- ESPIRITISMO KARDECISTA -
(RELIGIÃO CRISTÃ ESPÍRITA KARDECISTA)

 
 

ESTUDO DAS RELIGIÕES
(PARTE 4)

 

 
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Bíblia, também chamada Santa Bíblia, livro sagrado ou Escrituras de judeus e cristãos. No entanto, as Bíblias do judaísmo e do cristianismo diferem em vários aspectos. A Bíblia judaica é composta pelas escrituras hebraicas - 39 livros escritos em hebraico-, com exceção de poucas partes redigidas em aramaico. A Bíblia cristã possui duas partes: o Antigo Testamento e os 27 livros do Novo Testamento. Os dois principais ramos do cristianismo - catolicismo e protestantismo - estruturam o Antigo Testamento de modo diferente (ver tabela adjunta).

Na versão primitiva, alguns dos livros adicionais foram escritos em grego como, por exemplo, o Novo Testamento. A tradução protestante do Antigo Testamento limita-se aos 39 livros da Bíblia judaica. Os demais livros e adições são denominados apócrifos pelos protestantes e deuterocanônicos pelos católicos.

O termo Bíblia chegou ao latim do grego bíblia ou "livros", forma diminutiva de byblos, palavra que significa "papiro" ou "papel" material exportado do antigo porto fenício de Biblos. Na Idade Média, os livros da Bíblia eram unificados.

Ordem dos livros

A ordem e o número dos livros bíblicos é distinto entre as versões judaica, protestante e católica. A Bíblia do judaísmo divide-se em três partes:

Torá, ou Lei, também chamada livros de Moisés.

– Profetas ou Neviim, dividida em Profetas Antigos e Profetas Posteriores.

– Hagiográficos ou Ketuvim que inclui os Salmos, os livros sábios e literatura diversa.

O Antigo Testamento cristão organiza os livros segundo seu conteúdo:

– Pentateuco, que corresponde à Torá.

– Livros históricos.

– livros poéticos ou sábios.

– livros proféticos.

O Novo Testamento inclui:

– Quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João)

– Atos dos Apóstolos que narra a história dos primeiros tempos do cristianismo.

– Epístolas ou cartas de Paulo e outros autores.

– Apocalipse ou Livro da Revelação.

Alguns livros identificados como Epístolas, em particular a Epístola aos Hebreus, são, na verdade, tratados teológicos.

Inspiração bíblica

Os primeiros cristãos herdaram do judaísmo a idéia de que as Escrituras constituíam uma fonte autorizada. De início, não se propôs nenhuma doutrina formal acerca da inspiração das Escrituras, como é o caso do islamismo sustentando que o Alcorão foi ditado dos céus. No entanto, os cristãos acreditavam que a Bíblia continha a palavra de Deus, transmitida por seu Espírito. Primeiro, através dos patriarcas e profetas. Mais tarde, pelos apóstolos. Os autores dos livros do Novo Testamento recorreram à autoridade das Escrituras hebraicas para apoiar suas alegações sobre Jesus Cristo.

Importância e influência

A Bíblia, em suas centenas de traduções, é o livro de maior difusão na história da humanidade. Na história do pensamento humano, a Bíblia exerceu grande influência. Não só entre as comunidades religiosas, que a consideram sagrada. Na verdade, a literatura, as artes e a música ocidentais têm uma enorme dívida para com os temas, motivos e imagens da Bíblia.

O Antigo Testamento

O termo Antigo Testamento (da palavra latina para "aliança") aplica-se à estas Escrituras para diferenciar a "Antiga Aliança"- estabelecida por Deus com Israel - e a "Nova Aliança" selada através de Jesus Cristo (ver Heb.8,7).

Literatura do Antigo Testamento

Do ponto de vista literário, o Antigo Testamento - ou seja, a Bíblia - constitui uma antologia de livros diferentes. Não é, apenas, um livro unificado em seus autores, data de composição ou estilo literário. Em geral, os livros do Antigo Testamento são classificados como narrativas, obras poéticas, escritos proféticos, códigos legais ou apocalipse.

Narrativas

Tanto no contexto, como em conteúdo, a grande maioria dos livros do Antigo Testamento são narrativos, isto é, referem-se a acontecimentos passados. Muitas obras narrativas do Antigo Testamento também é História, ainda que não se ajuste à definição científica do termo. As narrativas históricas do Antigo Testamento são obras mais populares do que críticas, já que os autores recorreram às tradições orais - algumas delas pouco confiáveis - para escrever seus relatos. Além disto, todas as narrativas foram compostas com propósito religioso. Podem, portanto, ser chamadas de histórias de salvação, já que seu propósito é demonstrar a participação de Deus em acontecimentos humanos. Exemplos destas obras são a "História deuteronômica" (do Deuteronômio até os capítulos 1 e 2 do Livro dos Reis), o "Tetrateuco" (do Gênesis até o livro de Números) e a "História do Cronista" (capítulos 1 e 2 dos livros Crônicas, Esdras e Nehemias). A história da sucessão do trono de Davi (Sam., 2,9-20, I Re. 1,2) é a narração bíblica que mais se aproxima do conceito moderno de História. O autor presta atenção aos detalhes dos eventos e personagens e interpreta o curso dos acontecimentos à luz das motivações humanas. Não obstante, intui-se a intervenção divina nas entrelinhas dos textos.

Outros livros narrativos são: "Rute", "Jonas" e "Ester", - novelas históricas. É provável que estes livros tenham sua origem em contos populares ou lendas. Nos livros deuterocanônicos podem encontrar-se alguns relatos didáticos: "Tobias", "Judite", "Susana" e "Bel e o dragão", contido no "Livro de Daniel".

