Recomendações de 2000



21-12-2000 - Comprar Lisnave a 1.10; comprar Impresa a 6.70

A Lisnave foi demasiado penalizada por vendas a qualquer preço de pequenos especuladores que não se aperceberam ainda do potencial de subida das acções. Existiu o espectro da falência durante todo este ano, não admira que os investidores não queiram ficar com as acções muito tempo. Mas não haverá falência! Os preços muito baixos na altura da OPA a 0.25 euros foram causados pela notícia desta mesma OPA e pela campanha manipulatória da administração. O estaleiro tem o futuro garantido, o Estado também não deixará cair a empresa depois de lá ter posto 60 milhões de contos. A capitalização da empresa, mesmo que suba de novo aos 4 euros, continua irrisória para uma empresa grande não falida. Esta é a linha de análise mais importante, no fim de contas. A correcção até 1.10 é bem vinda e compramos mais.

A Impresa está 16% abaixo do nosso preço de venda de há 3 dias, pelo que recompramos.

18-12-2000 - Manter Lisnave - AT está forte, considerações fundamentais são agora melhores, continua a campanha manipulatória por parte da administração; vender Impresa a 7.90

A Lisnave está a mostrar finalmente um ar da sua graça. Analisando a subida recente de um ponto de vista puramente técnico, as perspectivas parecem boas, pois tem feitos sucessivos marabozus brancos com muito volume, sem sinais de saturação, nem de tomadas de mais valias. Todos os dias fecha próximo do máximo, sendo o fecho bastante mais alto que a abertura (o tal marabozu branco). Este está descrito na AT como um sinal bullish extremamente poderoso. Nota-se, examinando os cofres, uma procura extremamente elevada, sem quaisquer sinais de abrandamento. Mais, tem havido interrupções técnicas que deixam o papel "respirar" por longas horas e não se tem notado qualquer onda de vendas nessas horas, fechando sempre quase nos máximos. Tecnicamente está muito forte. Se a subida fosse excessiva, as tais horas de espera deveriam provocar o aparecimento de ondas de investidores a tomar mais valias, aumentando os volumes na transacção de pré-fecho muito mais (isso não tem acontecido), e vergando a cotação consideravelmente, 10 ou 20%.

Em termos fundamentais, esta subida está plenamente justificada, pois a empresa está a inverter a situação de falência técnica, perspectivando-se agora a recuperação para 2001. O facto de não ir entrar novo parceiro estratégico (muito enfatizado pelos comunicados da administração) não é tão importante, pois já lá está a Thyssen e esta já declarou que tenciona apostar na empresa a longo prazo. As obras na Mitrena tornaram este estaleiro um dos mais modernos e maiores do Mundo.

Nós, os accionistas da Lisnave, fomos portanto vítimas de uma repugnante e sem precedentes campanha de manipulação procurando fazer descer as cotações a mínimos, no intuito de, por um lado, comprar as acções baratas e, por outro, pressionar os Governos a dar mais ajudas à Lisnave, que ainda continua. Isto foi tudo uma tentativa de ganhar mais subsídios, incluindo os prejuízos (largamente artificiais e forjados) do ano passado! Ainda há pouco diziam-nos que a empresa valia zero. Seguindo uma táctica usada desde 1997, aquando dos altos e baixos da cotação dessa altura, a administração da Lisnave procura desesperadamente lançar comunicados de teor negativo quando vê a cotação começar a subir, tentando lançar o pânico. Acumulei, durante estes 3 anos, um grande número desses comunicados lacónicos, lançados sempre durante estas subidas, à pressa. Os comunicados da semana passada são mais do mesmo, mencionam que não há parceiro estratégico, que vai haver o tal aumento de capital, que se reduz antes para zero, etc. Nem uma palavra de esperança sobre o futuro económico da empresa, nem uma menção ao facto de os prejuízos serem quase invertidos este ano, nada. As outras administrações poderão, por vezes, pintar a realidade com cores mais bonitas do que ela é, esta faz o contrário. Um comportamento doloso, que poderá ser passível de uma queixa-crime por manipulação de cotações, perdas e danos e tentativa de extorsão.

Um bom critério para compreender por que é que a subida não é ainda excessiva é o da capitalização bolsista: neste momento ainda vai em 2,8 milhões de contos, perfeitamente irrisória para uma empresa desta dimensão e líder mundial (qualquer fábrica de tintas ou distribuidora de bebidas ou portal da Internet tem 20, 30, 40 milhões!). Capitalizações bolsitas de empresas da dimensão da Lisnave poderão estar assim muito baixas, mas isso é num contexto de falência, não de inversão da falência.

A Impresa fraquejou tecnicamente, melhor vender a 7.90, assumindo uma pequena menos-valia de 2%.


13-12-2000 - Comprar mais CIN a 3.43; comprar Portucel a 7.10

Os sinais de retoma de que falámos antes mantêm-se. Os índices já estão mais algo mais altos, o Nasdaq está 15% acima do seu mínimo, o petróleo baixou subitamente e talvez vá baixar mais, o euro recuperou em relação ao dólar, os polícias do mercado começam a dar dicas quanto a uma descida das taxas de juro... Dir-se-ia que, de repente, uma conjuntura muito desfavorável começou a ter outro aspecto. O facto de o mercado ainda não ter subido em força é natural, pois os investidores continuam um pouco a medo, traumatizados por terem perdido muito durante todo o ano nas TMTs.

A CIN, a 3.43 parece bem comprada por razões técnicas. Desceu brutalmente este ano, estabilizou entre os 3.35 e 3.45 há várias semanas,  a fazer muitos volumes. A empresa tem grande potencial, bons produtos, boa gestão. A rentabilidade vai cair este ano e no próximo, devido à reestruturação, daí a descida. Os altos volumes e o baixo preço recomendam a compra. Como já antes tínhamos comprado a 6.40, conseguimos assim descer o nosso preço médio para os 4.92 euros.

A Portucel tornou-se, de repente, um investimento muito interessante por causa da OPA sobre a Soporcel. Neste caso a OPA poderá favorecer a cotação do comprador. A Soporcel sempre foi uma empresa de celulose mais dinâmica, mais rentável e mais bem gerida do que a Portucel. Ao incorporar a Soporcel, a Portucel vai melhorar a sua "média" em dinamismo, rentabilidade e qualidade de gestão. Vai ficar com um negócio integrado, produzindo pasta e papel, resistindo melhor aos ciclos de baixo preço da pasta. Acresce que agora estamos num ciclo de alta da pasta que não mostra sinais de acabar. A ES Research prevê cerca de 18 milhões de contos de lucro para a Soporcel em 2001 e outro tanto para a Portucel. Serão 36 milhões de lucro potencial para a Portucel pós-OPA, mas a isto teremos que subtrair os encargos financeiros com a dívida assumida para fazer a OPA. Vamos supor que a Portucel faz um aumento de capital (Jorge Armindo já o disse) para financiar parcialmente a OPA, de 1 nova acção por cada 1 detida, a um preço próximo dos 5 euros (1000$). Nesse caso entrariam 87 M contos no grupo (já que o capital da Portucel é de 87 M de acções). Para fazer a OPA, precisará de 231 M contos. Teria de contrair uma dívida de 231 - 87 =  144 Mc. Admitindo uma taxa de juro de 5% (pode até acontecer que as taxas desçam), isso daria encargos financeiros de apenas 7.2 M contos por ano. Assim, os lucros depois dos encargos financeiros ficariam, neste caso, em 36 - 7.2 = 28.8 M contos, e o capital dividido em 87 * 2 = 174 M de acções. Isso daria 165.5 escudos por acção, ou 0.826 euros. À cotação actual, isso significa um PER de 9, muito baixo, para uma empresa que ganhou tantas vantagens com a incorporação da Soporcel. Mais a mais, em termos de resultados operacionais, a rentabilidade da empresa aumenta muito, pois estes não contam com os encargos financeiros. A manter-se o preço da pasta nos valores actuais, a empresa pagaria a dívida contraída de 144 M contos num ápice, e ficaria a ter lucros de 36 M contos. Mesmo que a pasta desça, a dívida não parece demasiada. Acresce que passará a ser a única empresa de celulose cotada, o que lhe dará mais notoriedade que tem agora. Muitos fundos irão reinvestir o produto de venda das suas acções Soporcel na OPA em acções Portucel. Parece, portanto, possível, uma subida de 50 a 100% deste título, no prazo de um a dois anos.


5-12-2000 - Comprar Impresa a 8.0; Fazer outras compras generalizadas

Esta empresa é uma das mais promissoras blue-chips nacionais e está historicamente a um nível muito baixo. Acresce que os volumes aumentaram muito nos últimos dias, o que parece indicar que os institucionais estão a entrar no papel.

Hoje é um possível dia de inversão de tendência. O Nasdaq subiu 10%, com muito volume, todos os corretores nacionais e internacionais registaram que houve um movimento inusitado, com uma vedadeira corrida às compras e, nas últimas semanas, muita gente estava a maldizer o mercado e a dizer que ficava de fora nos próximos meses. Estes costumam ser sinais de retoma sustentada. Por isso, é muito possível que uma retoma mais consistente comece a partir de hoje.

Outros papéis bons para entrar: Telecel, PT, Sonae, PTM, Sonae.com, Cin


29-11-2000 - Comprar Direitos de Incorporação da Corticeira Amorim a 0.33

Cada três direitos destes vão conferir uma acção gratuita. 3 direitos a 0.33 perfazem 0.99 euros, o que é um significativo desconto de 10% em relação a acção, que ronda os 1.09 euros. Acresce que esta acção foi muito penalizada recentemente, tendo caído desde os 1.25, e que os fundamentais da empresa são muito bons, o crescimento dos lucros e vendas mantém-se, o que sugere valores para a acção muito superiores à cotação actual. Uma boa oportunidade.


17-11-2000 - Comprar PT no segmento de pequenos subscritores pelo máximo

Vale a pena entrar nesta privatização no segmento de pequenos subscritores devido aos óptimos descontos obtidos. Há 3 descontos diferentes: 1) 5% de desconto directo por ser a tranche de pequenos subscritores; 2) cerca de 5% de poupança fiscal; 3) 10% de ganho por se ter direito a uma nova acção por cada 10 detidas daqui a um ano. Isto dá um total de cerca de 20% de desconto. Por isso, era preciso que a cotação fosse parar aos 7.44 euros daqui a um ano (muito improvável) para não se ganhar dinheiro nesta operação. Vale a pena fazer os pedidos pelo máximo, devido a este baixo risco e devido ao facto de a procura já ser de 5 vezes a oferta neste momento.


17-10-2000 - Recomprar PT a 10.40; Manter Lisnave

Vendemos PT a 13.0, agora voltamos a comprar a 10.4. No longo prazo, os fundamentais desta empresa virão a dar frutos (há analistas internacionais a preverem uma possível duplicação da cotação da PT). A Telecel estabilizou em torno dos 12.50,o que é um sinal de força, pois as telecoms europeias estão todas em queda. Esperamos vir a recuperar das perdas nesta acção.

