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a
André Luiz Pinto
Meu amigo eu te abençôo
por me dares abrigo,
te consolando dos outros,
pela não chegada
dos incapazes de perceber
as hóstias nas tuas pegadas.
Meu amigo eu te peço
que me perdoe, por não
ter lido toda tua bíblia,
ter rasgado a página
marcada e não saber
ao certo como levar
os outros a tua morada.
Meu amigo seca o sangue
das tuas chagas em minha
língua, eu que te preguei
nos meus braços, fui Maria
Madalena e guardei num
cálice os teus pedaços.
Meu amigo planta fogo,
Tantos ardem moribundos
Tanto ar tanta vingança
combustão e glória franca
para os que negam o mundo.
Meu amigo me permita
em meu amor crucificá-lo
cale a voz que te
acorrenta e que vem
de dentro do ralo
ressuscite do excremento
do aprendido repetido
e se apresente ao sol
como o novo galo.
Meu amigo desça aos céus.
O terremoto já começa.
Seja adubo como eu
como eu seja promessa
de ser lembrança a quem mereça
Léo O
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