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Bíblia ,
também chamada Santa Bíblia, livro sagrado ou Escrituras de judeus
e cristãos. No entanto, as Bíblias do judaísmo e do cristianismo
diferem em vários aspectos. A Bíblia judaica é composta pelas
escrituras hebraicas - 39 livros escritos em hebraico-, com
exceção de poucas partes redigidas em aramaico. A Bíblia cristã
possui duas partes: o Antigo Testamento e os 27 livros do Novo
Testamento. Os dois principais ramos do cristianismo - catolicismo e
protestantismo - estruturam o Antigo Testamento de modo diferente
(ver tabela adjunta).
Na versão primitiva, alguns dos livros adicionais
foram escritos em grego como, por exemplo, o Novo Testamento. A
tradução protestante do Antigo Testamento limita-se aos 39 livros
da Bíblia judaica. Os demais livros e adições são denominados apócrifos
pelos protestantes e deuterocanônicos
pelos católicos.
O termo Bíblia chegou ao latim do grego bíblia
ou "livros", forma diminutiva de byblos, palavra
que significa "papiro" ou "papel" material
exportado do antigo porto fenício de Biblos. Na Idade Média, os
livros da Bíblia eram unificados.
Ordem dos livros
A ordem e o número dos livros bíblicos é distinto
entre as versões judaica, protestante e católica. A Bíblia do
judaísmo divide-se em três partes:
– Torá,
ou Lei, também chamada livros de Moisés.
– Profetas ou Neviim, dividida em Profetas
Antigos e Profetas Posteriores.
– Hagiográficos ou Ketuvim que inclui os
Salmos, os livros sábios e literatura diversa.
O Antigo Testamento cristão organiza os livros
segundo seu conteúdo:
– Pentateuco, que corresponde à Torá.
– Livros históricos.
– livros poéticos ou sábios.
– livros proféticos.
O Novo Testamento inclui:
– Quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e
João)
– Atos dos Apóstolos que narra a história dos
primeiros tempos do cristianismo.
– Epístolas ou cartas de Paulo e outros autores.
– Apocalipse ou Livro da Revelação.
Alguns livros identificados como Epístolas, em
particular a Epístola aos Hebreus, são, na verdade, tratados
teológicos.
Inspiração bíblica
Os primeiros cristãos herdaram do judaísmo a
idéia de que as Escrituras constituíam uma fonte autorizada. De
início, não se propôs nenhuma doutrina formal acerca da
inspiração das Escrituras, como é o caso do islamismo sustentando
que o Alcorão foi ditado dos céus. No entanto, os cristãos
acreditavam que a Bíblia continha a palavra de Deus, transmitida
por seu Espírito. Primeiro, através dos patriarcas e profetas.
Mais tarde, pelos apóstolos. Os autores dos livros do Novo
Testamento recorreram à autoridade das Escrituras hebraicas para
apoiar suas alegações sobre Jesus Cristo.
Importância e influência
A Bíblia, em suas centenas de traduções, é o
livro de maior difusão na história da humanidade. Na história do
pensamento humano, a Bíblia exerceu grande influência. Não só
entre as comunidades religiosas, que a consideram sagrada. Na
verdade, a literatura, as artes e a música ocidentais têm uma
enorme dívida para com os temas, motivos e imagens da Bíblia.
O Antigo Testamento
O termo Antigo Testamento (da palavra latina para
"aliança") aplica-se à estas Escrituras para diferenciar
a "Antiga Aliança"- estabelecida por Deus com Israel - e
a "Nova Aliança" selada através de Jesus Cristo (ver
Heb.8,7).
Literatura do Antigo Testamento
Do ponto de vista literário, o Antigo Testamento -
ou seja, a Bíblia - constitui uma antologia de livros diferentes.
Não é, apenas, um livro unificado em seus autores, data de
composição ou estilo literário. Em geral, os livros do Antigo
Testamento são classificados como narrativas, obras poéticas,
escritos proféticos, códigos legais ou apocalipse.
Narrativas
Tanto no contexto, como em conteúdo, a grande
maioria dos livros do Antigo Testamento são narrativos, isto é,
referem-se a acontecimentos passados. Muitas obras narrativas do
Antigo Testamento também é História, ainda que não se ajuste à
definição científica do termo. As narrativas históricas do
Antigo Testamento são obras mais populares do que críticas, já
que os autores recorreram às tradições orais - algumas delas
pouco confiáveis - para escrever seus relatos. Além disto, todas
as narrativas foram compostas com propósito religioso. Podem,
portanto, ser chamadas de histórias de salvação, já que
seu propósito é demonstrar a participação de Deus em
acontecimentos humanos. Exemplos destas obras são a "História
deuteronômica" (do Deuteronômio até os capítulos 1 e 2 do
Livro dos Reis), o "Tetrateuco" (do Gênesis até o livro
de Números) e a "História do Cronista" (capítulos 1 e 2
dos livros Crônicas, Esdras e Nehemias). A história da sucessão
do trono de Davi (Sam., 2,9-20, I Re. 1,2) é a narração bíblica
que mais se aproxima do conceito moderno de História. O autor
presta atenção aos detalhes dos eventos e personagens e interpreta
o curso dos acontecimentos à luz das motivações humanas. Não
obstante, intui-se a intervenção divina nas entrelinhas dos
textos.
Outros livros narrativos são: "Rute",
"Jonas" e "Ester", - novelas históricas. É
provável que estes livros tenham sua origem em contos populares ou
lendas. Nos livros deuterocanônicos podem encontrar-se alguns
relatos didáticos: "Tobias", "Judite",
"Susana" e "Bel
e o dragão",
contido no "Livro de Daniel".
Obras poéticas
Entre os livros poéticos do Antigo Testamento
incluem-se os Salmos, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos
Cânticos, Eclesiástico (deuterocanônico) e Prece de Manassés
(apócrifo). O "Livro da Sabedoria" assemelha-se aos
livros poéticos sapienciais, embora não seja poesia. A maioria do
livros proféticos estão escritos de acordo com as regras líricas
hebraicas.