Obras poéticas

Entre os livros poéticos do Antigo Testamento incluem-se os Salmos, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Eclesiástico (deuterocanônico) e Prece de Manassés (apócrifo). O "Livro da Sabedoria" assemelha-se aos livros poéticos sapienciais, embora não seja poesia. A maioria do livros proféticos estão escritos de acordo com as regras líricas hebraicas.

Materiais proféticos

Os profetas eram conhecidos em outras regiões do antigo Oriente Próximo, mas nenhuma outra cultura desenvolveu um corpo de literatura profética comparável ao de Israel. Os antigos autores egípcios escreveram obras literárias chamadas "profecias" mas, por sua forma e conteúdo, eram diferentes dos livros proféticos da Bíblia. Na literatura profética predominam os discursos, já que a atividade do profeta consistia em difundir a palavra de Deus relativa ao futuro imediato. As mensagens mais comuns são profecias de castigo ou salvação. Tanto umas, como outras, estão contextualizadas por fórmulas que identificam as palavras de Deus, por exemplo, "oráculo de Yahvé". Em geral, a profecia de castigo encontra suas razões na injustiça social, arrogância religiosa ou apostasia. As profecias também costumam detalhar a natureza do desastre - militar, peste ou outra qualquer - que recairá sobre a nação, grupo ou indivíduo a quem será dirigido. As profecias de salvação anunciam a iminente intervenção de Deus para resgatar Israel. Outros discursos incluem profecias contra nações estrangeiras, discursos de aflição que enumeram os pecados do povo, admoestações ou advertências. A Bíblia cristã inclui quatro profetas maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel e 12 menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Pertencem também à literatura profética os livros das Lamentações e Baruch.

Leis

A matéria legal é tão destacada nas Escrituras hebraicas que o judaísmo aplicou o termo Torá ("Lei") aos primeiros cinco livros (Pentateuco). Os textos legais são dominantes em Êxodo, Levítico e Números. O quinto livro da Bíblia foi denominado Deuteronômio ("segunda Lei") por seus tradutores gregos, ainda que Deuteronômio seja, em síntese, um relato das últimas palavras e atos de Moisés. Em geral, estas leis referem-se aos problemas que surgiam na vida diária. As leis casuísticas são similares em sua forma - e, muitas vezes, em conteúdo - às normas recolhidas no Código de Hamurabi e outros códigos legais do antigo Oriente Próximo.

Escritos apocalípticos

O apocalipse, como gênero diferenciado, surgiu em Israel no período posterior ao exílio, isto é, após o cativeiro dos judeus na Babilônia entre 586 e 538 a.C. Um apocalipse, ou revelação, expõe uma série de acontecimentos futuros mediante uma detalhada resenha de um sonho ou visão. Utiliza imagens de forte conteúdo simbólico e, freqüentemente extravagantes, que são explicadas e interpretadas. Os escritos apocalípticos costumam refletir a perspectiva histórica do autor, num momento em que as forças do mal se preparavam para travar a batalha final contra Deus, possibilitando o nascimento de uma nova era.

Daniel é o único livro apocalíptico das Escrituras hebraicas. Sua primeira metade (capítulos 1 a 6) é uma série de histórias lendárias. No entanto, partes de outros livros são, em muitos aspectos, similares à literatura apocalíptica (Isaías, capítulo 24, versículo 27; Zacarias, capítulo 9, versículo 14 e algumas partes de Ezequiel). Entre os apócrifos, Esdras é um apocalipse.

Os textos e as versões antigas

Todos os tradutores contemporâneos da Bíblia tentam recuperar o texto mais antigo e, portanto, mais fiel ao original. Não existem originais, nem autográficas, mas centenas de manuscritos com inúmeras versões diferentes. Toda tentativa de determinar qual é o melhor texto de um livro ou versículo deve se basear no trabalho meticuloso e no juízo de um estudioso da Bíblia.

Textos massoréticos

Com respeito ao Antigo Testamento, a principal diferença é em relação aos textos em hebraico e suas versões ou traduções para idiomas antigos. Na língua hebraica, os testemunhos mais importantes - e, em geral, mais confiáveis - são os textos massoréticos, obra dos eruditos judeus (denominados massoretas) que se encarregaram de copiar e transmitir, com fidelidade, a Bíblia. Estes sábios, que trabalharam desde os primeiros séculos da Era Cristã até a Idade Média, também acrescentaram ao texto a pontuação, as vogais (o texto hebraico original contém somente consonantes) e diversas notas explicativas. A Bíblia hebraica padrão, utilizada atualmente, é reprodução de um texto massorético escrito em 1088.

Existem manuscritos hebraicos de livros individuais ainda mais antigos, cuja procedência é massorética. Muitos deles, datados no século VI, foram descobertos em finais do século XIX na guenizá (depósito no qual se guardavam os textos inutilizados para evitar a profanação do nome escrito de Deus) da sinagoga do Cairo. Numerosos manuscritos e fragmentos - muitos da Era Pré-cristã - foram recuperados na região do mar Morto, em 1947 (ver Manuscritos do mar Morto). Embora muitos destes manuscritos sejam bastante tardios - particularmente, os massoréticos -, eles conservam uma tradição textual que remonta a cerca de um século antes da Era Cristã.

A Septuaginta e outras versões em grego

As versões mais valiosas da Bíblia hebraica são as traduções para o grego. Em alguns casos, as versões gregas apresentam material superior ao hebraico, já que se baseia em textos hebraicos de épocas remotas. Alguns manuscritos gregos são muito mais antigos que os manuscritos da Bíblia hebraica e foram incluídos na Bíblia cristã, compilada nos séculos IV e V d.C. Os manuscritos mais importantes são o Códice Vaticano (na Biblioteca do Vaticano), o Códice Sinaítico e o Códice Alexandrino (ambos se encontram no Museu Britânico).

