosa suas mãos tremiam. Mas ela não abriria os olhos, no seu sonho Harry a amava de verdade e eles estavam num lindo lugar cheio de flores e passarinhos cantando.
Ele se aproximou dela, os dois podiam sentir suas respirações, Harry a beijou.
O coração de Gina disparou, ela estava muito emocionada, embora soubesse que devesse deixar seus sentimentos para sempre ali, dormindo. Ela devolveu todo o seu amor para Harry, mesmo que isso fosse uma atitude muito difícil.
Harry sentiu isso, e de certa forma ficou com pena dela, ele agora sabia que não era pouco todo o amor de Gina, era um beijo encantador, no entanto não deixava de ser um adeus, e essa sensação não era boa.
Gina o soltou, admirou Harry pela ultima vez, o verde dos olhos dele a faziam viajar para alguma dimensão que nem ela mesma conseguia explicar, era como se ela soubesse que enquanto aquele olhar estivesse ali, nada de mal poderia acontecer com ela.
- Eu odeio ter que admitir, mas você é realmente perfeito! – Gina tentava controlar a todo o custo as lágrimas que lutavam para sair – Vou sentir saudades...
- Eu também – falou num tom verdadeiro – Mas agora acho que acabou a seção Romeu e Julieta, Rony e Hermione devem estar paranóicos atrás de mim. Vamos?
- Hã-hã.
**   **

- Agora que os dois irresponsáveis já voltaram acho que podemos ir para a aula do Prof° Binns e rezar para ele não perguntar nada pra vocês. – disse Hermione muito irritada, depois ela encarou Gina curiosa – O quê vocês estavam fazendo longe de todo mundo?
- Nada – respondeu Harry rapidamente e ficou tão envergonhado que não conseguiu olhar para Gina.
Na mesma hora Parvati e Lilá entraram na sala Comunal, com expressões de guerreiras do universo e falando num tom de coragem. Assim que Parvati avistou Rony ficou extremamente braba:
- Eu me arrependo tanto de ter apresentado você para minha irmã – ela balançou a cabeça – Por sua causa ela está sofrendo, sabia?
- O quê aconteceu? – interrompeu Hermione.
- Por acaso o seu amiguinho chegou do nada no corredor e simplesmente acabou o namoro com a minha irmã.
- Uau! Rony, você recuperou os sentidos? – zombou Mione.
- Muito engraçado, pelo menos eu não fico passando fome o dia inteiro em busca de uma forma que eu sei que nunca vou conseguir atingir!
- Você é tão animador... – agradeceu Lilá – Lemos numa revista que o método mais eficaz é a reeducação alimentar.
- Você quer dizer dieta? – perguntou Gina sarcasticamente.
- Preferimos chamar de reeducação alimentar – disse Lilá num tom de superioridade – Já que é a semana da Coragem, tudo conspirou para que tomássemos essa decisão...
- Legal, e cenoura vai te ajudar a diminuir o tamanho do nariz, só não te dou mais dicas porque tenho que ir para a aula – disse Hermione antipática.
Gina sorriu divertida para Harry, que retribuiu.

     **   **
No dia seguinte, Harry ainda não havia esquecido a confusão que Rita Skeeter aprontara, e como tinha tarde livre resolveu marcar uma coletiva de imprensa no Salão, claro tudo com autorização de Dumbledore.
Haviam vários jornalistas Harry já estava ali fazia horas, respondendo as perguntas de todos e esclareceu o “equívoco” que Rita tinha publicado.
Mas agora ele teria algumas surpresas...
- Eu sou a diretora da Revista
Semanário das Bruxas, e quero ter o prazer de anunciar que este ano, nosso brilhante mágico Harry Potter foi o ganhador do Prêmio de Sorriso do Ano e quero saber qual é a sua emoção? – perguntou uma bruxa gordinha com óculos, um bloco de anotações e uma caneta.
Harry olhou desesperado para os lados.
Eu não acredito! Mais um prêmio idiota, que me faz sentir o maior pateta do mundo... eu odeio ser famoso, realmente odeio! Pensou.
- Eu nem sei o que dizer! – disse finalmente com uma cara de quem comeu e não gostou.
- Mandaremos um convite e espero que você compareça na festa de entrega do prêmio, porque é muito difícil alguém conquista-lo.
Pode esperar que eu não vou, de jeito nenhum! Pensou.
- Harry! – chamou Hermione – Chega de entrevistas você perdeu a tarde inteira trancado nesse Salão!
