SEGREDO REVELADO

Não parecia justo a Eduardo que o pai o fizesse trabalhar enquanto seus companheiros iam nadar. Certa manhã, o pai o mandou plantar sementes de abóbora em todo o milharal, dizendo que após terminada essa tarefa poderia também ir nadar com os amigos. E lá ia Eduardo subindo e descendo as longas fileiras, distribuindo as sementes. Parecia-lhe que a seara crescia... Deduziu que, se colocasse só três ou quatro sementes nas covas, gastaria o dia inteiro. Daí, de repente, foi que lhe apareceu um convite irrecusável. Eram os companheiros que o chamavam para nadar. Pensou um pouco e pediu-lhes que esperassem por um momento. Eles se acomodaram à sombra, enquanto Eduardo terminava a semeadura... E o fez rapidamente, cavando ao lado de um monte de galhos secos um buraco, e ali depositando todo o resto da semente. Ninguém desconfiara da sua agilidade.

Nadou bastante e, à hora do almoço, vestiu-se, e de enxada ao ombro voltou para casa. Vendo-o chegar, o pai indagou, desconfiado:

- Oi, filho, conseguiu plantar todas as sementes?

- Sim, pai, estão todas na terra. Pareceu-me que elas não estavam sadias!

Mas eram boas e não falhou um só pé, só que em várias fileiras não apareceu nem uma aboboreira! Todavia, junto aos galhos secos, nasceram centenas...

Eduardo pensou que plantando-as com profundidade elas nunca nasceriam e assim o pai acreditaria que as sementes, de fato, não eram boas. Mas a verdade é que o garoto não teve como esconder o seu feio procedimento. As sementes, ao brotarem, revelaram o seu segredo.

Um dia, sentindo a consciência pesada, Eduardo procurou o pai e lhe confessou o seu erro. Ao acabar de narrar os fatos, o pai respondeu:

- Há muito tempo fiquei sabendo de tudo, mas decidi esperar por você.

- De tudo? Mas quem lhe contou? Não revelei isso a ninguém - falou o filho.

- Foi o bastante olhar para aquele amontoado de galhos secos. meu filho! Vá até lá e verá com seus próprios olhos como o segredo foi descoberto. Mas, não falemos nisso agora. Estou certo de que você aprendeu a lição e sei que daqui para a frente poderei confiar em meu filho. Saberá ser honesto, pois certamente aprendeu que não é possível encobrir as más ações.

Autor não mencionado
Enviado por Paulo Barbosa - Reflexões

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