Silva
Dr. João Vicente da
Natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, onde terá
nascido por volta de 1803, tendo falecido solteiro e sem descendência,
no dia 9 de Outubro de 1895, aos 92 anos de idade, na casa da sua
residência no sítio da Ribeira Fernanda [1].
Era filho do capitão Silvestre Gomes da Silva e de
Antónia da Luz Espírito Santo, naturais da freguesia do Estreito
de Câmara de Lobos.
Foi um importante proprietário e um médico de
muita reputação, tendo prestado relevantes serviços, não
só, na época da cólera morbus [1856] como em outras
circunstâncias anormais. Era também um desvelado pai dos pobres [2], como aliás se pode inferir do conteúdo do
testamento que deixou ao falecer.
Durante cerca de 40 anos esteve ao serviço da Câmara
Municipal, como contratado para tratar os seus expostos [3].
Ao que tudo leva a crer, seria um importante
viticultor
[4],
podendo uma medalha de ouro por ele ganha numa exposição de Paris,
estar relacionada com esta sua actividade.
Em
testamento efectuado aos 11 dias de Julho de 1894 [5],
ainda que deixando legados a outras pessoas, institui como seus
herdeiros universais, o Dr. António Evaristo de Ornelas, na altura
1º barão de Ornelas e sua irmã Maria Isabel, casada com o conde
de Brixer, ambos seus sobrinhos e filhos de Narcisa Januária de
Ornelas [6],
[7]
e Evaristo de Ornelas.
[1]
Esta
propriedade situa-se na Ribeira Fernanda, com acesso para a hoje
denominada rua Prof. José Joaquim da Costa. Primeiramente do
Dr. João Vicente da Silva, passa depois, por doação, ao 1º
Barão de Ornelas, razão por que algumas vezes é também
conhecida pela casa do Barão. Posteriormente é adquirida aos
herdeiros do Barão de Ornelas, por Francisco Nunes Pereira de
Barros Júnior (1863-1942), o que terá acontecido, muito
provavelmente depois de 1930. Passou depois a propriedade para
seu filho, Francisco Nunes Pereira de Barros Júnior, e foi, após
a sua morte, vendida a Martinho de Abreu, que por sua vez, a
haveria de lotear e vender em fracções.
Na
casa da residência desta propriedade esteve durante vários
anos instalada a Casa do Povo do Estreito, depois da sua saída
no local onde fora fundada, no sítio da Ribeira da Caixa e a
delegação no Estreito da Direcção Regional de Segurança
Social.
[3]
De acordo com O Direito, de 24 de Novembro de 1879, por essa altura o concelho de
Câmara de Lobos só possuía um médico, sitiado na freguesia
do Estreito de Câmara de Lobos. Era o Cirurgião Dr.
João Vicente da Silva. Na sessão camarária de 26 de
Fevereiro de 1896 dá-se conta de que a Câmara não tinha médico
municipal e, por isso pedia-se a criação de um lugar de
facultativo no partido médico de Câmara de Lobos. Segundo a
proposta apresentada, o
Dr. João Vicente da Silva na altura já falecido havia sido
contratado 40 anos antes, para tratar unicamente dos expostos.
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