A versão grega mais importante denomina-se Septuaginta (em grego, ‘setenta’) porque a lenda afirma que a Torá foi traduzida, no século III d.C., por 70 (ou 72) tradutores. Talvez a lenda esteja certa: a primeira tradução para o grego incluía só a Torá e, mais tarde, traduziram-se as demais Escrituras hebraicas. Parece lógico acreditar que esta tarefa tenha sido realizada por eruditos de diferentes concepções.

Empreenderam-se muitas outras traduções para o grego das quais conservam-se, somente, fragmentos ou citações dos primeiros autores da Igreja. Entre elas se incluem as versões de Áquila, Símaco, Teodósio e Luciano. O teólogo cristão Orígenes (século III) estudou os problemas que estas versões diferentes apresentavam e preparou uma Héxapla, ou seja, uma crítica textual na qual organizou, em seis colunas paralelas, o texto hebraico, o texto hebraico traduzido para o grego e as versões de Áquila, Símaco, Teodósio e Luciano.

Pesitta, Latina antiga, Vulgata e os Targum

Entre outras versões, merecem ser mencionadas a Bíblia Pesitta ou síria, iniciada em torno do século I d.C. A Latina antiga - que não foi traduzida do hebraico, mas procede da Septuaginta, no século II-, e a Vulgata, traduzida do hebraico para o latim por São Jerônimo, no final do século IV d.C.

Outras versões que devem ser consideradas são os Targum aramaicos. No judaísmo - quando o aramaico substituiu o hebraico como idioma cotidiano -, fizeram-se as necessárias traduções. Primeiro, para acompanhar a leitura oral das Escrituras na sinagoga. Mais tarde, estas escrituras foram transcritas para o papel. Os Targum não eram traduções literais e tendiam a ser paráfrases ou interpretações do texto original.

O Novo Testamento

O Novo Testamento é constituído de 27 documentos escritos entre 50 e 150 d.C. e que tratam de crenças e práticas religiosas nas comunidades cristãs mediterrâneas. Embora os originais destes documentos fossem em aramaico (especialmente, o Evangelho de Mateus e a Epístola aos Hebreus), todos sobreviveram através da versão grega, idioma original em que foram redigidos.

As primeiras versões

Como o Novo Testamento foi escrito em grego, a história da transmissão do texto e determinação do cânone costuma ignorar estas primeiras versões. A rápida expansão do cristianismo para além das regiões em que prevalecia o grego, requereu traduções para o sírio, latim antigo, copta, gótico, armênio, georgiano, etíope e árabe. As versões em sírio e latim apareceram no século II e as traduções para o copta começaram a aparecer no século III.

A literatura do Novo Testamento

 

Do ponto de vista literário, os documentos do Novo Testamento são classificados em quatro gêneros principais: evangelhos, história, epístolas e apocalipse. Dos quatro, só os evangelhos são um estilo literário próprio da comunidade cristã.

Evangelhos

Um evangelho não é uma biografia, embora guarde algumas semelhanças com as histórias de heróis, humanos ou divinos, do mundo greco-romano. O evangelho é uma série de resenhas individuais de fatos e palavras, organizados com o objetivo de criar um efeito cumulativo. Aparentemente, os autores dos evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João - tiveram algum interesse em ressaltar a ordem cronológica, embora esta não tenha sido uma das maiores prioridades. Em maior medida, o que influenciou a organização do material foram os temas teológicos e as necessidades dos leitores. Por estes motivos - embora os quatro mantenham um mesmo estilo literário e centrem-se na vida de Jesus -, existem diferenças entre os evangelhos. À exceção dos relatos da prisão, julgamento, morte e ressurreição de Cristo (similares nos quatro livros), os textos diferem em perspectivas, ênfases de interpretação e importantes detalhes.

O Evangelho de João é o único diferente. Nele, Jesus aparece como divindade onisciente, onipotente e superior. Os outros três denominam-se Evangelhos Sinópticos (vistos juntos) porque apresentam variadas e numerosas coincidências, provocando muitas hipóteses sobre suas relações. A opinião mais difundida sustenta que o Evangelho de São Marcos foi o primeiro a ser escrito e serviu de fonte inspiradora para Mateus e Lucas.

História

Encontra-se no Livro dos Atos dos Apóstolos - o segundo de dois volumes, ocasionalmente denominado Atos de Lucas e atribuído a São Lucas -, a melhor representação da narrativa histórica no Novo Testamento. Estes dois livros relatam a história de Jesus e da Igreja nascida em seu nome como uma narrativa contínua, centrada na história de Israel e do Império romano. A história se apresenta do ponto de vista teológico, isto é, interpreta o procedimento de Deus num acontecimento ou em relação à uma pessoa. Atos se destaca no Novo Testamento por recorrer à narrativa histórica para veicular a fé cristã.

Epístolas

No mundo greco-romano, a epístola, ou carta, constituía um estilo literário generalizado. Consistia na assinatura, endereçamento, saudação, elogio, agradecimento, mensagem e despedida. São Paulo achou este estilo análogo à relação que mantinha com as igrejas que fundara e conveniente para um apóstolo itinerante. Este estilo adquiriu grande popularidade na comunidade cristã e foi empregado por muitos hierarcas. As epístolas escritas por São Paulo e outros escritores - algumas das quais aparecem no Novo Testamento - são sermões, exortações ou tratados, encobertos pelo estilo do gênero epistolar. O Novo Testamento inclui as denominadas epístolas de São Paulo: Romanos (I e II), Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses (I e II), Tessalonicenses, Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago (I e II), Pedro (I-II-III) João e Judas.

Escritos apocalípticos

Os textos apocalípticos aparecem em todo o Novo Testamento, mas seu uso é predominante no livro do Apocalipse (ou Revelação). Em geral, os apocalipses foram escritos em épocas de graves crises de uma comunidade, tempos em que as pessoas buscam o metafísico e olham para o futuro em busca de ajuda e esperança. Esta literatura é visionária, simbólica e pessimista embora reflita esperanças no que está além do material e da história.