Materiais proféticos
Os profetas eram conhecidos em outras regiões do
antigo Oriente Próximo, mas nenhuma outra cultura desenvolveu um
corpo de literatura profética comparável ao de Israel. Os antigos
autores egípcios escreveram obras literárias chamadas
"profecias" mas, por sua forma e conteúdo, eram
diferentes dos livros proféticos da Bíblia. Na literatura
profética predominam os discursos, já que a atividade do profeta
consistia em difundir a palavra de Deus relativa ao futuro imediato.
As mensagens mais comuns são profecias
de castigo ou salvação. Tanto umas, como outras, estão
contextualizadas por fórmulas que identificam as palavras de Deus,
por exemplo, "oráculo de Yahvé". Em geral, a
profecia de castigo encontra suas razões na injustiça social,
arrogância religiosa ou apostasia. As profecias também costumam
detalhar a natureza do desastre - militar, peste ou outra qualquer -
que recairá sobre a nação, grupo ou indivíduo a quem será
dirigido. As profecias de salvação anunciam a iminente
intervenção de Deus para resgatar Israel. Outros discursos incluem
profecias contra nações estrangeiras, discursos de aflição que
enumeram os pecados do povo, admoestações ou advertências. A
Bíblia cristã inclui quatro profetas maiores: Isaías,
Jeremias,
Ezequiel
e Daniel
e 12 menores: Oséias,
Joel,
Amós,
Obadias,
Jonas,
Miquéias,
Naum,
Habacuc,
Sofonias,
Ageu,
Zacarias
e Malaquias.
Pertencem também à literatura profética os livros
das Lamentações
e Baruch.
Leis
A matéria legal é tão destacada nas Escrituras
hebraicas que o judaísmo aplicou o termo Torá
("Lei") aos primeiros cinco livros (Pentateuco). Os textos
legais são dominantes em Êxodo,
Levítico
e Números.
O quinto livro da Bíblia foi denominado Deuteronômio
("segunda Lei") por seus tradutores gregos, ainda que
Deuteronômio seja, em síntese, um relato das últimas palavras e
atos de Moisés. Em geral, estas leis referem-se aos problemas que
surgiam na vida diária. As leis casuísticas são similares em sua
forma - e, muitas vezes, em conteúdo - às normas recolhidas no Código
de Hamurabi e
outros códigos legais do antigo Oriente Próximo.
Escritos apocalípticos
O apocalipse, como gênero diferenciado, surgiu em
Israel no período posterior ao exílio, isto é, após o cativeiro
dos judeus na Babilônia entre 586 e 538 a.C.
Um apocalipse, ou revelação, expõe uma série de acontecimentos
futuros mediante uma detalhada resenha de um sonho ou visão.
Utiliza imagens de forte conteúdo simbólico e, freqüentemente
extravagantes, que são explicadas e interpretadas. Os escritos
apocalípticos costumam refletir a perspectiva histórica do autor,
num momento em que as forças do mal se preparavam para travar a
batalha final contra Deus, possibilitando o nascimento de uma nova
era.
Daniel é o único livro apocalíptico das
Escrituras hebraicas. Sua primeira metade (capítulos 1 a 6) é uma
série de histórias lendárias. No entanto, partes de outros livros
são, em muitos aspectos, similares à literatura apocalíptica
(Isaías, capítulo 24, versículo 27; Zacarias, capítulo 9,
versículo 14 e algumas partes de Ezequiel). Entre os apócrifos,
Esdras é um apocalipse.
Os textos e as versões antigas
Todos os tradutores contemporâneos da Bíblia
tentam recuperar o texto mais antigo e, portanto, mais fiel ao
original. Não existem originais, nem autográficas, mas centenas de
manuscritos com inúmeras versões diferentes. Toda tentativa de
determinar qual é o melhor texto de um livro ou versículo deve se
basear no trabalho meticuloso e no juízo de um estudioso da
Bíblia.
Textos massoréticos
Com respeito ao Antigo Testamento, a principal
diferença é em relação aos textos em hebraico e suas versões ou
traduções para idiomas antigos. Na língua hebraica, os
testemunhos mais importantes - e, em geral, mais confiáveis - são
os textos massoréticos, obra dos eruditos judeus (denominados
massoretas) que se encarregaram de copiar e transmitir, com
fidelidade, a Bíblia. Estes sábios, que trabalharam desde os
primeiros séculos da Era Cristã até a Idade Média, também
acrescentaram ao texto a pontuação, as vogais (o texto hebraico
original contém somente consonantes) e diversas notas explicativas.
A Bíblia hebraica padrão, utilizada atualmente, é reprodução de
um texto massorético escrito em 1088.
Existem manuscritos hebraicos de livros individuais
ainda mais antigos, cuja procedência é massorética. Muitos deles,
datados no século VI, foram descobertos em finais do século XIX na
guenizá (depósito no qual se guardavam os textos
inutilizados para evitar a profanação do nome escrito de Deus) da
sinagoga do Cairo. Numerosos manuscritos e fragmentos - muitos da
Era Pré-cristã - foram recuperados na região do mar Morto, em
1947 (ver Manuscritos
do mar Morto).
Embora muitos destes manuscritos sejam bastante tardios -
particularmente, os massoréticos -, eles conservam uma tradição
textual que remonta a cerca de um século antes da Era Cristã.
A Septuaginta e outras versões em grego
As versões mais valiosas da Bíblia hebraica são
as traduções para o grego. Em alguns casos, as versões gregas
apresentam material superior ao hebraico, já que se baseia em
textos hebraicos de épocas remotas. Alguns manuscritos gregos são
muito mais antigos que os manuscritos da Bíblia hebraica e foram
incluídos na Bíblia cristã, compilada nos séculos IV e V d.C. Os
manuscritos mais importantes são o Códice Vaticano (na
Biblioteca do Vaticano), o Códice Sinaítico e o Códice
Alexandrino (ambos se encontram no Museu Britânico).
A versão grega mais importante denomina-se Septuaginta
(em grego, ‘setenta’) porque a lenda afirma que a Torá
foi traduzida, no século III d.C., por 70 (ou 72) tradutores.
