FUNK, CÂNCER DO TECIDO SOCIAL

Na minha puberdade, tive possibilidade de conviver com dois tipos de pessoas diferentes: a dos fracassados, viciados, jogadores, gigolôs e alcoólatras e, ao mesmo tempo, com a juventude sadia da zona sul.(Veja detalhes em meus diários).
Comecei a perceber ainda na adolescência que as gírias, os modismos vinham primeiro para essa casta inferior de drogados, analfabetos e facínoras. Meses depois as mesmas gírias estavam na boca dos meninos de classe média e alta.
Evidentemente os espaço de tempo demorado devia-se à falta de meios potentes de comunicação de massa. A televisão, por exemplo, não tinha um décimo da penetração de hoje.
O funk não é um movimento artístico musical, onde jovens dançam, divertem-se como em outros tipos de encontros. O funk é violência pura, nascido nos pontos mais violentos das metrópoles (periferia e favelas), criado e cultuado por bandidos, ladrões, traficantes, estupradores e assassinos (ainda que a maioria seja “de menor”)
Nesses bailes, além da bebida mistura-se todo o tipo de drogas, rouba-se, mata-se, aleija-se seres humanos tranqüilamente, sem maiores emoções, atitude típica de classes sociais baixas (não de baixa renda senhores!), classes realmente baixas, uma espécie de sub-raça. São pessoas que têm o gene do mal, da destruição e vivem em ambientes que propiciam a consolidação dessas índoles. São bárbaros. Não têm nada a ver com o twist, o rock, o samba, a bossa nova, a MPB, o forró, o sertanejo. Tem a ver com o tráfego de drogas, com a prostituição, o roubo, o assassinato. Vem de um submundo que todos conhecem ou imaginam conhecer, mas não querem nem ouvir falar, querem longe de seus entes.
Com a velocidade da informação, principalmente a televisão, alguns formadores de opinião começam a aceitar que essa barbaridade se espraie pela sociedade, dizendo “tratar-se de uma forma cultural que deve ser estudada e compreendida”.
Há alguns dias duas jovens apareceram grávidas num hospital. Ao serem perguntadas querem eram os pais responderam: “São filhos dos trenzinhos”. Isso quer dizer o seguinte: em pleno baile, no meio do salão, essas jovens praticaram sexo com vários (três, cinco, 23?) homens, por trás (na forma de um trem) e, portanto, é impossível saber quem é o pai. Uma delas foi brindada também com o HIV.
Agora, nossos intelectuais, nossos formadores de opinião, nossos “politicamente corretos” querem validar essa prática, “essa cultura tão genuína da periferia”!
Saberão o saldo de mortos por tiros e facadas a cada baile?, o número de pessoas infectadas pelo HIV a cada baile? A quantidade de mortos por overdose? Basta ler jornais e procurar estatísticas.
É criminoso todo aquele que valida a disseminação do funk! Em pele de cordeiro, ao contrário de sociólogos, psicólogos ou que tipo de formadores de opinião sejam são na verdade coniventes com a disseminação do crime, da desordem, do aumento exponencial de doenças e assassinatos. São, em suma, desestabilizadores da sociedade.
Geraldo Iglesias
25.03.01
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