Mar Morto, Manuscritos do, coleção de manuscritos em hebraico e aramaico que foram descobertos, a partir de 1947, numa série de cavernas da Jordânia, extremo noroeste do mar Morto, região de Kirbet Qumran. Os manuscritos, escritos originalmente sobre couro ou papiro e atribuídos aos membros de uma congregação judaica desconhecida, são mais de 600 e se encontram em diferentes estados de conservação. Incluem manuais de disciplina, livros de hinos, comentários bíblicos, textos apocalípticos, duas das cópias mais antigas conhecidas do Livro de Isaías, quase intactas, e fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento, com exceção do de Ester. Entre estes fragmentos encontra-se uma extraordinária paráfrase do Livro do Gênesis. Ainda se descobriram textos, em seus idiomas originais, de vários livros dos apócrifos, deuterocanônicos e pseudoepígrafos. Estes textos, nenhum dos quais incluído no cânon hebraico da Bíblia, são: Tobias, Eclesiástico, Jubileus, partes de Enoc e o Testamento de Levi, conhecido, até então, somente em suas antigas versões grega, síria, latina e etíope.

Ao que parece, os manuscritos foram parte da biblioteca da comunidade, cuja sede se encontrava no que hoje se conhece como Kirbet Qumran, próximo ao local das descobertas. As provas paleográficas indicam que a maioria dos documentos foi escrita em distintas datas. Parece que de 200 a.C. até 68 d.C. As provas arqueológicas têm ressaltado a data mais tardia, já que as escavações demonstram que o local foi saqueado em 68 d.C. É possível que um exército, sob as ordens do general romano Vespasiano, tenha saqueado a comunidade quando marchava para sufocar a rebelião judaica que estourou em 66 d.C. O mais provável é que os documentos foram escondidos entre 66 e 68 d.C.

Em 1947, Jumea, um pastor da tribo Taaeamireh dos beduínos
nômades, descobriu alguns manuscritos antigos, em pele e
tecido, numa caverna a noroeste do Mar Morto, vale de Qumran.
Importantíssimo achado arqueológico, estes manuscritos
constituíam a primeira parte de uma coleção de textos
hebraicos e aramaicos,revelados o primeiro achado de
Jumea. Estes antigos textos que incluem o Livro de Isaías
completo de fragmentos de todos os demais livros do Antigo
Testamento - exceto do Livro de Ester -, são mil anos mais
antigos do que qualquer outro texto hebraico conhecido.

Importância histórica

Nos rolos encontraram-se alusões a pessoas e acontecimentos dos períodos helenista e romano primitivo da historia judaica. Assim, um comentário do Livro de Naum menciona um homem de nome Demétrio, parecendo referir-se a um incidente registrado por Josefo e acontecido em 88 a.C. Nele estiveram implicados Demétrio III, rei da Síria, e Alexandre Janeu, o rei macabeu. De forma similar, pensa-se que as repetidas alusões a um "mestre da justiça" perseguido dizem respeito a figuras religiosas. Entre elas, o último sumo sacerdote judeu legítimo, Onias III, destituído em 175 a.C.; os líderes macabeus Matatias, o sumo sacerdote e seu filho, o líder militar Judas Macabeu, e a Manaém, líder dos zelotes em 66 d.C. Também se tem tentado vincular certas referências - principalmente as que mencionam um "sacerdote perverso" e "homem de falsidade" - com determinadas figuras como o sacrílego sumo sacerdote judeu Menelau; Antíoco IV, rei de Síria; o líder macabeu João Hircano e Alexandre Janeu. No entanto, até agora, todas estas identificações são ensaios e teorias. As opiniões acadêmicas ainda são objeto de fortes polêmicas. Ver Macabeus, família.

Importância para a ciência bíblica

De especial interesse são os numerosos vínculos entre o pensamento e os modismos dos Manuscritos com Novo Testamento. Em ambos, teima-se na iminência do reino de Deus, na necessidade do arrependimento imediato e na esperada derrota de Belial, o Perverso. Nos dois também aparecem referências similares, relacionadas ao batismo no Espírito Santo, e encontram-se caracterizações semelhantes dos fiéis, descritos como "os eleitos" e "filhos da Luz". Para certificação desta semelhanças pode-se consultar referências bíblicas em Tito, capítulo 1, versículo 1. Pedro, capítulo 1, versículo 2 e Efésios, capítulo 5, versículo 8. Estes paralelismos são os mais chamativos, já que a congregação de Qumran viveu na mesma época e região de João Batista, um precursor das idéias cristãs.

O material descoberto entre os Manuscritos do mar Morto tem sido publicado pela American School of Oriental Research, a Universidade Hebraica e o Serviço de Antigüidades da Jordânia. A maioria dos manuscritos encontram-se, hoje, no Templo do Livro, no Museu Rockefeller, de Jerusalém, e no Museu do Departamento de Antigüidades, em Aman. Desde seu descobrimento, têm se publicado várias traduções dos manuscritos e numerosos comentários sobre os mesmos.


Isaías o maior dos livros proféticos do Antigo Testamento. Isaías - filho de Amós, considerado, pela tradição, como autor do livro que leva seu nome - nasceu em uma família aristocrática de Jerusalém, em torno de 760 a.C. Profetizou durante os reinados de Acaz, rei de Judá, e de seu filho e sucessor Ezequías. Segundo a tradição, Isaías foi martirizado em 701 ou em 690 a.C. A beleza de seu estilo, e a constante nobreza de sua mensagem, converteram-no em um dos autores bíblicos mais reverenciados. Embora a totalidade do livro seja atribuída ao próprio Isaías, a maioria dos especialistas considera, atualmente, que se trata de uma obra múltipla e que, talvez, tenha alcançado a forma em que é conhecida antes de 180 a.C.

