De Olho no Grajaú
 
  edição 2
junho de 2004



Edição 2 - junho

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Vida sofrida e a ilusão da cidade grande

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Vida sofrida e a ilusão da cidade grande

Adriano Neves da Silva tem 34 anos de idade e nasceu no estado do Ceará, no ano de 1971. Sua historia de vida é muito interessante e mostra a verdadeira realidade do Brasil hoje em dia.

Adriano cresceu numa cidadezinha chamada Piralópoles, no sertão do Ceará, vem de uma família muito humilde que ao total era em seis pessoas: Adriano, seus pais (Fernando Lorenço Cardoço da Silva e Maria Madalena Dias da Silva) e mais três irmãos.

Infelizmente a dificuldade de sobrevivência era muito grande. Seu Fernando, junto com sua esposa Maria, tinha uma hortinha de verduras no fundo de casa, que era o único meio financeiro para sobreviver.

Adriano começou cedo a trabalhar. Com 8 anos, junto com seus irmãos, já ajudava os pais com a hortinha.

Torcedor fanático do Ceará F.C., Adriano não perdia um jogo sequer, quando o mesmo era transmitido pela TV. Quando não estava trabalhando, Adriano adorava jogar uma bolinha com os amigos no campinho perto de casa.

Apesar da dificuldade, ele relata que nunca passou fome, mas sentia inveja ao ver seus amigos com roupas novas, e ele sem poder ter este privilégio.

Em 1990 foi o ano que Adriano resolveu ir para São Paulo. Agora, com 19 anos, Adriano fala que o que influenciou ele a ir foi o povo de sua cidade, que dizia que São Paulo era o lugar das oportunidades.
Cansado de viver na mesma decadência de vida, ele relata que viajou com muita esperança.

Chegando na cidade de São Paulo, Adriano foi parar no bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo. Foi onde se hospedou na casa de sua tia Marlene, a qual ele chamava de dona Benta pelos ótimos bolos que ela preparava.

Com um mês na cidade, Adriano percebeu que São Paulo não era tão doce como as pessoas falavam. As oportunidades de empregos eram poucas e como Adriano só tinha 5° série de escolaridade, ficava muito mais difícil arrumar um emprego fixo.

Mesmo assim, Adriano não se abateu com a realidade e trabalhou em várias coisas. Ele foi servente de pedreiro, vendeu balas no farol, cocada e até trabalhou como catador de ferro velho, afinal ele tinha que contribuir com sua tia, já que morava na casa dela.

Hoje Adriano se encontra casado, tem uma filha, e trabalha numa oficina mecânica ao lado de sua casa.

Fechando o perfil, Adriano diz “ainda hoje muitas pessoas que moram nas regiões norte do Brasil, pensam que vir para São Paulo significa o fim dos problemas”. Ele fala que quase desistiu de sua vida, e o pouco que tem conseguiu com muito esforço e luta.

                                   Antonio Carlos

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