Na Lisnave tudo está mais difícil. Quem compra agora deve estar disponível para enfrentar os fautores desta tentativa de extorsão e manipulação em tribunal. Se alguém estiver disposto a isso, poderá contactar-me para j.d.sousa@oninet.pt. Quem não estiver disposto a isso deverá ter em atenção que as actuais acções sairão da Bolsa em breve. De um ponto de vista estritamente financeiro, e se um accionista mantiver as acções por vários anos sem ser extorquido do seu património, a acção está bem atractiva, pois a cotação actual de 0.78 euros avalia a empresa toda em cerca de 900 mil contos, qualquer coisa como um centésimo do que um estaleiro destes deverá valer em condições de rentabilidade. Claro que essa rentabilidade não está garantida, a falência definitiva é possível. Mas há a perspectiva do negócio dos submarinos e melhoria nos mercados da reparação e drilling que compensa largamente o risco envolvido. Claro que nunca houve melhor altura do que agora para comprar a acção, pois está num mínimo histórico. Como red-chip à beira da falência, esta acção incorpora uma imensamente favorável relação entre potencial e risco. A perspectiva de saída da Bolsa não deve assustar os investidores. O que dá razão para mais preocupação é a perspectiva de as acções serem compradas por tuta e meia pelos accionistas dominantes, numa OPA potestativa. É aí que está o perigo.

4-10-2000 - Comprar Redes & Comunicações a 50.5

Trata-se de um fundo de investimento fechado, cotado na Bolsa, no mercado por chamada. A cotação vai nos 50.5 euros. O fundo investe em acções de empresas de telecomunicações, Internet e redes europeias. Segundo o balanço do fundo de 30 de Junho deste ano, o valor contabilístico da unidade de participação é de 68 euros (avaliando a carteira de acções detida a preços de mercado). O fundo será liquidado em 2003 e, nessa altura, cada participante receberá o valor contabilístico. O mais interessante é que há um capital garantido de 10 contos, ou 49.9 euros por cada UP. Isto significa que, ao preço actual, a UP tem um risco muito pequeno, pois quase todo o seu valor é coberto pela garantia ( 49.9 euros ). Se, até 2003, as acções de telecomunicações europeias subirem mais,  que é bastante provável, teremos a UP a valer ainda mais do que 68 euros, talvez 80, talvez 100. Para quem compra a 50.5, essas duas hipóteses dariam rentabilidades de 60% e de 100% respectivamente, nesse cenário optimista. Mas se as coisas correrem mal e as bolsas internacionais descerem (o que também não se pode excluir, dado o movimento actual de subida das taxas de juro e o ainda alto valor do petróleo) teremos sempre garantido quase todo o investimento feito. Portanto, estamos em presença de uma oportunidade excelente, com uma boa relação entre rentabilidade potencial e risco. Apenas dois riscos significativos existem: 1) As bolsas estarem mais baixas em 2003 do que agora e haver uma grande alta das taxas de juro (nesse caso praticamente não perdíamos nada do capital, devido à garantia dos 49.9 euros, mas deixávamos de ganhar os bons juros das aplicações sem risco durante 3 anos; 2) A falência da sociedade gestora, mas isso é um acontecimento muito improvável, pois trata-se da AF Investimentos, do grupo BCP, e todo o grupo é co-responsável pelos fundos por si geridos.

26-9-2000 - Comprar Telecel a 14.40

Esta acção esteve a subir 5% ontem, liderando a recuperação das telecoms nacionais. Embora tenha regredido no fim da sessão, notou-se forte pressão da procura. Como a acção já esteve a 24 euros este ano e há price targets acima desse valor, a cotação actual pode ser um bom momento de tomada de posição. Lembremos que vendemos Telecel a 16.50 da última vez. Quanto aos lucros da empresa, embora tenham diminuído em 1999, são previstos novos aumentos em 2000 e 2001. O portal Netc está a ser bem sucedido e as receitas da empresa aumentam. A ES Research prevê lucros de 16.8 milhões de contos em 2000, contra os 15 milhões de 1999. O objectivo deste investimento é obter uma rentabilidade, nos próximos 4 meses, superior à conseguida com outras telecoms.


3-8-2000 - Comprar Corticeira Amorim a 8.98


Uma multinacional, com expansão internacional e fundamentais extremamente atractivos: 43% de aumento de lucros no 1º trimestre e um PER = 7.6 que descerá abaixo dos 7 em 2000. Um PER demasiado baixo, tanto mais que a acção tem alguma liquidez. Domina o negócio em muitos países. A maior parte do uso da cortiça continua a ser para rolhas. Isto causa um problema: as rolhas de cortiça só servem para rolhar garrafas de vinho e espumantes. O consumo de vinho tende a diminuir nos países ocidentais, pois as camadas jovens cada vez preferem mais a cerveja e refrigerantes. Isso, e a baixa liquidez, deve explicar o porquê de os institucionais se afastarem do papel. No entanto, o consumo de vinho está a aumentar em alguns países populosos como a China, e a CA vende para lá rolhas... E os lucros subiram 43% no 1º trimestre. Merece valer uns 50% mais. Seguindo os ensinamentos de Peter Lynch, devem-se comprar exactamente estas acções, pouco faladas, e bem atractivas fundamentalmente e rentáveis. Neste caso, há a vantagem adicional de se prever um aumento da rentabilidade, o que significa que há mais potencial de expansão aqui do que no caso da SAG.

28-7-2000 - Vender SAG a 2.55

Tivemos uma rentabilidade marginalmente negativa com esta acção (-3%), pois recebemos os dividendos. Mas vale a pena vender, pois a empresa, embora em boa situação económica, mostra evidência de alguma saturação. As vendas de Volkswagen estão muito bem, é certo, estão mesmo num pico, e os fundamentais, tendo em conta o lucro e o dividendo, são muito bons, mas dá ideia que o Grupo Pereira Coutinho está a aproveitar toda esta boa situação para fazer vendas de acções. Pelo menos, há publicidade na televisão a elogiar a empresa de per si (não as marcas de automóveis): "Nasceu um grande grupo...", etc, e as vendas de VW podem estar num pico, a partir do qual dificilmente crescerão mais. As decisões do stock split e do alto dividendo pago este ano também parecem "mediáticas". Se houvesse grande potencial de crescimento, a empresa deveria reinvestir a maior parte dos lucros na expansão, em vez de pagar um dividendo tão alto. Tudo parece apontar para uma empresa rentável mas que dificilmente crescerá mais a partir daqui. Para além disso, a situação líquida é pequeníssima (o valor contabilístico da acção é muito menor que a cotação) devido à contabilidade criativa que foi usada há muitos anos, aquando da OPV, em que a empresa, com o seu grande capital foi "inventada", contabilisticamente falando. Parece melhor realizar dinheiro para outros investimentos.


21-7-2000 - Comprar mais Lisnave entre os 1.06 e os 1.30

Neste momento a situação clarificou-se. Há golpadas atrás de golpadas nesta empresa. Uma golpada é a redução de capital, decidida na assembleia de 18-7. Por cada 6 acções, ficaremos só com uma e pagá-la-emos a 5 euros. A seguir poderão aparecer duas novas golpadas alternativas: ou uma OPA a preços muito baixos, aproveitando o pânico dos pequenos investidores, ou um novo aumento de capital de 1 para bastante mais milhões de contos, sem reserva para os pequenos accionistas (pois estes só têm acções sem voto). A situação clama por uma (ou muitas) acções judiciais, ou mesmo providências cautelares, contra estas golpadas. Que é feito do nosso direito ao dividendo prioritário que, a não ser pago, convertiria as acções sem voto em acções com voto? A situação é gritantemente injusta, muito provavelmente ilegal (mas só os juristas o saberão dizer). No entanto, a empresa futura poderá ter rentabilidades muito positivas, não fechará, estará aliada a dois grupos internacionais. Se a nossa percentagem no capital da empresa não for "destruída" com uma das duas golpadas acima descritas, poderemos estar a fazer um bom negócio comprando as acções agora: 1.06 euros é mesmo muito barato. Fizeram-se mais de 100.000 acções, o que só nos admira do lado da venda (como é possível haver accionistas tolos o suficiente para vender numa altura e a um preço destes?).

18-7-2000 - Vender SÓ ALGUNS Warrants Somague a 0.50

Comprámos estes warrants em Novembro de 1998 a uma média de 35 escudos. Valeu a pena esperar. Vendendo-os hoje a 0.50 temos um lucro de 185%. No entanto é aconselhável vender só alguns (digamos, um terço dos que temos em carteira) e manter os outros devido ao seu altíssimo potencial. A acção Somague está com uma posição técnica mais favorável agora. Se a acção subir a 6 euros teremos os warrants a 0.60 ou 0.70. E a empresa começa a ter melhores perspectivas depois de uma fase de prejuízos.

12-7-2000 - Vender PT a 13.0; Follow-up da carteira actual

Vender PT a 13 euros é uma decisão interessante, pois, pelo menos da tranche que comprámos a 10.77, já estamos a ganhar 20% em pleno mercado baixista. Reiteramos a nossa confiança neste papel no longo prazo.

Follow-up da carteira actual

Carteira actual: Sonae SGPS, Cofina, EDP, CIN, SAG, Lisnave, Warrants SOI e SMG, fundo BNU Japão, fundo EWJ.

Só parece haver riscos realmente fortes nos warrants e na Lisnave, onde estamos a perder bastante. Mas achamos que o baixo preço destes papéis e o seu alto potencial aconselham, senão o reforço, pelo menos a manutenção. A Sonae SGPS e EDP são blue-chips com um grande potencial. A primeira está numa expansão desenfreada, pois em todos os negócios em que se mete, tem vantagens competitivas e favorecimento do Estado. Como a comprámos a 45.5 e houve dois splits cujo factor combinado é de 22.82, á cotação actual de 1.79, estamos a perder 10%. A EDP não se está a expandir tanto, mas gera mais de 250 Mc de cash-flow anual e o projecto ONI vai ser um sucesso. Temo-la comprada a 17 euros, estamos a ganhar portanto marginalmente. Bom potencial de longo prazo. A Cofina é a nossa Internet stock favorita, devido ao crescimento, influência e reduzido número de acções. Comprámos a uma média de 36, estamos praticamente em casa. A SAG está em maturidade, não esperamos crescimentos enormes, mas deverá dar uma razoável rentabilidade. Comprámos a 14.3, houve um split de 5 para 1 e recebemos um dividendo de 7%, pelo que estamos quase em casa. A CIN também tem bom potencial, excelentes fundamentais. Comprámos a 6.40 e recebemos o dividendo, pelo que perdemos uns 6% neste momento. Os investimentos no Japão estão com perdas ligeiras (entrada no fundo BNU Japão a cerca de 5.7 euros por unidade e no fundo EWJ a 15.5 dólares), perfeitamente compensadas pelo potencial de longo prazo deste país.


4-7-2000 - Vender Novabase a 10.60 - 10.80

Vale a pena vender este papel no 1º dia a este preço, por várias razões:

1) Estamos a ganhar 25% logo à partida.

2) Em várias OPVs recentes as cotações subiram 10 a 25% acima do preço da OPV e depois não subiram mais (Impresa, Sonae.com).

3) Internacionalmente, verifica-se uma tendência de muitos IPOs das tech stocks de atingirem o máximo nos primeiros dias, descendo logo a seguir, ficando, por vezes, abaixo do preço de subscrição ao fim de 6 meses a 1 ano. A este fenómeno não será alheio o facto de as empresas serem vendidas a preços puxados em termos fundamentais.

4) A avaliação da Novabase entre os 7 e os 8.5 euros (intervalo de preços possíveis da OPV) parece inflaccionada pois já contava com um aumento de lucros de 64% ao ano até 2004. E a cotação agora já está 38% acima do valor médio desse intervalo.

