Petar - Vá com quem conhece.


Foto provisoria
Você deve estar perguntando: "O que tem a ver Petar com esses bodes ?" É que não tenho fotos de lá... estou tentando com o pessoal que foi comigo. O Petar - Parque estadual Turístico do Alto Ribeira é um parque famoso por suas cavernas (a mais famosa delas é a Santana), e fomos para lá no carnaval de 96. Fica próximo a Apiaí, ao sul do estado de São Paulo. Nosso guia foi o Nil, que havia visitado o parque algumas vezes, e nos mostraria as cavernas que conhecia... e foi um "bode". Não por ele, mas pelo que passamos. Primeiro a chuva, que insistiu em nos acompanhar em todos os dias, pela tarde. Depois, os insetos (eles não sabem que os repelentes podem lhes fazer mal), que picavam por sobre as roupas, nas mãos em movimento, e não davam trégua.
Está certo que acampamos no meio do mato. O local estava cheio de gente, e foi o único lugar que sobrou (eu havia feito reserva, mas a alocação de espaço é conforme a chegada).
Fora isso, o local é interessantíssimo. Se você não sofre de claustrofobia, as formações nas cavernas vão lhe encher os olhos. Estalactites, estalagmites, sulcos feitos pela água, passagens apertadas a ponto de serem classificadas de "útero", e aquela sensação de vazio. Vazio porque o silêncio é quebrado somente pelo som da água e de nossas vozes.
Claro, quando se entra em uma caverna, ou você vai com alguém que a conhece, ou possui um esquema para não se perder. Boa parte das cavernas catalogadas são de fácil exploração, mas mesmo assim tem gente que se perde por lá. Você anda, anda, e descobre que já passou por ali... Então alguém pergunta "A gente tá perdida ?" e aí a porca entorta o rabo.
Nessa ocasião não pudemos escalar. Em algumas cavernas, pode-se fazer um rappel, passando de uma caverna a outra, ou para escalar. Deve-se tomar o cuidado de não tentar isso onde o calcário está fraco, pois você pode quebrar algo que levou centenas de anos para se formar... Nesse sentido, procure alguém que já escalou por lá. O Paulo Gil (da academia Noventa Graus em Sampa) é um dos que conhecem muito bem a região, e pode dar dicas, ou até marcar uma saída.
Voltando à vaca magra, fizemos somente as cavernas Couto, Morro Preto, Santana, e Água suja, em dois dias. Depois, fomos ver uma cachoeira, que para ser encontrada força a gente a cruzar o mesmo rio umas oito vezes. Após muitos tombos na água (nessa hora, você não estará mais se importando com isso, pois já se melou todo nas cavernas) chega-se a uma queda d'água de mais ou menos 50 metros, que dá num laguinho. Com as chuvas da época, o volume de água era grande, causando um estrondo impressionante ao chegar em baixo, formando um redemoinho aparentemente perigoso. Essa cachoeira vale a pena visitar. Sua queda ainda fica encravada na rocha, ou seja, o lago formado tem ao seu redor uma parede de quase cinquenta metros, aberta somente do lado onde a água vai para o rio.
Na volta desse passeio, uma surpresa: os fortes ventos derrubaram uma árvore sobre a minha barraca (aliás, da minha irmã). Uma, que por falta de barracas havíamos levado: bangalô, dessas com trocentos kilos de ferragem e que precisam de seis pessoas para montar, sendo que comportam somente quatro. Sorte que foi ela. A ferragem entortou, mas nada do que estava dentro foi espatifada, como ocorreria com qualquer outra. Não perguntem por quê, mas eu tinha um serrote. Cortei a árvore para retirá-la de cima da barraca, e desentortamos a ferragem. Tome nota: procure acampar na área aberta próximo ao rio, tem menos insetos e não caem árvores na sua cabeça.
Na volta houve um pneu furado, e outro carro quebrado, que teve de ser guinchado (vejam só, o seguro do garoto cobre resgate no cafundó do Judas), e ficou em Registro. Fomos buscá-lo na semana seguinte. Com aquele buraco na BR que causou congestionamento de 8 horas entre SP-Registro. E ainda esticamos um pouco mais até o Petar novamente... mas esta história vai ficar muito comprida. Se você quer saber como é, visite o Petar.

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© Massa - Dez/96