Levada do
Norte
A Levada do
Norte é uma levada de significativas dimensões e caudal, construída
com o objectivo de transportar água para rega, desde o Norte da Ilha
da Madeira, até ao sul, nomeadamente até aos concelhos da Ribeira
Brava e de Câmara de Lobos.
A sua inauguração teve lugar no dia
1 de Junho de 1952, concretizando-se, assim, um velho sonho das
populações de Câmara de Lobos e que consistia na captação e
aproveitamento das águas do norte da ilha, ideia que já tinha
conduzido a, pelo menos duas tentativas anteriores, para a sua
concretização: uma feita em 1924, por
Francisco Figueira Ferraz e outra protagonizada pelo
Sindicato Agrícola de Câmara de Lobos.
A Levada do
Norte, ao atravessar de Oeste para Leste em toda a sua largura as
zonas altas das freguesias da Quinta Grande, Câmara de Lobos e
Estreito de Câmara de Lobos, para além de dotar de água importantes
áreas agrícolas, veio criar, ao longo do seu percurso uma importante
via de acessibilidade às pessoas, onde antes não existia e fazer com
que, em virtude dessa nova acessibilidade, se assistisse a uma onde de
construções habitacionais nas suas proximidades.
Esta nova
acessibilidade, criada pela construção da Levada do Norte, cedo viria
a ser popularmente conhecida como Vereda da Levada do Norte,
denominação que ficaria posteriormente consagrada, mediante a
deliberação camarária.
Contudo,
recorde-se a propósito desta vereda que, apesar de ter constituído uma
nova acessibilidade, onde antes não existia e de ter constituído um
factor impulsionador para a construção de habitações nas suas
proximidades, dadas as suas grandes dimensões e ao facto de ser um
canal aberto, também foi responsável por alguns acidentes mortais de
crianças que nela caiam e morriam afogadas.
Em situações pontuais, quando
a vereda era muito estreita e perigosa, ou quando nas suas
proximidades se assistiu a uma significativa fixação de pessoas, a
levada era coberta com placas amovíveis de betão.
Esta iniciativa constituindo um motivo de segurança para as pessoas,
tinha também associado o perigo da sua obstrução por ramos de árvore
ou outros objectos e o extravasamento da água que dada a pouca
inclinação da levada se poderia estender ao longo de dezenas de
metros e causar significativos prejuízos, quer materiais, quer
humanos.
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