Note-se ainda (respondendo a opiniões expressas nos foruns) que eu recomendei a entrada nesta OPV, só recomendaria não ir lá se a procura se mantivesse apenas nas 5 vezes a oferta. A dois dias do termo estava nesse valor, mas melhorou de repente a partir daí.

29-6-2000 - Sobre a Novabase - valia a pena subscrever no último dia da 1ªfase, terça-feira

Com este escrito pretendo apenas deixar claro que passei a recomendar a subscrição de Novabase no último dia da 1ª fase (terça-feira, 27-6), pois obtive de várias fontes a informação de que a procura já excedia em mais de 20 vezes a oferta, o que garantia que não íamos apanhar todas as 3000 pedidas. A última recomendação de não subscrever (ver abaixo) baseava-se numa procura apenas 5 vezes superior à oferta. Se se tivesse mantido assim, não valeria a pena o grande risco corrido, com a procura em mais de 20 vezes a oferta já valia a pena. Expliquei isto detalhadamente num post para o forum BolsaPt.com, mas não o coloquei aqui, pois o leitor só poderia ler depois de findo o prazo da dita 1ª fase. Não vale a pena dar "recomendações" que já não vão a tempo de ser seguidas. Eu próprio só mudei a minha opinião sobre a operação a escassas horas antes do fim da 1ª fase (na corretora Eser, só aceitavam ordens para a 1ª fase até ao meio dia de dia 27). Claro que, neste momento, ainda vale a pena subscrever, mas já se apanhará um coeficiente de rateio inferior, pelo que fica ao seu critério.


26-6-2000 - Não subscrever Novabase, a não ser que se faça um só pedido e com um montante total não superior a 10% da carteira

A Novabase parece uma excelente empresa em termos de know-how e conexões a vários negócios de Internet rentáveis. No entanto, houve recentemente um grande aumento de capital e, por isso, o capital da empresa está dividido em 28.2 M de acções. Isto faz com que a acção, se for vendida na OPV a 8.5 euros, só alcance um PER de cerca de 14 daqui a 5 anos, se os lucros crescerem exponencialmente à velocidade de 64% ao ano!!! Não estão garantidos estes lucros, se calhar nem um quinto deles, pelo que a acção a 8.5 euros (17 vezes o seu valor nominal) está caríssima em termos fundamentais. Isto é o ponto de partida da questão.

Segundo ponto, e a procura? Já é de 5 vezes a oferta, mas isto é muito suspeito, até porque as fontes desta notícia não são muito claras. Sabemos que, em todas as recentes OPVs, a manipulação e a má-fé foram as rainhas da festa. Quando há uma procura esmagadoramente maior que a oferta (digamos 20 a 100 vezes), então sabemos que só vamos apanhar poucas acções. Mas quando é só 5 vezes maior, tudo pode dar para o torto, pois, por um lado, poderemos apanhar mais acções vindas de outras tranches não subscritas (por exemplo, da tranche para os trabalhadores), podemos ainda "apanhar" com o green-shoe, que ainda empurra mais acções para nós. Isso poderá fazer-nos apanhar todas as 3000 acções se pedirmos as 3000, o que representa um investimento de 4800 contos que, nesse caso, daria um grande prejuízo.

Note-se, além disso que, a partir de amanhã, termina o direito a desistência, ao mesmo tempo que termina a 1ª fase do pré-registo. Se quiser usufruir do melhor rateio da 1ª fase tem que dar as ordens até amanhã ao meio-dia. E depois já não poderá desistir, aconteça o que acontecer. Um rateio que ainda vai nas 5 vezes é muito fraco e poderá, como já disse, causar a satisfação integral de uma ordem de 3000 acções.

Por tudo isto acho que nesta operação é arriscado fazer muitos pedidos pelo máximo. Faça um só pedido pelo máximo, ou não faça mesmo nenhum (a minha decisão), pois a perda potencial é grande e o lucro potencial muito pequeno. Veja a queda recente da Sonae.com - é o que acontece quando acções são vendidas muito caras em termos fundamentais. Nem todo o mercado é estúpido e a verdade acaba por vir ao de cima.


19-6-2000 - Vender Sumolis a 16.3-16.7

Já estamos a ganhar 34% desde que comprámos esta acção. Melhor vender assegurando a mais valia.


8-6-2000 - Comprar Lisnave a 2.01-2.05

Só a este valor porque a cotação não está segura. Note que este é um investimento de alto risco, que poderá dar muito, mas poderá perder-se por completo também. Segundo André Kostolany, as maiores subidas na Bolsa são de empresas quase falidas que recuperam e ele passou uma vida inteira a fazer fortuna com essas situações. No entanto, devido à redução de capital que aí vem, a cotação poderá ir muito mais abaixo. Muito cuidado. Veja o meu comentário longo na Página Análises.


7-5-2000 - Manter todas as Lisnave; comentário sobre a Lisnave

Hoje saíram notícias aparentemente más sobre a Lisnave: vai fazer uma operação harmónio, reduzindo o capital para zero e aumentando-o de novo para 1 Mc. Depois tentarão perder o estatuto de sociedade aberta, o que implicaria a saída da Bolsa. As cotações caíram já para quase 3 euros e amanhã deverão cair mais. O meu conselho só pode ser um: não vender agora. Não vou aconselhar levianamente a comprar mais, cada um sabe até onde pode correr riscos e já estamos a perder bastante. As notícias que saíram têm um carácter deliberadamente manipulatório, bastante evidente para quem cá anda já há 14 anos a ver estes truques bolsistas. Note-se só o aspecto lacónico da notícia: redução de capital, abandono da sociedade aberta. Tudo pensado, tudo feito calculisticamente, para fazer descer as cotações. Parece óbvio que alguém quer que as cotações, depois de o capital ficar reduzido a 1/6 do valor actual, fiquem perto do valor nominal (1000$), para depois lançar uma OPA um pouco acima e comprar acções de uma empresa que irá ter futuro por tuta e meia. Como acho que a empresa, no seu conjunto, valerá no futuro muito mais do que 1 milhão de contos (o normal para uma empresa dessas deverá ser 20, 50 ou 100 vezes esse valor), prefiro ficar com as acções, cotadas ou não na Bolsa.

Muito em breve, escreverei vários posts na Internet, em foruns online, e aqui também, a contar o que sei das vigarices com a Lisnave. Exorto os visitantes deste site que têm, como eu, acções da Lisnave, a juntarem-se, formando um grupo de pressão tendente a repor um mínimo de moralidade neste imbróglio da Lisnave.


5-6-2000 - Vender todas as Sonae.com ao melhor, quando se vir a cotação em qualquer valor acima dos 11.5

Já fomos a esta operação com muitos subscritores, pelo que apanhámos várias centenas de acções. Estamos a ganhar mais de 15%. O que esperamos? É melhor vender ao melhor pois, muito provavelmente, o sindicato colocador e a própria Sonae SGPS estão a fazer o mesmo, aproveitando a onda de entusiasmo de muitos pequenos investidores com as internet stocks. Essa onda de entusiasmo deriva, em parte, da esperança de que a Sonae.com suba como subiu a PT Multimédia (o que é ingénuo, pois a OPV da PTM foi noutra época) e também da campanha de marketing bem orquestrada a anunciar coisas maravilhosas (como entradas no Brasil, etc) nas semanas que antecederam a OPV e nestes primeiros dias de cotação na Bolsa.

Esta operação tem contornos extremamente duvidosos. Embora a procura tenha sido 120 vezes a oferta na OPV, ela foi, segundo consta, inferior à oferta no segmento de institucionais. Mas a Sonae e o BPI em conjunto firmaram, muito provavelmente, acordos com fundos e empresas do grupo BPI e com fundos estrangeiros (talvez com o Fidelity), dando-lhes garantias (provavelmente consubstanciadas em contratos de opções de revenda) de que nunca perderiam. Isso conseguiu atraí-los mesmo a tempo de se proclamar uma procura neste segmento de 1.7 vezes a oferta, e isso segurou as cotações nestes dias. Eu já previa que estas artimanhas viessem a acontecer, mas fui à OPV também e aconselhei a ir, pois calculei que a cotação subiria pouco mas subiria. Portanto agora é a hora das mais-valias. Vamos juntar-nos ao Fidelity, ao BPI e à Sonae SGPS, vamos vender as nossas acções, vamos celebrar com champanhe!

2-6-2000 - Comprar Sumolis a 12.3; Manter outras acções em carteira

A Sumolis está bastante atractiva. Nos primeiros meses deste ano teve uma subida fulgurante acima dos 20 euros e foi muito referida em foruns online. Os fundamentais da empresa são excelentes. A possibilidade de OPA é bem real, não apenas porque o mesmo já aconteceu às outras empresas de bebidas do sector (Unicer, Centralcer, Água de Luso, sempre com mais-valias muito grandes em relação à cotação) mas também porque faleceu o patriarca da empresa, o que poderá causar um déficit na gestão actual ou até desavenças entre os herdeiros. Acresce que o próprio João Paulo Peixoto recomendou a compra desta acção quando ela estava a 16-18 euros. Tudo parece promissor, pois a forte descida de cotação dos últimos meses explica-se pela correcção geral do mercado, e pelo esquecimento a que são voltadas as empresas que não são dot com.

30-5-2000 - Manter telecoms; Preparar para vender Sonae.com com mais valias de 20 a 30% ou menos

Fizémos muitos pedidos para a Sonae.com porque acreditamos que, devido à forte procura, a cotação vai subir. No entanto não deverá subir muito pois, fazendo comparações com outras empresas, os activos da Sonae.com já estão algo caros a 12.6 euros. Senão vejamos. A Telecel tem um valor de Bolsa de 731 Mc. A Optimus deverá valer metade disto (tem metade dos clientes, tem o problema adicional de uma receita média por cliente menor do que a Telecel, não tem um portal, enquanto a Telecel tem o Netc, nem está no negócio da rede fixa; mas, em compensação, está a crescer a sua base de clientes mais depressa). Suponhamos que vale então 365 Mc. A Sonae.com tem 45%, que valem 164 Mc. O portal Clix não pode valer senão metade do Sapo pois, embora em número de clientes já deva estar acima do Sapo, muitos desse clientes não navegam, só se tornaram clientes para ir à OPV, e além disso, o Clix está muito atrasado em relação à PTM nos conteúdos e parcerias para os vortais. Estimando receitas operacionais do Sapo de 24 Mc, o Clix não deverá ultrapassar 12. O lucro poderá ser de uns 3 Mc, admitindo uma EBIDT = 25%. Logo o valor do Clix, nessa altura (em 2004) poderá ser de uns 40 Mc, mais ou menos (poderá ser mais se destronar o Sapo da liderança). A Novis, admitindo que chega a ter 5% do negócio da rede fixa, valerá uns 100 Mc. O Público pouco acrescenta. Tudo somado dá 164 + 40 + 100 = 304 Mc, ou 10.1 euros por acção. No entanto, temos que reconhecer o elevado potencial de crescimento (sobretudo da  Optimus e Novis), pelo que a cotação poderá facilmente situar-se nos 15 euros.
25-5-2000 - Vender BPI a 3.57; Vender Central BI a 16.9; Vender Telecel a 16.5

Vendemos estes papéis ao preço de aquisição e capitalizámo-nos. Dada a situação periclitante dos mercados (o perigo já não parece tanto do Nasdaq, mas sim da Velha Economia: os índices asiáticos estão a cair muito, as taxas de juro continuam em franca ascensão, o petróleo também). A maioria das pessoas já só está a olhar para o Nasdaq. Não há tantas razões para isso porque as nossas Telecoms (PT, Sonae, Telecel, EDP) já não caiem muito quando o Nasdaq cai. Elas já estão a valores em que dificilmente descerão mais devido ao Nasdaq. A Telecel é, de entre as Telecoms, aquela que parece ter maior potencial de penalização, pois diminuiu fortemente os seus lucros em 99 e as pessoas vão começar a olhar para isso.

