E. F. Madeira-Mamoré
Os primeiros habitantes : Os índios da Região
A região atravessada pela ferrovia durante o início do século era praticamente inexplorada ainda, pois se é verdade que há cerca de dois séculos os comerciantes desciam os rios para efetuar seu comércio, também era verdade que muito pouco havia sido explorado ou desenvolvido ao longo de suas margens pelos quase 400 Km de rios.
Com a contrução da ferrovia e consequente exploração mais a fundo das matas ao longo do seu traçado, até mesmo para se caçar os animais que constituiam importante complementação alimentar para os debilitados funcionários da ferrovia, novos contatos foram sendo efetuados com tribos indígenas, algumas das quais inclusive ainda desconhecidas pelos brancos na época, muitas das quais mostraram-se francamente hostís, causando estragos e prejuízos materiais e em vidas humanas entre os funcionários e operários encarregados da construção da ferrovia.
Os indios Abaixo, os Pacaá-Nova, apesar de menos conhecidos e "famosos" que os Caripunas, entraram em várias lutas contra os contrutores da ferrovia, que atravessava seu território, mantendo essa hostilidade até a década de 50. Essa foto, tirada por Geraldo Mendonça Filho registra a primeira expedição de contato, no Rio Dois Irmãos, em 1956.
Já os indios Caripunas eram mais conhecidos, mas nem por isso deixaram de fazer grandes estragos entre os trabalhadores da ferrovia, seja atacando as turmas de trabalhores, seja matando caçadores ou trabalhadores das turmas avançadas, que se afastavam muito dos acampamentos. Eles chegaram a ferir gravemente inclusive altos funcionários das empreiteiras responsáveis pela construção.
Indios Caripunas em canoa de casca de árvore, em foto tirada entre 1907 e 1912
Foto de um jovem indio Caripuna tirada pelo fotógrafo oficial da EFMM, provavelmente Dana Merril
Indio e Índia Caripunas, com uma anta abatida, em gravura dos Irmãos Keller, em 1868