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Folhetin Crítica
Fora
EU E O OUTRO
Alguma coisa cutuca aqui...
cutuca ali; é o “quero modificar de novo! ” Se há planejamento,
o resultado que esperamos se concretiza sem os desperdícios da prazeirosa
virtualidade da alma. Pois quando realizamos, sem a famosa racionalidade
apenas sentimos um vazio dentro de nós que faz com que a irracionalidade
pelo suporte da emoção exigida queira mais. E se o
outro não joga com aos nossos intrincamentos (nossa comunicação
secreta se acha por transferência que este outro que não fala
a nossa língua deva aprendê-la, aquelas chaves que para outros
são chaves velhas
Antes de cutucar
é preciso saber que cutucar requer razão, que o desejo pessoal
é apenas a merda, entrincherada nas víceras da emoção.Veja!
A razão é mais que esta mesquinha emoção
pessoal – a razão é a emoção de todos, a responsabilidade
de todos. E não é fazendo sumir uma estrela que se aloja
na alma, em meu corpo, em minha individualidade e que vai transformá-lo
em mago. Eu não estou falando de título, estou falando da
maestria, receita prazeirosa e hermética. Sumiu uma estrela da manhã,
sumiu de novo o prazer solar orgástico dos que sabem. O tolo pensa
que uma esperança advém no ato de fazer sumir... truques
de mago, de círco, de ladrão. Qual mão acompanha
o objeto que desejo com minha alma? Os mais desenvolvidos incomodam, estes
são os que precisamente pesquisam a harmonia, o celeste, o
santo alojamento do eu corpo para meus irmãos.
O que eu
chamo de querer cutucar o outro, a psíque do outro, ou seja a alma
do outro que desejo para mim, nesta transferência de poder
cujo discurso é caduco ou é apenas uma virtualidade
de brincadeira que requer a existência. Não bastasse é
preciso dizer, se a razão é alma, é preciso comunicar
a sua linguagem, o discurso do outro pelo meu discurso. A fala significa
comunicação viva, não se trata da estrutura da escrita.
A vida da fala pode ser concretizada e a nomeio psico-social. Devo dizer
que se passa o mesmo com a escrita quando se comunica com outra. Isto se
chama correspondência, discurso, alma. Razão é pois,
não aquilo que aprendemos como o contrário de emoção.
A racionalidade deve falar todas as emoções, todos os desejos.
E quando localizarmos o desejo carregados de poder temos que indagar se
o meu desejo não está destruído pelo poder do
outro, se estiver, aí não há razão.
Dedico este texto a todos os companheiros que lutam pela dignidade. Em especial à Maira.
Edson M. Diniz
Greve USP de MAIO 2000
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Revista de filosofia e cultura
ALUNOS DA TURMA DE 1997 - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO