As Grandes Mulheres
 
 
Qual das citadas abaixo não pode ser considerada uma "Grande Mulher"?

Marlene Matos
Roberta Close
Tiazinha, Feiticeira, Carla Perez e companhia
A Anãzinha do circo
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Elis Regina

 Elis nasceu em 17 de março de 1945, no Hospital da Beneficência Portuguesa, às 15:10 h, em Porto Alegre. Essa gaúcha começou a mostrar a que veio logo cedo. Em setembro de 1956, ela canta, pela primeira vez, no programa Clube do Guri, animado por Ary Rego, na Rádio Farroupilha de Porto Alegre. Passa a integrar o elenco fixo do programa, ganhando um pequeno cachê. No ano seguinte Elis conquista seu primeiro contrato profissional, com a Rádio Gaúcha de Porto Alegre, para se apresentar no Programa Maurício Sobrinho de Maurício Sirotsky Sobrinho. A mãe, Dona Ercy, firme e dura como sempre, estabeleceu condições severas para o contrato: Elis só poderia cantar se fosse bem no colégio. Mas Elis, nesta época já sustentava a família, pois seu pai sofria com o desemprego. Mas, mesmo assim - ou talvez justamente por isso - não deu outra. Elis era uma das melhores alunas da Escola Normal Dom Diogo de Souza, onde entrou aos 16. Ela se deu muito bem nessa escola. Principalmente porque vinha de uma experiência muito amarga no Instituto de Educação - muito mais tradicional e conservador. É verídico o episódio sempre relatado do bofetão que ela teria dado na professora de francês que afirmou, que se a menina de então 14 anos era cantora de rádio, conseqüentemente a menina de então 14 anos era puta. Elis bateu mesmo, e bateu forte.

Elis era assim, impressionante para a sua idade. Dizia tudo o que lhe passasse pela cabeça. De uma irreverência à beira da agressividade, não poderia ser totalmente compreendida pela sociedade porto-alegrense, provinciana na época, além de que cantar neste momento era visto como enxergava sua professora de francês: sinônimo de prostituição. Porto Alegre não comportava mais a estrela que nascia.

Assim foi o começo de uma carreira que lhe renderia muito sucesso, e o reconhecimento de ter a mais bela voz feminina do país. As suas interpretações eram únicas e definitivas. Seu primeiro LP foi gravado em 1961, para a Continental, se chamava "Viva a Brotolândia". No ano seguinte, na mesma gravadora, Elis grava o segundo LP, que lhe rende o prêmio de melhor cantora do ano. O sucesso era tanto, que já em 64, Elis transfere-se para o Rio e lá estoura nacionalmente, assinando um contrato com a TV Rio, e em outubro com a Philips. É de 1965 a famosa interpretação de “Arrastão”, deixando platéia e espectadores apaixonados pela sua voz solta, peito aberto e braços balançando.

No mesmo ano estreou seu primeiro show em teatro e iniciou a dupla com Jair Rodrigues, rendendo muitos espetáculos e alguns discos. Acabaram como consagrados apresentadores do programa “O Fino da Bossa”, que foi justamente o porta-voz da nascente MPB.

Em 66 se apresenta por toda a Europa, acompanhada pelo Zimbo Trio, onde começa a amadurecer sua carreira. Seus discos vendem cada vez mais. Em 67, se casou com Ronaldo Bôscoli, um casamento que durou 4 anos, lhe deu um filho, João Marcelo, e muita dor de cabeça com Bôscoli. Em 73 casa-se novamente, desta vez com César Camargo Mariano, o maestro de sua banda e grande homem por trás de sua carreira dali por diante.

No ano seguinte, Elis grava “Águas de Março” com Tom Jobim, no disco “Elis e Tom”, sendo aclamada pela crítica, e eleita uma das 10 melhores músicas já gravadas. Seus próximos discos: “Falso Brilhante”, “Transversal do Tempo”, “Ao Vivo do Festival de Jazz de Montreux” e “Saudades do Brasil”, também estouraram com sucesso garantido.

Em 81, separa-se de César, ficando muito abalada com a separação. No mesmo ano fez seu último show “Trem Azul”. Obcecada pela perfeição, Elis aparenta uma irritação permanente, e não é mais a mesma companhia amável para seus amigos. Em 19 de janeiro do ano seguinte, com apenas 36 anos, mito no auge da carreira, Elis Regina Carvalho Costa morre de overdose de cocaína, em São Paulo.

A estrela partiu muito cedo deixando para nós, o brilho de sua voz...

Texto retirado da hp "She"

 
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