A Escola de Atenas

Estavam todos lá. Enquanto Michelângelo (1475-1564) estava enfurnado na capela Sistina criando o mundo, Raffaello Sanzio, o Rafael (1483-1520), reunia Pitágoras, Platão, Ibn Rushd, o Averróis (1126-1198), entre tantos outros filósofos que só mesmo na suprema inspiração deste renascentista poderiam estar juntos num local ideal, fora do tempo: a monumental Escola de Atenas. Localizada na Stanza della Segnatura, em contraponto a outro painel que fizera, dedicado à cristandade —A Disputa do Santíssimo Sacramento—, A Escola de Atenas constitui um autêntico manifesto do Renascimento e sua intenção de superar a arte e filosofia clássicas, recolocando o homem no centro do universo. Ao convocar dois dos maiores expoentes da pintura de seu tempo para decorar o Vaticano, Júlio II (papa de 1503 a 1513) ajudava a propagar a ciência e filosofia que transformaria a face da Europa, abalando os alicerces do dogmatismo da Igreja que procurava engrandecer. Não haveria o Renascimento sem as obras de Michelângelo, Rafael e Leonardo da Vinci (1452-1519).