A água corporal acha-se distribuída em dois compartimentos principais: o líquido extracelular e o líquido intracelular. Existe ainda um outro pequeno compartimento chamado transcelular que compreende os líquidos sinovial, peritoneal, pericárdico, intraocular e também o líquor cerebral. Este compartimento corresponde a apenas 1 a 2 litros.
Normalmente, em um adulto de 70 kg a água corporal total equivale a 60% do peso do corpo, ou seja, cerca de 42 litros. Esta porcentagem pode variar dependendo da idade (diminui com o aumento da idade), sexo (é maior nos homens) e grau de obesidade.
O Líquido Intracelular
Corresponde a 40% do peso corporal, ou seja, cerca de 28 litros em um adulto de 70 kg. O líquido intracelular dos diversos tipos celulares varia um pouco, por isso considera-se como um espaço intracelular único.
O Líquido Extracelular
Compreende todos os líquidos situados fora das células e corresponde a 20% do peso corporal. Os dois maiores compartimentos extracelulares são o líquido intersticial e o plasma sangüíneo. Esses dois subcompartimentos comunicam-se amplamente por poros nas membranas dos capilares. Esses poros são altamente permeáveis aos solutos, exceto às proteínas. Assim, ambos têm composição semelhante, exceto em sua composição protéica, que provoca desequilíbrio osmótico entre os dois meios. A composição do líquido extracelular é cuidadosamente regulada por vários mecanismos, principalmente pelos rins e pulmões. Isso permite que as células permaneçam banhadas por líquido que contém eletrólitos e substâncias nutridoras em concentrações adequadas ao perfeito funcionamento celular.
Entre os meios intra e extracelular existe grande diferença de composição, como visto na tabela em anexo.
Os líquidos intra e extracelulares são separados pela membrana plasmática que regula a passagem de íons, mas permite a livre passagem de água (osmose), por isso, esses dois meios são mantidos isotônicos. Desta forma, toda vez que o meio extracelular se torna hipertônico (perda de água ou ganho de eletrólitos), o meio intracelular perde água. Já uma hipotonicidade extracelular (excesso de água ou falta de eletrólitos), provoca a entrada de água nas células e seu entumescimento. Assim, percebe-se que a desidratação celular pode ser causada por perda de água extracelular ou excesso de eletrólitos extracelulares. Se um indivíduo beber água do mar, ou qualquer outra substância hipertônica, suas células perderão água, e ele acabará desidratando-se ainda mais. A longo prazo, o rim pode estabilizar novamente as concentrações corporais de eletrólitos desde que o indivíduo receba tratamento adequado.