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Os Oponentes | |||||||||||||
No final de 1864, nenhum dos dois lados se encontrava preparado para uma guerra de longa duração. Acostumados a resolverem seus conflitos em batalhas ou guerras rápidas, nenhum dos países envolvidos possuía logística adequada. |
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Quando a guerra começou, o exército paraguaio era o maior entre as quatro nações envolvidas. De início, Assunção tinha 30.000 homens já mobilizados para se bater contra o Brasil. Outros 30.000 eram tidos como reservistas e recebiam alguma instrução militar. Para uma guerra rápida, o Paraguai possuía equipamentos adequados, desde que não exigisse grandes reposições. Alguns historiadores salientam que até o fim do conflito, algo em torno de 80.000 homens( 90.000 segundo outros) lutaram sob a bandeira tricolor paraguaia. Se levarmos em conta que a população total do país era de 800.000 habitantes, pode-se ter uma idéia do esforço de guerra que o país realizou e como isto deve ter arruinado sua economia. | |||||||||||||
Algumas dificuldades enfrentadas pelo país tinham muito em comum com aquelas de seus inimigos: seus oficialato carecia de treinamento e experiência adequada; porém a maior delas era sua enorme desvantagem em termos de população frente aos paíse da Tríplice Aliança. | |||||||||||||
Os aliados também enfrentavam muitas dificuldades quanto o conflito se iniciou. O Uruguai estava prostrado por uma guerra civil de anos. Além disso, se encontrava ocupado por um exército estrangeiro. Quando as hostilidades começaram, o país mal podia levar para campo uma tropa de 2.000 homens. A população total do Uruguai era de 200.000 habitantes. |
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A Argentina mal havia começado seu processo de unificação quanto estorou a guerra. Muitas províncias ainda se encontravam ressentidas com a hegemonia portenha após a batalha de Pavón, em 1861. Por outro lado, uma aliança com o Império era a última coisa que muitos argentinos desejavam, principalmente após a invasão do Uruguai. As populações de Corrientes e Entre Ríos eram claramente pró Paraguai (se bem que este apoio era mais retórico do que prático no inicio da guerra). Após a decisão de Mitre de enviar tropas pra combater os homens de López, muitos levantes ocorreram nas províncias e grande parte do esforço de guerra teve que ser desviado para o combate aos insurgentes. | |||||||||||||
Muitas fontes estimam que a Argentina mobilizou um total de 30.000 homens para o combate. Outras estimam que este número não pôde ser alcançado devido às deserções e levantes nas províncias. O certo é que, quando o conflito começou, o exército nacional possuía uma força de 6.000 homens e uma marinha praticamente inexistente. A população da Argentina era de 1.500.000 pessoas. |
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O exército imperial possuía o melhor quadro de oficiais entre os países combatentes. Seus oficiais eram considerados, juntamente com o com o exército chileno, os mais profissionais da América Latina. A logística era adequada para um pequeno conflito que não requisitasse grande volume de tropas. O ponto forte, entretanto, da estrutura militar do império era sua marinha de guerra, a maior da América Latina e a segunda do hemisfério |
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No entanto, estas pequenas vantagens frente aos seus vizinhos não conseguiam esconder a fraqueza do país no caso de uma guerra externa de duração mais longa. Seu exército era muito pequeno para qualquer padrão considerado. Não mais de 17.000 homens formavam a força terrestre. Os soldados, além de poucos, estavam espalhados pelo país e possuíam formação militar precária. Os equipamentos eram, como nos seus vizinhos, comprados de fora o que tornava o país tremendamente dependente para um conflito como o que se iniciava. Mesmo a marinha tinha pessoal insuficiente e com formação pouco menos do que adequada. |
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O resultado é que, ao iniciar a guerra, o país se encontrava totalmente despreparado e teve que lançar mão do voluntariado para preencher suas fileiras. Até o fim da guerra o Brasil enviou para guerra 160.000 homens, sendo 150.000 ou um pouco mais que isso para o exército. Dese total, 125.000 eram voluntários e guardas nacionais. A marinha enviou para a frente de batalha um total de 6.500 marinheiros e oficiais. O esforço de mobilização foi grande, sobretudo nos primeiros anos. Ao final do primeiro ano de guerra, o exército já dispunha de 60.000 homens e, em meados de 1868, 71.000 já estavam em campo. Outros 15.000 a 18.000 homens serviram como tropa de apoio no próprio Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul. Desta forma, o número de 200.000 homens mobilizados encontrado em algumas publicações talvez não seja exagerado. |
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Como não poderia deixar de ser, o conflito foi caracterizado pela logística inadequada e doenças. A partir de um certo ponto, nenhum dos lados teve condições de fazer uso de cavalaria. Homens e cavalos eram vítimas de balas, fome e doenças. A marinha imperial, por exemplo, perdeu 170 homens em ação, 107 por acidentes e 1.470 por doenças! | |||||||||||||
O número total de mortos no conflito varia enormemente dependendo da fonte utilizada. Há o problema da contagem dos "mortos" e "feridos". Muitas vezes um dos lados faz uma contagem de seus "mortos" e "feridos" de maneira diferente daquela que aplica ao inimigo. Assim, muito embora fosse comum nos conflitos do século XIX que muitos "feridos" acabassem morrendo por falta de cuidados médicos adequados, os lados só contavam entre seus "mortos" os que faleciam em campo de batalha e exageravam ou contavam como "mortos" muitos dos "feridos" do adversário. Isto levou `a contagens diferentes. | |||||||||||||
As estimativas mais conservadoras contam em 150.000 o total de mortos na guerra, sendo que metade deste montante seria de paraguaios. Outras, contam em 400.000 ou até mesmo em 600.000 o total de mortos. | |||||||||||||
Pesquisas mais recentes nos permitem conjecturar que o número de baixas fatais durante os cinco anos do conflito pode ser estipulado em algo entre 200.000 a 250.000. Deste montante, pode-se avaliar que de 15% a 20% da população paraguaia veio a morrer, seja por bala, fome ou doença. Isto significa algo em torno de 120.000 a 160.000 pessoas. |
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As perdas argentinas são avaliadas entre 27.000 e 30.000 homens e mulheres ( 18.000 devido aos combates, incluindo as revoltas internas e 12.000 por doenças). | |||||||||||||
Do efetivo uruguaio enviado à guerra de 5.000 homens, menos da metade retornou a seu país. | |||||||||||||
As baixas fatais brasileiras em campo de batalha ou por ferimentos somam 30.000. Outro igual montante morreu devido à doenças (disenteria e cólera). As baixas civis do lado brasileiro ocorreram sobretudo em Mato Grosso, onde, de uma população de 75.000 habitantes, 5.000 morreram por doenças. | |||||||||||||
Estes números, no entanto, não incluem as perdas ocorridas na invasão do Uruguai, entre outubro de 1864 e fevereiro de 1865. | |||||||||||||
Estágios iniciais do conflito |