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Pastor Nils e Pastora Fernanda |
O Espírito Santo, o culpado de tudo? Observe essas descrições,
todas reais: Um irmão anuncia as horas em Feira de Santana, em plena rádio,
dizendo “Nesta cidade são precisamente... decôvias névias...”. O pastor cheio
da unção conversa e argüi “Qual teu nome?”, ao que ouve a resposta:
“tranca-rua”. A “arca da aliança” entra e o povo começa a cair no chão,
“tomado” pelo poder. O professor-pastor entra em sala de aula e chacoteia
veementemente as manifestações do “Espírito (?)”. O culto de libertação
prossegue com pessoas vomitando coisas, um correndo e fazendo um “aviãozinho”.
O pastor da Igreja próxima abre o culto com o piano e pede reverência, pois
“estamos na presença de Deus”. O Espírito Santo tem levado a
responsabilidade de muita coisa que é feito hoje. Cada comunidade interpreta a
fenomenologia do Espírito como quer, e ancora sua linha ministerial nisso. A
diferença entre a maioria das comunidades cristãs termina nem sendo a
doutrina, mas sim a liturgia, ou a manifestação visível e pública do “poder”
de Deus. Deus não chamou ninguém para ser inédito.
Jesus era cópia fiel do Pai, e nem falava o que bem entendia. Os discípulos de
Antioquia (At 11) foram identificados com Cristo, embora que antes (At 4), a
postura de Pedro e os outros 11 levou o povo a perceber que eles haviam estado
com Cristo. A influência de Cristo não é para tirar de nós “o melhor de nós”
simplesmente, mas para manifestar o melhor DELE, de Jesus, em nós. Amados, está na hora de começarmos a respeitar o Espírito Santo!!! Está na hora de vermos o que é invencionice de gente compulsiva pelo sobrenatural!!! O sobrenatural fascina porque “nos dá” poderes divinos, nos faz semelhantes a Deus. Está na hora de colocarmos o Evangelho no chão da realidade das pessoas, e dar respostas simples para os problemas reais, cotidianos. O Espírito é, em primazia, santo. Santo é que não se mistura com o humano. Ou, quando o faz, como na natureza de Cristo, santifica o humano, conferindo-lhe caráter semelhante ao de Deus. O Espírito Santo não autentica nem tem que autenticar, nem tem que se justificar de nada. Deus é Deus, Deus é “maior de idade”, responde por si. Chega de desviar a atenção do mundo real através de movimento espetaculoso. Não creio que o dente de ouro ajudou Jesus nem a Igreja!!! Não creio que “unção de emagrecer” acrescente uma grama sequer de glória ao amado Salvador. Não creio que ministério de “sentir a presença de Deus” (coisa que nem na Bíblia tem) pode ser ministério capitaneado pelo Espírito Santo de Deus. A Igreja trabalha para formar discípulos que
saibam ter cartão de crédito e não se enrolar em dívidas; trabalha para
ensinar esposas a serem submissas mesmo a maridos descrentes; trabalha para os
empregados serem os melhores em seus postos de trabalho por estarem na verdade
servindo a Deus; trabalha para os jovens serem santos sem serem “caretas”, e
para se casarem virgens no Senhor, tenham tido a vida passada que tiverem
tido; trabalha para o marido ser um sacerdote e ministro em sua casa,
orientando e ministrando sobre a vida de cada membro do lar, e isso com
mansidão e autoridade. A Igreja trabalha ensinando a cada membro do Corpo para
que multiplique esta vida, e não simplesmente suas convicções. De que adianta
saber quando Jesus vai voltar, ou mesmo onde a Besta vai aplicar o sinal sob
os infiéis? A Igreja exerce seu discipulado para
estabelecer o estilo de vida de Cristo, andando como ele andou, como diz João.
Faz isso a partir de corações novos e submissos interior e incondicionalmente
ao Reino. Deus nos quer espelhos seus, e não médiuns seus. Espelhos no
caráter, singelos no poder, posicionados em autoridade, seguros em toda
vondade de Deus. Recentemente conhecido pastor estava envolvido em uma
denúncia de administração fraudulenta. Outro pastor inventa uma tal
Unção de
Nobreza, onde quem dá R$ 10.000 pra construir o templo ganha esse título de
Nobre. E aí Caio Fábio entra e se posiciona, e voltamos às briguinhas. E assim
vamos nós, de um pólo a outro, de uma crise a outra crise, de estilo pra
estilo, sempre fugindo do cerne da questão: uma vida como a de Jesus, simples,
santa e focada em vida. Perguntei recentemente quem tinha fundado o
Cristianismo, e muitos “crentes” responderam na hora: “Jesus”. Corrigi-los
dizendo que não foi Jesus, mas seus discípulos posteriores. O Espírito Santo
continuou a obra de Jesus, mas os homens a fermentaram, e continuaram a
falsificar a assinatura do “Espírito”, como se Ele fosse o responsável gestor
do que temos hoje. Não! Termino citando meu texto predileto, que
sempre rearruma meu foco ministerial: Para que possais andar dignamente diante
do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo
no conhecimento de Deus (Col 1.10). Pr. Nils |
Extraído do site www.jte.com.br com consentimento do Pr. Nils Bergsten |