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Elis
nasceu em 17 de março de 1945, no Hospital da Beneficência Portuguesa, às
15:10 h, em Porto Alegre. Essa gaúcha começou a mostrar a que veio logo cedo.
Em setembro de 1956, ela canta, pela primeira vez, no programa Clube do Guri,
animado por Ary Rego, na Rádio Farroupilha de Porto Alegre. Passa a integrar o
elenco fixo do programa, ganhando um pequeno cachê. No ano seguinte Elis
conquista seu primeiro contrato profissional, com a Rádio Gaúcha de Porto
Alegre, para se apresentar no Programa Maurício Sobrinho de Maurício Sirotsky
Sobrinho. A mãe, Dona Ercy, firme e dura como sempre, estabeleceu condições
severas para o contrato: Elis só poderia cantar se fosse bem no colégio. Mas
Elis, nesta época já sustentava a família, pois seu pai sofria com o
desemprego. Mas, mesmo assim - ou talvez justamente por isso - não deu outra.
Elis era uma das melhores alunas da Escola Normal Dom Diogo de Souza, onde
entrou aos 16. Ela se deu muito bem nessa escola. Principalmente porque vinha de
uma experiência muito amarga no Instituto de Educação - muito mais
tradicional e conservador. É verídico o episódio sempre relatado do bofetão
que ela teria dado na professora de francês que afirmou, que se a menina de então
14 anos era cantora de rádio, conseqüentemente a menina de então 14 anos era
puta. Elis bateu mesmo, e bateu forte.
Elis era assim, impressionante para a sua idade. Dizia tudo o que lhe passasse
pela cabeça. De uma irreverência à beira da agressividade, não poderia ser
totalmente compreendida pela sociedade porto-alegrense, provinciana na época,
além de que cantar neste momento era visto como enxergava sua professora de
francês: sinônimo de prostituição. Porto Alegre não comportava mais a
estrela que nascia.
No mesmo ano estreou seu primeiro show em teatro e iniciou a dupla com Jair
Rodrigues, rendendo muitos espetáculos e alguns discos. Acabaram como
consagrados apresentadores do programa “O Fino da Bossa”, que foi justamente
o porta-voz da nascente MPB.
Em
66 se apresenta por toda a Europa, acompanhada pelo Zimbo Trio, onde começa a
amadurecer sua carreira. Seus discos vendem cada vez mais. Em 67, se casou com
Ronaldo Bôscoli, um casamento que durou 4 anos, lhe deu um filho, João
Marcelo, e muita dor de cabeça com Bôscoli. Em 73 casa-se novamente, desta vez
com César Camargo Mariano, o maestro de sua banda e grande homem por trás de
sua carreira dali por diante.
No ano seguinte, Elis grava “Águas de Março” com Tom Jobim, no disco
“Elis e Tom”, sendo aclamada pela crítica, e eleita uma das 10 melhores músicas
já gravadas. Seus próximos discos: “Falso Brilhante”, “Transversal do
Tempo”, “Ao Vivo do Festival de Jazz de Montreux” e “Saudades do
Brasil”, também estouraram com sucesso garantido.
Em 81, separa-se de César, ficando muito abalada com a separação. No mesmo
ano fez seu último show “Trem Azul”. Obcecada pela perfeição, Elis
aparenta uma irritação permanente, e não é mais a mesma companhia amável
para seus amigos. Em 19 de janeiro do ano seguinte, com apenas 36 anos, mito no
auge da carreira, Elis Regina Carvalho Costa morre de overdose de cocaína, em São
Paulo.
A estrela partiu muito cedo deixando para nós, o brilho de sua voz...
Texto retirado da hp "She"
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