SARAMAGO

Nosso bom e velho Saramago está no Brasil!
Saramago, orgulho da língua portuguesa por seu tão merecido Nobel, acaba por ser orgulho para todos nós, que falamos português. Sempre digo que o romance ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA é um dos grandes livros que conheço. E dos piores, A CAVERNA, do bom e velho Saramago. E por que? Teria o autor perdido seu inquestionável talento? Não acredito.
Prefiro crer que, de posse do prêmio, Saramago sinta-se no direito (quem sabe, na obrigação?) de espalhar, de panfletar sua retrógada mensagem comunista. Pergunto-me se um escritor, ainda por cima de tal peso, laureado como ele, estaria sendo ético ao, sob pretexto de romance, escrever um manifesto, um panfleto comunista. Pior: se desse ao título: “Panfleto Comunista”, não estaria enganando leitores incautos.
Não vem ao Brasil para lançar seu livro, vem como um adolescente irresponsável, juntar-se aos freis Bettos, às Mães da Praça de Mayo (escreverei sobre elas – oportunistas de plantão que choram para a mídia e o partidão e não interiormente, como mães que perderam filhos! – em breve), índios, CUT, MST e toda a raça comunista, anarquista, agitadora (e eventualmente terrorista) que se reúne em Porto Alegre para “rebater” os encontros para discutir entre outros assuntos relevantes a globalização que acontecem anualmente em Davos.
O Rio Grande do Sul, será uma espécie patética de “anti-Davos!” O que poderá sair dali?
Saramago ter posições políticas é justo, direito seu, embora motivo de preocupação (quanto à sua aparente senilidade) para seus leitores, mas trata-los em seus romances “entrelinhas”, usar seu nome e seu Nobel para tentar fazer uma lavagem cerebral, bem ao gosto de Sálin, Lênin, Mao e outros comunistas?
Creio que Saramago deveria refletir, ou, incapaz, o mundo deveria refletir sobre Saramago.
Geraldo Iglesias
Janeiro/2000
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