Paulo Francis faz muita falta.


    Isso qualquer pessoa medianamente inteligente e antenada já sabe.
Diz um ditado que ninguém é insubstituível. Nunca concordei com isso.
Acho que podemos encontrar outras pessoas, com outras características, que de alguma maneira, preencham “aquele espaço”, mas os homens não podem ser substituídas.
Entretanto, seria de bom tom que as pessoas tivessem um pouco mais de consciência do que fazem.
Vejamos o exemplo do Arnaldo Jabor, Cineasta que não se sustentou como tal e passou a Jornalista. Muito bem. Até aí é justo: você não se dá bem ou não tem capacidade para fazer bem uma coisa, passa pra outra. Muito bem.
Com a morte de Francis o Manhantan Connection precisava de um quarto debatedor, que fizesse a antítese, que fosse aquele que reclama, aquele que “solta farpas”.
Testaram vários e o o Jabor foi quem (imaginaram) se saiu melhor.
Até aí, é tudo aceitável. Que ele tenha coluna no Jornal O Globo, que tenha outra no Jornal da Globo, que seja combativo, etc, tudo é justo, ele não precisa ser Cineasta mediano a vida toda.
O desagradável é pretender-se um outro Paulo Francis.
Paulo Francis era sutil, saboroso, culto, agradavelmente ferino.
Jabor tenta imitar, mas está longe disto.


Geraldo Iglesias
16 de fevereiro de 2000

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