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Janela da Alma
O ÚLTIMO GUERREIRO
Hoje partirei, no sepulcral silêncio,
Levando os restos,
Deixados no abandono inglório,
Da batalha perdida.
E os olhos famintos da noite,
Perseguem o odor enjoativo,
E adocicado
Do sangue ainda quente.
Enquanto as árvores, despidas
Pelo vento,
Trazem ecos, de gritos
Ao longe gritados,
Murmúrios de folhas caidas.
Ó bandeiras, derrubadas!
Nisto o soldado,
A quem irá doar, suas conquistas?
Em honra de quem,
Bradará ele aos céus, alada espada?
Triste, guardando o céu,
Na imensidão do campo da batalha,
Pergunta às estrelas
(Voz embargada pela comoção):
Quem se lembrará de mim?
Quem se lembrará de mim?
Ah, que se erga o franco cálice,
E comigo vinde beber, do vinho novo,
Pois amanhã, regressarei
À minha pátria!
Ninguém... à minha espera!
E aproxima-se o chacal,
Para o macabro festim...
Jorge Humberto
in Mosaico |
