Informações retiradas do trabalho Modernismo
Autores:
Clarice
Lispector
Guimarães Rosa
João Cabral
de Melo Neto
Lygia Fagundes
Telles
Introdução
1945. Fim da II Guerra Mundial, início da Era Atômica com as
explosões de Hiroxima e Nagasáqui. A crença numa paz duradoura
manifesta-se na criação da Organização das Nações Unidas (ONU).
Mais tarde, é publicada a Declaração dos Direitos do Homem.
Logo depois, tem início a Guerra Fria, período marcado pela hostilidade
e permanente tensão política entre as grandes potências mundiais.
1945. Fim da ditadura de Getúlio Vargas, início da redemocratização
brasileira. Convocam-se eleições gerais, os candidatos apresentam-se,
os partidos são legalizados, sem exceção. Logo depois, inicia-se
um novo tempo de perseguições políticas, ilegalidades, exílios.
A literatura brasileira também passa por profundas alterações,
surgindo manifestações que representam muitos passos adiante e,
outras, um retrocesso. O tempo; excelente crítico literário, encarrega-se
da seleção.
A prosa, tanto nos romances como nos contos, segue o caminho
já trilhado por alguns autores da década de 30, em busca de uma
literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva,
com destaque especial para Clarice Lispector. Ao mesmo tempo,
o regionalismo adquire uma nova dimensão com a produção fantástica
de João Guimarães Rosa e sua recriação dos costumes e da fala
sertaneja, penetrando fundo na psicologia do jagunço do Brasil
Central.
Na poesia, a partir de 1945 ganha corpo uma geração de poetas
que se opõe às conquistas e inovações dos modernistas de 1922.
A nova proposta é defendida inicialmente pela revista Orfeu, cujo
primeiro número, lançado na primavera de 1947, afirma, entre outras
coisas:
"Uma geração só começa a existir no dia em que não acredita
nos que a precederam, e só existe realmente no dia em que deixam
de acreditar nela."
Assim é que, negando a liberdade formal, as ironias, as sátiras
e outras "brincadeiras" modernistas, os poetas de 45
se dedicam a uma poesia mais "equilibrada e séria",
distante do que eles chamam de "primarismo desabonador"
de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. A preocupação primordial
é o "restabelecimento da forma artística e bela", os
modelos voltando a ser parnasianistas e, simbolistas. Esse grupo,
chamado de Geração de 45, é formado entre outros poetas, por Lêdo
Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geir Campos e Darcy Damasceno.
Entretanto, o final dos anos 40 revela um dos mais importantes
poetas da nossa literatura, não filiado esteticamente a nenhum
grupo e aprofundador das experiências modernistas anteriores:
João Cabral de Melo Neto. Contemporâneos a ele e apresentando
alguns pontos de contato com sua obra, devem ser citados ainda
Ferreira Gullar e Mauro Mota.
Fonte:
NICOLA, José de. Literatura Brasileira das origens dos nossos
dias. Ed.15. São Paulo. Scipione.