Talvez a lenda esteja certa: a primeira tradução para o grego
incluía só a Torá e, mais tarde, traduziram-se as demais
Escrituras hebraicas. Parece lógico acreditar que esta tarefa tenha
sido realizada por eruditos de diferentes concepções.
Empreenderam-se muitas outras traduções para o
grego das quais conservam-se, somente, fragmentos ou citações dos
primeiros autores da Igreja. Entre elas se incluem as versões de
Áquila, Símaco, Teodósio e Luciano. O teólogo cristão Orígenes
(século III) estudou os problemas que estas versões diferentes
apresentavam e preparou uma Héxapla, ou seja, uma crítica
textual na qual organizou, em seis colunas paralelas, o texto
hebraico, o texto hebraico traduzido para o grego e as versões de
Áquila, Símaco, Teodósio e Luciano.
Pesitta, Latina antiga, Vulgata e os Targum
Entre outras versões, merecem ser mencionadas a
Bíblia Pesitta ou síria, iniciada em torno do século I d.C. A
Latina antiga - que não foi traduzida do hebraico, mas procede da Septuaginta,
no século II-, e a Vulgata,
traduzida do hebraico para o latim por São Jerônimo, no final do
século IV d.C.
Outras versões que devem ser consideradas são os Targum
aramaicos. No judaísmo - quando o aramaico substituiu o hebraico
como idioma cotidiano -, fizeram-se as necessárias traduções.
Primeiro, para acompanhar a leitura oral das Escrituras na sinagoga.
Mais tarde, estas escrituras foram transcritas para o papel. Os Targum
não eram traduções literais e tendiam a ser paráfrases ou
interpretações do texto original.
O Novo Testamento
O Novo Testamento é constituído de 27 documentos
escritos entre 50 e 150 d.C.
e que tratam de crenças e práticas religiosas nas comunidades
cristãs mediterrâneas. Embora os originais destes documentos
fossem em aramaico (especialmente, o Evangelho de Mateus e a
Epístola aos Hebreus), todos sobreviveram através da versão
grega, idioma original em que foram redigidos.
As primeiras versões
Como o Novo Testamento foi escrito em grego, a
história da transmissão do texto e determinação do cânone
costuma ignorar estas primeiras versões. A rápida expansão do
cristianismo para além das regiões em que prevalecia o grego,
requereu traduções para o sírio, latim antigo, copta, gótico,
armênio, georgiano, etíope e árabe. As versões em sírio e latim
apareceram no século II e as traduções para o copta começaram a
aparecer no século III.
A literatura do Novo Testamento
Do ponto de vista literário, os documentos do Novo
Testamento são classificados em quatro gêneros principais:
evangelhos, história, epístolas e apocalipse. Dos quatro, só os
evangelhos são um estilo literário próprio da comunidade cristã.
Evangelhos
Um evangelho não é uma biografia, embora guarde
algumas semelhanças com as histórias de heróis, humanos ou
divinos, do mundo greco-romano. O evangelho é uma série de
resenhas individuais de fatos e palavras, organizados com o objetivo
de criar um efeito cumulativo. Aparentemente, os autores dos
evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João - tiveram algum interesse
em ressaltar a ordem cronológica, embora esta não tenha sido uma
das maiores prioridades. Em maior medida, o que influenciou a
organização do material foram os temas teológicos e as
necessidades dos leitores. Por estes motivos - embora os quatro
mantenham um mesmo estilo literário e centrem-se na vida de Jesus
-, existem diferenças entre os evangelhos. À exceção dos relatos
da prisão, julgamento, morte e ressurreição de Cristo (similares
nos quatro livros), os textos diferem em perspectivas, ênfases de
interpretação e importantes detalhes.
O Evangelho de João é o único diferente. Nele,
Jesus aparece como divindade onisciente, onipotente e superior. Os
outros três denominam-se Evangelhos Sinópticos (vistos juntos)
porque apresentam variadas e numerosas coincidências, provocando
muitas hipóteses sobre suas relações. A opinião mais difundida
sustenta que o Evangelho de São Marcos foi o primeiro a ser escrito
e serviu de fonte inspiradora para Mateus e Lucas.
História
Encontra-se no Livro dos Atos dos Apóstolos - o
segundo de dois volumes, ocasionalmente denominado Atos de Lucas e
atribuído a São Lucas -, a melhor representação da narrativa
histórica no Novo Testamento. Estes dois livros relatam a história
de Jesus e da Igreja nascida em seu nome como uma narrativa
contínua, centrada na história de Israel e do Império romano. A
história se apresenta do ponto de vista teológico, isto é,
interpreta o procedimento de Deus num acontecimento ou em relação
à uma pessoa. Atos se destaca no Novo Testamento por recorrer à
narrativa histórica para veicular a fé cristã.
Epístolas
No mundo greco-romano, a epístola, ou carta,
constituía um estilo literário generalizado. Consistia na
assinatura, endereçamento, saudação, elogio, agradecimento,
mensagem e despedida. São Paulo achou este estilo análogo à
relação que mantinha com as igrejas que fundara e conveniente para
um apóstolo itinerante. Este estilo adquiriu grande popularidade na
comunidade cristã e foi empregado por muitos hierarcas. As
epístolas escritas por São Paulo e outros escritores - algumas das
quais aparecem no Novo Testamento - são sermões, exortações ou
tratados, encobertos pelo estilo do gênero epistolar. O Novo
Testamento inclui as denominadas epístolas de São Paulo: Romanos
(I e II), Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses (I
e II), Tessalonicenses, Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago (I e
II), Pedro (I-II-III) João e Judas.
Escritos apocalípticos
Os textos apocalípticos aparecem em todo o Novo
Testamento, mas seu uso é predominante no livro do Apocalipse (ou
Revelação). Em geral, os apocalipses foram escritos em épocas de
graves crises de uma comunidade, tempos em que as pessoas buscam o
metafísico e olham para o futuro em busca de ajuda e esperança.
Esta literatura é visionária, simbólica e pessimista embora
reflita esperanças no que está além do material e da história.
