PREPARE
O SEU CORAÇÃO.
Antes de
seguir para o Pantanal, dedique alguns minutos de seu tempo a
examinar o mapa do Brasil. A sudoeste, observe uma área
vagamente assemelhada a um retângulo, onde, próximo à Bolívia,
encontra-se o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense. Com
facilidade, você constatará que o Pantanal é a opção
ideal para quem deseja o contato íntimo com a natureza e o
isolamento da agitação das cidades modernas. Escolha, então,
por onde deseja chegar. E, de corpo e alma, entregue-se à
aventura em uma região que, há 400 milhões de anos, teria
sido um mar interior, separado do oceano por cadeias de
montanhas.
ENTRADAS.
Vários
caminhos levam ao Pantanal. Aéreos e rodoviários. De Brasília, siga pela BR-060 até onde a rodovia se transforma
em BR-364, com destino a Cuiabá, capital do Estado de Mato
Grosso. Ë uma viagem de 1.133km em estrada pavimentada,
passando, no limite do Estado de Goiás, sobre o rio Araguaia.
A 102km de Cuiabá, na cidade de Poconé, tem início a
Estrada Transpantaneira, que conduz o viajante a Porto Jofre.
A partir de São Paulo, chegue a Três Lagoas, no Estado do
Mato Grosso do Sul, pela rodovia SP-500. São 1.156km até
Aquidauana, onde nasce uma estrada de terra com destino a duas
cidades pantaneiras: Barra Mansa e Tupanciretá. De Aquidauana,
por estrada totalmente asfaltada (BR-262), passando pela
cidade de Miranda, um pesqueiro riquíssimo, percorre-se também
o Pantanal. O ponto final do trajeto é em Corumbá, porto
fluvial às margens do rio Negro, a 8km da cidade boliviana de
Puerto Suárez.
PORTA
BOLIVIANA.
Dotada
de um aeroporto de proporções médias, Corumbá é
um acesso natural ao Pantanal mato-grossense para os
viajantes que demandam a região a partir da Bolívia.
Para quem prefere roteiros rodoviários, existe uma
estrada de terra, que liga a cidade boliviana de Santa
Cruz de La Sierra à fronteira com o Brasil, em Puerto
Suárez.
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UMA
FARTURA DE PEIXES.
Poucas
regiões do mundo oferecem tamanha quantidade de peixes como o
Pantanal. São cerca de 240 espécies. E um exagero de
piranhas, pacus, dourados, jaús e pintados. Mas, atenção: a
pesca só é permitida entre os
meses de fevereiro e outubro.
Para praticá-la, apenas com o uso de vara, é obrigatório
tirar licença. E não se esqueça: cada pescador tem direito
a fisgar no máximo 30kg de peixe.
CAÇA.
É
proibido caçar no Pantanal. Limite-se a observar uma população
animal estimada em cerca de 600 mil capivaras, 35 mil
veados-campeiros e 35 mil cervos do pantanal, que convivem com
10 milhões de jacarés, 80 espécies de mamíferos e 50 espécies
de répteis, entre eles sucuris de até 8m de comprimento.
Exagere nas fotografias.
PENAS
E PLUMAS.
Acorde
com o canto de milhares de pássaros que são despertados por
um sol inenarrável. Embarque para um passeio em mansas águas
para contemplar cerca de 650 espécies de aves, entre as quais
destacam-se garças, biguás, quero-queros, emas, gaviões,
beija-flores e o imenso tuiuiú, o símbolo do Pantanal. Um
dos mais preciosos redutos da vida animal do Planeta, no
Pantanal estão preservadas mais de 6.000 araras-azuis,
inexistentes nas outras regiões do País.
O
PANTANEIRO.
Parceiro
da amplidão, o homem do Pantanal convive com os ciclos do rio
Paraguai, que durante a época da cheia, entre os meses de
outubro e abril, cobre grande parte de seus 230.000km2. De
alma religiosa, profundos conhecedores das ervas e de rezas,
comungam da convivência com a fauna e a flora e de uma
profissão comum. A maioria é vaqueiro das grandes fazendas
que, juntas, somam uma manada bovina calculada hoje em mais de
6 milhões de cabeças. Com sua prosódia típica, o homem do
Pantanal é um emérito contador de histórias. Longamente
desfiadas nas rodas de tereré, chimarrão gelado, sorvido em
qualquer oportunidade. Peões de grande habilidade, são
atores de um espetáculo improvisado, que merece ser apreciado
do alto: a perseguição e captura do boi selvagem. Que
mistura habilidade no laço e extrema perícia na condução
do cavalo.
AS
TERRAS BAIXAS DO NORTE.
Anteporta
da Amazônia, as regiões norte e noroeste do Pantanal
apresentam uma vegetação semelhante à amazônica. Em Poconé,
o viajante encontra empresas especializadas em excursões, que
oferecem passeios de barco pelos rios Corumbá e São Lourenço
a partir de Porto Cercado.

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PESCA.
