A centenária moradia que hoje abriga a Casa Dienstmann foi construída em 1895, pelo casal Elisabetha (Sander) e Henrique Dienstmann, no mesmo lote de terras recebido do Império Brasileiro, em 1827, pelo imigrante Johann Jacob Dienstmann (avô de Henrique).

Henrique e Elisabetha - construtores da casa

Somente Albino (um dos três filhos de Henrique) continuou morando na casa, e lá faleceu em 1967. Dos três filhos de Albino, por sua vez, somente o mais velho (Oscar) continuou na casa, até 1993, ano de sua morte. Joanna, esposa de Oscar, foi a derradeira moradora da casa, até falecer, em 1998.

Albino e Leopoldina

Assim, em mais de 100 anos de existência, a casa abrigou três sucessivas gerações de Dienstmann. Todos os seus integrantes dedicavam-se, basicamente, à atividade rural: agricultura, criação de porcos e galinhas poedeiras, vacas de leite, fabricação de queijo, plantações de acácia negra, hortifrutigranjeiros etc. Apenas Oscar diversificou sua profissão: com a ajuda de uma pequena camioneta Fordson inglesa, ano 1948, fazia a "praça" de Novo Hamburgo como verdureiro e leiteiro.

Oscar e Joanna

Além disso, foi um dos primeiros eletricistas da cidade e também oferecia seus préstimos aos outros colonos na área da veterinária, aplicando vacinas e ministrando remédios aos animais doentes.

O casal Oscar/Joanna não teve filhos. Por isso deixaram, ainda em vida, a propriedade para o sobrinho e afilhado Roberto Dienstmann, filho de Harry Hugo, irmão de Oscar.

Veja mais fotos dos antigos moradores da Casa Dienstmann

VOLTAR

 

Roberto e Maria Marlene Dienstmann, o casal herdeiro, viram-se repentinamente na condição de responsáveis pelo destino de um vasto e inestimável acervo familiar que havia sido cuidadosamente guardado e que permanecera por um longo tempo completamente intocado. Puseram mãos à obra e gradativamente começava a tomar forma o que viria a ser um verdadeiro resgate da memória dos antepassados Dienstmann.

O casal percebeu que podia ser contada de forma autêntica e original uma significa parcela da trajetória dos descendentes do imigrante no Brasil.

Iniciaram, então, às próprias expensas, um longo e trabalhoso processo de restauração de tudo que havia na propriedade, começando pela própria casa.

O restauro da casa, feita de grandes tijolos assentados sobre barro, sem o uso de cimento, começou pelo telhado onde, devido à ação de cupins, peças importantes de sua estrutura precisaram ser substituídas. O reboco externo foi totalmente removido e refeito. O mesmo aconteceu com a instalação elétrica. Tudo que era feito, no entanto, procurava respeitar as características originais do prédio; até as cores predominantes, branco e cinza, foram mantidas.

Todos os móveis e objetos de madeira passaram por processos de lixação com aplicação de protetor apropriado. Em algumas peças foi necessária a intervenção de marceneiro especializado.

Nos objetos de metal foram removidos focos de ferrugem através de jato de areia com posterior proteção por verniz para metais.

Livros, cadernos e revistas foram limpos a seco e as roupas lavadas cuidadosamente já que em grande parte encontravam-se em frágil e precário estado.

Foto antiga da Casa Dienstmann
Foto atual da Casa Dienstmann

VOLTAR

 

Os atuais proprietários, o casal Roberto e Maria Marlene (Hatzenberger) Dienstmann, herdaram a casa de Oscar (falecido em 1993) e Joanna Dienstmann (falecida em 1998). Roberto é filho de Ericka Irene (Spindler) e Harry Hugo Dienstmann (irmão de Oscar).

Maria Marlene tem formação superior em Licenciatura de Letras (inglês e português) na Unisinos, em 1973. Roberto é bacharel em Ciências Contábeis pela Unisinos, em 1971. Foi comerciário dos 15 aos 25 anos, quando ingressou no serviço público estadual (fiscalização de tributos), onde se aposentou em 2000, com 52 anos.

São domiciliados em Novo Hamburgo desde 1983 e dedicam-se quase integralmente à Casa Dienstmann. Cuidam da manutenção que o empreendimento exige e também recebem os turistas acompanhando-os pessoalmente durante a visitação.

Os dois idealizaram sozinhos a base do projeto da Casa Dienstmann. Foram em grande parte autodidatas no ramo turístico. Depois, freqüentaram cursos e assistiram palestras visando melhor compreensão de um mundo novo para eles: lidar com o público visitante, entender e atender às exigências do turista, preparar um produto turístico de qualidade.

Contaram, no decorrer da implantação da Casa Dienstmann, com a ajuda de profissionais especializados em Turismo, História, Engenharia, Arquitetura, Museologia, Agronomia, Jardinagem etc.

Roberto e Maria Marlene hoje sentem-se orgulhosos em poder contribuir com uma pequena parcela na preservação da história e cultura dos descendentes de imigrantes alemães, entre eles os Dienstmann e, paralelamente, poder repartir com terceiros o patrimônio histórico-cultural ali existente.

VOLTAR