Com freqüência, comentaristas dividem o Livro de Isaías em duas seções, originárias de épocas diferentes, e que se caracterizam por distintas perspectivas teológicas e estilos literários. Os primeiros 39 capítulos datam da época do Isaías histórico. Ou seja, a segunda metade do século VIII a.C. Portanto, a maior parte desta seção, denominada Primeiro Isaías, é atribuída ao profeta histórico. A segunda seção (capítulos 40 a 66) tem sido atribuída a diversos autores e costuma subdividir-se em Segundo e Terceiro Isaías.

O livro vaticina o desastre que aguarda o povo eleito por sua corrupção moral e anuncia que a salvação só será alcançada através de uma fé cega em Deus.


eligião chinesa, crenças religiosas do povo chinês. O Confucionismo e o Taoísmo são consideradas religiões chinesas, mas ambas começaram como filosofias. Confúcio, do mesmo modo que seus sucessores, não deu importância aos deuses e se voltou para a ação. Por sua vez, os taoístas apropriaram-se das crenças populares chinesas e da estrutura do budismo. Como conseqüência, surgiu uma corrente separada do "taoísmo religioso", diferente do "taoísmo filosófico" que se associava aos antigos pensadores chineses Lao-Tsé e Zuang-Zi.

História

Desde tempos remotos, a religião chinesa consistia na veneração aos deuses liderados por Shang Di ("O Senhor das Alturas"), além de venerações aos antepassados. Entre as famílias importantes da dinastia Chou, este culto era composto de sacrifícios em locais fechados. Durante o período dos Estados Desunidos (entre 403 e 221 a.C.), os estados feudais suspenderam os sacrifícios. Na dinastia Tsin, e no início da Han, os problemas religiosos estavam concentrados nos "Mandamentos do Céu". Existiam, também, seguidores do taoísmo-místico-filosófico que se desenvolvia em regiões separadas, misturando-se aos xamãs e médiuns.

No final da dinastia Han, surgiram grandes movimentos religiosos. Zhang Daoling, declarou haver recebido uma revelação de Lao-Tsé e fundou o movimento Tianshidao (O Caminho dos Mestres Celestiais). Esta revelação pretendia substituir os cultos populares corrompidos. A doutrina transformou-se no credo oficial da dinastia Wei (386-534), sucessora da Han, inaugurando, assim, o "taoísmo religioso" que se espalhou pelo norte da China.

A queda da dinastia oriental Jin (265-316) fez com que muitos refugiados se deslocassem para o sul, levando o Tianshidao. Entre 346 e 370, o profeta Yang Xi ditou revelações outorgadas pelos seres imortais do céu. Seu culto, o Mao Shan, combinava o Tianshidao com as crenças do sul. Outros grupos de aristocratas do sul desenvolveram um sistema que personificava os conceitos taoístas, transformando-os em deuses. No início do século V, este sistema passou a dominar a religião taoísta.

Durante o século VI, com a reunificação da China nas dinastias Sui e Tang, o taoísmo se expandiu por todo o império e passou a conviver com outras religiões, como o budismo e o nestorianismo. O Taoísmo continuou a se desenvolver na dinastia Song, expulsa em 1126. Sob o domínio de dinastias posteriores, a religião taoísta desenvolveu a Doutrina das Três Religiões (Confucionismo, Taoísmo e Budismo).

Com o advento do comunismo na China, o Taoísmo religioso foi vítima de perseguições. Todavia, as tradições foram mantidas na China continental e estão conseguindo ressurgir.

Práticas

O taoísmo religioso considera três categorias de espíritos: deuses, fantasmas e antepassados. Na veneração aos deuses, incluem-se orações e oferendas. Muitas destas práticas originaram-se dos rituais do Tianshidao. O sacerdócio celebrava cerimônias de veneração às divindades locais e aos deuses mais importantes e populares, como Fushoulu e Zao Shen. As cerimônias mais importantes eram celebradas pelos sacerdotes, já os rituais menores eram entregues a cantores locais. O exorcismo e o culto aos antepassados constituíam práticas freqüentes na religião chinesa. O taoísmo religioso tem sua própria tradição de misticismo contemplativo, parte da qual deriva-se das próprias idéias filosóficas.


Exorcismo, prática que consiste em expulsar demônios e espíritos malignos das pessoas ou lugares possuídos. Geralmente, o exorcismo é executado por uma pessoa dotada de autoridade religiosa especial, como o sacerdote ou um xamã.

Na Bíblia existem diversas referências ao demônio e ao exorcismo. O Novo Testamento relata como Jesus Cristo expulsava os espíritos malignos através da oração. Os sacerdotes da Igreja católica necessitam permissão especial para praticar o exorcismo.


Xamã, líder religioso, conhecido pelo papel que desempenhava em culturas caçadoras e coletoras pouco estruturadas; é um médium, um porta-voz dos espíritos que se transformam em seus familiares ao longo de sua iniciação, durante a qual faz com freqüência jejuns prolongados, retiros e outras provas que levam a sonhos e visões. Segue-se uma formação orientada por xamãs mais antigos. Sua funções principais são a cura e a adivinhação, e chegam a ocupar uma elevada posição social e econômica.


Adivinhação, prática que tenta descobrir acontecimentos passados, presentes e futuros através do sobrenatural.

O contato com o sobrenatural é feito através de um médium, ser supostamente dotado de sensibilidade especial. Os videntes empregam várias técnicas para se comunicar com as divindades. Alguns, como o Oráculo de Delfos, entram em transe e, nesta condição, proferem mensagens divinas. Outros praticam oniromancia (adivinhação de sonhos) ou necromancia (comunicação com os espíritos dos mortos).

