Esquina da Literatura

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Autores

Clarice Lispector

 

Modernismo

Geração de 45

 

Introdução
Informações retiradas do trabalho Modernismo

Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, Ucrânia, em 10 de dezembro de 1925. Com dois meses de idade, veio com a família para o Brasil. A própria escritora assim se refere à infância:

"Sou brasileira naturalizada, quando, por uma questão de meses, poderia ser brasileira nata. Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei-a para palavras de amor. Comecei a escrever pequenos contos logo que me alfabetizaram, e escrevi-os em português, é claro. Criei-me em Recife.

Com sete anos eu mandava histórias e histórias para a seção infantil que saía às quintas-feiras num diário. Nunca foram aceitas."

Em 1937, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde cursou o secundário; iniciou o curso de Direito. Estudante ainda, escreveu seu primeiro romance, Perto do coração selvagem, publicado em 1944. Acompanhou o marido em viagens à Itália, à Suíça e aos Estados Unidos. Retornou ao Rio de Janeiro na década de 1950. Morreu em 9 de dezembro de 1977.

Clarice Lispector é o principal nome de uma certa tendência intimista da moderna literatura brasileira. O principal eixo de sua obra é o questionamento do ser, o "estar no mundo", a pesquisa do ser humano, resultando daí o chamado romance introspectivo. "Não tem pessoas que cosem para fora? Eu coso para dentro", assim explicava a autora seu ato de escrever. Nesse eterno questionar, a obra da romancista apresenta uma certa ambigüidade, um jogo de antíteses entre o "eu" e o "não-eu", entre o ser e o não-ser, já notado, de outra forma, na obra de Guimarães Rosa. Significativa é a epígrafe do romance A paixão segundo G.H.:

"Uma vida completa pode acabar numa identificação tão absoluta com o não-eu que não haverá mais um eu para morrer."

No plano da linguagem, também se percebe em Clarice Lispector uma certa preocupação com a revalorização das palavras: dá-lhes uma roupagem nova, explorando os limites do significado, trabalhando metáforas e aliterações. Manifesta, inclusive, uma preocupação muito grande com aquilo que não está escrito em palavras, mas sim nas entrelinhas. A própria Clarice escreveu:

"Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas. O melhor ainda não foi escrito. O melhor está nas entrelinhas."

Ainda segundo a autora:

"O indizível só me poderá ser dado através do fracasso de minha linguagem. Só quando falha a construção é que obtenho o que ela conseguiu."

Essa literatura introspectiva, intimista, busca fixar-se na crise do próprio indivíduo, em sua consciência e inconsciência. No entanto, em A hora da estrela, Clarice Lispector trilha outros caminhos ao produzir um texto que apresenta dois eixos: o drama de Macabéa, pobre moça alagoana engolida pela cidade grande, e o drama do narrador, duelando com as palavras e os fatos. Poderíamos afirmar que se trata de uma narrativa de caráter social e, ao mesmo tempo, uma profunda e angustiada reflexão sobre o ato de escrever. O crítico Eduardo Portella chegou a questionar se A hora da estrela não estaria revelando uma nova Clarice Lispector, "exterior e explícita", para concluir que "a moça alagoana é um substantivo coletivo" por personificar um drama em que ela deixa de ser o transeunte anônimo, solitário e inconseqüente, para adquirir o sentido incômodo de uma provocação em aberto.

Fonte:
NICOLA, José de. Literatura Brasileira das origens dos nossos dias. Ed.15. São Paulo. Scipione.

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