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SEMINÁRIO A RESPEITO DOS CONCEITOS DE Arete E EDUCAÇÃO NA GRÉCIA PRÉ-CLÁSSICA
DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO: TÉCNICA
COLETIVA PELA QUAL UMA SOCIEDADE INICIA SUA GERAÇÃO JOVEM
NOS VALORES E NAS TÉCNICAS QUE CARACTERIZAM A VIDA DE SUA CIVILIZAÇÃO.
(Livro básico: "Educação na Antiguidade Clássica"-
Henri Marou)
A sociedade a qual retratou Homero na Ilíada e na Odisséia
é de caráter cavalheiresco e aristocrático.
No vértice está o Rei cercado por uma aristocracia de guerreiros:
*yerontes(1)
– concelho dos grandes vassalos ( homens idosos ) valiosos pela sua experiência
prestam assesoria judiciária e concelhos nas questões públicas
etc...
(posteriormente formaram a classe dos Senadores)
*xouroi (2) – o círculo dos fiéis (jovens guerreiros)
Estes formam a classe nobre em oposição à massa do demos. Trataremos apenas desta classe pelo fato da cultura grega ser privilégio desta aristocracia guerreira.
Mesmo nos momentos democráticos, esta sociedade conservará os traços desta origem aristocrática. Um exemplo disso seria a cisão crucial que separa os cidadãos dos não cidadãos ( os escravos e as mulheres), os sque tem direito à palavra e os que não tem.
Educação é uma prática que também se
define pelo seu nexo com a vida. É ilógico , diz Marrou,
impor à juventude uma educação que não tem
ligação às necessidades da civilização.
(Freud- “Mal Estar na Civilização”- a criança
não tem idéia do que lhes aguarda na vida adulta )
“É necessário, de início, sque uma civilização atinja sua própria forma, para poder engendrar depois a educação que a refletirá” (pág. 6 )
Essa forma , essa característica, no caso da educação homérica é a forma aristocrática. Platão que no livro da República chama Homero de O Educador da grécia (Rep.X 606e/Protájgoras , 399a), nas Leis (I, 643 e 644a) faz uma descrição de como era a preparação dos alunos no tempo de homero.
Os alunos eram preparados em duas frentes:
*TÉCNICA: Preparação da criança
num determinado modo de vida.
[ manejo de armas, prática de esportes, da música, oratória
e saber em geral ]
*ÉTICA: Que seria mais
que uma simples moral de preceitos. Seria uma forma de
estimular os jovens a realizar um tipo ideal de existência, [seja
por emulação
seja por imitação].
Podemos tirar dois exemplos de homens que encarnam o ideal moral
da ética homérica:
* ULISSES-
que é uma espécie de aventureiro astuto , também caracterizado
como um polutropos anér (3) ou o “homem das mil voltas” , ou 'as
vezes chamado de polúméxanos anér (4) ou o “homem
dos mil artifícios”. Quer dizer, o homem cuja habilidade lhe permite
desvencilhar-se das dificuldades em qualquer circunstâncias graças
a sua finura de espírito.
* AQUILES - que,
nas palavras de Marrou (pág. 28) “encarna o ideal moral do perfeito
cavalheiro homérico.” E que possui uma moral heróica
da honra
[Concebe-se, portanto,
como o cerne fundamental desta ética aristocrática o Amor
da Glória ]
Até a própria
vida é sacrificada por esse valor ideal, essa areté (5),
palavra in traduzível da qual vamos nos aproximar neste seminário.
É essa mesma areté, essa excelência, que faz do homem um bravo, um herói. A conduta do herói homérico simboliza este ideal que deve ser imitado.
Nas Epopéias homéricas,
essa excelência, essa areté é identificada a situação
natural e espontânea de determinadas pessoas conhecidas por Aristoi
(6) (São os bons, os belos, os melhores)
Ser bom, ser belo, ser melhor, na concepção caracterizada pelas epopéias homéricas é possuir um bem transmitido por genealogia, por ascendência nobre, de geração a geração. ( São os descendentes das grandes famílias, dos nobres e é muito comum remontar essa ascendência real até os deuses... estes manifestam a virtude por direito divino...)
O bem nascido, o de sangue
nobre, não precisa conquistar uma virtude, não precisa aprender
nem apreendê-la. Ele precisa apenas manifestar esse bem que lhe é
transmitido pela estirpe a qual ele pertence. Basta-lhe, então,
que ele dê expansão a esta nobreza que lhe é genalogicamente
inerente.
Essa é a visão de homérica a virtude
Só que no século
VII ac.Com Hesíodo, aparece uma formulação que contraria
essa noção de que a virtude é um bem só transmitido
pelo sangue. É a noção expressa nos poemas de
hesíodo. Para hesíodo o homem se torna virtuoso ou não
dependendo de seu esforço. Não é a sua condição
de nascimento que define isso. Ele defende aqui a proposta de que a virtude
é o resultado de um certo tipo de esforço, de uma conquista,
de uma luta Hesíodo chama essa luta de a boa luta, boa éris
(7)que
é a conquista de um bem por meio do trabalho. Trabalho aqui
é visto não só como uma forma de trabalho diário
sobre o mundo para conquistar uma melhor condição de vida,
mas também como um tabalho interior para conquistar uma melhor,
uma mais bela situação pessoal, com hábitos que manifestem
essa excelência, essa virtude alcançada.
BIBLIOGRAFIA ANTIGA
BIBLIOGRAFIA, LINKS E ESTUDOS ATOMISTICOS SÉC.V aC. - [CORPUS DEMOCRITEUM]
Estudos
Democriteanos (Janelas textos e referências em Demócrito e
os Atomistas)
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CORPUS
DEMOCRITEUM( FRAGMENTOS SUPÉRSTITES, OBRAS, LINKS E REFERÊNCIAS)
O filósofo que chora (Heráclito)
e o que ri (Demócrito)
foto: Pinacoteca de Brera, Milão