(O Espetáculo da vida vai começar...)

 

 



 
           
Rufam os tambores...

Parece que estou num circo...

Sinto os aplausos... ruidos... odores...

Sinto-me num picadeiro... fecharam o cerco...



Rufam os tambores...

Começa o grande espetáculo da vida...

Não importam minhas dúvidas, meus temores...

À minha frente a corda bamba... só de ida...



Rufam os tambores...

Os aplausos cessaram... agora o silêncio...

Silêncio de quem espera... espectadores...

E eu expectador... prestes a caminhar... tenso...



Rufam os tambores...

Começo a caminhar rumo à corda bamba...

Começam agora os desafios... aterradores...

Passo a passo... sobre a corda que sob meus pés samba...



Rufam os tambores...

Vejo que a cada passo um erro pode ser fatal...

Agora começo a pesar minha vida, meus valores...

Sobre uma corda bamba, falseando entre o bem e o mal...



Rufam os tambores...

Em meio à corda bamba penso em voltar...

Mas não há retorno sob o olhar dos espectadores...

Tenho que prosseguir... tenho que continuar...



Rufam os tambores...

Os pés na corda bamba... a vida em andamento...

Vou superando meus medos, meus receios, meus tremores...

E a multidão me assiste... indiferente ao meu lamento...



Rufam os tambores...

Sobre a corda vou andando... sob a vida vou vivendo...

Aprendendo as verdades, desigualdades e valores...

Me envolvendo com coisas... e de outras me abstendo...



Rufam os tambores...

Estou vencendo o medo... meus pés estão se acostumando...

Há momentos tranquilos, moderados, até atenuadores...

Mas apenas isso não basta... meus pés vão se cansando...



Rufam os tambores...

O espetáculo da vida continua, como dantes...

Abaixo de mim os semblantes dos espectadores...

E os percebo atônitos... sérios... tensos... intolerantes...



Rufam os tambores...

Acho que a jornada já chega ao seu final...

Mas parece que não contento aos espectadores...

Me cravam olhares de dúvida, com dureza e ódio boçal...



Rufam os tambores...

Tento fazer melhor... caminhar mais preciso...

Tento superar meus medos, meus vacilos e estertores...

Tento não me mostrar fraco, receioso ou indeciso...



Rufam os tambores...

Faltam poucos passos... breve chego ao outro lado...

Caminho trôpego, sentindo vertigens, enfado e dissabores...

Pois já me sinto exausto, cambaleante e cansado...



Rufam os tambores...

E subitamente sinto meu pé vacilar...

Me precipito pelo abismo, à rede que me atenuará as dores...

Mas cadê a rede?... onde está ela?... Esqueceram de colocar...



Cessam-se os tambores...

O público delira vendo a vida como se vai... e como ela é... 

Como um espetáculo de circo... e eles, espectadores...

Todos se levantam, satisfeitos... e me aplaudem de pé...






      

      

José Carlos Justino dos Santos

(10/08/2002)

 

 

 

 

 

 

 

 


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