24-5-2000 - Manter a carteira, mas obter alguma liquidez; mas atenção à Ásia; se descer mais esta noite isso poderá ser perigoso para o resto do Mundo

Há alguns sinais de retoma nas Bolsas americanas e europeias, nomeadamente, o facto de o Nasdaq ter recuperado do mínimo perto dos 3050. Isso encoraja-nos a manter as acções que temos. No entanto esta manutenção deverá ser muito seriamente ponderada, pois estão a surgir novos perigos no horizonte. Há um sell-off mundial de acções das tech stocks, mas esse movimento poderá comunicar-se às acções da Velha Economia. O gráfico do Nikkei está assustador. Mostrava uma subida consistente até Abril, parecia mesmo imune às quedas do Nasdaq (que já tinham começado 2 meses antes) e, de repente, cai dos 20500 para os 16000 a uma velocidade vertiginosa. A nossa compra do fundo EWJ está a perder com esse facto mas, felizmente, as perdas são limitadas devido a um factor (pura sorte) que contrariou a descida do Nikkei: a subida da paridade iene / euro. Confesso que estes mercados estão cada vez mais difíceis de prever. Quanto à nossa segundo compra centrada no Japão, estamos com perdas mínimas, pois já comprámos com o Nikkei nos 17000.

O problema é que o sell-off no Japão é centrado também na Velha Economia. Poderá causar um sell-off semelhante na Europa e EUA, pois essas acções ainda não desceram significativamente, e as taxas de juro e o petróleo não param de subir. Posto isto, é de considerar uma venda de uma parte da carteira para reduzir riscos, mas a manutenção da maior parte da carteira. Como temos confiança nas acções que neste momento possuímos, preferimos não alterar a composição da carteira,

fazendo apenas vendas de alguns lotes.

22-5-2000 - Vender F.Ramada a 12.1
 
Esta empresa não está com perspectivas de subida, enquanto as telecoms poderão começar a recuperar. Por isso, vale a pena vender, para nos concentrarmos nas "nossas" (PT, Telecel, Sonae, Cofina, EDP).

O descalabro da PTM continua e, se calhar, a empresa ainda não bateu no fundo. O drama da PTM é um drama que se repete há séculos, desde que existe Bolsa. Está, neste momento, centrado nas Internet Stocks, mas é apenas mais um capítulo da mesma triste história bem conhecida.


19-5-2000 - Recomprar Telecel a 16.4; comprar mais PT a 10.77; vender JM a 17.2; preparar para subscrever Sonae.com; preparar para compras generalizadas na próxima semana

Com a Telecel, a nossa venda foi a 18.6, pelo que a recompra a 16.4 faz sentido. Os fundamentais desta empresa prometem sempre no longo prazo. Com a PT (que já temos em carteira comprada a 11 recentemente) temos que reforçar, pelas mesmas razões e mais. A PT continua a ser uma Telecom fabulosa pelos lucros extraordinários que obteve já com a venda de muitas acções PTM caras aos otários, e com as futuras OPVs do grupo programadas (PTM.com, PT Prime, PT Móveis, etc). Vão entrar centenas de milhões de contos no grupo este ano. Ainda por cima uma OPA estrangeira é cada vez mais provável e, desta vez, talvez o nosso Governo não tenha força para o impedir, como fez no caso Champalimaud. Uma OPA à PT será acima dos 16 euros. Reiteramos a nossa confiança na PT e desconfiança na PTM, mesmo a estes preços e mesmo considerando o brinde da PTM.com. Interessante também comprar futuros da PT a 10.65 ou um valor semelhante.

A Sonae.com vale a pena pois vai esgotar com certeza. Mas não deverá subir muito na Bolsa, provavelmente não mais do que uns 20%. Melhor pedir apenas 40 acções (há indicações que quem pedir 40 tem as mesmas hipóteses que quem pedir 5000).

A venda de JM a 17.2 é aconselhável numa óptica de stop-loss. Estamos a perder 18% no papel, e este denota uma grande fraqueza. As notícias da Polónia continuam más (as vendas subiram, mas os lucros tardam), a rentabilidade da empresa está comprometida, talvez de uma forma duradoura. Possível a continuação da queda. Não venderíamos se não precisássemos do dinheiro para novas compras.

Convém prepararmo-nos para a hipótese de uma queda forte segunda dia 22, o que gerará boas oportunidades de compra. A PT está a mostrar força técnica, pois caiu hoje bem menos que a Telecel e que as suas congéneres europeias. Não deverá descer muito deste valor. As melhores compras para 2ª feira, em caso de queda dos índices poderão ser PT, Telecel, Sonae SGPS, Cofina, Central BI.
Carteira actual: Telecel, PT, Sonae SGPS, Cofina, Central BI, BPI, EDP, CIN, SAG, F.Ramada, Lisnave, Warrants SOI e SMG, fundo BNU Japão, fundo EWJ. Só parece haver riscos realmente fortes nos warrants e na Lisnave. Mas pagamos para ver.

17-5-2000 - Preparar para comprar Sonae.com; comprar Central BI a 16.9; interessante também a compra de Sonae SGPS

Finalmente, podemos ter uma ideia mais detalhada dos contornos da operação Sonae.com. O capital da empresa está dividido em 150 milhões de acções de valor nominal de 1 euro. As acções deverão ser vendidas a 12.6 euros, o que valorizará a empresa em 380 milhões de contos. Atendendo a que esta empresa possui 45% da Optimus, e essa participação, só por si, vale uns 200 Mc (já considerando a perda de valor recente das suas congéneres como a Telecel), atendendo ainda que possui o jornal Público, o portal Clix e a Novis (cujos valores são difíceis de calcular para já), não se pode considerar o valor de 380 Mc demasiado caro, embora também não esteja muito barato. O Clix é o maior ISP português, tendo já suplantado o Sapo, da PT Multimédia. Tem mais de 305 mil clientes.  A Novis já conquistou 56 mil clientes. A Optimus tem mais de 900 mil clientes. Estas três empresas estão a bater todas as expectativas de crescimento, incluindo expectativas feitas por elas próprias, principalmente a Optimus e o Clix. O investimento é seguro, a procura vai esmagar a oferta, a cotação deverá subir. Portanto o conselho é comprar. De que forma?

Os contornos da operação são: 24% do capital vai ser vendido numa Oferta Combinada de 36.2 M de acções. Disso, a maior parte irá para institucionais (que tentarão, é claro, vender tudo aos otários com 50 ou 100% de lucro no 1º dia da entrada na Bolsa). Apenas 5.4 M de acções ficam para a OPV. Estas irão satisfazer primeiro os pedidos dos empregados da Sonae.com. Há 1600 empregados e cada um subscreve 400 acções, o que dá, no máximo, 640 mil acções. Depois irão satisfazer os pedidos dos empregados de todo o grupo Sonae. Há 15 mil empregados e cada um subscreve 40 acções, o que dá mais 600 mil acções. Ficarão apenas 5400 - 640 - 600 = 4160 mil acções para o resto da OPV.

Este número irá, depois, satisfazer as ordens dos clientes da Sonae.com (clientes Clix, Optimus, Novis, Público). Como já vimos, há cerca de 1.3 milhões de clientes. Isto daria cerca de 3 acções a cada um, se todos subscrevessem. Como, felizmente, a maioria não vai subscrever, por não estar virada para a Bolsa, os clientes ficarão com mais que isso, talvez 20, 30 ou 40 acções cada um. Parece que não serão particularmente favorecidas ordens de números grandes de acções, isto é, quem pedir 40, terá as mesmas chances de obter as 40 (ou 30, ou 20) de quem pedir 5000. Por isso, esta parece a melhor estratégia: inscrição no Clix (fácil, telefonando para o 931102020), e obtenção da credencial que comprova que se é cliente. Essa credencial obtém-se na página htttp://www.clix.pt, na secção Clientes / OPV da Sonae.com / Obter Credencial. É necessário que se tenha dado o número de contribuinte na altura da inscrição para a página mostrar a credencial. Depois de ter a credencial mostrada, basta imprimi-la e levá-la ao corretor ou banco para pedir as acções. É necessário fazê-lo até 22-5 para se obter boas condições de rateio.

Como esta estratégia é completamente segura (só pedimos 40 acções por pessoa, mesmo em caso de crash na Bolsa, são só 100 contos em jogo) aconselho a levar a família toda a inscrever-se no Clix (incluindo bebés e até o cão e o gato, se estes também pudessem). Para pedir as acções, é necessário estas pessoas terem uma conta num corretor ou banco, claro. Por cada pessoa, talvez se obtenha um lucro de 20 a 50 contos. Nada mau, nos tempos que correm.

A compra de Sonae SGPS parece interessante agora, mais uma vez, mas como já a temos em carteira, não vale a pena comprarmos mais. Ela vai beneficiar quando as pessoas virem a capitalização da Sonae.com na Bolsa (poderá ultrapassar 500 M de contos ou mais, metade do valor actual da Sonae SGPS), e quando houver o split e aumento de capital.


Comprar Central-BI a 16.9
Este banco continua subavaliado, pois tem uma participação importante na Cofina, o grupo que está a dar cartas na Nova Economia. É uma Internet Stock esquecida. O PER=23 é baixo, se considerarmos o seu potencial. Poderá ser cobiçado pelos outros bancos maiores. Tem já ligações ao BPI. Parece uma boa compra fundamental, numa óptica de médio prazo. O comportamento técnico da acção é excelente, tendo passado incólume pela correcção de Março e Abril.

15-5-2000 - Comprar BPI a 3.57

Este é um dos melhores bancos para investir neste momento devido à forte probabilidade de OPA. A OPA pode vir do lado do BCP (porque Jardim Gonçalves quer crescer a todo o custo para obter uma dimensão que o proteja de OPAs estrangeiras), do BES (o que não foi a bem poderá ir a mal...), da Sonae / Cofina (estas sempre se deram bem com os stakeholders do BPI e tiveram negócios em comum, podem agora querer dar um "músculo" bancário ao seu desenvolvimento na Nova Economia). Além disso o banco está bem barato em termos fundamentais (PER = 16, e deverá descer para 12 com os resultados previstos para 2000; os lucros do 1º trimestre cresceram 26%).

12-5-2000 - Reforçar Investimento no Japão: BNU Japão; recomprar PT a 11.0

Continuamos confiantes, a longo prazo, no investimento no Japão, pelas razões apontadas antes. Já mencionámos um método seguro de investir: através da compra de mutual funds do mercado americano que invistam apenas no Japão; um exemplo é o Webs Index Fund Japan (símbolo EWJ). Já comprámos e estamos com perdas ligeiras, pois embora o Nikkei tenha caído 15%, o iene subiu e a gestão do Webs Fund é boa e minimizou as perdas. Continuam as boas perspectivas de longo prazo.

Agora chegou a hora de aproveitar a queda de 15% do Nikkei e entrar de novo, com outra hipótese: o fundo BNU Japão, do BNU (o único em Portugal especializado no Japão). As unidades do fundo estão mais baratas agora. As razões do investimento são as mesmas. Só é preciso ter conta no BNU.

