orelha
CASTILHO, Ivan de Lima. O deus do trovão. Vitória/Guarapari: FCAA-UFES / SECE-PMG, 1988. 41p.ivan, o terrível
Saído do ineditismo em 1981, quando da publicação dos textos vencedores, II Concurso Universtário de Contos (1980), em especial encarte da Revista de cultura da Ufes, Ivan Castilho, já aos vinte anos, com o surpreendente poder de síntese no conto Caramelos (...) provocava o seguinte (...) comentário do escritor João Antônio: "É de se esperar muito desse autor". Na verdade, naquele texto de apenas 15 linhas -- que abordava a paquera nos cinemas -- exaltou-se, também, além da concisão e da temática, todo o forte conteúdo dramático e o profundo mergulho na psicologia feminina, marcas que passarão a surgir em posteriores trabalhos do autor. (...)
Ivan Castilho superou a mera promessa e, mãos à obra, de lá para cá, vem laboriosa e artesanalmente compondo textos que, cada vez mais, atestam a sua habilidade tanto com a palavra quanto com o manipular as emoções, num perfeito jogo de equilíbrio. (...)
Este O deus do trovão confere-lhe a estréia em publicação individual sob formato de livro (...).
Quanto à forma, estes contos -- na maioria, curtíssimos -- não possuem, como é quase óbvio, os tradicionais princípio, meio e fim; não há neles uma gradação narrativa nem episódica; constituem-se, em geral, por uma espécie de flagrante, de uma determinada situação, de uma única personagem -- sempre em conflito. A vida é breve, e há que se captar o instante -- nunca repetido no tempo -- e transformá-lo em arte; esta sim, longa.
Embora assim, em vista dessa aparente precariedade de elementos, Ivan Castilho consegue criar um "clima", uma tensão capaz de imprimir um caráter efetivamente poético -- no sentido de criativo -- mesmo ao mais banal acontecimento do cotidiano -- isso tudo, conforme já foi dito, com economia de palavras. Está, portanto, dentro da mais contemporânea concepção do conto; sem modismos.
o autor
Ivan de Lima Castilho nasceu em Parintins, pequena aldeia do interior do Amazonas, filho de um médico capixaba. fez dois anos de Artes plásticas na Ufes, mas formou-se em Direito em Colatina. Tem textos publicados nas coletâneas Ofício da palavra (Fcaa, 1982) e Contos capixabas (1986), nesta última como primeiro classificado no concurso literário Aracruz/Dec, 1985.
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