Mar Morto, Manuscritos do ,
coleção de manuscritos em hebraico e aramaico que foram
descobertos, a partir de 1947, numa série de cavernas da Jordânia,
extremo noroeste do mar
Morto, região de
Kirbet Qumran.
Os manuscritos, escritos originalmente sobre couro ou papiro e
atribuídos aos membros de uma congregação judaica desconhecida,
são mais de 600 e se encontram em diferentes estados de
conservação. Incluem manuais de disciplina, livros de hinos,
comentários bíblicos, textos apocalípticos, duas das cópias mais
antigas conhecidas do Livro de Isaías,
quase intactas, e fragmentos de todos os livros do Antigo
Testamento, com exceção do de Ester. Entre estes fragmentos
encontra-se uma extraordinária paráfrase do Livro do Gênesis.
Ainda se descobriram textos, em seus idiomas originais, de vários
livros dos apócrifos,
deuterocanônicos
e pseudoepígrafos.
Estes textos, nenhum dos quais incluído no cânon hebraico da
Bíblia, são: Tobias, Eclesiástico, Jubileus, partes de Enoc e o
Testamento de Levi, conhecido, até então, somente em suas antigas
versões grega, síria, latina e etíope.
Ao que parece, os manuscritos foram parte da
biblioteca da comunidade, cuja sede se encontrava no que hoje se
conhece como Kirbet Qumran, próximo ao local das descobertas. As
provas paleográficas indicam que a maioria dos documentos foi
escrita em distintas datas. Parece que de 200 a.C.
até 68 d.C.
As provas arqueológicas têm ressaltado a data mais tardia, já que
as escavações demonstram que o local foi saqueado em 68 d.C.
É possível que um exército, sob as ordens do general romano
Vespasiano, tenha saqueado a comunidade quando marchava para sufocar
a rebelião judaica que estourou em 66 d.C.
O mais provável é que os documentos foram escondidos entre 66 e 68 d.C.
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Em 1947, Jumea,
um pastor da tribo Taaeamireh dos beduínos
nômades, descobriu alguns manuscritos antigos, em pele e
tecido, numa caverna a noroeste do Mar Morto, vale de Qumran.
Importantíssimo achado arqueológico, estes manuscritos
constituíam a primeira parte de uma coleção de textos
hebraicos e aramaicos,revelados o primeiro achado de
Jumea. Estes antigos textos que incluem o Livro de Isaías
completo de fragmentos de todos os demais livros do Antigo
Testamento - exceto do Livro de Ester -, são mil anos mais
antigos do que qualquer outro texto hebraico conhecido.
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Importância histórica
Nos rolos encontraram-se alusões a pessoas e
acontecimentos dos períodos helenista e romano primitivo da
historia judaica. Assim, um comentário do Livro de Naum menciona um
homem de nome Demétrio, parecendo referir-se a um incidente
registrado por Josefo e acontecido em 88 a.C.
Nele estiveram implicados Demétrio III, rei da Síria, e Alexandre
Janeu, o rei macabeu. De forma similar, pensa-se que as repetidas
alusões a um "mestre da justiça" perseguido dizem
respeito a figuras religiosas. Entre elas, o último sumo sacerdote
judeu legítimo, Onias III, destituído em 175 a.C.;
os líderes macabeus Matatias, o sumo sacerdote e seu filho, o
líder militar Judas Macabeu, e a Manaém, líder dos zelotes em 66 d.C.
Também se tem tentado vincular certas referências - principalmente
as que mencionam um "sacerdote perverso" e "homem de
falsidade" - com determinadas figuras como o sacrílego sumo
sacerdote judeu Menelau; Antíoco IV, rei de Síria; o líder
macabeu João Hircano e Alexandre Janeu. No entanto, até agora,
todas estas identificações são ensaios e teorias. As opiniões
acadêmicas ainda são objeto de fortes polêmicas. Ver Macabeus,
família.
Importância para a ciência bíblica
De especial interesse são os numerosos vínculos
entre o pensamento e os modismos dos Manuscritos com Novo
Testamento. Em ambos, teima-se na iminência do reino de Deus, na
necessidade do arrependimento imediato e na esperada derrota de
Belial, o Perverso. Nos dois também aparecem referências
similares, relacionadas ao batismo no Espírito Santo, e
encontram-se caracterizações semelhantes dos fiéis, descritos
como "os eleitos" e "filhos da Luz". Para
certificação desta semelhanças pode-se consultar referências
bíblicas em Tito, capítulo 1, versículo 1. Pedro, capítulo 1,
versículo 2 e Efésios, capítulo 5, versículo 8. Estes
paralelismos são os mais chamativos, já que a congregação de
Qumran viveu na mesma época e região de João Batista, um
precursor das idéias cristãs.
O material descoberto entre os Manuscritos do mar
Morto tem sido publicado pela American School of Oriental
Research, a Universidade Hebraica e o Serviço de Antigüidades
da Jordânia. A maioria dos manuscritos encontram-se, hoje, no
Templo do Livro, no Museu Rockefeller, de Jerusalém, e no Museu do
Departamento de Antigüidades, em Aman. Desde seu descobrimento,
têm se publicado várias traduções dos manuscritos e numerosos
comentários sobre os mesmos.
Isaías
o maior dos livros proféticos do Antigo Testamento. Isaías - filho
de Amós,
considerado, pela tradição, como autor do livro que leva seu nome
- nasceu em uma família aristocrática de Jerusalém, em torno de
760 a.C.
Profetizou durante os reinados de Acaz, rei de Judá, e de seu filho
e sucessor Ezequías. Segundo a tradição, Isaías foi martirizado
em 701 ou em 690 a.C.
A beleza de seu estilo, e a constante nobreza de sua mensagem,
converteram-no em um dos autores bíblicos mais reverenciados.
Embora a totalidade do livro seja atribuída ao próprio Isaías, a
maioria dos especialistas considera, atualmente, que se trata de uma
obra múltipla e que, talvez, tenha alcançado a forma em que é
conhecida antes de 180 a.C.
