Geografia & Poesia

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Apresentação

Este trabalho representa o esforço empreendido para construção da monografia de fim de curso, para obtenção da graduação em Geografia, do Instituto de Geociências da UFMG. No presente momento, estou dedicando-me à dissertação de Mestrado deste Instituto, que será apresentada em fins de 2003.

Atualmente muito se tem falado das reestruturações de grandes empresas ao redor do mundo. Estas reestruturações são fruto de uma globalização de mercados e mercadorias, com vistas a aumentar a produção, diminuir os custos operacionais e elevar as taxas de lucros. Como custos de operação, entenda-se todos aqueles advindos com capital imobilizado na forma de estoques, máquinas e infra-estrutura. Os salários pagos aos trabalhadores – com o perdão de uma análise econômica rasteira – também podem ser incluídos como custos operacionais, que de uma certa forma, oneram as taxas de lucros das empresas.

No Brasil, vivenciamos e ainda vivemos um processo de privatização de grandes empresas estatais, com o intuito de diminuir o “peso” do Estado controlador e repassar a iniciativa privada, teoricamente falando, os custos e os bônus em administrar e controlar as ex-estatais. Neste trabalho, procuramos buscar as raízes do chamado neoliberalismo em redor do mundo, bem como no Brasil, para chegarmos ao modelo do Estado mínimo, que por ora é vigente no país. Neste sentido, achamos conveniente também fazer a análise –mais detalhada possível – dos impactos provocados pela privatização de uma grande empresa, em caráter local. Ou seja, a privatização da Açominas, no município de Ouro Branco, faz parte de um pacote de reestruturações do Estado brasileiro, bem como a reengenharia da própria empresa ratifica o nosso parágrafo anterior. Temos extensos trabalhos sobre os impactos econômicos mais gerais na economia nacional, mas carecemos de um trabalho empírico voltado para a pesquisa sobre o impacto local, não só na forma econômica, mas também seus impactos no espaço (1).  Esta pesquisa teve a pretensão de preencher uma parte desta lacuna.

Portanto, a leitura deste trabalho irá proporcionar uma visão do que foi, para a população de Ouro Branco, a privatização de sua gigantesca e única indústria, bem como alimentar o debate sobre as privatizações brasileiras e fomentar novas discussões à respeito das teorias sobre a produção do espaço “social”.

Venilson Luciano B. Fonseca
e-mail: vlfonseca@bol.com.br

Nota:

(1) Entenda-se por espaço o caráter mais social e processual, que é produzido pela sociedade, defendido por autores como Soja, Lefebvre, Santos, dentre outros. VOLTAR

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