A PT volta a dar sinais de força, estamos confiantes no longo prazo, está barata: recomprar!

11-5-2000 - Recomprar Sonae SGPS a 45.5-46; Cancelar posição short nos futuros PSI-20
 
Continuamos com confiança na Sonae SGPS, já ganhámos 12% em 2 dias com a venda e posterior recompra. Agora este papel poderá ir bem mais para cima, até porque, para além da OPV da Sonae.com, já foi anunciado o split para breve. Já ganhámos algo com a posição short no PSI-20, mas vamos cancelá-la porque há sinais de rebound dos mercados.

9-5-2000 - Vender Sonae SGPS a 52; Vender Telecel a 18.6; tomar posição short nos futuros PSI-20

Não é que estes títulos não sejam promissores; mas a Sonae poderá estar a contar com um resultado muito bom na Sonae.com que não está ainda garantido e usufruiu de uma subida forte na última semana, pelo que é interessante vender para comprar mais abaixo; a Telecel poderá cair mais se os preços das licenças UMTS forem caros. A PTM (que neste momento, e ainda bem, não está na nossa carteira) está a revelar fraqueza que a poderá levar abaixo dos 70 euros. A PT também. Isso deverá contribuir para maiores descidas destas blue-chips e do índice. Além disso, as cotações em que aparecerá a Sonae.com na Bolsa serão, necessariamente, menos inflaccionadas que as da PTM, o que prejudicará a cotação da PTM por comparação (para além dos outros riscos associados à PTM). Como a PTM e a PT têm grande peso nos índices, isso reforça a nossa perspectiva bearish para os próximos dias/semanas. A longo prazo, reiteramos a nossa confiança na PT, EDP, Sonae e Telecel, e o nosso cepticismo quanto à PTM.


8-5-2000 - Reforçar Cofina a 35.1; Atenção à PT
 
Esta empresa está a afirmar-se cada vez mais na Nova Economia. Fez várias parcerias com grandes grupos económicos para o desenvolvimento dos respectivos e-businnesses. Se todos falam com ela é porque lhe reconhecem o valor técnico. A Cofina está instalada no mercado da Internet há anos e tem a melhor experiência nacional no sector. As suas participações em empresas industriais das porcelanas, cristais, aços e celuloses dão todas lucro e vão dar mais no futuro, com a boa gestão da Cofina e a integração online. Os cash-flows vindos desses sectores serão aplicados na Nova Economia, em negócios rentáveis, sem esbanjar dinheiro, ao estilo da Cofina. Podemos estar a assistir ao nascimento de um grande grupo económico, a Sonae do futuro talvez. Quando têm políticas assim, inteligentes, não esbanjadoras, cuidadosas e ambiciosas ao mesmo tempo, junto com know how, os pequenos de hoje tendem a ser os grandes de amanhã. Quando vimos a ascenção meteórica do título Sonae nos últimos 8 anos temos um calafrio. A Cofina arrisca-se a produzir em nós um calafrio semelhante nos próximos 8 anos.

A PT sofreu, tal como as principais telecoms internacionais, downgradings da Lehman Brothers, que acha que os preços das licenças UMTS vão ser caros em toda a parte, à semelhança do que sucedeu na Inglaterra. Mas Portugal não é a Inglaterra. Aqui fazem-se jeitinhos (e depois o déficit orçamental que sofra...). Por isso, a PT poderá adquirir a sua UMTS a preços mais módicos, e a acção continua promissora. Retirámo-nos tacticamente mas voltaremos a entrar.

4-5-2000 - Vender PT a 12.50
As mais valias obtidas são bem vindas para já. Há notícias de que a PT perdeu 44% da clientela de chamadas de longa distância para as concorrentes durante os primeiros 3 meses de 2000. Isto não augura nada de muito bom para quando houver a liberalização nas chamadas locais. No entanto este papel parece promissor no longo prazo. A ele voltaremos na altura própria.


19-4-2000 - Vender Corticeira a 9.0
Desde o início do ano que este título está a revelar uma fraqueza notável. Tem incursões abaixo dos 9 euros, por vezes a 8.5, enquanto que antes do mercado altista de Janeiro - Fevereiro costumava estar acima dos 9. Os valores médios de depois desse mercado altista são inferiores aos de antes, e durante houve apenas uma incursão acima dos 10, sem consistência. Apesar dos fundamentais serem bons, os analistas prevêem uma estagnação das vendas nos próximos anos. O PER de 8 é baixo, mas denota falta de confiança. Melhor vender, até porque poderá haver melhor destino para o dinheiro.

17-4-2000 - Comprar PT a 10.70-10.90

Os fundamentos deste investimento já foram descritos exaustivamente. Acresce que a PT já realizou lucros extraordinários com a venda de acções da PTM e isso aparecerá, provavelmente, já expresso no balanço do 1º semestre. A recuperação forte do Nasdaq hoje à tarde pode preconizar a subida das telecoms, mas as nossas têm ainda mais razão para subir.

16-4-2000 - Hoje é domingo. Amanhã, segunda-feira, as nossas telecs cairão, influenciadas pelas quedas de 5.6% do Dow e de 9.6% do Nasdaq. Aconselho a não vender nenhuma, excepto a PTM. Os mais ousados poderão comprar PT a 10.5, Telecel a 18, Sonae a 44, EDP a 17.5. Reitero a confiança nestas acções. Quanto à PTM aconselho a venda. Ver Análise Fundamental da PTM feita hoje.

 
12-4-2000 - Decisão Estratégica: comprar Nikkei entre os 20400 e os 21000 (alocando capital substancial a este investimento, numa óptica de longo prazo); manter o resto da carteira

A nossa carteira tem, neste momento, EDP, Sonae, Telecel, JM, Cofina, Cin, Lisnave, F.Ramada, Corticeira, SIVA, warrants Somague e SOI. A EDP, Sonae e Telecel têm bons fundamentais, estão com grande crescimento nas telecomunicações, não há razão para vender. Cofina é uma BOA Internet Stock, não é uma fraude como a PTM. Lisnave e warrants têm alto risco, mas também alto potencial, esperamos mais. Cin, F.Ramada, Corticeira e SIVA são small caps com óptimos fundamentais, recebemos os dividendos e esperamos mais pelas suas valorizações ou por OPAs, que acabarão por vir.
 
Investir já no Nikkei (devia ter sido ontem!) entre os 20400 e os 21000

O investimento no índice Nikkei do Japão parece bem aconselhável neste momento, numa óptica de longo prazo (3 a 7 anos). Tem a vantagem de permitir diversificar a carteira e reduzir riscos, numa altura em que muitos de nós fizémos boas mais-valias com as telecomunicações e Internet Stocks e este mercado se está a mostrar muito incerto, volátil, e dependente do Nasdaq.

O investimento no Nikkei, neste exacto momento, apresenta vantagens únicas, tanto fundamentais como técnicas.

1) A análise da história favorece-o. O Nikkei atingiu o máximo em 1989 de 38000 pontos, depois caiu para metade, e tem andado, todos estes anos, entre os 22000 e os 13000, sem subir quase nada. Note-se que, em horizontes de décadas, subidas dos índices de acções de 500% e mais são o habitual. Já muitas vezes na história se assistiu a vários anos de valorizações fulgurantes, depois de alguns anos de marasmo. Eis alguns exemplos:

- entre 1929 e 1933 o Dow esteve em queda livre, em 1937 ainda estava em valores modestos (8 anos de queda ou marasmo), na II Guerra Mundial subiu muito.

- Entre 1965 e 1980, o Dow viveu um período de marasmo, depois dos óptimos anos de 1950 a 1965, oscilando dentro de bandas apertadas e não subindo quase nada nesse período de 15 anos. Depois, na década de 80 e 90 subiu mais de 1000%.

- Entre 1988 e 1993, a nossa Bolsa esteve também com alguns altos e baixos, mas predominantemente baixista (mesmo considerando já os valores de meados de 1988,
depois do crash de 1987). Depois, desde meados de 1993 até 1998, o índice mostra um ganho de 800%.

Estes exemplos favorecem o investimento no Nikkei agora, pois poderá ter um novo período áureo de longo prazo.

2) A economia japonesa está em recessão há que tempos, o que só pode encorajar o nosso investimento (é nessas alturas que se deve comprar). Além disso, estruturalmente o Japão é fortíssimo (pelo menos em termos de formação, tecnologia, PIB, força da indústria, etc). Países destes não costumam ficar com as suas Bolsas deprimidas ad eternum.

3) Muita gente no mundo já começou a notar a oportunidade e o índice tem vindo a subir ligeiramente, estando com sinais técnicos bastante favoráveis. Nota-se além disso, um notável desprezo do Nikkei pelo que acontece ao Nasdaq (ao contrário do que se verifica nos índices europeus e americanos e mesmo alguns asiáticos como o Hang Seng, que tremem cada vez que o Nasdaq treme).

Aconselho a compra com o valor do Nikkei entre os 20400 e os 21000, numa óptica de longo prazo, e como uma decisão estratégica (aconselho mesmo fazê-lo com uma parte substancial do capital disponível). Objectivos do investimento: rentabilidades de 100% a 1 ano, 500% a 4 anos, ou 1000% a 10 anos.

4) O facto de o Japão agora não estar na moda, quase ninguém falar dele. A história diz-nos que quando um investimento está muito falado, deve-se FUGIR dele, não comprar.

Como investir no Nikkei?

Uma alternativa, para quem tem acesso ao mercado de acções americano, é comprar um mutual fund especializado no Nikkei. Um conhecido é o Webs Index Fund Japan, com o símbolo EWJ. A sua cotação reflecte muito fidedignamente o Nikkei.

O riscos deste investimento são a economia japonesa ainda demorar muito a sair da recessão (mas os sinais técnicos do Nikkei sugerem o contrário) e, é claro, o risco cambial da paridade Iene / Euro.



10-4-2000 - Vender PT a 13.7; Vender PTM a 100; Manter Lisnave
 
Na PT já ganhámos bastante com a compra que fizémos no dia 4, pelo que a venda das restantes acções é recomendada. Na PTM estamos a ganhar uns 9% e estamos a desafiar a sorte, pois a acção tem maus fundamentais (brevemente escreveremos aqui uma análise detalhada desta acção) e já esteve a 68 há poucos dias! A subida acima dos 100 é bem vinda para realizarmos a nossa mais-valia. As telecs em geral continuam promissoras. Não vale a pena vender Sonae, nem Telecel, nem EDP. Mesmo na PT, a nossa retirada é apenas táctica.

A Lisnave mostra, no conjunto de sexta-feira e hoje, um sinal técnico muito poderoso. Os candlesticks apontam para o céu, até porque o volume é elevadíssimo para a média deste papel. Melhor manter, e preparar para vender mas não a menos de 7 ou 8 euros. A decisão de venda da Lisnave compete a cada um de nós e depende de muitos factores, nomeadamente, a que preço comprámos, há quanto tempo comprámos, e que parte do nosso capital total está lá metido.