Na Roma antiga, os áugures e sacerdotes faziam suas adivinhações em cerimônias elaboradas denominadas augúrios, onde eram lidos os prognósticos ou agouros. A adivinhação na China seguiu um caminho diferente. Acredita-se que o fundador da dinastia Zhou estabeleceu o conceito das linhas de 64 hexagramas. As contínuas chamam-se Yang (princípio ativo) e as descontínuas, Ying (princípio passivo). Todos os fenômenos se explicavam pela alternância do Yang e do Ying. Seu filho, o duque de Zhou, elaborou os comentários. O resumo dos conceitos é conhecido como Teuam e os comentários como Yao. No tempo de Confúcio foram acrescentados textos adicionais, as Alas. O resultado foi o livro conhecido como I Ching (Livro das Mutações). As interpretações que se encontram nas Alas são atribuídas aos sábios da dinastia Han.


Oráculo, conselho ou profecia expressada por um oficiante que efetuava a consulta; também, lugar em que o povo consultava suas deidades. No antigo mundo grego, destacaram-se: Delfos, Dídimo, Dodona e Olímpia. Os oráculos eram bastante comuns entre outros povos do Mediterrâneo Oriental.


Diabo, ser sobrenatural capaz de influir nos seres humanos através de meios malignos. Os demônios estão presentes na maioria das religiões, nas mitologias e na literatura. O exorcismo (expulsão do demônio do corpo de uma pessoa) é praticado, por alguém dotado de autoridade especial, em inúmeras religiões. O estudo dos demônios recebe o nome de Demonologia. A crença nos espíritos malignos e na capacidade de eles influirem na vida dos homens remonta a tempo muito antigo.

A palavra demônio, do grego daimon, refere-se a entidades dotadas de poderes especiais, situadas entre os humanos e os deuses, e com capacidade de melhorar a vida das pessoas ou executar castigos divinos.

Os demônios (gênios) fazem parte do folclore popular em todo o mundo. Muitos têm características especiais. Entre eles, os vampiros que chupam o sangue de suas vítimas, o oni japonês que provoca tempestades e, em lendas escocesas, os kelpies que espreitam os lagos para afogar viajantes distraídos.


Song, Dinastia, dinastia chinesa fundada no ano 960 d.C. por Zhao Guangyin, chefe da guarda do palácio de Zhou, um dos pequenos estados do período que seguiu a dinastia Tang. No ano 978, a dinastia Song já tinha submetido os restantes reinos das Cinco Dinastias e controlava quase toda a China, exceto os territórios de Hebei do norte e as províncias Chen-si pertencentes a dinastia Liao dos mongóis Khitan. O período costuma dividir-se em: período Song do norte (960-1126), quando a capital estava situada em Kaifeng; período Song do sul, (1127-1279) quando a capital se encontrava em Hangzhou e a dinastia controlava somente o sul da China. A conquista dos Song do sul terminou em 1279,quando Kublai Khan, neto de Gengis Khan, ascendeu ao liderasgo mongol.

Os Song reorganizaram o governo imperial, centralizando o controle efetivo na capital. A estrutura administrativa local continuou sendo basicamente a mesma da dinastia Tang. A literatura, as artes e a filosofia continuaram evoluindo, segundo as diretrizes estabelecidas no final do período Tang. O ensino prosperou e a economia prosseguiu seu desenvolvimento e diversificação. Entretanto, a debilidade militar acabou abatendo a dinastia.


Religião francesas, Guerras de (1559-1598), série de confrontos políticos e sociais provocados pela fraqueza da dinastia Valois frente ao conflito religioso e à rivalidade aristocrática.

O calvinismo teve um forte impacto nas cidades, nas universidades e na nobreza da França do início do século XVI. Henrique II proibiu o protestantismo, mas o número de conversões cresceu. Francisco II continuou com a perseguição.

Durante a regência de Catarina de Médici, ocorreu uma expansão dos huguenotes. Porém, a aliança com os Guise deu continuidade à política antiprotestante. Os huguenotes, dirigidos por Luís I de Bourbon, incitaram a revolta e conquistaram algumas cidades, mas o confronto terminou com a derrota dos protestantes.

Durante os quatro anos seguintes, Catarina de Médici tratou de manter a instável situação de paz existente entre as duas facções. No entanto, no outono de 1567, os huguenotes voltaram a rebelar-se. A paz de Saint-Germain permitiu aos huguenotes o direito de controlar quatro fortificações, o que colocava em questão a autoridade real sobre todo o território francês.

Carlos IX promoveu o matrimônio de sua irmã Margarida de Valois com o huguenote Henrique de Navarra. Só que, assustado com rumores de uma conspiração protestante, ordenou a matança dos líderes huguenotes que haviam chegado a Paris para as bodas, episódio que passou à história como a Noite de São Bartolomeu. O banho de sangue não tardou a estender-se pela capital e as cidades da província.

A matança provocou outra guerra, quando os huguenotes conseguiram a liberdade religiosa em todas as cidades, salvo Paris, e o controle de oito fortalezas. Os extremistas católicos, liderados pela família Guise, formaram a Liga Católica. A sexta guerra de religião forçou os huguenotes um retorno à situação existente em 1570.

Em 1589, o huguenote Henrique de Navarra ascendeu ao trono com o nome de Henrique IV, mas foi rejeitado pelos católicos. Ainda que muitos duvidassem da sinceridade da sua conversão ao catolicismo, o país estava cansado de guerras e rebeliões camponesas, motivo pelo qual as cidades e os nobres defensores da Liga renderam-se e juraram lealdade à Coroa.

O Edito de Nantes (1598) concedeu liberdade religiosa aos huguenotes e a defesa de um grande número de cidades fortificadas ao sul e a oeste da França. Não obstante, seus privilégios foram abolidos por Luís XIII e Luís XIV.


