Um menino corajoso

O garoto era filho de uma pobre faxineira e para ajudá-la trabalhava numa chácara, juntando as mangas maduras ainda nos galhos ou caídas no chão, separando-as em grandes montes. Numa tarde, quando envolvido em seu trabalho, sem perceber pisou num velho poço, cuja boca estava coberta de galhos e vegetação. O garoto caiu nele acidentalmente. O poço era profundo - quase dez metros! O pequeno pôs-se a gritar, porém, o som da sua voz perdia-se no interior onde se encontrava. Notando que o diâmetro do poço não era tão grande, pôs-se a cavar buracos com as mãos, de cada lado, e apoiando neles os pés, foi subindo, mas lá pela metade da escalada se fez escuro e o menino desistiu. Esperou até o dia seguinte. Ao perceber a luz do dia, ele recomeçou de novo a subida heróica, mas, ao se aproximar do alto, desbarrancou um dos lados e ei-lo de novo no fundo. E foi tão infeliz na queda que acabou torcendo o pulso. Gemeu e chorou sozinho. Pediu a ajuda de Deus e perseverou lutando. Finalmente, aproximou-se outra vez da boca do poço. O coração batia-lhe no peito descompassadamente. Redobrando as energias, segurou-se com firmeza e num último impulso estava salvo em terra firme.

Coberto de lama, esfolado e cheio de dores, o menino estendeu-se na grama, abriu os braços, olhou o céu azul e agradeceu a Deus por tê-lo salvo. Mais refeito da luta, desatou a correr, gritando e banhado em lágrimas. À porta de sua casa encontrou a mãe aflita, com muita gente à sua procura. Todos o ouviram narrar sua história repleta de peripécias e não se cansavam de admirar sua coragem, garra e espírito de luta.

De todos os lados chegaram os amigos e conhecidos, querendo que ele repetisse mais uma vez toda a história. Depois dessa estranha e inesperada aventura, o menino tornou-se conhecido e ficou famoso pela capacidade de enfrentar destemidamente uma situação tão adversa.

Essa é uma história real, que apresenta uma criança forte e corajosa que, com a ajuda de Deus, salvou sua própria vida, dando um extraordinário exemplo de perseverança, coragem e astúcia. Ele foi corajoso, porém, não se esqueceu de firmar sua esperança naquele que pode socorrer ao aflito e necessitado, na hora da sua angústia.


Autor não mencionado
Enviado por Paulo Barbosa - Reflexões

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