Como aconselhei a compra de Lisnave em muitas fases e os resultados, algumas vezes, não foram bons (embora tenham sido muito bons noutras fases), sei que há investidores que seguiram os conselhos que estão, neste momento, a perder. Para esses, vai o meu conselho de não vender a menos do que o preço de compra. Para aqueles que compraram em baixa nas fases mais difíceis (nos últimos meses, quando o título esteve entre os 2 e os 3.5 euros), a mais-valia já pode atingir os 100% ou mais se venderem à volta dos 6 euros, e há muitos outros investimentos por aí à espera que apliquemos o nosso capital, pelo que a minha mensagem é: não se prendam a dogmas, é interessante a venda à volta dos 6 para realizar dinheiro. Quanto a mim, prefiro não vender a menos de 8 e, mesmo a esse preço, só uma reduzida parte do que tenho.

6-4-2000 - Vender algumas PT (só algumas) a 13.30; Comprar Jerónimo Martins a 20.50

As PTs compradas há dois dias já nos deu 14% a ganhar, pelo que é melhor voltar a reduzir o peso desta acção na nossa carteira, vendendo as que comprámos nessa altura e mantendo outras como aposta estratégica. A Jerónimo está a melhorar os seus resultados na Polónia, poderá fundir-se com o Continente, está historicamente barata, e a análise do seu gráfico revela um turnaround bem nítido, feito com muito volume. Pode disparar até aos 27 euros facilmente.

 

4-4-2000 - Vender Lusomundo S/V a 40; Comprar PT a 11.70; Comprar Sonae a 50.0; preparar para compras generalizadas

Na Lusomundo, estamos a ganhar 23% em 7 dias e vale a pena vender já, pois a valorização desta empresa é menos provável agora que há uma OPA a 40 euros e o dinheiro vem mesmo a jeito para comprar as acções que estão a cair mais.

A PT, comprada hoje a 11.70 parece uma boa oportunidade face à desvalorização que já apresenta. O mesmo para a Sonae SGPS a 50. Outras apostas possíveis são Telecel, EDP, Cofina e Pararede (as melhores acções da Bolsa, apesar de tudo o que se tem passado). A PTM já é mais arriscada, pois está num subsector de negócio que foi muito castigado internacionalmente nas últimas semanas por não se vislumbrarem lucros. Aconselhei compra a 92, porque a acção parecia ter um nível de suporte a 90, mas agora ele foi violado, e subsequentes quedas são possíveis. Aconselho a manter, mas não comprar mais para já.

A razão por que estou confiante nas Telecoms é que as subidas que houve desde o Verão passado são bem fundamentadas em previsíveis aumentos de lucros e de facturação, aumento do peso na economia e inovação. São muito mais interessantes como investimento do que as Internet Stocks (penso isso desde o início). Como já perderam, nalguns casos, quase metade da valorização que tiveram, e esta não foi especulativa, aconselho a compra. Continuo a acreditar num valor real de 18 euros para a PT, 28 para a Telecel, 65 a 70 para a Sonae e 24 para a EDP. A PT vai ter enormes lucros este ano com a venda da PTM. A Sonae teve recomendação de compra recente.


2-4-2000 - Esclarecimento sobre Lisnave

Tem sido dito em foruns online que "A Lisnave vai ganhar muito dinheiro em projectos imobiliários na Margueira". Mas isto é um mal-entendido. A Lisnave Estaleiros Navais não tem nada a ver com quaisquer futuros projectos imobiliários que venham a desenvolver-se na Margueira, pois ela nem sequer é dona dos terrenos. Quem beneficiará com isso será o Fundo Margueira e os seus accionistas (entre os quais não está a Lisnave). Acresce ainda que a saída da Lisnave da Margueira vai ocorrer em breve mas não é novidade nenhuma, já está programada desde 1997.

O futuro da empresa será nos estaleiros da Mitrena em Setúbal, que terão uma capacidade maior do que a soma da Margueira e da Mitrena anteriormente à ampliação em curso. O novo estaleiro usa tecnologias hydrolift, que garantem uma estrutura em blocos flexíveis, fáceis de ampliar quando há muito negócio e desactivar em épocas de menos negócio, o que poupa nos custos. O Grupo Mello, a Thyssen, e o Estado, investiram mais de 15 milhões de contos nas obras de aperfeiçoamento e ampliação deste estaleiro, o que não se compreenderia muito bem se a empresa estivesse condenada à falência.

O movimento de 30000 acções que houve na sexta-feira, acompanhado de subida de 3% no preço é interessante se considerarmos o momento que a empresa vive. Primeiro, há interesse comprador de vários grupos, a francesa DCNI, mais alemães mais espanhóis. Uma parte do interesse reside nas encomendas dos submarinos e outros navios militares. A gestão do Arsenal do Alfeite pela Lisnave iniciada há pouco tempo é sintomática de que algo se prepara nesse domínio. Mas, para além disso, a vertente do drilling nos negócios da empresa não está perdida. A R&B Falcon retirou os seus navios, é certo, mas não nos podemos esquecer da conjuntura em que se vivia nesse ano, com o petróleo a 12 dólares o barril. A subida do petróleo para mais de 25 acarretou subidas enormes nas acções petrolíferas a nível mundial, incluindo a R&B Falcon, e aumentos de lucros, quer das "drillers" (Texaco, Amoco, etc), quer das fornecedoras de plataformas (R&B Falcon), quer mesmo das transportadoras (pois o valor da carga e, inevitavelmente, dos fretes, aumenta). Isto conduzirá a duas consequências: aumento da procura de reparação por parte dos armadores transportadores de petróleo e aumento das encomendas de torres e navios drilling.

Assim, é possível que a Lisnave fique inundada de encomendas mesmo já no curto prazo. Não seria inédito na sua história um período de vacas magras, seguido de uma explosão repentina de encomendas. Esperemos que, quando elas chegarem, o estaleiro da Mitrena tenha espaço para tantas reparações. Esperemos, além disso, que a força laboral da empresa possa ser organizada de uma forma mais rentável, para acorrer em massa nas fases de muito trabalho e voltar para casa ou para outras empresas nas fases de menos actividade (sobre isto, infelizmente, conhecendo a curteza de vistas da maioria dos dirigentes nacionais, e a sua fidelidade a paradigmas sociais obsoletos, tenho muitas dúvidas).

Ponderando todos os prós e contras, penso que é de manter as acções Lisnave. A empresa não fechará, uma rede internacional de reparação naval acabará por tomar conta dela, o que trará melhor gestão do que a actual (isso não é difícil...). Esse grupo internacional poderá ter maior capacidade de pressão política sobre os governos para conseguir condições laborais mais favoráveis ao accionista e menos ao trabalhador. As encomendas deverão aumentar. O Grupo Mello sairá. Com tantas coisas interessantes no horizonte, é o grande receio dos investidores que está a manter as cotações tão baixas. Subsistem, no entanto, nuvens no horizonte: 1) A possibilidade de haver uma OPA, aproveitando o baixo preço (ela permitiria mais-valias muito miseráveis aos pequenos accionistas, comparadas com o potencial de valorização da acção; seria o equivalente a dar um pontapé aos pequenos, atirando-os pela janela...). 2) A concorrência do Extremo-Oriente, que continua feroz. 3) A má imagem que a empresa criou nos investidores bolsistas.

30-3-2000 - Manter Telecoms; comprar PTM a 92

Reitero a minha convicção de que as valorizações das acções das Telecs (isto não se aplica necessariamente às Internet Stocks) foram bem fundamentadas no aumento de valor dessas empresas, nomeadamente maior peso na economia dos países, maior facturação e lucros futuros, maior peso nos orçamentos familiares, e muita, muita, inovação de produtos e serviços. Portanto, acções como a PT, EDP, Sonae e Telecel nunca voltarão aos valores de Agosto do ano passado e poderão estar quase a bater no fundo. Aconselho a manter, e mesmo a comprar mais se se tiver dinheiro para isso, embora sempre com cautela e procurando obter preços favoráveis.

A PT Multimédia está em fase de grandes oscilações e, aí sim, poderá ter havido euforia excessiva nas suas valorizações. No entanto a acção bateu há dias nos 90 euros e depois foi até aos 112 (o que nos permitiu ganhar 22% em pouco tempo). Hoje foi aos 90 outra vez e depois voltou acima, pelo que o nível de suporte a 90 é claro. Desde que a acção recuperou dos 90 para os 92 (à tarde), que a compra parece interessante por esse facto. Por isso aconselho a compra entre os 92 e os 94 (depois de ter visto o teste do suporte a 90). De notar que esta acção já esteve a 145 há pouco tempo.

29-3-2000 - Comprar Lusomundo s/voto a 32.5

Esta empresa é dominante no sector da multimédia e ainda tem fundamentais bons a estes preços. Mas, para além disso, em termos de análise técnica pura, está a denotar uma força notável face à queda das Internet Stocks (sinal de que o subsector em que se insere, cinema, video, conteúdos intercativos, tem óptimas perspectivas e não está hiperinflaccionado como os outros da "nova economia"). Enquanto o mercado corrigiu fortemente, a Lusomundo está perto do seu máximo. Ontem subiu 6% com volume elevado, num acentuado sinal técnico de compra, e hoje, com uma descida de 1.5% do mercado, pouco desceu. Parece-nos bem comprada a 32.5, numa perspectiva de curto ou médio prazo.

27-3-2000 - Vender PT Multimédia a 111.5

Já ganhámos mais de 20% nesta transacção de uma sessão para a outra. Melhor vender, encaixando as mais-valias. Os mais ousados poderão aguardar por uma subida maior.

23-3-2000

Manter blue-chips das Telecoms

Como disse nas análises fundamentais de várias destas empresas, a subida das acções das Telecomunicações até Fevereiro não foi excessiva, antes estava bem alicerçada no aumento de importância do sector, em aumentos de tráfego, em crescimentos exponenciais em certas áreas de negócio (como serviços para as empresas). Avaliámos a PT a 18.85 euros e continuamos a acreditar nesse valor. Se há novos factos a acrescentar a essa análise eles são positivos: melhoria da Telesp Celular, que aumenta em muito a contribuição desta empresa que considerámos para o valor da PT (tanto mais evidente que a PT vai investir mais 240 Mc em aquisição de acções da Telesp); e lucros da PT em 1999 acima do esperado. Avaliámos a Sonae em 69 euros e esse valor mantém-se mais ou menos inalterado, já que há uma piora no sector da Sonae Indústria e uma melhoria na distribuição no Brasil. Esta última parcela de negócio continua com crescimento acelerado. As vendas do Continente em Portugal subiram 9% (no Brasil foi mais). O real valorizou-se. A participação da Sonae no Continente pode valer bem mais do que os 400 Mc que calculámos. A Optimus ficou acima das expectativas. O Clix, a Novis e a SRD continuam a sua trajectória ascendente. Note-se que os magros resultados da Sonae (foram, de facto, curtos) não querem dizer nada, pois ela deve avaliar-se pelo valor das principais participações. Avaliámos a EDP em 22.9 euros, com um grau de segurança muito maior do que as outras duas anteriores. Parece que o mercado nos deu parcialmente razão, pois a sua correcção foi menos acentuada. Não é caso para vender, pois ela deu um sinal de força que poderá ser muito positivo para os próximos meses (talvez continue a aguentar-se, mesmo que as outras Telecs corrijam mais). Finalmente não se está a ver o que haja com o nosso mercado que justifique quedas assim, já que, no estrangeiro, as outras Bolsas desceram muito menos acentuadamente nos últimos tempos.