Enquanto Harry tentava sair, uma multidão de repórteres se amontoava para tentar fazer a última pergunta:
- Harry, existe um boato de que no final do ano você fará um filme junto com os maiores astros do cinema mágico, já está tudo confirmado? – para variar era a irritante da Rita Skeeter.
- Dá licença – pediu Hermione – Não vê que ele já está exausto?
- Mocinha não se intrometa – ela lançou um olhar fulminante para Hermione – Se você tentar qualquer atentado contra mim terá que responder a justiça, por que agora tenho a proteção da revista. E é nosso direito saber sobre tudo na vida do Harry, até o jeito com que ele respira, mesmo que contra vontade dele, o publico é mais importante.
- Mais importante que o bem-estar de uma pessoa? – replicou.
- Vou lutar ao máximo para expor a vida dele inteira. – respondeu com um olhar provocante.
- Eu não acredito... foi você que pediu! – gritou com a raiva lhe subindo a cabeça, c
omo alguém podia ser tão insuportável? Rita não lhes deixaria passar, o limite de Hermione havia esgotado. Ela deu um soco na cara da jornalista, que ficou perplexa com a mão no rosto, gritando como podiam haver pessoas tão bárbaras.
- Obrigado, Mione! – agradeceu Harry com um sorriso – Mas isso foi um pouco cruel!
- Ela mereceu...

**   **
- Que ótimo tudo que eu precisava era começar o dia com uma aula do Snape! – reclamou Harry juntando seus materiais e pensando qual seria a tortura da próxima aula.
- Hoje será uma aula interessante – como sempre Hermione defendendo os estudos – Snape vai nos ensinar como ficar invisíveis...
Rony fingiu não ter ouvido o que Hermione disse, estava mais preocupado com outra coisa:
- Já mandou a sua cartinha para o Vitor Krum? – perguntou aborrecido.
- Muito amigável, Rony – replicou – A propósito ele fez a gentileza de lhe mandar um livro com a história da seleção da Bulgária autografado!
- Traduzindo isto é uma raridade? – falou enquanto um enorme sorriso se formava em seu rosto.
- Raridade pra mim é ver um Weasley com dinheiro – disse a voz arrastada de Draco.
- Pelo amor de Deus, quando você vai parar? – provocou Hermione com a voz esganiçada – Estamos evoluindo você não pode continuar com a mesma picuinha de sempre, já ta enjoando...
- Olhe quem esta falando,
a esquila intrometida? – seus olhos brilharam de malícia – Cuidado, pois você não vai sobreviver a próxima caça aos trouxas, ainda mais agora que Voldemort está voltando ao poder...
- Isso significa que já está na hora de reformar a sua cabeça – a voz de Harry soou fria – É melhor você baixar a voz quando falar de Voldemort, ou alguém aqui pode achar que você conspira com as Trevas, aliás, isto não é nenhuma novidade pra mim...
- Por esta razão, Potter – respondeu Draco o encarando com imensa raiva – eu acho melhor você se dedicar ao estudo de Defesa Contra as Artes das Trevas!
Draco se virou para entrar na sala, enquanto Rony ainda o xingava baixinho.
- Bom dia, classe! – a voz de Snape desejava totalmente o contrário – Hoje vamos aprender a preparar a ultima poção do livro, praticamente todo o teste será sobre este assunto. Como todos aqui chegaram ao quinto ano, alguns de forma surpreendente – Snape nem fez questão de disfarçar que este comentário foi para Neville – Suponho que já tenham responsabilidade suficiente para fazer este tipo de feitiço. – ele parou e encarou Simmas que estava conversando com Dino, seus olhos eram tão ameaçadores que dava medo – Uma Poção da Invisibilidade, fará qualquer um transparente durante meia-hora. Ou se os ingredientes e o modo de preparo estiverem errados, essa mesma pessoa pode nunca mais ser vista, ficar invisível para sempre. Por isso repito a o que faremos é muito perigoso.
- Abram o livro na ultima pagina – ordenou – reúnam os ingredientes e comecem logo com esta poção.
Hermione levantou a mão e nem esperou a autorização de Snape, ela sabia que se esperasse ele acabaria dizendo alguma ofensa, como
cale a boca sua superdotada metidinha!
- Mas professor, você não vai dar nenhuma explicação, nada de dicas... eu não estou entendendo... – ela estava preocupada.
- Quem diria... nunca pensei que iria viver o bastante para presenciar a arrogante,
melhor de todos Sra. Granger fazer uma pergunta – seus olhos se apertaram e um sorriso cruel se formou nos lábios de Snape – Está muito preocupada? Com medo de desaparecer? Tudo que eu disse já é suficiente.
- Só se for o suficiente para assustar todo mundo! – replicou Rony baixinho com os dentes cerrados.