Com freqüência, comentaristas dividem o Livro de
Isaías em duas seções, originárias de épocas diferentes, e que
se caracterizam por distintas perspectivas teológicas e estilos
literários. Os primeiros 39 capítulos datam da época do Isaías
histórico. Ou seja, a segunda metade do século VIII a.C.
Portanto, a maior parte desta seção, denominada Primeiro Isaías,
é atribuída ao profeta histórico. A segunda seção (capítulos
40 a 66) tem sido atribuída a diversos autores e costuma
subdividir-se em Segundo e Terceiro Isaías.
O livro vaticina o desastre que aguarda o povo
eleito por sua corrupção moral e anuncia que a salvação só
será alcançada através de uma fé cega em Deus.
eligião chinesa ,
crenças religiosas do povo chinês. O Confucionismo
e o Taoísmo
são consideradas religiões chinesas, mas ambas começaram como
filosofias. Confúcio,
do mesmo modo que seus sucessores, não deu importância aos deuses
e se voltou para a ação. Por sua vez, os taoístas apropriaram-se
das crenças populares chinesas e da estrutura do budismo.
Como conseqüência, surgiu uma corrente separada do "taoísmo
religioso", diferente do "taoísmo filosófico" que
se associava aos antigos pensadores chineses Lao-Tsé
e Zuang-Zi.
História
Desde tempos remotos, a religião chinesa consistia
na veneração aos deuses liderados por Shang Di ("O Senhor das
Alturas"), além de venerações aos antepassados. Entre as
famílias importantes da dinastia
Chou, este culto
era composto de sacrifícios em locais fechados. Durante o período
dos Estados Desunidos (entre 403 e 221 a.C.),
os estados feudais suspenderam os sacrifícios. Na dinastia
Tsin, e no
início da Han,
os problemas religiosos estavam concentrados nos "Mandamentos
do Céu". Existiam, também, seguidores do
taoísmo-místico-filosófico que se desenvolvia em regiões
separadas, misturando-se aos xamãs
e médiuns.
No final da dinastia Han, surgiram grandes
movimentos religiosos. Zhang Daoling, declarou haver recebido uma
revelação de Lao-Tsé e fundou o movimento Tianshidao (O
Caminho dos Mestres Celestiais). Esta revelação pretendia
substituir os cultos populares corrompidos. A doutrina
transformou-se no credo oficial da dinastia Wei (386-534), sucessora
da Han, inaugurando, assim, o "taoísmo religioso" que se
espalhou pelo norte da China.
A queda da dinastia oriental Jin (265-316) fez com
que muitos refugiados se deslocassem para o sul, levando o Tianshidao.
Entre 346 e 370, o profeta Yang Xi ditou revelações outorgadas
pelos seres imortais do céu. Seu culto, o Mao Shan,
combinava o Tianshidao com as crenças do sul. Outros grupos
de aristocratas do sul desenvolveram um sistema que personificava os
conceitos taoístas, transformando-os em deuses. No início do
século V, este sistema passou a dominar a religião taoísta.
Durante o século VI, com a reunificação da China
nas dinastias Sui e Tang,
o taoísmo se expandiu por todo o império e passou a conviver com
outras religiões, como o budismo e o nestorianismo.
O Taoísmo continuou a se desenvolver na dinastia
Song, expulsa em
1126. Sob o domínio de dinastias posteriores, a religião taoísta
desenvolveu a Doutrina das Três Religiões (Confucionismo,
Taoísmo e Budismo).
Com o advento do comunismo na China, o Taoísmo
religioso foi vítima de perseguições. Todavia, as tradições
foram mantidas na China continental e estão conseguindo ressurgir.
Práticas
O taoísmo religioso considera três categorias de
espíritos: deuses, fantasmas e antepassados. Na veneração aos
deuses, incluem-se orações e oferendas. Muitas destas práticas
originaram-se dos rituais do Tianshidao. O sacerdócio
celebrava cerimônias de veneração às divindades locais e aos
deuses mais importantes e populares, como Fushoulu e Zao
Shen. As cerimônias mais importantes eram celebradas pelos
sacerdotes, já os rituais menores eram entregues a cantores locais.
O exorcismo
e o culto aos antepassados constituíam práticas freqüentes na
religião chinesa. O taoísmo religioso tem sua própria tradição
de misticismo
contemplativo, parte da qual deriva-se das próprias idéias
filosóficas.
Exorcismo ,
prática que consiste em expulsar demônios
e espíritos malignos das pessoas ou lugares possuídos. Geralmente,
o exorcismo é executado por uma pessoa dotada de autoridade
religiosa especial, como o sacerdote ou um xamã.
Na Bíblia existem diversas referências ao demônio
e ao exorcismo. O Novo Testamento relata como Jesus
Cristo expulsava
os espíritos malignos através da oração. Os sacerdotes da Igreja
católica
necessitam permissão especial para praticar o exorcismo.
Xamã,
líder religioso, conhecido pelo papel que desempenhava em culturas caçadoras
e coletoras pouco
estruturadas; é um médium, um porta-voz dos espíritos que se
transformam em seus familiares ao longo de sua iniciação, durante
a qual faz com freqüência jejuns prolongados, retiros e outras
provas que levam a sonhos e visões. Segue-se uma formação
orientada por xamãs mais antigos. Sua funções principais são a
cura e a adivinhação,
e chegam a ocupar uma elevada posição social e econômica.
Adivinhação ,
prática que tenta descobrir acontecimentos passados, presentes e
futuros através do sobrenatural.
O contato com o sobrenatural é feito através de um
médium, ser supostamente dotado de sensibilidade especial. Os
videntes empregam várias técnicas para se comunicar com as
divindades. Alguns, como o Oráculo
de Delfos,
entram em transe e, nesta condição, proferem mensagens divinas.
Outros praticam oniromancia (adivinhação de sonhos)
ou necromancia (comunicação com os espíritos dos mortos).
