As
principais explicações segundo as correntes psicoterápicas
por Site Gay Jovem
Impossível falar de psicologia sem citar Freud. O pai da psicanálise
também deixou sua marca na interpretação da sexualidade. Freud
explica a homossexualidade como sendo uma saída negativa do complexo
de Édipo. Mas para entender do que se trata, inicialmente temos que
dar um 'approach' no que é o complexo de Édipo.
Segundo Freud, a criança por volta dos 4 anos de idade, se encontra
ligada libidinosamente a sua mãe. Édipo foi um homem grego que amou
sua mãe, e é por isso que Freud deu este nome a esta etapa das
nossas vidas. É um tanto quanto difícil imaginar uma criança de 4 ou
5 anos, simplesmente gamada em sua própria mãe, mas é mais ou menos
isso que acontece com quase todas as pessoas, nessa idade. Se você
observar uma criança desta idade, vai ver que ela é manhosa, vive no
colo da mãe, e se alguém a tira de perto da mãe ela dá birra.
Isso acontece também dentro de casa, com meninos e meninas, onde
quem sofre com essa 'paixonite' pela mãe é o pai e os irmãos, que
mal podem se aproximar. Logicamente, uma situação como essa numa
família é insustentável, pois afinal, todos, inclusive o pai, querem
estar perto da mãe. Pai e filho (as vezes irmão mais velho também)
começam a travar uma disputa pela posse da mãe. Este conflito é
normal, e acontece com todos nós como já havíamos citado
anteriormente.
Normalmente o pai vence, impõe limites à birra do filho, consegue
"desgrudar" o filho da mãe. Há um sentimento de "rivalidade" com o
pai. É um processo um tanto quanto longo, as vezes mais de 6 ou 12
meses. Com isso, o filho passa então a se ligar mais ao pai, e aos 6
- 7 anos ele já gosta de pescar ou jogar futebol junto com o pai, e
já é todo 'tiete' do próprio pai.
E assim ele passa a interiorizar as características masculinas do
pai, tanto quanto o objeto de desejo, as mulheres, o que só vai se
estruturar de fato na adolescência. Mas a semente é plantada na
época do complexo de Édipo.
Segundo Freud, a homossexualidade se explica por uma saída
"negativa" do complexo de Édipo. Quando o pai da criança não
consegue impor limites ao filho, que está literalmente grudado na
mãe, o filho não passa a se voltar para as características do pai, e
interioriza as características femininas da mãe, inclusive seu
objeto de desejo, o homem. Freud cita a relação "pai passivo/mãe
dominadora" para este novo triângulo.
Isto se explica pois, uma relação de pai passivo e uma mãe
superprotetora, faz com que o pai não consiga "vencer" a disputa com
o filho, pela "posse" da exclusividade da mãe. O filho então
torna-se homossexual. É esta a coluna mestra, na teoria de Freud,
para uma pessoa se tornar homossexual. Tristann tem uma outra
opinião sobre a teoria de Freud e como ela influencia a
homossexualidade, o que você poderá ler no texto "Teoria de Freud,
até onde podemos considerá-la?".
Alguns psicoterapeutas hoje, adaptaram esta teoria pra nossa
realidade do século XX. Muitos vêem como sendo um processo de
triangulação entre pai mãe e filho. José Fonseca, médico-psiquiatra
e psicodramatista, diz que a criança entra numa "crise de
triangulação", por volta dos 4 anos. Ela se sente ou não rejeitada,
quando descobre que além de uma relação entre ela (a criança) e a
mãe, há também uma relação entre os dois, pai e mãe.
"A resolução desta crise pode ser a criança aceitar que ela não é o
centro do mundo, que as outras pessoas têm relacionamentos entre si,
independente dela, o que não significa que ela receberá menos afeto
por isso. Superada essa crise, ela estará pronta para relacionar-se
com as demais pessoas, entrando na fase de socialização." (Costa,
1994)
"Tudo isso acontece com a criança de forma inconsciente, e por volta
dos 5 ou 6 anos ela já pode ter resolvido esta crise. Nessa fase, a
criança tem como primeiro modelo o relacionamento entre um casal,
geralmente heterossexual. Esse primeiro modelo poderá servir como
ponto de partida
para seus relacionamentos afetivos e sexuais no futuro." (Costa,
1994)
Mesmo após todas estas teorias, muitos são os casos que fogem do
modelo de Freud ou da Triangulação, como citamos. A definição da
orientação afetivo-sexual é ainda considerada não explicada.