Pagu


Patrícia Rehder Galvão nasceu em 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista, São Paulo. Apesar de pouco conhecida como uma grande mulher, Pagu foi poeta, desenhista, jornalista, romancista e militante política. Com 15 anos já começa a escrever num Jornal Paulista, e como se torna conhecida no meio artístico, é apresentada aos modernistas (Semana de Arte Moderna: Oswald Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti, Benjamim Peret, Tarsila do Amaral, entre outros) e começa a freqüentar e receber influência do ambiente de contestação do movimento antropofágico.

Em 1929 apresenta seus Sessenta poemas censurados, nome que ela mesma dá, e os dedica a Fenolino Amador, diretor da censura da época.

Em 1930 ela passa a viver com Oswald de Andrade e, junto com ele, assume a militância, filia-se ao PCB e se engaja na luta revolucionária.

Em 1931 Pagu assina uma coluna feminista: A Mulher do Povo. Nesta coluna criticava o comportamento hipócrita das mulheres da burguesia paulista, e mostrava um mundo de luta e trabalho.Ainda neste ano, Pagu participa do comício dos estivadores em Santos e é presa - torna-se a primeira mulher a ser presa por militares na causa revolucionária. Sem desistir da luta e de seus ideais, começou a viajar pelo mundo (Japão, Estados Unidos, Polônia, China, França e Rússia) como correspondente de vários jornais. Em Paris filia-se ao PCF, continuando sua militância, mas outra vez vai presa, tendo que voltar ao Brasil. No seu retorno acaba sofrendo perseguições, e é novamente presa, ficando cinco anos encarcerada e sofrendo terríveis torturas. Quando foi solta, estava muito debilitada física e emocionalmente. Apesar disso, não se entregou.

Ela também separadou-se de Oswald e casou-se com o jornalista Geraldo Ferraz. Pagu ao longo de sua vida escreveu dois romances: “Parque Industrial” e A “Famosa Revista”. Pagu também deu sua contribuição para o Teatro, foi candidata à Assembléia pelo Partido Socialista Brasileiro e trabalhou em diversos jornais. Ela morreu em 1962, vítima de câncer.


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