Na Roma antiga, os áugures e sacerdotes faziam suas
adivinhações em cerimônias elaboradas denominadas augúrios, onde
eram lidos os prognósticos ou agouros. A adivinhação na China
seguiu um caminho diferente. Acredita-se que o fundador da dinastia
Zhou estabeleceu
o conceito das linhas de 64 hexagramas. As contínuas chamam-se Yang
(princípio ativo) e as descontínuas, Ying (princípio
passivo). Todos os fenômenos se explicavam pela alternância do
Yang e do Ying. Seu filho, o duque de Zhou, elaborou os
comentários. O resumo dos conceitos é conhecido como Teuam
e os comentários como Yao. No tempo de Confúcio foram
acrescentados textos adicionais, as Alas. O resultado foi o
livro conhecido como I
Ching (Livro
das Mutações). As interpretações que se encontram nas Alas
são atribuídas aos sábios da dinastia
Han.
Oráculo,
conselho ou profecia expressada por um oficiante que efetuava a
consulta; também, lugar em que o povo consultava suas deidades. No
antigo mundo grego, destacaram-se: Delfos,
Dídimo, Dodona
e Olímpia.
Os oráculos eram bastante comuns entre outros povos do
Mediterrâneo Oriental.
Diabo ,
ser sobrenatural capaz de influir nos seres humanos através de
meios malignos. Os demônios estão presentes na maioria das
religiões, nas mitologias e na literatura. O exorcismo
(expulsão do demônio do corpo de uma pessoa) é praticado, por
alguém dotado de autoridade especial, em inúmeras religiões. O
estudo dos demônios recebe o nome de Demonologia. A crença
nos espíritos malignos e na capacidade de eles influirem na vida
dos homens remonta a tempo muito antigo.
A palavra demônio, do grego daimon,
refere-se a entidades dotadas de poderes especiais, situadas entre
os humanos e os deuses, e com capacidade de melhorar a vida das
pessoas ou executar castigos divinos.
Os demônios (gênios) fazem parte do folclore
popular em todo o mundo. Muitos têm características especiais.
Entre eles, os vampiros que chupam o sangue de suas vítimas, o oni
japonês que provoca tempestades e, em lendas escocesas, os kelpies
que espreitam os lagos para afogar viajantes distraídos.
Song, Dinastia ,
dinastia chinesa fundada no ano 960 d.C.
por Zhao Guangyin, chefe da guarda do palácio de Zhou, um dos
pequenos estados do período que seguiu a dinastia
Tang. No ano 978,
a dinastia Song já tinha submetido os restantes reinos das Cinco
Dinastias e controlava quase toda a China, exceto os territórios de
Hebei do norte e as províncias Chen-si pertencentes a dinastia Liao
dos mongóis Khitan. O período costuma dividir-se em: período Song
do norte (960-1126), quando a capital estava situada em Kaifeng;
período Song do sul, (1127-1279) quando a capital se encontrava em Hangzhou
e a dinastia controlava somente o sul da China. A conquista dos Song
do sul terminou em 1279,quando Kublai
Khan, neto de
Gengis Khan, ascendeu ao liderasgo mongol.
Os Song reorganizaram o governo imperial,
centralizando o controle efetivo na capital. A estrutura
administrativa local continuou sendo basicamente a mesma da dinastia
Tang. A literatura, as artes e a filosofia continuaram evoluindo,
segundo as diretrizes estabelecidas no final do período Tang. O
ensino prosperou e a economia prosseguiu seu desenvolvimento e
diversificação. Entretanto, a debilidade militar acabou abatendo a
dinastia.
Religião francesas, Guerras de
(1559-1598), série de confrontos políticos e sociais provocados
pela fraqueza da dinastia Valois
frente ao conflito religioso e à rivalidade aristocrática.
O calvinismo
teve um forte impacto nas cidades, nas universidades e na nobreza da
França do início do século XVI. Henrique
II proibiu o protestantismo,
mas o número de conversões cresceu. Francisco
II continuou com
a perseguição.
Durante a regência de Catarina
de Médici,
ocorreu uma expansão dos huguenotes.
Porém, a aliança com os Guise deu continuidade à política
antiprotestante. Os huguenotes, dirigidos por Luís I de Bourbon,
incitaram a revolta e conquistaram algumas cidades, mas o confronto
terminou com a derrota dos protestantes.
Durante os quatro anos seguintes, Catarina de
Médici tratou de manter a instável situação de paz existente
entre as duas facções. No entanto, no outono de 1567, os
huguenotes voltaram a rebelar-se. A paz de Saint-Germain permitiu
aos huguenotes o direito de controlar quatro fortificações, o que
colocava em questão a autoridade real sobre todo o território
francês.
Carlos IX
promoveu o matrimônio de sua irmã Margarida de Valois com o
huguenote Henrique de Navarra. Só que, assustado com rumores de uma
conspiração protestante, ordenou a matança dos líderes
huguenotes que haviam chegado a Paris para as bodas, episódio que
passou à história como a Noite
de São Bartolomeu.
O banho de sangue não tardou a estender-se pela capital e as
cidades da província.
A matança provocou outra guerra, quando os
huguenotes conseguiram a liberdade
religiosa em
todas as cidades, salvo Paris, e o controle de oito fortalezas. Os
extremistas católicos, liderados pela família Guise, formaram a
Liga Católica. A sexta guerra de religião forçou os huguenotes um
retorno à situação existente em 1570.
Em 1589, o huguenote Henrique de Navarra ascendeu ao
trono com o nome de Henrique
IV, mas foi
rejeitado pelos católicos. Ainda que muitos duvidassem da
sinceridade da sua conversão ao catolicismo, o país estava cansado
de guerras e rebeliões camponesas, motivo pelo qual as cidades e os
nobres defensores da Liga renderam-se e juraram lealdade à Coroa.
O Edito
de Nantes (1598)
concedeu liberdade religiosa aos huguenotes e a defesa de um grande
número de cidades fortificadas ao sul e a oeste da França. Não
obstante, seus privilégios foram abolidos por Luís
XIII e Luís
XIV.
Calvinismo,
teologia cristã do reformador da Igreja João
Calvino. Dentre
seus dogmas incluem-se a soberania absoluta de Deus e a doutrina da
justificação por meio da fé.
Para Calvino, não existia o livre arbítrio; ele elaborou também
uma doutrina da predestinação.
