Certa professora tinha por método surpreender os alunos com coisas boas e edificantes. Oferecia agora uma lapiseira de prata à criança que apresentasse melhor e mais profundo sentimento de civismo naquele mês. A idéia fez brotar lágrimas nos olhos de
Inês, porque sabia estar longe de se sagrar vitoriosa, apesar de todo o seu esforço e dedicação.
- Como gostaria de ganhar esse prêmio! - comentou ela, com uma das colegas.
Em vez de estimulá-la, a colega zombou dela e ainda contou ao grupo a respeito das pretensões de Inês e todas riram-se dela. Mas isso contribuiu para que a garota se desdobrasse. Certo dia, uma das colegas ofereceu-se para ajudá-la na prova sem que a
professora desconfiasse de nada.
- Não pretendo colar - falou Inês decididamente, diante da sugestão.
- Não seja tola. Sabemos que você é incapaz de resolver qualquer equação!
Sem levar em conta a reprovação de Inês, na hora da prova a colega lhe passou o resultado num pedacinho de papel. Sem ao menos abri-lo a menina o amassou, jogando-o no lixo. Isso despertou na colega um olhar hostil, que foi notado pela professora.
Quando a classe ficou vazia, ela foi verificar o que havia no bilhetinho amassado. Ali estava o resultado da prova. Ficou confirmado: Inês recusara-se a colar!
Finalmente chegou o fim do mês e a professora distribuiu os boletins. Como sempre, as notas de Inês continuavam apenas sofríveis. O suficiente para passar de ano. Mas, em seguida, segurando a lapiseira na mão a professora disse:
- A mais perfeita cidadã receberá agora o prêmio. Como já tenho falado, repito mais uma vez: Há grande diferença entre civismo e notas altas. Tenho na classe uma aluna que sempre se esforçou de uma forma honesta e leal. Suas notas, na verdade, não
são altas, mas o seu comportamento numa das provas revelou ser ela a mais perfeita cidadã
E concluiu:
- Inês, você fez jus ao prêmio. Venha buscá-lo. Você demonstrou com toda a clareza que não vale a pena perder a estima de si mesma para merecer a dos outros. E foi mantendo o respeito próprio que mereceu o de suas colegas. Continue respeitando-se e
terá um futuro brilhante.
Inês chorava de emoção e de alegria, pela dupla vitória conquistada.
Autor não mencionado
Enviado por Paulo Barbosa
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