Calvinismo, teologia cristã do reformador da Igreja João Calvino. Dentre seus dogmas incluem-se a soberania absoluta de Deus e a doutrina da justificação por meio da . Para Calvino, não existia o livre arbítrio; ele elaborou também uma doutrina da predestinação. A Bíblia constitui a única norma para uma vida de fé. Muitos de seus princípios tiveram implicações sociais, como o que determina que a economia e o trabalho penoso fazem parte da virtude moral. No século XVII, em muitos lugares o calvinismo foi adotado por grupos protestantes, como o movimento huguenote na França e o puritanismo na Inglaterra.


, atitude da vontade e do intelecto, dirigida a uma pessoa, idéia ou a um ser divino. Os teólogos cristãos modernos frisam o caráter absoluto da fé para, desta forma, distingui-la do conceito popular de crença. Na verdade, a fé também inclui a crença, mas a ultrapassa por ser um exercício de conhecimento, razão e inteligência.

Tradicionalmente, a teologia cristã distingue o elemento subjetivo da fé, que implica a ação sobrenatural de Deus sobre a alma humana, do componente objetivo, que se caracteriza por reunir um conjunto de verdades encontradas nos credos, nas definições dos concílios e, principalmente, na Bíblia. Trata-se da fé considerada como dom e como conteúdo.


Alma, em muitas regiões e filosofias, elemento imaterial que, junto como o corpo, constitui o ser humano. Em geral, concebe-se a alma como um princípio interno, vital e espiritual.

No Oriente, a alma (atmám) define a identidade e a consciência, acrecentando-lhe uma dimensão eterna ao ficar presa no ciclo da reencarnação até atingir a purificação. No judaísmo primitivo define-se a personalidade humana sem fazer uma clara distinção entre corpo e alma. A doutrina cristã sustenta que cada indivíduo tem uma alma imortal e que, em seu conjunto, alma e corpo ressuscitados estarão em presença de Deus depois do Juízo Final.

Segundo o Islã, Deus dotou de alma cada ser humano e, na hora da morte, o espírito dos crentes é levado até ele. O islamismo divide o céu em patamares cada vez mais sedutores e oferece, aos que morrem na guerra santa (Jihad), a entrada imediata no melhor deles, o sétimo. No sétimo céu existem rios de mel, campos floridos, mulheres belas deitadas em almofadas de pérolas e jovens másculos e sedutores.


Credos, sumários autorizados dos principais artigos de fé de diversas igrejas ou comunidades de crentes.

Na Igreja cristã, o credo apostólico, ou credo dos Apóstolos, foi a primeira recapitulação da doutrina; além dele, o credo de Nicéia e o credo de Atanásio são de uso comum na liturgia. Na Igreja ortodoxa, o único credo que se adotou foi o de Nicéia, sem a inserção da expressão filioque em relação ao Espírito Santo.


Liberdade religiosa, supõe o direito de toda pessoa de professar o culto religioso que deseje, sem ser perseguido ou molestado por manter tais convicções. Desdobra-se, por sua vez, em dois fatores: a liberdade de pensamento, que constitui um direito absoluto, sem limites; e a liberdade de expressão do pensamento, cujo reconhecimento não pode coexistir com manifestações ou rituais que suponham atentados contra o direito à vida, a integridade física ou moral dos demais ou bens públicos.


Religião suméria, crenças religiosas dos povos da antiga Suméria. Os sumérios acreditavam que o Universo era governado por um panteão formado por um grupo de seres vivos, de forma humana, porém imortais e possuidores de poderes sobre-humanos. Esses seres, segundo acreditavam, eram invisíveis aos olhos dos mortais e guiavam e controlavam o cosmo de acordo com um plano pré-estabelecido e leis rigorosamente elaboradas.

Os sumérios tinham quatro divindades fundamentais, conhecidas como deuses criadores. Estes deuses eram: An, deus do céu; Ki, deusa da terra; Enlil, deus do ar e Enki, deus da água. Céu, terra, ar e água eram considerados os quatro componentes mais importantes do Universo. Os deuses concebiam o me, conjunto de regras e leis universais imutáveis que todos os seres eram obrigados a obedecer.

Próximas em importância às deidades criadoras estavam as três divindades celestiais: Nanna, deus da Lua; Utu, deus Sol e Inanna, rainha dos céus. Inanna era também deusa do amor, da procriação e da guerra. Nanna era o pai de Utu e Inanna. Outro deus de grande importância era Ninurta, a divindade do violento e destrutivo vento sul. Um dos deuses mais queridos era o deus-pastor Dumuzi; originalmente era um governante mortal cujo casamento com Inanna assegurou a fertilidade da terra e a fecundidade procriadora.


Caridade (religião), virtude teologal. O catecismo da Igreja católica a define como "virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e amamos nosso próximo como a nós mesmos por amor de Deus". Essa referência a Deus a diferencia da filantropia.


Filantropia, amor à humanidade, normalmente manifestado através de atividades que promovam o bem-estar. Diz respeito ao desembolso de riqueza por parte de indivíduos e, especialmente, ao recolhimento de fundos por parte de organizações que atuam sem fins lucrativos. Um dos filantropos mais famosos é Alfred Bernhard Nobel, que utilizou os benefícios derivados da indústria de explosivos para manter a instituição dos prêmios Nobel.


Catecismo, manual da doutrina cristã redigido em forma de perguntas e respostas. Durante a Reforma protestante, os catecismos adquiriram importância pela insistência de Martinho Lutero e João Calvino em inculcar instrução religiosa às crianças.

Na Igreja Católica, o primeiro catecismo oficial, preparado pelo Concílio de Trento e publicado no ano de 1566, ficou conhecido como Catecismo Romano ou Catecismo de Pio V. Este era um compêndio da doutrina e servia de orientação a padres e professores.