Harry não se preocupou muito, sabia que o grupinho da Sonserina não seria o escolhido para provar a poção, provavelmente seria ele, Neville e mais alguém que a raiva de Snape escolhesse. Mas, contudo Harry já se acostumara com as ameaças do professor e sabia que Snape seria incapaz de fazer mal a algum aluno debaixo dos olhos de Dumbledore.
Poucas pessoas pensavam como Harry, e principalmente os da Grifinória pareciam nervosos a aula inteira. Quando Snape se deu conta de chamar os alunos para prova a poção, muitos se sentiram aliviados porque o sinal bateu, e não deu tempo de Snape cumprir sua ameaça.
- Mas que fique bem claro – ele fez questão de dizer – Potter e companhia, na próxima aula testaremos suas habilidades com a arte de desaparecer! – e disse somente para Harry – É bem mais fácil do que usar a Capa da Invisibilidade.
Quando Harry, Hermione e Rony saiam da sala, eles eram os últimos, Draco apareceu na frente deles tapando a passagem:
- Finalmente eu nunca mais precisarei ver o famoso Potter, com sua vassoura e sua cicatriz idiota na testa. – ele os assustou – BU! Você vai desaparecer, ó grande celebridade...
E se virou para continuar andando com Crabbe e Goyle, logo eles desapareceram no corredor.
- Como o Malfoy é ridículo – desdenhou Hermione – Todos esses anos achando que o mundo girava em torno dele, e quando descobriu você, não consegue disfarçar tanta inveja...
Eles continuaram andando quando de repente ouviram um barulho:
- Psiu!
Eles olharam para os lados e depois se entreolharam, começaram a achar que estavam ficando malucos, então Harry perguntou:
- Vocês ouviram alguma coisa?
- Eu tive a impressão que alguém estava nos chamando... – disse Rony intrigado.
- Besteira! – falou Hermione rapidamente – Vamos logo para não perder o almoço...
Um momento de silêncio e...
- Ei, aqui! – chamou a voz de uma mulher – No quadro!
Os três olharam assustados e depois respiraram com alívio. Era só um quadro.
- Desculpe ser tão chato – começou Rony – Mas da próxima vez tenta não matar a gente do coração...
- Qual é o seu nome? – perguntou a estranha mulher, suas roupas eram muito antigas e ela parecia estar em outro país na pintura.
- Rony – respondeu confuso.
- Nossa! Como você é bonito... – flertou ela, era uma moça jovem.
Harry deu risadinhas.
- Sempre dizem isso pro nosso amigo – zombou ele.
- E depois ele cai da cama e percebe que tudo foi um sonho. – completou Hermione lançando um olhar brabo a Harry.
- Deixa de ser estraga prazeres, Hermione – replicou Harry.
- Você deve ser muito forte disputado... Você é um Deus! – impressionante é que a moça nem ficava vermelha.
- Você acha? – perguntou ele muito desajeitado.
- É claro – ela sorriu – Sabia que eu sou especial? Eu e minhas outras três amigas.
- Como assim? – interrompeu Harry.
- Guardamos passagens secretas, que nunca ninguém descobriu antes...
- E aonde dão estas passagens? – quis saber Rony arregalando os olhos de tanta curiosidade.
- Meu querido entre para descobrir, se eu te contar não terá graça... – respondeu numa voz atraente.
- Qual é o seu nome? – disse Hermione secamente.
- Beta. Muito prazer...
Hermione chamou os meninos num canto.
- Vocês acreditam nela? – perguntou numa voz desconfiada.
- Realmente eu nunca vi essas passagens no Mapa do Maroto e estou interessado pra saber o que é! – disse Harry animado.
- Posso saber o que vocês estão aprontando desta vez? – era Snape, eles nem tinham reparado o professor se aproximar e agora ele os encarava com aqueles olhos negros e ameaçadores.
Eles não sabiam o que responder, e suas caras já estavam mais do que culpadas, desta vez nenhuma mentira saiu da boca de Harry. E Rony não teve tempo de inventar desculpas, muito menos Hermione que estava paralisada.
Então só restava uma saída, sair correndo como loucos sem dizer uma palavra sequer...
E foi o que eles fizeram:
- Eu não sei, mas tem alguma coisa que me atrai nessa história de passagem secreta que nunca foi conhecida por ninguém! – admitiu Rony.
- Mas tem algo muito estranho nessa história toda, porque aquela mulher nos chamou? Apenas para contar um grande segredo? – indagou Hermione perplexa.
Harry pensou muito nisso.

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Capítulo 1 - Novos Namorados
( Continua...)
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