“Leituras do Cotidiano” - Projeto de Pesquisa
Tema (Objeto de
Pesquisa): O Universo das
“Rádios Piratas” na Região de Jundiaí.
1) FORMULAÇÃO DO
PROBLEMA DE PESQUISA
1.1) Pergunta de
Pesquisa
Quais as principais
características das “rádios piratas” da região de Jundiaí,
quais suas principais atividades e quais as principais influências
que elas exercem sobre a população de sua cidade?
1.2) Possíveis
“Sub-Perguntas” de Pesquisa
Estas
“sub-perguntas” representam assuntos a serem pesquisados, e
eventualmente abordados em futuras entrevistas:
O que leva alguém a
montar uma “Rádio Pirata” (qual a motivação do surgimento
destas rádios)?
Qual a origem destas rádios,
e quais seus principais pontos positivos e negativos?
O que define uma “rádio
pirata”?
Como funcionam as “rádios
piratas” de Jundiaí e região?
Quais são os ouvintes
de uma “rádio pirata”?
Qual é a freqüência
de cada uma das rádios pesquisadas?
Qual a região
atingida por cada rádio pesquisada?
Quais as principais
diferenças entre uma “rádio pirata” e uma rádio convencional?
Quais os empecilhos
que as “rádios piratas” oferecem às oficiais?
2) JUSTIFICATIVA
O tema foi escolhido
devido aos seguintes fatores:
a. Curiosidade dos
membros do grupo sobre o assunto a ser pesquisado, devido à
afinidade de todos com o tema.
b. O tema é
totalmente ligado à Comunicação Social, e, conseqüentemente, ao
curso do qual os membros do grupo fazem parte. Portanto, sua
pesquisa tem relevância para a Comunicação Social.
c. A pesquisa sobre o
tema é uma oportunidade dos alunos descobrirem, já no primeiro
ano, alguns aspectos do curso e da profissão de Comunicador Social
que só viriam a ter chance de descobrir posteriormente.
d. Com relação ao
interesse e à relevância da pesquisa para a comunidade na qual será
divulgada, a própria pergunta de pesquisa diz respeito a possíveis
benefícios de uma “rádio pirata” para a sociedade em conseqüência
de suas atividades - caso eles sejam encontrados, seus relatos
certamente terão relevância e serão de interesse para a sociedade
da região. Portanto, o tema de pesquisa é um tema relevante para
sua comunidade de divulgação.
3) BALANÇO BIBLIOGRÁFICO
No sítio <www.angelfire.com/rock/websouza/rdiopirata.htm
<http://www.angelfire.com/rock/websouza/rdiopirata.htm>> (Rádio
Pirata, 2004), bem como no <www.midiaindependente.org/em/red/2003/03/249552.shtml
<http://www.midiaindependente.org/em/red/2003/03/249552.shtml>>
(IMC Brazil, 2004), há uma definição e comentários sobre os
conceitos de “rádio pirata”, rádio livre, rádio comunitária
e rádio clandestina.
No sítio <www.goioen.hpg.ig.com.br/radio.html
<http://www.goioen.hpg.ig.com.br/radio.html>>, por sua vez,
são expostos quatro passos para a abertura de uma rádio comunitária.
Nele, também há uma breve explicação de como uma rádio comunitária
funciona (GOIOEN, 2004).
No sítio
<www1.jus.com.Br/doutrina/texto.asp?id=502> há um artigo de
Wilson Paganelli, advogado e professor em Castilho (SP), sobre a
legalidade ou não de uma rádio comunitária. Foi mencionado um
exemplo de rádio comunitária em sua cidade (o Histórico da Rádio
Comunitária Castilho FM, que foi fechada e reaberta mais de uma
vez), e discutidos seus aspectos jurídicos cíveis e criminais,
ressaltando a defesa por seu funcionamento (PAGANELLI, 2004).
No livro “Desafios
do Rádio no Século XXI” há um artigo de Sônia Virgínia
Moreira, professora adjunta da Faculdade de Comunicação Social da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que fala da
tecnologia e da legislação para o rádio no século XXI. São
apresentados, neste artigo, dados estatísticos e históricos sobre
o rádio no Brasil e no exterior. (MOREIRA, DEL BIANCO, 2001).
Neste livro, há um
outro artigo, de Márcia Vidal Nunes, professora do Departamento de
Comunicação Social e Biblioteconomia da UFC. Neste artigo, é
feita uma discussão sobre as rádios comunitárias no século XXI,
levantando a seguinte questão: elas são um resultado do exercício
da cidadania ou uma instrumentalização da participação popular?
Também, neste texto, a origem das rádios comunitárias e a ameaça
ao seu futuro, que ocorre atualmente, são abordadas (idem, 2001).