Estamos a perder na Cofina mas aguentamos. Houve um upgap hoje no final da sessão que promete para amanhã uma recuperação. A empresa é de boa qualidade, e o preço está apenas 100% acima do preço a que a acção ficou aquando da da OPV de 1997, tendo entretanto ocorrido, não só valorizações das industriais suas participadas, mas também grande desenvolvimento do negócio da Internet. Na SIVA recebemos os bons dividendos, a cotação caiu abaixo, mas é melhor manter esta acção mais uns meses, poderá voltar ao valor anterior ao pagamento do dividendo. A Lisnave está impávida a assistir à queda do mercado. Interessante vender algumas para financiar aquisições das acções que caíram.

Comprar PT Multimédia a 90.5; Comprar Cin a 6.40; Vender BCP a 5.55

Esta empresa está em saldo, e parece bem comprada agora por razões puramente técnicas. A Terra Networks, que está num sector bastante parecido, já está a estabilizar nos 86, um valor próximo. Antes da alta de Fevereiro, a PT Multimédia transaccionou muito em torno dos 90. Parece, por isso, que o potencial de queda está mais limitado agora, e os mercados poderão recuperar. Se recuperarem, a PTM poderá ir a 115 novamente.

A Cin parece também barata, numa óptica de comparação com valores anteriores. No início do ano estava a 5 euros. Compramos a 6.4, algo acima, mas a empresa já esteve acima dos 8, a situação económica é das melhores, os analistas recomendam-na há muito tempo, e é difícil imaginar que volte a valores próximos dos 5, já que as small-caps tiveram substanciais valorizações neste período, que foram fundamentalmente correctas e justificadas, dado o baixo valor a que tinham chegado em 1999.

Vender BCP a 5.55 é bom pois ganhámos 3% num período baixista e obtemos dinheiro para entrar nas boas acções que estão a cair.

20-3-2000 - Comprar Cofina a 37

Apesar de as Internet Stocks estarem, muito provavelmente, sobreavaliadas a nível mundial, temos que distinguir umas de outras. A Cofina e a Pararede são empresas com um reconhecido know-how na área, que já não vem de hoje (elas já tinham experiência de e-businness há vários anos, não se limitaram a entrar na onda agora). A Cofina faz negócio de aconselhamento a empresas, e implementação de sites empresariais e é uma referência nacional nesse ramo (dentro da Internet, é um dos ramos mais promissores). Além disso poderá integrar serviços de e-businness desenvolvidos por si nas outras empresas que detém (Caima, F.Ramada, etc). A cotação ultrapassa os 7 contos, mas não nos podemos esquecer que, na OPV de 97, a empresa foi a 6500$, tendo descido depois. Dado o desenvolvimento que a Internet teve nestes anos, não podemos considerar excessiva a valorização do intervalo 2 - 3 contos para os actuais 7. Em termos técnicos, as cotações têm descido, mas recuperaram do nível de suporte dos 35 euros, estando agora a começar a recuperar, e já estiveram a 54 há bem pouco tempo. Grandes instituições, como a Dillon, recomendavam a compra, mesmo quando a cotação estava nos 43 euros.

15-3-2000 - Manter todas as blue-chips das telecomunicações; comprar BCP a 5.40

Há uma correcção em curso, mas o potencial de correcção adicional para as principais empresas de telecomunicações já é limitado, senão vejamos: a PT já está a descer 15% desde o seu máximo, a Sonae 14%, a Telecel 9%, a PTM 17%, a EDP 5%. Estes valores estão próximos da amplitude de correcção que eu esperava desde o início (15 a 20%). Poderão descer mais alguma coisa, mas o seu potencial de subida a médio prazo é muito, pelo que vale mais suportar estoicamente a descida à espera de melhores dias. Esta decisão baseia-se nas análises fundamentais (ver página Análises Fundamentais neste site) que avaliam estas empresas bem acima das actuais cotações, e negam a ideia de que a alta que se deu até aqui seja demasiado especulativa.

Já diferente são as outras Internet Stocks nacionais: Pararede, Cofina, Lusomundo, Reditus. Aí poderá mesmo ter havido exagero nas valorizações (embora talvez não tanto como muita gente diz) pelo que as quedas devem ser para continuar. De qualquer modo não temos nenhumas dessas acções em carteira.

Importante é efectuar agora uma compra de BCP a 5.40. A banca tem estado esquecida, vai beneficiar já da transferência de capitais para ela, está com fundamentais bons, os lucros aumentaram, os dividendos vão brilhar... É a velha economia a mostrar que ainda vale a pena pensarmos nela.

14-3-2000 - Vender Compta a 29.5

As mais-valias já são muito grandes (168%!), uma vez que adquirimos esta acção em 1998 a 11 euros. Pode estar a iniciar-se uma forte correcção nas tecnológicas e a liquidez desta empresa é baixa, pelo que a tomada de mais-valias faz sentido.

9-3-2000 - Vender BES a 25.7. Acompanhamento de algumas small caps em carteira: Lisnave, F.Ramada, Corticeira, SIVA

Este texto destina-se apenas a fazer o follow-up da carteira actual de small caps. A Lisnave valorizou-se para os 4.85 e as perspectivas técnicas são boas: os volumes foram bons nos lanços de subida de 2 euros para 3, de 3 para 4 e de 4 para 4.8. Agora os volumes diminuíram, o que é natural por a cotação não estar a subir depressa, mas mentêm-se nas 2500 acções por dia (bom comparado com o ano passado). A este preço pouca gente vende. As notícias da venda a um grupo espanhol e dos ganhos extraordinários com a indemnização poderão estar quase a aparecer. Comprámos a valores muito mais altos, mas, mantendo-nos "firmes como uma rocha", vamos recuperar tudo o que estamos a perder. A Corticeira também denota agora força, ao ultrapassar os 10 euros (embora tenha recuado perante o nível de resistência dos 10.8. Estamos a ganhar uns 7% em 2 meses. A SIVA subiu, tal como tínhamos previsto, talvez devido à aproximação dos dividendos e do split e da maior atenção por parte dos institucionais. Estamos a ganhar ligeiramente, mas a aposta é segura. A F.Ramada está com um excelente padrão de subida e já estamos a ganhar 20% desde a nossa compra a 12 euros. Melhor manter todos estes títulos. Quanto às blue-chips, Telecel, PT, Sonae e EDP, são apostas estratégicas, pelo que a sua manutenção ainda é mais aconselhada. Manter também os warrants Sonae Indústria e Somague (nestes últimos estamos a ganhar 100% mas isso ainda poderá melhorar). Só a posição no BES se está a revelar desfavorável, pelo que é interessante a hipótese de vender para realizar liquidez para novos investimentos. Melhor vender a 25.7, encaixando ligeiras perdas.

6-3-2000 - Reforçar Lisnave a 4.60

Depois dos erros das minhas anteriores avaliações hesito em recomendar novamente Lisnave. A empresa deverá ter tido um prejuízo de 5 Mc em 1999. Para os investidores que já lá meteram muito dinheiro a preços mais altos e estão a perder, não recomendo comprar mais, pois não se deve arriscar demasiado numa só empresa. Mas para aqueles que compraram algumas a preços inferiores a 5 euros nos últimos 12 meses e ainda não têm muito capital empatado nela, e para aqueles que ainda não compraram, aconselho vivamente a comprar agora. A Lisnave pode muito bem ser a grande revelação das valorizações bolsistas dos próximos 3 anos. Para além das minhas anteriores análises que, do ponto de vista fundamental, estão correctas, há, neste momento, novos dados a acrescentar.

1) O Grupo Mello investiu mais 2.44 Mc na empresa sob a forma de aumento de capital. Depois de estar em negociações com o Estado para obter mais ajudas (sem resultado aparente), em que chegou a ameaçar vender a empresa ao desbarato, este novo investimento do Grupo Mello é significativo. Dir-se-ia que sabe de antemão dos novos negócios que poderão vir aí para a empresa (os contratos de submarinos, outros navios de guerra, e plataformas petrolíferas). Não acredito que ele investisse mais se não estivesse certo deles.

2) Há negociações avançadas para entrada de uma empresa de reparação espanhola no capital.

3) A Lisnave ganhou um importantíssimo processo judicial contra a R & B Falcon (relativo à retirada dos navios por esta última), o que lhe vai render uma indemnização de 3 Mc, recuperando grande parte do prejuízo de 1999.

23-2-2000 - Vender Lusomundo s/voto a 30; comprar SIVA a 14.30; manter PT e Sonae
A venda de Lusomundo s/voto consolida mais-valias de 133%, embora tenhamos esperado um ano e meio. O mercado poderá estar agora a sobreavaliar as possibilidades da empresa no negócio multimédia. Mais a mais o principal negócio dela ainda são os cinemas clássicos. Melhor vender a 30, mas os mais ousados poderão esperar uma valorização maior.
 
A compra de SIVA a 14.30 é interessante por várias razões:
1) A empresa aumentou muito os seus lucros em 1999 e esse aumento foi maior do que os analistas previam no final de 1999. A empresa participa no capital do Interbanco, o que contribui para uma parte substancial dos lucros consolidados. O dividend yield fica, assim, nuns espectaculares 7%, único no mercado contínuo. Todos os fundamentais são bons. A empresa vai manter a concessão da Volkswagen, o Interbanco está a crescer (a propósito, isso só pode fazer-nos receber a afirmação de Jardim Gonçalves de que "os bancos têm que se fundir e ter capitalizações de 1000 milhões de contos ou mais para poder sobreviver no mercado europeu" com uma gargalhada). Ainda há a possibilidade de montar um supermercado de carros usados (o projecto está a ser estudado).
 
2) Agora com a forte euforia das acções de crescimento, como as .com, muita gente realizará mais-valias nessas, pelo menos de uma parte do seu dinheiro, e irá para as acções mais "seguras", apostando na fase dos dividendos em Abril. É clássico as empresas de alto div.yield subirem em Março e Abril.
 
3) Além disso a empresa vai realizar um split em breve, o que será muito bom num contexto altista (veja-se o que aconteceu com a Cin e a Colep).
 
Vale a pena manter PT, Sonae e EDP, bem como outras empresas de telecomunicações porque elas ainda estão subavaliadas em termos fundamentais. A Sonae tem, de facto, um PER de 54, mas isso é irrelevante pois poderá encaixar lucros extraordinários de 600 milhões de contos ou mais ainda este ano ou no próximo. Esses lucros extraordinários provirão da OPV da Sonae.com, das outras OPVs de tech stocks que planeia e da venda da cadeia Continente (em todos estes casos as vendas far-se-ão a valores muito superiores ao valor contabilístico, que é o que conta actualmente no balanço consolidado da Sonae SGPS. A Optimus vale zero hoje no balanço (já que dá prejuízo e a situação líquida é muito pequena), mas vale 500 milhões de contos no mercado (ver preço de venda das acções Optimus da EDP). E ainda há o split e aumento de capital em perspectiva.
 
Quanto à PT, é óbvio que a cotação actual de 15 euros não é excessiva. Se considerarmos o valor da rede fixa, e lhe atribuirmos um PER conservador, só esse sector vale uns 1100 milhões de contos. Se lhe somarmos o valor da TMN, detida pela PT e que vale quase tanto como a Telecel (tem mais lucros, mas a Telecel vai meter-se também noutros negócios das telecomunicações), suponhamos que 700 Mc, mais o valor da PT Multimédia que, conservadoramente será ums 1300 Mc, obtemos 3100 Mc, e a capitalização actual da PT é de 3150 Mc. Mas não estamos a contar com a Telesp Celular e a PT Prime, pelo que a PT está na realidade subavaliada.
 
