Educar
com limites
a
maior expressão do amor
Ana Cláudia
Morete Pinto
"Educar - tarefa das mais difíceis! Como se preparar na vida para
ser pai e ser mãe ? Saber colocar limites, estar presente, participar
da vida dos filhos ajudando-os a se construírem como seres humanos.
Com certeza, não existe nenhuma fórmula mágica. As
perguntas são muitas, e os pais, o tempo todo, buscam novas respostas."
Diante desta situação, buscamos o tempo todo educarmos nossos
filhos com o peso do sucesso em nossos ombros. Como se fôssemos vigiados
para não errarmos, senão transformaremos este ser em formação
num indivíduo marginalizado pela sociedade. Isto porque, a todo
o momento em meio a manchetes jornalísticas, temos a sensação
de vivermos num caos, e isto nos aterroriza ao ponto de ficarmos perdidos
na educação de nossos filhos.
Não venho aqui, para dar receita de como educar seus filhos, como
se fosse um prato pronto com suas medidas exatas, primeiro porque não
existe e nunca existirá; segundo que todos somos diferentes com
nossa personalidade, nossos valores, conceitos pré-concebidos; e
o que é certo para um e errado para outros. Esta matéria
vem para esclarecer e fazer com que você reflita sobre o ato de educar,
sem esquecer de educar com limites.
Por mais que a sociedade venha se evoluindo com o tempo, certas atitudes
não mudam e possivelmente mudarão muito pouco. Uma delas,
são os limites. As pessoas se perguntam o tempo todo sobre
esta questão e esquecem da regra básica que vem passando
de geração para geração. Hoje, com a atuação
maciça dos pais no mercado de trabalho, o que ocorre na ausência
dos pais durante o dia todo, ela deve ser tratada não só
com mimos e vontades e sim com amor e equilíbrio. Mostrar à
ela que nem tudo o que ela quer pode ser dado naquela hora, naquele exato
momento. Tudo têm a sua hora. É lógico, que não
é fácil dizer NÃO a uma criança que você
não vê grande parte do dia.Certa vez, uma mãe, em uma
reunião de pais, me disse que estava muito difícil para ela
esse equilíbrio, pois no momento da sua chegada à creche
para buscá-la até a sua casa, as dus sempre se desentediamos
e acabavam brigando e isso à feria terrivelmente e ela me perguntou
como agir nesta situação? Eu esclareci que o fato de trabalhar
fora já era um fator de extremo estresse, devido ao esforço
desprendido e segundo por mais amor que ela tenha na creche, o amor de
pai e mãe é insubstituível; o que causava o confronto
era justamente o fato da criança chamar a atenção
toda para ela e isto em certas ocasiões em que você não
esteja preparada ou sem paciência, causa o confronto, só que
para a criança isto é normal e ela não reflete no
que você passou durante o dia e sim no que você representa
para ela e a atenção que ela quer de você. Como já
havia colocado, este processo é complicado. Há de se fazer
um treino no dia-a-dia. Como esta mãe, do caso narrado, buscamos
juntas solucionarmos o problema, com muita conversa e atuações
diferentes. Procurando o equilíbrio na educação familiar.
Finalizando, vou transcrever as palavras do psicoterapeuta Dr. Ivan
Capelatto, em entrevista à Revista Dois Pontos, Minas Gerais/96;
respondendo a seguinte pergunta:
=>Diante de tudo isso, como se preparar na vida para ser pai e mãe?
É
uma pergunta difícil de ser respondida, mas vou tentar: primeiro
lugar, as pessoas que querem ter filhos deveriam se perguntar: "Existe
lugar para esse ser na minha vida? Será que eu posso cuidar bem
de mim mesmo e dele? Amo-me o suficiente para poder amá-lo? Esse
filho, sim, porque eu já me sinto inteiro e completo e agora estou
pronto para cuidar dele? Quero um filho porque estou bem ou é para
tentar me sentir bem? Quero um filho porque todas as pessoas têm?"
E outras perguntas mais!
É
preciso entender que "pai e mãe são emprego para o resto
da vida"! Que quanto mais os filhos crescem, mais precisam de pai e mãe.
Precisam do quê? Da certeza de que este pai e esta mãe estão
lá, e de que eles podem lhes fazer pedidos. O bom pai é aquele
que respeita a frustração do filho. É o pai que sabe
que quando ele diz não ao filho este entra em crise, mas que sustenta
o não e suporta a crise, a angústia, o sofrimento do filho.
Um bom pai é aquele que suporta até a idéia de que
ele gosta mais do filho do que o filho dele e de que o filho precisa mais
dele, pai, do que ele do filho. É o pai que não tem pressa
de ver os filhos crescerem, porque ninguém cresce de uma hora para
outra!
Nós estudamos para nos treinarmos a ser hábeis e felizes
em qualquer profissão. Então, por que não estudamos
para sermos pais? Existem atitudes e condutas para se cuidar adequadamente
de crianças -- por que não organizamos as pessoas para compreenderem
"como funciona"esse ser humano tão necessariamente complexo? Enquanto
esperamos que as futuras gerações organizem isso, podemos
nos preparar cuidando bem de nossa cabeça e de nossa saúde
e, principalmente, pensando bem se existe um lugar real para um filho em
nossas vidas, porque filho precisa de tempo dos pais, de paciência,
de limite, de regras e de amor... muito amor!
Reflita bastante e saiba que estamos sempre aprendendo a cada dia, a vida
nos mostra um aprendizado diferente, basta aproveitarmos o máximo
a lição.
Abraços sinceros.
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