No portal www.aesp.org.br
<http://www.aesp.org.br> há espaço para possíveis denúncias
referentes a
”rádios piratas”, conscientizando as pessoas de que as instalações
de uma
”rádio pirata” podem pôr em risco a vida de até 60 mil
pessoas por dia, ao
interferir na comunicação entre uma torre de controle e os aviões,
bem como entre os
hospitais e as ambulâncias e entre os carros de polícia e
bombeiros. E
ressalta que as “rádios piratas”, atualmente,
autodenominaram-se como "rádios
comunitárias" para melhor se disfarçarem perante os fiscais e
a população, mesmo
desrespeitando a freqüência permitida (AESP, 2004).
No portal do SEBRAE do
Estado do Espírito Santo, há informações sobre a história do rádio
em geral, bem como sobre a Legislação Específica (leis, portarias
e decretos) que envolve radiodifusão. Também há uma breve descrição
dos equipamentos a serem utilizados em rádios de acordo com sua
localização, se em áreas comerciais ou regiões altas e
desabitadas (SEBRAE, 2004).
No portal www.radiocamp.blogger.com.br/
<http://www.radiocamp.blogger.com.br/> encontram-se informações
e curiosidades sobre as rádios AM e FM oficiais de Jundiaí. Na
região de Jundiaí, assim como é comum em outras regiões, a
origem das rádios se deu com rádios que operavam por ondas de
baixa freqüência e que, depois de ganharem público, foram
legalizando-se. Passaram a operar com equipamentos originais e por
meios lícitos perante a lei. Porém, ainda é comum encontrar
torres em locais não apropriados, e a justificativa é sempre a
mesma: driblar vistorias e evitar custos (RADIOCAMP, 2004).
Atualmente, há em
Jundiaí quatro concessões de FM, porém somente duas continuam na
cidade. Há ainda uma FM de Itatiba cuja torre está atualmente em
Jundiaí e seu estúdio na capital paulista. As rádios oficiais de
Jundiaí são a 88,5 (Nova Dimensão FM, com freqüência de 88,5
MHz), considerada a rádio com menor potência (apenas 30kW), a 95,7
(Rádio Mundial), a 104,3 (Dumont FM) e a 105,1 (105 FM), hoje campeã
em audiência (3º lugar em São Paulo) e considerada uma grande
vitoriosa, pois, por incrível que pareça, começou a operar dentro
de um vagão de trem e hoje possui a maior potência da região de
Jundiaí (75 a 100KW). Dessas quatro rádios mencionadas, duas (a
88,5 e a 95,7) não se encontram mais na cidade. Há, também, a
98,1 (Terra FM), que é uma rádio de Itatiba (SP), mas que possui o
seu estúdio em São Paulo e sua torre em Jundiaí (idem, 2004).
Além das rádios FM
mencionadas, há também potências em AM na cidade de Jundiaí, o
que é o caso da 730 KHz (Rádio Cidade), segunda rádio a ser
fundada em Jundiaí, e da 810 KHZ (Rádio Difusora), primeira rádio
a ser fundada na Região (idem, 2004).
No sítio www.radiojornalismo.com.br
<http://www.radiojornalismo.com.br>, há informações sobre rádios
comunitárias e oficiais. Basta dispor de aproximadamente R$
4.000,00 e de um local para instalar uma antena, e qualquer pessoa
ou grupo coloca uma rádio comunitária no ar. Mas mantê-la no ar não
é tão simples assim. Apesar de não ter a licença solicitada, as
rádios comunitárias, amparadas pela Lei, trabalham para ajudar a
comunidade local, prestando informações sobre saúde pública e
fazendo campanhas contra a violência (idem, 2004).
Nos casos que vão
para a Justiça e não se regularizam, a Anatel argumenta que as
emissoras causam riscos à segurança da comunidade, já que suas
transmissões podem interferir nos serviços regulares da comunicação
e proteção dos vôos. Além disso, as rádios estariam afetando as
emissoras de rádio fusão privadas legalmente constituídas (idem,
2004).
Mas, por outro lado, há
pessoas que defendem a questão da regularização do Artigo 5º da
Constituição Federal, que prevê o direito à liberdade de expressão,
de comunicação e o direito de informar e de ser informado. Além
disso, os partidários deste ponto de vista argumentam ser um
desrespeito à Constituição limitar o alcance máximo das Rádios
Comunitárias a 1 Km de transmissão e a antena a apenas 30 metros
(idem, 2004).
Neste mesmo portal, há
a divulgação de informações veiculadas no Jornal “Gazeta
Mercantil” de 17/01/2004, informações estas que são estatísticas
ligadas a ouvintes de rádios oficiais (idem, 2004):
Cada ouvinte fica
sintonizado em média 3 horas e 45 minutos em uma emissora.
O radio está em 90,2%
dos domicílios contra 75% da TV.