Quanto à EDP, vai realizar mais valias extraordinárias de mais de 100 Mc com a venda da participação na Optimus, pois o investimento total na empresa foi de uns 100 Mc (o que dá 25 Mc para os 25% da EDP) e vai vender por 125 Mc. Também vai ter mais-valias grandes a vender a Oni na Bolsa. A empresa tem sido considerada subavaliada por todos os analistas.
  
 
17-2-2000 - Comprar Sonae Investimentos a 58.5-60
Este investimento parece bom e seguro por várias razões. A empresa vai ser uma estrela do mercado europeu e nacional. Está fortemente empenhada em ser líder nacional no mercado de telecomunicações e, neste, tem uma política integrada em todas as vertentes. Influencia o poder político. Já no momento actual, a Novis está a liderar nas empresas do telecomunicações fixas excepto a PT. A Sonae está aliada à France Telecom, da qual recebe bom know how. Belmiro de Azevedo declarou que tenciona dedicar-se sobretudo a esta área. Só a Optimus foi avaliada em 500 milhões de contos recentemente e está a crescer mais rápido que o esperado. Como a Optimus só investiu 95 milhões de contos no seu arranque, as mais-valias potenciais para os seus accionistas atingem já 400 milhões. Estão previstas duas alienações, a do Continente e a da Sonae.com, esta última na Bolsa, que deverão atingir múltiplos elevados em relação ao valor a que actualmente estão contabilizadas no balanço da casa-mãe. A Sonae Indústria vai recuperar os seus lucros a médio prazo, o que aumentará o lucro consolidado do grupo. Por todas estas razões, a Sonae SGPS parece ainda subavaliada, apesar de apresentar um PER de 54, pois o lucro de 1999, que serve de base a este PER foi anormalmente baixo e poderá duplicar em 2000, mesmo sem ter em conta os resultados extraordinários da venda da Sonae.com e Continente. Acresce que vai haver um aumento de capital e um split, que só poderão beneficiar ainda mais as cotações. Parece bom comprar de novo a 58.5-60, mesmo depois de ter vendido a 53.
 
28-1-2000 - Vender Cin a 6.0; vender Sonae Investimentos a 53
Na Cin já ganhámos 20% em 23 dias; melhor vender para nos concentrarmos em outras empresas. Na Sonae
estamos a ganhar 50% em menos de um ano, enquanto o mercado apenas subiu uns 15-20%. A Sonae tem boas
perspectivas ainda mas este dia é aziago devido às fortes descidas do Nasdaq e Dow Jones.
 
20-1-2000 - Comprar Warrants Sonae Indústria entre 1.5 e 1.8
Esta recomendação destina-se apenas a clarificar melhor os argumentos em torno da compra de Warrants Sonae
Indústria entre 1.5 e 1.8 euros.
 
Os warrants dão direito a subscrever 4 acções a 1924$ (cerca de 9.5 euros) até Novembro de 2000. A cotação da acção vai nos 8 euros. Pode facilmente ultrapassar os 9.5 e, nesse caso, cada warrant passará a valer, em princípio, 4 vezes a diferença entre a cotação da acção e 9.5. Vejamos este caso, nada improvável: a acção sobe a 12.5 euros (subida de 50%). Os warrants valerão 4 * (12.5 - 9.5) = 12 euros. Para quem comprar a 1.5 euros isto significa um lucro de 700%. Os riscos do investimento são grandes (a acção nunca ultrapassar os 9.5) mas o potencial de lucro parece compensar largamente o risco, devido ao baixo valor em que estão os warrants.
 
É importante salientar que, neste caso, o mais provável é o investidor perder todo o capital investido e, por isso, só deve
investir uma pequena parte do que possui. Suponhamos um investidor que possua 60.000 contos. Como esse capital
foi difícil de ganhar, seria desolador para ele perder tudo o que tem, pelo que é mais avisado investir apenas uma
pequena parte do seu capital, digamos 3000 contos. Já se se tratar de um investidor mais pequeno, com uns 2 ou 3
mil contos, investir tudo nos warrants é bem interessante, pois nesse caso, a perda do capital investido não é tão
desastrosa em termos pessoais (esse pequeno pecúlio poderá ser refeito rapidamente a partir do ordenado) e ele
pode fazer uma pequena fortuna.
 
Por que é este investimento é tão atractivo? Porque dá um grande potencial de ganho com um risco limitado. Vamos
fazer algumas contas: se a acção subir a 12.5 euros, os warrants valerão 12 euros, dando um lucro de 700% a quem
os tiver comprado a 1.5 euros (ver acima). Se se tiver investido 3000 contos nos warrants esse lucro será, portanto,
de 700% de 3000, ou seja, 21000 contos. Quanto é que se pode perder? Na pior das hipóteses 3000 contos.
 
Que hipóteses reais existem de a acção subir acima dos 9.5 euros? Considerando que o ano 2000 vai ser altista
em geral, o que é bem provável, e que a SOI é uma empresa multinacional, líder mundial no seu sector e integrada
num grupo forte, as hipóteses de valorização parecem boas. Claro que, quanto maior a valorização considerada,
menor a probabilidade de ela acontecer. Mas não esquecer que, na Bolsa, aquilo que sobe, muitas vezes sobe mais,
mais, mais... Portanto se uma subida de 50% é pouco provável, reconheçamo-lo, desde o momento que ela acontecesse,
os 50% virem a dar 70% ou 100% já não seria nada espantoso. E, nesse caso, o lucro dos warrants seria simplesmente proporcional à subida.
 
Algumas pessoas dizem então o seguinte argumento: mas então por que não comprar as acções SOI? Se subirem assim,
também se ganha e não se está em vias de perder tudo como no caso dos warrants. Certo? Errado. Vejamos porquê.
No exemplo anterior ganhámos 21000 contos tendo investido 3000, e ganhámos graças a uma subida da acção de
8 para 12.5 euros. Quantas acções precisaríamos de comprar para ganharmos 21000 contos com essa subida?
21000 * 4.989 / ( 12.5 - 8 ) = 23282. Teríamos que ter comprado 23282 acções a 8 euros cada para, no caso
dessa subida para 12.5, ganharmos 21000 contos. 23282 acções a 8 euros custariam 37333 contos. Portanto
teríamos um capital de 37 mil contos empatado na SOI para poder ganhar o mesmo, o que teria dois grandes
inconvenientes: primeiro, num mercado provavelmente altista, esse dinheiro estaria melhor empregue nas blue chips
seguras do mercado ou a fazer trading. Segundo, no caso de a situação da empresa piorar, o capital em risco eram
esses 37 mil contos, não apenas 3 mil. No caso de a acção descer 50% (também pode acontecer; às vezes vêem-se
multinacionais falirem) perderíamos 18 mil e tal contos, enquanto que, no caso dos warrants, embora perdêssemos
"tudo", esse tudo seriam apenas 3 mil contos, mesmo no pior caso.
  
 
13-1-2000 - Comprar BES a 28
O BES é o grande banco nacional que apresenta o crescimento mais saudável, por ter mais a ver com melhorias de
qualidade e produtividade internas do que aquisições onerosas e difíceis de rentabilizar. É a principal recomendação
dos institucionais estrangeiros. Entre 1994 e 1998 conseguiu aumentar os seus lucros 100%, o que dá uma média
de 20% ao ano. O seu PER de 19.5 é bastante modesto comparado com as principais blue-chips. E poderá estar
envolvido numa fusão este ano com o BPI ou o BPSM, ou numa aliança com um banco estrangeiro. Em termos
de análise técnica, a cotação está bem acima das médias móveis longas e os volumes estão bons. A recuperação
da cotação desde o mini-crash de 5 de Janeiro foi boa, o que confere à acção um vigor muito interessante para
os próximos meses.
 

5-1-2000 - Comprar  Corticeira a 9.4, Cin a 25.1
Neste dia de quedas vários papéis se perfilam como bons investimentos em termos fundamentais. A Corticeira Amorim caiu tanto como as principais blue chips (6 - 7%) nestes dias e, no entanto, tem fundamentais muito bons, nomeadamente lucros previstos para 1999 que lhe conferem um PER de 8.1 (estas previsões de lucros foram feitas pela ES Research). Durante todo o ano de 1999 a acção caiu uns 30%, num período em que a nossa Bolsa subiu 10% e as estrangeiras muito mais. Os lucros previstos para 1999 e 2000 são os mesmos de 1998 (17 Milhões de Euros). Parece daqueles papéis que não devia descer nada nestas fases, à maneira das small caps com fundamentais bons. Recomendo comprar a 9.4.
 
A Cin vai realizar um split em breve e está também atractiva em termos fundamentais: descida de 30% em 1999, lucros a subir em 1999 e 2000, PER de 10.5. Desceu pouco nos últimos 3 dias. Manter a acção até ao split pode ser vantajoso. Recomendo comprar a 25.1.
 


4-1-2000 - Vender a carteira de blue-chips e tomar posição short nos futuros
A correcção veio mais depressa do que o esperado. A constatação de que não havia problemas com o bug fez aumentar o receio de subida das taxas de juro. Esse receio, particularmente de que o aumento das taxas seja grande a médio prazo, pode deprimir a Bolsa nos próximos tempos. Isso só por si aconselha a uma tomada de posição short nos futuros da BDP, de preferência no PSI-20, para proteger a carteira de acções.
Contra uma tal venda está a possibilidade de esta correcção se seguir de recuperação imediata, o que aconteceu em várias situações semelhantes dos últimos anos; há mais exemplos de descidas de 4% como a de hoje isoladas, do que de descidas de 4% seguidas de descidas maiores. Contra está também o seguinte raciocínio: as taxas de juro europeias estão a metade do valor das americanas, mesmo que subam, continuarão comparativamente baixas, e as taxas mais altas na América não impediram a subida do Dow que se tem verificado.
Mas a favor também há argumentos: o mercado já subiu bastante desde o mínimo de 4200 (BVL 30) e esta correcção ainda não foi muito severa (5% em 25). Os mercados europeus desceram hoje quase tanto como o nosso e subiram muito durante 1999 (só Paris subiu 50%), o que lhes dá mais potencial de descida. A descida de 4% hoje constitui, além disso, um sinal de venda, reforçado pelo facto de o mercado não ter recuperado entre o meio e o fim da sessão. Está a haver fortes correcções nas acções da Internet, depois de meses de grande especulação (hoje o Nasdaq desceu 5.5% e o Dow apenas 3.2%). O facto de a economia europeia estar com boas perspectivas não nega a possibilidade de uma descida: as grandes descidas começam geralmente em panoramas macroeconómicos muito bons. Finalmente, a ocorrência de maiores subidas das
taxas de juro é dada como certa por muitos analistas (incluindo o ex-Primeiro Ministro Cavaco Silva, que estima essas
subidas em 2 pontos percentuais na Europa) e, antecipando isso, as obrigações de longo prazo já anteciparam esse movimento com um notável aumento de taxas.
 

3-1-2000 - Manter investimentos em Portugal e na Europa
Apesar de no primeiro dia de Bolsa do ano as Bolsas mundiais terem caído repentinamente, a partir das
três da tarde não é razão para retirar capitais significativamente do mercado. A queda deveu-se à notícia de
um aumento das taxas de juro em perspectiva, mas a Europa mantém-se como zona de bom potencial, pois o
seu nível de taxas de juro é metade do americano (que vai nos 5.5%, o que não impediu a boa performance
do mercado americano nos últimos anos). Dentro da Europa, o nosso mercado parece dos melhores para
investir, uma vez que apresentou das menores valorizações em 1999.
 
 
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