Adriano
Neves da Silva tem 34 anos de idade e nasceu no estado do Ceará,
no ano de 1971. Sua historia
de vida é muito interessante e mostra a verdadeira realidade
do Brasil hoje em dia.
Adriano cresceu numa cidadezinha chamada Piralópoles, no
sertão do Ceará, vem de uma família muito humilde
que ao total era em seis pessoas: Adriano, seus pais (Fernando Lorenço
Cardoço da Silva e Maria Madalena Dias da Silva) e mais três
irmãos.
Infelizmente a dificuldade de sobrevivência era muito grande.
Seu Fernando, junto com sua esposa Maria, tinha uma hortinha de
verduras no fundo de casa, que era o único meio financeiro
para sobreviver.
Adriano começou cedo a trabalhar. Com 8 anos, junto com seus
irmãos, já ajudava os pais com a hortinha.
Torcedor fanático do Ceará F.C., Adriano não
perdia um jogo sequer, quando o mesmo era transmitido pela TV. Quando
não estava trabalhando, Adriano adorava jogar uma bolinha
com os amigos no campinho perto de casa.
Apesar da dificuldade, ele relata que nunca passou fome, mas sentia
inveja ao ver seus amigos com roupas novas, e ele sem poder ter
este privilégio.
Em 1990 foi o ano que Adriano resolveu ir para São Paulo.
Agora, com 19 anos, Adriano fala que o que influenciou ele a ir
foi o povo de sua cidade, que dizia que São Paulo era o lugar
das oportunidades.
Cansado de viver na mesma decadência de vida, ele relata que
viajou com muita esperança.
Chegando na cidade de São Paulo, Adriano foi parar no bairro
do Brooklin, zona sul de São Paulo. Foi onde se hospedou
na casa de sua tia Marlene, a qual ele chamava de dona Benta pelos
ótimos bolos que ela preparava.
Com um mês na cidade, Adriano percebeu que São Paulo
não era tão doce como as pessoas falavam. As oportunidades
de empregos eram poucas e como Adriano só tinha 5° série
de escolaridade, ficava muito mais difícil arrumar um emprego
fixo.
Mesmo assim, Adriano não se abateu com a realidade e trabalhou
em várias coisas. Ele foi servente de pedreiro, vendeu balas
no farol, cocada e até trabalhou como catador de ferro velho,
afinal ele tinha que contribuir com sua tia, já que morava
na casa dela.
Hoje Adriano se encontra casado, tem uma filha, e trabalha numa
oficina mecânica ao lado de sua casa.
Fechando o perfil, Adriano diz “ainda hoje muitas pessoas
que moram nas regiões norte do Brasil, pensam que vir para
São Paulo significa o fim dos problemas”. Ele fala
que quase desistiu de sua vida, e o pouco que tem conseguiu com
muito esforço e luta.
Antonio
Carlos