A Bíblia constitui a única norma para uma vida de fé. Muitos de
seus princípios tiveram implicações sociais, como o que determina
que a economia e o trabalho penoso fazem parte da virtude moral. No
século XVII, em muitos lugares o calvinismo foi adotado por grupos
protestantes, como o movimento huguenote
na França e o puritanismo
na Inglaterra.
Fé ,
atitude da vontade e do intelecto, dirigida a uma pessoa, idéia ou
a um ser divino. Os teólogos cristãos modernos frisam o caráter
absoluto da fé para, desta forma, distingui-la do conceito popular
de crença. Na verdade, a fé também inclui a crença, mas a
ultrapassa por ser um exercício de conhecimento, razão e
inteligência.
Tradicionalmente, a teologia cristã distingue o
elemento subjetivo da fé, que implica a ação sobrenatural de Deus
sobre a alma
humana, do componente objetivo, que se caracteriza por reunir um
conjunto de verdades encontradas nos credos,
nas definições dos concílios
e, principalmente, na Bíblia.
Trata-se da fé considerada como dom e como conteúdo.
Alma ,
em muitas regiões e filosofias, elemento imaterial que, junto como
o corpo, constitui o ser humano. Em geral, concebe-se a alma como um
princípio interno, vital e espiritual.
No Oriente, a alma ( atmám)
define a identidade e a consciência, acrecentando-lhe uma dimensão
eterna ao ficar presa no ciclo da reencarnação até atingir a
purificação. No judaísmo
primitivo define-se a personalidade humana sem fazer uma clara
distinção entre corpo e alma. A doutrina cristã sustenta que cada
indivíduo tem uma alma imortal e que, em seu conjunto, alma e corpo
ressuscitados estarão em presença de Deus depois do Juízo Final.
Segundo o Islã,
Deus dotou de alma cada ser humano e, na hora da morte, o espírito
dos crentes é levado até ele. O islamismo divide o céu em
patamares cada vez mais sedutores e oferece, aos que morrem na
guerra santa (Jihad), a entrada imediata no melhor deles, o
sétimo. No sétimo céu existem rios de mel, campos floridos,
mulheres belas deitadas em almofadas de pérolas e jovens másculos
e sedutores.
Credos ,
sumários autorizados dos principais artigos de fé de diversas
igrejas ou comunidades de crentes.
Na Igreja cristã, o credo
apostólico, ou
credo dos Apóstolos, foi a primeira recapitulação da doutrina;
além dele, o credo
de Nicéia e o credo
de Atanásio são
de uso comum na liturgia. Na Igreja ortodoxa, o único credo que se
adotou foi o de Nicéia, sem a inserção da expressão filioque
em relação ao Espírito Santo.
Liberdade
religiosa,
supõe o direito de toda pessoa de professar o culto religioso que
deseje, sem ser perseguido ou molestado por manter tais
convicções. Desdobra-se, por sua vez, em dois fatores: a liberdade
de pensamento, que constitui um direito absoluto, sem limites; e a liberdade
de expressão do
pensamento, cujo reconhecimento não pode coexistir com
manifestações ou rituais que suponham atentados contra o direito
à vida, a integridade física ou moral dos demais ou bens
públicos.
Religião suméria ,
crenças religiosas dos povos da antiga Suméria.
Os sumérios acreditavam que o Universo era governado por um
panteão formado por um grupo de seres vivos, de forma humana,
porém imortais e possuidores de poderes sobre-humanos. Esses seres,
segundo acreditavam, eram invisíveis aos olhos dos mortais e
guiavam e controlavam o cosmo de acordo com um plano
pré-estabelecido e leis rigorosamente elaboradas.
Os sumérios tinham quatro divindades fundamentais,
conhecidas como deuses criadores. Estes deuses eram: An, deus do
céu; Ki, deusa da terra; Enlil, deus do ar e Enki, deus da água.
Céu, terra, ar e água eram considerados os quatro componentes mais
importantes do Universo. Os deuses concebiam o me, conjunto
de regras e leis universais imutáveis que todos os seres eram
obrigados a obedecer.
Próximas em importância às deidades criadoras
estavam as três divindades celestiais: Nanna, deus da Lua; Utu,
deus Sol e Inanna, rainha dos céus. Inanna era também deusa do
amor, da procriação e da guerra. Nanna era o pai de Utu e Inanna.
Outro deus de grande importância era Ninurta, a divindade do
violento e destrutivo vento sul. Um dos deuses mais queridos era o
deus-pastor Dumuzi; originalmente era um governante mortal cujo
casamento com Inanna assegurou a fertilidade da terra e a
fecundidade procriadora.
Caridade
(religião),
virtude teologal. O catecismo
da Igreja católica a define como "virtude teologal pela qual
amamos a Deus sobre todas as coisas e amamos nosso próximo como a
nós mesmos por amor de Deus". Essa referência a Deus a
diferencia da filantropia.
Filantropia,
amor à humanidade, normalmente manifestado através de atividades
que promovam o bem-estar. Diz respeito ao desembolso de riqueza por
parte de indivíduos e, especialmente, ao recolhimento de fundos por
parte de organizações que atuam sem fins lucrativos. Um dos
filantropos mais famosos é Alfred
Bernhard Nobel,
que utilizou os benefícios derivados da indústria de explosivos
para manter a instituição dos prêmios
Nobel.
Catecismo ,
manual da doutrina cristã redigido em forma de perguntas e
respostas. Durante a Reforma
protestante, os catecismos adquiriram importância pela insistência
de Martinho
Lutero e João
Calvino em
inculcar instrução religiosa às crianças.
Na Igreja Católica, o primeiro catecismo oficial,
preparado pelo Concílio
de Trento e
publicado no ano de 1566, ficou conhecido como Catecismo Romano
ou Catecismo de Pio V. Este era um compêndio da doutrina e
servia de orientação a padres e professores.
Em 11 de outubro de 1992, sob o pontificado de João
Paulo II, um novo catecismo da Igreja Católica foi aprovado. É uma
obra que resume os dogmas e a moral da Igreja e destina-se aos
responsáveis pela catequese. Após um prólogo, passa para A
profissão da fé. Seguem-se Celebração do mistério
cristão, A vida em Cristo e A oração cristã.
