Se
as observações concordarem com as previsões, a teoria
se mantém apesar de ainda poder está errada por causa da
descoberta de novos fatos. Se, no entanto, as observações
não concordarem com as previsões é necessário
modificar a teoria ou descartá-la de uma vez.
A ciência
tem regras que garantem uma certa confiabilidade a suas idéias,
tal como a que segue:
"Se um determinado fenômeno se repetiu, sempre que pesquisado em
dadas condições, é de se supor que em futuras
verificações o mesmo suceda se as condições
forem reproduzidas."
De acordo com
Francis Bacon (1561-1626):
Não existe conhecimento científico sem experimentos que não
possam ser repetidos
Outra regra
muito importante do método científico é a denominada
Navalha de Ockham ou Lei da Parcimônia proposta pelo filósofo
inglês William de Ockham (1285-1349), a qual afirma que, quando existem
várias formas de explicar algo, é intuitivamente mais lógico
escolher a forma mais simples como a melhor forma de explicar.
Esta proposta
foi publicada em seu trabalho tal como segue abaixo:
Jamais
aceitar alguma coisa como verdadeira, se isto não for evidente.
Caso a coisa
não se apresente clara sem deixar margem a qualquer sombra dúvida,
ela não pode ser considerada como verdadeira. Esta é uma
regra exclusiva, caso a proposição não atenda a condição
de verdade evidente, deve ser imediatamente excluída.
O método
científico consiste de sistemáticas criticas para localizar
erros, dificuldades e contradições de uma teoria. Para a
ciência nenhuma teoria é considerada absolutamente verdadeira,
mas todas as teorias cientificamente aceitas passaram por exaustivos testes
e experimentações a procura de falhas e se mantiveram como
uma das melhores explicações para cada fenômeno estudado.
O conhecimento científico não é determinado por nenhuma
autoridade, não depende de habilidades extraordinárias de
nenhum dos cientistas, mas ele depende sim da interação e
cooperação de indivíduos que tem independência
de julgamento e liberdade de pensar e que não estão subordinados
a pareceres religiosos ou idéias metafísicas quaisquer.
De acordo com
Carl Sagan em seu livro O Mundo Assombrado pelo Demônio
os seguintes passos pode servir como uma ferramenta importante para reconhecer
argumentos falaciosos ou fraudulentos:
Devemos estimular um debate substantivo sobre as evidências, do qual
participarão notórios partidários de todos os pontos
de vista
Os argumentos de autoridade têm pouca importância - as "autoridades"
cometeram erros no passado. Voltarão a cometer no futuro (na ciência
não existem autoridades, quando muito, há especialistas)
Devemos considerar mais de uma hipótese. Se alguma coisa deve ser
explicada, é preciso pensar em todas as maneiras diferentes pelas
quais poderia ser explicada. A hipótese que sobreviver a todas as
refutações tem uma chance melhor de ser a resposta correta
do que se tivéssemos adotado a primeira idéia que veio a
cabeça
Devemos tentar não ficar demasiado ligados a uma hipótese,
só por ser a nossa. Devemos compará-la imparcialmente com
as alternativas. Devemos verificar se é possível encontrar
razões para rejeitá-la
Devemos quantificar. Se o que estiver sendo explicado é passível
de medição, de ser relacionado a alguma quantidade numérica,
assim seremos muito mais capazes de discriminar entre as hipóteses
concorrentes. O que é vago e qualitativo é suscetível
de muitas explicações
Se há uma cadeia de argumentos, todos os elos na cadeia devem funcionar
(inclusive a premissa) - e não apenas a maioria deles
A Navalha de Occam. Essa maneira prática e conveniente de proceder
nos incita a escolher a mais simples dentre duas hipóteses que explicam
os dados com igual eficiência
Devemos sempre perguntar se a hipótese pode ser, pelo menos em princípio,
falseada. As proposições que não podem ser testadas
ou falseadas não valem grande coisa. Devemos poder verificar as
afirmativas
A confiança em experimentos cuidadosamente planejados e controlados
é de suma importância. Os experimentos de controle são
essenciais. Por exemplo, se alegam que um novo remédio cura uma
doença em 20% dos casos, temos de nos assegurar se uma população
de controle, ao tomar um placebo pensando que ingere a nova droga, também
não experimenta cura espontânea da doença em 20 % das
vezes
As variáveis devem ser separadas (cada droga deve ser ministrada
isoladamente para poder ser avaliada sua contribuição real
na cura)
Freqüentemente os experimentos devem ser realizados pelo método
"duplo cego" (nem os cientistas nem as cobaias sabem quem está tomando
a droga ou o placebo), para que aqueles que aguardam uma certa descoberta
não fiquem na posição potencialmente comprometedora
de avaliar os resultados, pois este conhecimento poderia influenciar sua
decisão, ainda que inconscientemente