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Ainda que eu falasse a língua dos homens e
dos anjos e não tivesse amor, nada seria.
Paulo Apóstolo aos Coríntios - 1/13

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Estes dois poemas são para uma pessoinha de Presidente Prudente, e se um dia ela ver este meu site, espero que ela se lembre de mim com muito carinho.
Ambos têm tudo a ver.

Ladra

Ladra!
Sim, ladra és!
Levaste meu coração,
Roubaste minha mente,
Dilaceraste minha alma.

Ladra!
Que na surdina
Da noite insepulta,
Qual insaciável sucubu
Me elevas ao céu,
Para no amanhecer
Da razão desperta,
Me conduzires ao inferno.

Ladra!
Levaste minha alma
Dilaceraste minha mente
Roubaste meu coração...

Javé
Prudente, 18/7/1995

Sucubu

Venha, dilacerai!
Deixai em chagas este corpo
Meu, febril de amor e desejo
Já putefatro, convulso e nauseabundo
E vai-te
Pulsante em frêmitos
De gôzo profundo.

Javé
Prudente, 18/7/1995

No amor só levo ferro. Aqui a descrição perfeita:

Dança

Quando amo
Uma mulher
Me sinto

- Ajo -

Como um galã
Dos musicais da Metro

- (um Gene Kelly
um Fred Astaire) -

Só danço!

Javé
Prudente, 15/9/1995

Eu também gosto de falar da Morte. Ela está sempre aí, ao nosso lado. Por que não falar de uma companhia tão constante em nossa vida? Leia estes três poemas dedicados a ela:

Morte

Medo da morte, não tenho.
És benvinda.
E se fores a cara
Da irmã de Sandman

(personagem de Neil Gaiman),

Amada minha,
A tua espera estou.

Javé
Prudente, 30/7/1995

Morte 2

Hela,
Amada minha,
Do teu pútidro
E lúgubre reino,
Vinde!
Este meu corpo
E minha fétida negra alma
Carcomidos pelos
Vermes da traição,
Da frustração, da solidão
E da desesperança,
Cansados estão.
Hela,
Amada minha,
Vinde!
Mostres teu lindo
E descarnado rosto
A este teu servo,
De corpo e alma,
Decomposto e nauseabundo,
Que a ti espera.

Não demoreis!

Javé
Prudente, 11/9/1995

Morte 3

Quem pensais que sois
Descarnada criatura,
De insípida figura,
Só pele e ossos, pois?
A seguir-me estais
Pelas ruas, bares, entremeios,
Nos sonhos e devaneios
E nem sequer despitais?
Quem pensais que sois
Insidiosa alma, soturna,
De profundis surgida
Embrulhada em putrefatos lençóis?
A quem pensas que enganais
Com tão terrível porte,
Adorada e bem-vinda morte?
De rogada não te faças, me levai!

Javé
Prudente, 7/8/1995

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