Religiosa, Música ,
música utilizada nas igrejas cristãs como parte de sua liturgia. O
espectro deste tipo de música é muito amplo e este artigo é
apenas um resumo das tradições católica e protestante da Europa
ocidental.
A música religiosa cristã alcançou seu primeiro
auge entre os séculos VIII e IX com o cantochão litúrgico
(chamado gregoriano por ter sido normatizado por Gregório
I). Mais tarde
foram alcançados outros grandes momentos com os arranjos
polifônicos dos textos da missa
e o motete,
de autores como Guillaume
de Machaut e Josquin
des Prez. O ponto
máximo foi alcançado ao final do século XVI, com Giovanni
da Palestrina, Orlando
di Lasso, Tomás
Luis de Victoria,
Cristóbal de
Morales e Francisco
Guerrero, entre
outros. Na Alemanha luterana e na Inglaterra elizabetana continuaram
florescendo elaboradas obras de música religiosa. Destacam-se as
obras de Thomas
Morley e Orlando
Gibbons. Na
Europa calvinista só se permitiam salmos métricos e cânticos.
Desde o século XVII, o crescimento dos gêneros profanos,
especialmente a ópera
e o concerto
instrumental, influiu em grande parte na música religiosa. Na
Alemanha, Heinrich
Schütz e seus
contemporâneos adotaram os estilos italianizados da cantata,
do motete e da paixão,
enquanto Johann
Sebastian Bach, o
maior dos compositores de música religiosa, enriqueceu esta
vertente musical com peças notáveis como A Paixão (segundo
São Mateus e segundo São João) e a Missa em si menor.
Durante a segunda metade do século XVIII a crescente
secularização engendrou um enlace entre a missa católica e a
sinfonia, com notáveis exemplos de Joseph
Haydn, Wolfgang
Amadeus Mozart e Luigi
Cherubini.
O século XX foi testemunha de um renascimento da
música religiosa, com contribuições originais de compositores
importantes como Ralph
Vaughan Williams,
Zoltán Kodály,
Igor Stravinski
e Benjamin
Britten, entre
outros.
Missa,
ritual de cantos, leituras, orações e outras cerimônias
utilizadas na celebração da eucaristia
na Igreja católica. Antes do século VIII, a única forma de missa
era a de caráter público, celebrada por um bispo ou pelo sacerdote
de uma congregação de fiéis. Em sua forma solene, a maioria das
partes da missa é cantada. Nas celebrações diárias, se utiliza
uma forma mais simples, na qual todas as partes da missa são lidas.
Ateísmo ,
doutrina que nega a existência da divindade. É claramente
diferente do agnosticismo.
Com o desenvolvimento do
conhecimento científico, o ateísmo transformou-se em uma
tendência filosófica mais natural e aceita.
Agnosticismo,
doutrina que afirma que a existência de Deus e de outros seres
espirituais não é nem certa nem impossível. A postura agnóstica
se diferencia tanto do teísmo,
que afirma a existência de tais seres, como do ateísmo,
que a nega.
Teísmo,
crença religiosa num ser supremo, fonte e sustento do Universo e
que é ao mesmo tempo diferente deste. Esta doutrina opõe-se ao ateísmo.
Santo ,
nome dado aos que foram julgados pela Sagrada Congregação para as
Causas dos Santos merecedores de culto nos altares. Trata-se do
terceiro grau deste processo. O primeiro é a declaração de
virtudes heróicas. O segundo é a declaração de bem-aventurança.
Finalmente ocorre a canonização, pela qual o cristão falecido é
declarado santo. São Paulo, em suas Epístolas, denomina santos
todos os cristãos, mas a doutrina estabelece uma hierarquia entre
os virtuosos, os beatos e os santos. Também devem ser considerados
os doutores
santos destinados ao aprendizado sagrado.
Por volta do século IV d.C., a prática de venerar
os santos difundiu-se com muita força. O Concílio
de Trento
(1545-1563) afirmou que invocá-los é útil pelos benefícios que
se pode obter de Deus
através de sua intercessão.
Espiritismo ,
doutrina segundo a qual os mortos podem entrar em contato com os
vivos, geralmente através de um clarividente
ou médium.
Ainda que o espiritismo seja praticado, sob uma
forma ou outra, desde tempos remotos, o espiritismo moderno é
resultado de fenômenos acontecidos e pesquisados no século XIX.
Uma sessão de espiritismo — na qual o médium tenta entrar
em contato com os mortos através de um "guia" — é
precedido de hinos e orações. Falando com freqüencia e, embora
não seja imprescindível, em estado de transe, o médium transmite
mensagens de consolo e saudação dos parentes e amigos mortos.
Estas sessões podem ser acompanhadas de manifestações físicas,
como aparições e golpes na mesa.
Clarividência,
capacidade para ver objetos e acontecimentos situados fora do
alcance da visão
normal. É uma forma de percepção extrasensorial que
engloba qualquer capacidade de obter informação mediante o uso de
meios à margem dos sentidos físicos. Segundo a crença, produz-se
quando uma pessoa, dotada de poderes especiais, entra em estado de
transe, descrevendo o que lhe vem à mente. A maioria dos cientistas
nega o valor da clarividência.
Plasma
(física),
estado da matéria em que alguns ou todos os átomos e todas as
moléculas estão dissociados em forma de íons (ver Ionização).
É condutor de eletricidade. Pode ser criado aplicando-se um campo
elétrico a um gás em baixa pressão, como nos tubos fluorescentes
ou de néon. Também se pode criá-lo aquecendo-se um gás neutro a
temperaturas muito elevadas.
Paz
(espiritual),
o conceito cristão
de paz supera em muito o que pode significar a simples ausência de
guerra; expressa a plenitude que deve ser alcançada por cada
pessoa. Por isso, é obrigação dos cristãos trabalhar pela paz,
que não se estabelecerá enquanto não se realizarem as condições
prévias de justiça social.
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