Defesas
de Câmara de Lobos
Com a finalidade de proteger a
costa marítima de Câmara de Lobos da invasão de corsários, foi esta
defendida pela construção de várias fortificações., edificações de
que hoje já não restam quaisquer vestígios.
Em 1805, um mapa geral das
fortalezas, fortes e redutos que guarneciam a marinha da ilha da
Madeira, dava conta da existência, em Câmara de Lobos de sete
redutos
[1]: o reduto ou forte de São Sebastião, situado no
Ilhéu; o reduto do Pico do Facho, que se presume corresponder ao
reduto ou bateria do Pico, situada no Pico da Torre; o reduto do
Canavial, situado no porto da vila; o reduto da Vigia, também
situado no porto da vila; o reduto do Pastel, situado na margem
direita da ribeira dos Socorridos; o
reduto do Vigário, situado na margem esquerda da ribeira do
Vigário e o reduto do Engenho, cuja localização desconhecemos.
Nos princípios do Séc. XIX, Paulo
Dias de Almeida, então Sargento-Mor, ao fazer uma descrição de
Câmara de Lobos refere-se às defesas desta localidade da seguinte
forma: Fundado nas fraldas de um alto pico, e ao lado da Ribeira
dos Frades junto de um penhasco levantado que envolve as casas do
lugar, na superfície dele tem um plano, que fecharam com uma
arrumação de pedra, a que chamam Forte. No alto do pico também
puseram 1 peça de 12, reprovada, e sem reparo, a que chamam Bateria
do Pico. Tem um pequeno reduto ao lado da ribeira do Vigário, com
uma peca de calibre 7 reprovada, e o dito reduto abatido. Ao lado do
porto há outro reduto, do Canavial, também arruinado com duas peças
de 4, e uma de 7 reprovada, sem palamenta, nem balas. No chão do
chamado forte, as peças que têm também são reprovadas e sem reparo.
O porto é muito bom, porém
pequeno; serve de abrigo aos barcos da costa; e é o único que se
encontra fora da cidade para o Oeste. Também serve de abrigo aos
pescadores que vão à pesca, da cidade até aos picos distantes da
costa, 12 milhas na direcção da Ribeira Brava.
Sendo este um dos lugares mais
bem povoados e o mais próximo da cidade, está inteiramente sem
defesa e muito sujeito a ser saqueado por qualquer corsário de
pequena força [...][2].
Segundo Rui Carita, foi o porto
desta freguesia fortificado antes do Funchal pois consta no
Regimento de Fortificação de D. Sebastião, datado de 1572, que a
fortificação no Funchal se deveria fazer como se fizera neste sítio
[3].
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