As
águas pantaneiras são fartas. Arrisque a habilidade
nos trechos do rio Cuiabá, saindo de Porto Cercado e
de Porto Jofre. Para pescar piranhas, peixe carnívoro
que ataca ao sentir cheiro de sangue, o pesqueiro
ideal é o rio Pixaim, nas proximidades de Porto
Jofre. O rio Taquari é considerado o melhor pesqueiro
da região. O local ideal localiza-se na Fazenda
Palmeira, a 30km, a partir da BR- 163. Entre os meses
de fevereiro e outubro, o rio Paraguai é o destino
para os amantes da pesca. De Corumbá, partem
barcos-hotéis para grupos de turistas, que realizam
excursões com, no mínimo, quatro dias de duração.
Se você for amante da pesca esportiva, reserve o mês
de setembro para participar do Campeonato
Internacional da Pesca.
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AS
TERRAS BAIXAS DO MEIO.
Na região
central, e também a leste e a oeste, a vegetação é
parecida com a do Cerrado, com árvores de menor porte,
retorcidas. O rio Taquari corre entre a cidade de Coxim e uma
localidade conhecida como Curva do Leque. De Coxim, partem
excursões fluviais em direção ao Taquari, com corredeiras
para a prática da canoagem.
AS
TERRAS BAIXAS DO SUL.
A fauna
e a flora são exuberantes, as palmeiras se alongam. A tudo
observe das chalanas, típicas embarcações pantaneiras.
Participe dos safáris fotográficos em Nhecolãndia e Abobral
e navegue pelo rio Paraguai, em passeios que chegam a durar
8h.
ACERVO.
Em
Corumbá, na Praça da República, funciona o museu do
Pantanal, onde estão expostos animais taxidermizados, utensílios
e armas indígenas. Visite também a Casa do Artesão, centro
de venda de artesanato, e o Forte Junqueira. O giro termina no
Porto Fluvial, com construções do século passado.
HOSPEDAGEM.
As
alternativas são inúmeras. Existe uma grande quantidade de
hotéis, pousadas e barcos-hotéis, tanto na área do Pantanal
Norte, localizado no Estado de Mato Grosso, como no Pantanal
Sul, situado no Estado do Mato Grosso do Sul. Confortáveis e
adaptados ao meio ambiente, os meios de hospedagem possuem
equipamentos adequados para os viajantes percorrerem os
caminhos pantaneiros. Os estabelecimentos oferecem barcos a
motor, comandados por pilotos experientes. para permitir aos
pescadores cômodo acesso às regiões mais piscosas, e cámaras
frigoríficas e freezers para acondicionar a pesca. Além
disto, inúmeros hotéis dispõem de cavalos para passeios.
PRECAUÇÕES.
Região
de clima tropical quente e semi-úmido, com temperatura média
anual de 240, o Pantanal exige cuidados. Na bagagem, nada de
roupas escuras. Roupas leves, em tecidos de
algodão, são
imprescindíveis. Chapéu e filtro solar são indispensáveis.
Não se esqueça de levar um cantil para beber água quando a
sede chegar durante os longos passeios. Caso você pretenda
acampar, é aconselhável dispor de um fogareiro. Cuidado:
fazer fogo na selva requer atenção, para não provocar uma
queimada. Para os pés, o recomendável são as botinhas de
trekking ou tênis confortáveis.
PIRANHAS.
Peixes
que, transformados em sopas, são um prato extremamente
saboroso, as piranhas constituem-se em perigo para quem se
aventurar nas mansas águas pantaneiras. Apesar de nem todos
os rios esconderem esses exemplares carnívoros, é
fundamental saber em que locais eles proliferam. Informe-se,
antes de mergulhar, com os experientes guias existentes nos
meios de hospedagem. Em terra firme, também se escondem
riscos: bois selvagens, porcos do matos, cobras e onças.
Evite passear sem a companhia de um guia.
UMA
AVENTURA INESQUECÍVEL.
Embarque
em uma “comitiva”. Este é o nome dado a um grupo de
homens que leva o gado de uma fazenda a outra ou para
comercializar na entrada do Pantanal. E um longo roteiro, a
cavalo. São dias de travessia por imensas fazendas, dormindo
em rede montada em lugares altos e protegidos. E uma vida
dura. Em compensação, o viajante, além de conviver com a
sabedoria intuitiva do pantaneiro, pode travar intimidade com
uma natureza de proporções inimagináveis.
AS
CAPITAIS DO PANTANAL.
Ao
norte, em Mato Grosso, Cuiabá foi, no Século
XVIII,
importante centro da antiga rota do ouro. Atualmente, é
importante pólo agropecuário e centro de estudos e pesquisas
ecológicas. Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, é
uma cidade pequena, com ruas largas e alamedas arborizadas. Pólo
agro-pecuário, possui uma importante casa de cultura, o museu
Dom Bosco, onde estão expostas coleções etnográficas, de
aves, de peixes e de répteis.
COMPRAS.
Nas
principais cidades no entorno do Pantanal vende-se artesanato
em barro, couro e madeira.
Em Corumbá, cidade próxima à
Bolivia, dê preferência às tapeçarias e aos objetos de
prata e de lã criados por índios bolivianos. Também em
Corumbá encontra-se artesanato dos índios brasileiros kadiwéu,
que vendem cerâmica e peças em madeira e em fibra de carandá.
Em Coxim, área que já foi dominada por índios caiapó, o
artesanato regional é encontrado na Casa do Artesão.
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