Em 11 de outubro de 1992, sob o pontificado de João Paulo II, um novo catecismo da Igreja Católica foi aprovado. É uma obra que resume os dogmas e a moral da Igreja e destina-se aos responsáveis pela catequese. Após um prólogo, passa para A profissão da fé. Seguem-se Celebração do mistério cristão, A vida em Cristo e A oração cristã.


Religiosa, Música, música utilizada nas igrejas cristãs como parte de sua liturgia. O espectro deste tipo de música é muito amplo e este artigo é apenas um resumo das tradições católica e protestante da Europa ocidental.

A música religiosa cristã alcançou seu primeiro auge entre os séculos VIII e IX com o cantochão litúrgico (chamado gregoriano por ter sido normatizado por Gregório I). Mais tarde foram alcançados outros grandes momentos com os arranjos polifônicos dos textos da missa e o motete, de autores como Guillaume de Machaut e Josquin des Prez. O ponto máximo foi alcançado ao final do século XVI, com Giovanni da Palestrina, Orlando di Lasso, Tomás Luis de Victoria, Cristóbal de Morales e Francisco Guerrero, entre outros. Na Alemanha luterana e na Inglaterra elizabetana continuaram florescendo elaboradas obras de música religiosa. Destacam-se as obras de Thomas Morley e Orlando Gibbons. Na Europa calvinista só se permitiam salmos métricos e cânticos. Desde o século XVII, o crescimento dos gêneros profanos, especialmente a ópera e o concerto instrumental, influiu em grande parte na música religiosa. Na Alemanha, Heinrich Schütz e seus contemporâneos adotaram os estilos italianizados da cantata, do motete e da paixão, enquanto Johann Sebastian Bach, o maior dos compositores de música religiosa, enriqueceu esta vertente musical com peças notáveis como A Paixão (segundo São Mateus e segundo São João) e a Missa em si menor. Durante a segunda metade do século XVIII a crescente secularização engendrou um enlace entre a missa católica e a sinfonia, com notáveis exemplos de Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart e Luigi Cherubini.

O século XX foi testemunha de um renascimento da música religiosa, com contribuições originais de compositores importantes como Ralph Vaughan Williams, Zoltán Kodály, Igor Stravinski e Benjamin Britten, entre outros.


Missa, ritual de cantos, leituras, orações e outras cerimônias utilizadas na celebração da eucaristia na Igreja católica. Antes do século VIII, a única forma de missa era a de caráter público, celebrada por um bispo ou pelo sacerdote de uma congregação de fiéis. Em sua forma solene, a maioria das partes da missa é cantada. Nas celebrações diárias, se utiliza uma forma mais simples, na qual todas as partes da missa são lidas.


Ateísmo, doutrina que nega a existência da divindade. É claramente diferente do agnosticismo. Com o desenvolvimento do conhecimento científico, o ateísmo transformou-se em uma tendência filosófica mais natural e aceita.


Agnosticismo, doutrina que afirma que a existência de Deus e de outros seres espirituais não é nem certa nem impossível. A postura agnóstica se diferencia tanto do teísmo, que afirma a existência de tais seres, como do ateísmo, que a nega.


Teísmo, crença religiosa num ser supremo, fonte e sustento do Universo e que é ao mesmo tempo diferente deste. Esta doutrina opõe-se ao ateísmo.


Santo, nome dado aos que foram julgados pela Sagrada Congregação para as Causas dos Santos merecedores de culto nos altares. Trata-se do terceiro grau deste processo. O primeiro é a declaração de virtudes heróicas. O segundo é a declaração de bem-aventurança. Finalmente ocorre a canonização, pela qual o cristão falecido é declarado santo. São Paulo, em suas Epístolas, denomina santos todos os cristãos, mas a doutrina estabelece uma hierarquia entre os virtuosos, os beatos e os santos. Também devem ser considerados os doutores santos destinados ao aprendizado sagrado.

Por volta do século IV d.C., a prática de venerar os santos difundiu-se com muita força. O Concílio de Trento (1545-1563) afirmou que invocá-los é útil pelos benefícios que se pode obter de Deus através de sua intercessão.


Espiritismo, doutrina segundo a qual os mortos podem entrar em contato com os vivos, geralmente através de um clarividente ou médium.

Ainda que o espiritismo seja praticado, sob uma forma ou outra, desde tempos remotos, o espiritismo moderno é resultado de fenômenos acontecidos e pesquisados no século XIX. Uma sessão de espiritismo — na qual o médium tenta entrar em contato com os mortos através de um "guia" — é precedido de hinos e orações. Falando com freqüencia e, embora não seja imprescindível, em estado de transe, o médium transmite mensagens de consolo e saudação dos parentes e amigos mortos. Estas sessões podem ser acompanhadas de manifestações físicas, como aparições e golpes na mesa.


Clarividência, capacidade para ver objetos e acontecimentos situados fora do alcance da visão normal. É uma forma de percepção extrasensorial que engloba qualquer capacidade de obter informação mediante o uso de meios à margem dos sentidos físicos. Segundo a crença, produz-se quando uma pessoa, dotada de poderes especiais, entra em estado de transe, descrevendo o que lhe vem à mente. A maioria dos cientistas nega o valor da clarividência.


Plasma (física), estado da matéria em que alguns ou todos os átomos e todas as moléculas estão dissociados em forma de íons (ver Ionização). É condutor de eletricidade. Pode ser criado aplicando-se um campo elétrico a um gás em baixa pressão, como nos tubos fluorescentes ou de néon. Também se pode criá-lo aquecendo-se um gás neutro a temperaturas muito elevadas.


Paz (espiritual), o conceito cristão de paz supera em muito o que pode significar a simples ausência de guerra; expressa a plenitude que deve ser alcançada por cada pessoa. Por isso, é obrigação dos cristãos trabalhar pela paz, que não se estabelecerá enquanto não se realizarem as condições prévias de justiça social.


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