O rádio está em 83%
dos carros X menos de 1% da TV.
A radio é a mídia
mais barata.
Em 15 dias, o rádio
tem um potencial de cobertura de 96,7% da população.
4) METODOLOGIA
4.1) Forma de Obtenção
das Informações Necessárias
a. Pesquisa na
Internet.
b. Visitas a “rádios
piratas” na região de Jundiaí.
c. Visitas a rádios
oficiais em Jundiaí e região (possivelmente as rádios Dumont FM e
105 FM, de Jundiaí).
d. Pesquisa em livros
ligados ao assunto, para a formação de um referencial teórico.
e. Entrevistas com
trabalhadores e proprietários de rádios oficiais e não oficiais,
bem como com ouvintes destas rádios. Pessoas que podem ter seu
trabalho influenciado por elas de alguma forma, como é o caso das
pessoas da Polícia e que trabalham com Ambulâncias (devido a possíveis
interferências das “rádios piratas” em sua comunicação),
também poderiam ser entrevistadas.
Possíveis contatos (são
pessoas conhecidas de membros do grupo):
- Paulo Mauricio de
Oliveira: radialista da Rádio 105.1 FM, que é oficial e se
encontra no Centro de Jundiaí (Rua J.J. Rodrigues).
- Juarez Ferreira,
jornalista que trabalha na Rádio Dumont FM (104,3 FM), também
localizada em Jundiaí. Trata-se de uma pessoa muito influente na Rádio
Dumont que, além de poder passar ao grupo informações sobre a própria
rádio em que trabalha, poderá, por conhecer outras pessoas e rádios,
nos auxiliar com informações necessárias e importantes para
outras pesquisas de campo do grupo.
Observação
importante: não serão divulgados os nomes dos entrevistados
ligados a alguma “rádio pirata”, nem o endereço das mesmas no
trabalho (estas informações serão mantidas em sigilo). No Apêndice
I está o documento que deverá ser assinado pelo grupo e pelos
voluntários entrevistados - o mesmo garante o comprometimento de
sigilo por parte do grupo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AESP. Exposição
dos Possíveis Malefícios de uma Rádio Pirata. Disponível em
<www.aesp.org.br <http://www.aesp.org.br>>. Acesso em 21
Mai. 2004.
GOIOEN. Como Criar
uma Rádio Comunitária. Disponível em <<http://www.goioen.hpg.ig.com.br/radio.html>>.
Acesso em 26 Mar. 2004.
IMC BRAZIL. O que
é uma Rádio Pirata? Disponível em < <http://www.midiaindependente.org/en/red/2003/03/249552.shtml>>.
Acesso em 26 Mar. 2004.
MOREIRA, S. V., DEL
BIANCO, N. R. (Org.). Desafios do Rádio no Século XXI. INTERCOM,
São Paulo, 2001.
PAGANELLI, W. Rádio
Comunitária. Ilegal? Crime? Jus Navigandi, Teresina,
a.2, n.21, nov.1997. Disponível em <<http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=502>>.
Acesso em 26 Mar. 2004.
RÁDIO PIRATA. Informações
sobre Rádios Piratas. Disponível em < http://www.angelfire.com/rock/websouza/rdiopirata.htm>.
Acesso em 26 Mar. 2004.
RADIOCAMP. Informações
e Curiosidades sobre Rádios AM e FM de Jundiaí. Disponível em
<www.radiocamp.blogger.com.br/ <http://www.radiocamp.blogger.com.br/>>
. Acesso em 26. Mai. 2004.
RADIOJORNALISMO. Informações
sobre Rádios Comunitárias e Rádios Oficiais. Disponível em
<www.radiojornalismo.com.br <http://www.radiojornalismo.com.br>>
. Acesso em 27 Mai. 2004.
SEBRAE. Informações
sobre as Origens do Rádio e sua Legislação Específica.
Disponível em <www.sebraees.com.br/pag_mos_ide_neg.cfm?tipoobjeto=3&id=317&objeto=317
<http://www.sebraees.com.br/pag_mos_ide_neg.cfm?tipoobjeto=3&id=317&objeto=317>>
Acesso em 24 Mai. 2004.
Possíveis Referências
Bibliográficas a serem Utilizadas Futuramente
CAVALCANTI, M. A.;
OLIVEIRA, N. C. Um Passeio Sonoro pela História do Rádio.
Osasco, 2003. Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo - Centro
Universitário UNIFIEO.
LOPES, M. I. V. O Rádio
dos Pobres. Comunicação de Massa, Ideologia e Marginalidade
Social. Edições Loyola.
MOREIRA, S. V. O Rádio
Chega ao Século XXI. Evolução das Tecnologias e das Leis nos
EUA e no Brasil. São Paulo, 1999. Tese (Doutorado) - Universidade
de São Paulo.
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